quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Bem vindo ano novo!!!

Érima de Andrade



“Na noite do dia 31 vou olhar para o céu e me lembrar de tudo o que vivi este ano: as lágrimas, os sorrisos, as histórias, os amigos que fiz e os que perdi, os momentos bons e os ruins.

E não vou me arrepender de nada. Pois foram todos esses momentos que fizeram com que 2011 valesse a pena.

Minha grande motivação para 2012 está no simples fato de VIVER e segurar as rédeas da minha vida nas mãos!

Que a cada novo dia do ano que está para começar estejamos fortalecidos, positivos, reciclados e vivendo de forma coerente com nossos valores!” Márcia Alves



domingo, 25 de dezembro de 2011

O dia seguinte

Érima de Andrade

Todas as suas vivências dependem da maneira como você encara o que aconteceu. Onde você quer colocar a sua atenção? No que deu certo, ou no que não funcionou como você esperava?

Aprendemos com cada experiência que vivenciamos, com companhia, com solidão; com tranquilidade, com turbilhão; com música alta e com silêncio; com chuva e com sol; com abraços, sorrisos, cantos, bom humor, preguiça, sono, trânsito... Com tudo que fazemos contato.

“Se na nossa essência a felicidade só é completa quando temos tudo o que queremos, no mundo concreto esse conceito é mais realista. A verdadeira paz é alcançada quando conseguimos nos satisfazer plenamente com o que podemos ter - e não com o que gostaríamos de ter. Essa visão mais madura da vida, que faz seguir em frente apesar das adversidades, porém, muitas vezes demora a aparecer. Agimos de forma infantil diante de pequenas dificuldades, como o trânsito lento, o amigo que nos magoou ou a encomenda que veio errada. Coisas às quais, mesmo sabendo que não podemos mudar, damos o poder de nos irritar. Entretanto, conseguir superar um a um os obstáculos que aparecem no caminho nos dá a incrível sensação de poder, superação e bem-estar.” Angela Tessicini

No budismo aprendemos a dar nascimento positivo às situações, a reconhecer qualidades positivas e potencializá-las.

Olhe de novo para tudo que você viveu ontem.

Busque dar um nascimento positivo a todo o seu dia de ontem. Dê nascimento positivo as suas relações consigo, com o outro, com a sociedade e com a natureza. Reconheça as qualidades positivas ao seu redor, elas existem com certeza, e as potencialize.

Esse é um bom caminho para um feliz 2012.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

25 de dezembro

Érima de Andrade

Para muitos, na noite de 24 para 25 de dezembro, é Natal, uma festa cristã, onde se comemora o nascimento de Jesus Cristo.

Para outros também é Natal, e isso significa que é a noite da visita do Papai Noel, aquele bom velhinho que presenteia as crianças que se comportaram bem o ano inteiro.

Muitas outras pessoas juntam essas duas festas numa só. Independente do motivo é, sem dúvidas, uma festa de encontros, eu-com-outros.

Antes da era cristã, nesse mundo sombrio de noites prolongadas e paisagens invernais silenciosas, nossos ancestrais já comemoravam o dia 21 de dezembro como solstício de inverno, com fogueiras e outros rituais. No hemisfério norte, ainda vivemos nessa data o dia mais curto e a noite mais longa do ano, quando o Sol chega ao zênite no ponto mais baixo no céu. Isso dura três dias. Na noite de 24 para 25 de dezembro, véspera de Natal, a escuridão mais profunda fica para trás. A “luz’ renasce e nos liberta da escuridão. Devagar e sempre, os dias ficam mais compridos.” Heleen Crul

A Igreja entendeu que devia cristianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam na época do solstício de inverno. Assim, em vez de proibir as festividades, forneceu-lhes um novo significado, e uma linguagem cristã.

O dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao nascimento do deus sol invencível, Natalis Invistis Solis. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude. No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada em dezembro, num período de alegria e troca de presentes.

Como festa religiosa, o Natal é comemorado no dia 25 de dezembro desde o século IV pela Igreja ocidental, e desde o século V pela Igreja oriental, celebrando o nascimento de Jesus de Nazaré.

“Crê-se (embora não seja certo) que o nascimento de Jesus foi próximo ao final de setembro. Um período mais provável seria em fins de setembro, no tempo da Festa dos Tabernáculos.” Paul S. Taylor

Jesus pregava o amor, “amai-vos uns aos outros” dizia; era o profeta da inclusão. Sua história está contada na bíblia, e na medida do possível, sendo confirmada pela ciência.

Papai Noel é uma figura lendária. Como toda lenda, combina fatos reais e históricos com fatos irreais que são meramente produto da imaginação. Ele traz presentes aos lares de crianças bem comportadas na noite da véspera de Natal.

Clemente Clark Moore, um professor de literatura grega, é o responsável pela atual força da lenda do Papai Noel. Em 1822 ele escreveu um poema para seus seis filhos. Nesse poema, Uma visita de São Nicolau, Moore criou a imagem do Papai Noel, a viagem num trenó puxado por renas e a entrada nas casas pela chaminé.

Em 1886, o cartunista da revista Harper's Weekly, Thomas Nast, ilustrou o Papai Noel criado por Moore e o vestiu com as cores vermelho e branco.

Em 1931, numa campanha publicitária da Coca-Cola, a imagem do Papai Noel criada por Nast se tornou popular, e a partir daí mundialmente conhecida, sendo considerada a imagem “oficial” do bom velhinho.

“E, embora diversas vezes acusado de representar um veículo que deu origem ao crescente consumismo das Festas Natalinas, é preciso reconhecer que ele encerra valores que despertam, revivem e fortalecem os nossos sentimentos mais profundos. Sua bondade é tão contagiante que atinge tipo “flecha de cupido”, qualquer pessoa, independente de crença ou raça, o que evidencia a sua magia e seu grande poder de penetração no mundo.” Sophia Cosseau

Maria De Fátima Cardoso explica que “Papai Noel representa esta parte de nós mesmos que está aberta a presentear, a receber, a amar sem discriminar, ir além de si mesmo e compartilhar... e se alegrar muito com essa qualidade, essa felicidade!!!” Ela acrescenta “Que Papai Noel em nós siga pelos caminhos , se realize!!!”

São duas histórias sobre o amor. E se as histórias existem na nossa imaginação, é porque elas fazem algum sentido. Se tem gente que acredita em Jesus Cristo e em Papai Noel é porque eles continuam, de alguma forma, aparecendo na vida dessas pessoas.

Que você viva calma, com-alma, e serenamente a noite de 24 de dezembro.
Que ela lhe traga coisas boas, alegres, gostosas e divertidas.
Que você tenha sempre muitos motivos para comemorar, comer-e-orar.

Feliz Natal!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Números redondos

Érima de Andrade

Matematicamente, números redondos, significam números cheios, completos, sem frações. Em certos contextos, todos os números inteiros são considerados redondos, e o que não é redondo, é chamado de número quebrado.

Isso na matemática... Nós temos a tendência de considerar os números que terminam com zero, como números redondos. Alguns múltiplos de 5 também consideramos como números redondos.

O redondo tem o sentido de cheio, completo, uma metáfora a simetria do círculo que é formado por uma linha fechada. Vem dessa metáfora termos como redondamente enganado, que quer dizer, completamente enganado.

A idéia de números redondos está intimamente ligada à idéia de aproximar quantidades a outras quantidades mais familiares. Consideramos que completamos um ciclo, que completamos um número redondo, quando fazemos 10, 20, 25, 50, 100 vezes alguma coisa.

“Engraçada essa nossa paixão pelos números redondos. Eles nos remetem a uma simbologia toda particular, a uma mística que os faz diferentes dos outros. Há toda uma magia nesses números. E, quando se completam, adquirem a forma perfeita, "redonda", esférica e sem arestas, de uma proeza humana.” Luiz Zanin

Explica a Wikipédia que “a cultura popular costuma dar especial importância aos números redondos. As passagens que adicionam um novo dígito ao número chamam particularmente mais atenção.”

No meu caso é verdade. Todos os meus textos foram importantes para mim, mas esse, de número 100, está merecendo um cuidado especial.

100 posts no meu blog... E eu que acreditei que iria postar apenas quinzenalmente, estou postando duas vezes por semana...

Também é uma boa oportunidade de contar aos maus leitores, que sim, sou eu Érima que escrevo todos os meus textos.

Surpreendentemente, mesmo lendo aí embaixo, postado por Érima, algumas pessoas consideram que o texto apareceu magicamente, e que por isso é de domínio publico e pode ser divulgado sem me dar o crédito da autoria. 

Então a esses, explico regras básicas de gramática. Quando citamos um autor, colocamos o texto, ou a frase, entre aspas, seguido do nome de quem falou ou escreveu a frase ou texto. Se, mesmo pesquisando, não descobrimos a autoria de quem colocou no papel aquela idéia que cabe tão bem no que você está redigindo, ainda assim, colocamos o texto entre aspas e acrescentamos a informação de autoria desconhecida. Simples não é?

Então, deixando mais claro ainda, se o texto que você gostou e quer usar, não estiver entre aspas, foi totalmente escrito por mim. Obrigada por respeitar a minha produção.

Ontem ouvi um poema de Antonio Cícero, Guardar, que traduz em palavras o que sinto escrevendo. Sinto que estou guardando minhas idéias, cuidando delas, velando-as, quando escrevo aqui no blog. Nada melhor então, para fechar esse post comemorativo dos 100 textos, que esse poema: Guardar

                       “Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
                           Em cofre não se guarda coisa alguma.
                              Em cofre perde-se a coisa à vista.
                      Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
                   admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
                    Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
                  ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
                                  isto é, estar por ela ou ser por ela.
                   Por isso, melhor se guarda o vôo de um  pássaro
                                  Do que de um pássaro sem vôos.
                Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
                         por isso se declara e declama um poema:
                                            Para guardá-lo: 

                      Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
                           Guarde o que quer que guarda um poema:
                                        Por isso o lance do poema:
                               Por guardar-se o que se quer guardar.”
Antonio Cícero

Vamos guardar nossas idéias?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Gratidão por 2011

Érima de Andrade

Feche suavemente seus olhos e tente soltar tudo por um momento, preocupações, tensões, desconfortos, deixe que saiam...

Faça uma inspiração profunda... E relaxe...

Dê um descanso a si mesmo.

Quietamente silencie suas emoções e seus pensamentos. Perceba apenas sua respiração.

Permita agora que as luzes da gratidão e da compaixão brilhem dentro e fora de você.

Expanda a sua luz.

Imagine-se nesse contexto maravilhoso, esteja aí.

Quando sentir-se transbordando permita que esses sentimentos fluam para os que estão à sua volta.

Continue respirando serenamente...

Tudo tem começo, meio e fim. Tudo é eterna mutação. É preciso deixar ir o que acabou, desapegar. Desapego implica abrir-se sem temores, com disposição de viver a realidade tal qual ela é. O apego nos aprisiona. O desapego nos liberta, é sinal de sabedoria.

Nós todos experimentamos a negatividade - a agressão básica de querer que as coisas sejam diferentes daquilo que são. Apegamo-nos, defendemos, atacamos. Mas mesmo a pior negatividade, nos traz um ensinamento.

Pense agora, naquele evento de 2011 que trouxe um desconforto, que não funcionou da maneira que você esperava. Se muita coisa deu errada para você esse ano, foque em apenas uma delas. Depois, você vai poder olhar para todas as outras. Mas nesse exercício, escolha apenas um acontecimento.

Ande agora um pouco no tempo, a partir desse acontecimento e veja toda a série de fatos, encontros e coincidências que levaram a resolução do seu problema.

Se ele ainda não se resolveu, relaxe e deixe fluir. Não caia na tentação de querer controlar o fluxo do que acontece. Agir de forma apegada, ou obstinada, é remar contra a correnteza da vida e gastamos uma imensa quantidade de energia, tão somente porque queremos que seja da nossa maneira.

Se ainda não aconteceu, isso não significa que não vai acontecer; pode ser que ainda não seja o tempo adequado. Fique atento então aos fatos e coincidências que mostrarão o caminho que você deve seguir.

Não existe nada mais poderoso do que a determinação de resolver um problema. Seja paciente, tudo tem um tempo certo para acontecer.

Agora, torne-se consciente do poder infinito do amor. A forma mais poderosa de cura é o amor.  Sinta o amor no meio do seu peito, naquele ponto que você toca quando diz “eu sou”.

Respire... E visualize-se sendo curado pelo seu próprio amor. Busque-o no fundo do seu coração e deixe-o fluir por todo o seu ser.

Mentalmente repita:

Hoje eu agradeço a todos e todas que fazem parte de minha vida.
Agradeço a meus pais que me deram a oportunidade de estar nesta vida, conhecendo tantas pessoas maravilhosas.
Eu agradeço a você, por estar em minha vida.
Eu agradeço ao meu espaço de trabalho por permitir o meu desenvolvimento pessoal e profissional.
Eu agradeço a tudo que vivi, aprendi e compartilhei no ano de 2011.

A gratidão nos ajuda a procurar o sucesso e a perceber o que há de bom. Você é aquilo que reconhece. Tome consciência do seu valor, e você será capaz de ir em frente com muita força, coragem e confiança.

A gratidão é uma chave mágica, é só usá-la e o mundo subitamente se transformará num lugar maravilhoso, do qual você está convidado a participar. A gratidão é tanto uma atitude quanto uma prática. Cultivar uma atitude de gratidão é a chave para ter o coração aberto, cheio de expectativas de felicidade.

A gratidão é surpreendentemente simples. Então reconheça agora tudo de bom que você produziu nesse ano de 2011. Tome um tempo e enumere as boas coisas que você tem na vida, e agradeça.

Sinta-se pleno e recompensado por tudo que viveu.

Que seja bem vindo o ano de 2012.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Óculos

Érima de Andrade

(Por conta de uma série de coincidências, resolvi postar um texto que escrevi em 2005. Boa leitura!)

Uso óculos desde a adolescência, por causa do astigmatismo.

Mas não usava sempre, só em ocasiões especiais, como sala de aula e cinema. Com o tempo, precisei acrescentar outros graus a minha lente, e recentemente, passei a usar multifocal.

Continuei a usar só em situações especiais, às vezes nem para ler jornal eu usava.

Isso até esse ano, por que alguns formatos e tamanhos de letras são impossíveis de serem lidos sem ajuda de óculos, por mim, é claro, o que já denuncia minha idade.

Uma amiga diz que não sofro “das vistas”, que meu problema é braço curto. Pode ser... Quem sabe se eu tivesse mais uns 80cm de braço, eu não enxergava melhor? Botava o jornal lá longe, uma beleza!

Também seria lindo caminhar arrastando as mãos no chão, praticamente um chimpanzé...

Prefiro os óculos...

Exame anual confirmando a necessidade de atualizar a lente, fui até uma ótica trocá-la, não pretendia mudar a armação.

Pela 1° vez na vida, tive que prestar atenção ao prazo de entrega.

Não dá mais para ficar 15 dias sem óculos, não posso passar 15 dias sem ler. Solução: um óculos com o grau para perto, que fica pronto em 2 dias.

Óculos prontos, bonitinhos mesmo, fui para casa satisfeita deixando o meu antigo pra atualizar.

Aprendi, há muito tempo, que para uma boa adaptação ao grau novo, deve-se colocar os óculos assim que acordar. Fiz isso.

Primeira descoberta: óculos para perto são para PERTO mesmo, para bem perto, e os pés, neste caso, estão muito longe.

Olhar pra baixo com os óculos, dá onda.

O chão inclina, deforma, sai do foco.

Se virar a cabeça de um lado para o outro, dá tonteira, o mundo fica todo deformado.

Se nem a pia do banheiro ficou na mesma posição, imagina então os degraus da escada?!?

Achando que esses sintomas são provocados por falta de adaptação ao novo grau, insisto, eu precisava me acostumar.

E lá fui eu para o mercado, óculos novo na cara, feliz da vida.

E olha a data de validade, e olha a lista, e olha chão, e tenta descobrir quem é esse borrão falando com você...

E afinal, por que o chão não fica parado? Por que esse carrinho está tão torto? Por que frutas e legumes frescos cheiram tanto? Por que esse enjôo meu Deus?!?!

E essa dor de cabeça? E esse burburinho irritante? Por que as pessoas não conseguem ficar quietas dentro do mercado?

Por que eu moro tão longe? Por que estou de ressaca se nem bebi? Minha casa... Quero chegar em casa...

Graças a Deus, meu anjo da guarda estava atento, e encontro com minha irmã, “Óculos novos?”

- Mais ou menos, são só para perto enquanto os outros não ficam prontos.

-“Mas óculos pra perto são óculos de leitura, não se usa assim, usa-se na ponta do nariz.”

Como? Mas será que era tão óbvio assim que ninguém achou necessário me explicar? Para longe olha por cima dos óculos, para perto olha através deles.

Não devia vir com instruções de uso?

Essa “obviedade” só ficou clara pra mim, depois de encontrar minha irmã, ou seja, depois de muito enjôo e dor de cabeça.

Fiquei pensando em todas as pessoas que eu conheço, e que desistiram de usar óculos.

Algumas me disseram que com os óculos estavam enxergando muito pior, e que já tinham voltado ao médico, mas confirmaram que o grau era aquele mesmo, e como não se adaptaram, desistiram.

Outras “descobriram” que enxergavam bem sem óculos, e os abandonaram dentro da gaveta, até que fosse realmente necessário usá-los.

Quantas dessas pessoas pensavam que nem eu?

Tentei usar os óculos o tempo todo, e realmente não dá certo. Nem me passou pela cabeça que era necessário botar e tirar o tempo todo. Custava terem me explicado isso?

Já imagino um movimento: pelo manual de instruções nos óculos de leitura!

Uma passeata... Gritos de guerra:

“Míopes unidos jamais serão vencidos!”
“A vista está cansada, já chega de cagada!”
“Um,dois, três quatro, cinco, mil, queremos mais respeito com os olhos do Brasil! “

Venceremos!


10/09/2005


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Prevenção

Érima de Andrade

Prever a ação; focar na pré-intervenção, ou seja, numa intervenção a ser efetivada antes que determinado fenômeno ocorra.

Mas que evento devemos prevenir?

Ano novo chegando, e lá vamos nós desejar saúde e sucesso para um monte de gente.

Sucesso?!? Sim. E ao desejarmos sucesso estamos desejando que o outro realize seus sonhos.

É preciso desejar para obter. O sonho precisa ser ativado e transformado num desejo para se tornar realidade. O desejo vai nos motivar, vai ser o motivo da nossa preparação – preparar a ação – vai ser o foco, o objetivo que nos fará traçar metas e tomar atitudes.

“A verdadeira decisão é medida pelo fato de que você tomou uma atitude. Se não houver atitude, então você realmente não decidiu”. Anthony Robbins

E atitude com preparo é igual ao sucesso. Que sucesso você quer obter? Como você deve se preparar para ele? Quem sabe essa história, de autoria desconhecida, lhe ajuda a começar hoje a sua preparação para o sucesso em 2012.

“Enquanto  os ventos sopram...

Conta-se que, há muito tempo, um fazendeiro possuía muitas terras ao longo do litoral do Atlântico.

Ele constantemente anunciava estar precisando de empregados.

A maioria das pessoas estava pouco disposta a trabalhar naquela localidade.

Horrorosas tempestades varriam aquela região extensa, fazendo estragos nas construções e nas plantações.

As recusas eram muitas, a cada tentativa de conseguir novos auxiliares.

Finalmente, um homem baixo e magro, de meia-idade, se apresentou.

- Você é um bom lavrador? - perguntou o fazendeiro.

- Bom,- respondeu o pequeno homem - eu posso dormir enquanto os ventos sopram.

Embora confuso com a resposta, o fazendeiro, desesperado por ajuda, o empregou.

O pequeno homem trabalhou bem ao redor da fazenda, mantendo-se ocupado do alvorecer ao anoitecer.

O fazendeiro deu um suspiro de alívio, satisfeito com o trabalho do homem.

Então, numa noite, o vento uivou ruidosamente, anunciando que sua passagem pelas propriedades seria arrasadora.

O fazendeiro pulou da cama, agarrou um lampião e correu até o alojamento dos empregados.

O pequeno homem dormia serenamente. O patrão o sacudiu e gritou:

- Levante depressa! Uma tempestade está chegando. Vá amarrar as coisas antes que sejam arrastadas.

O empregado se virou na cama e calmo, mas firme, disse:

- Não, senhor.  Eu não vou me levantar.  Eu lhe falei: posso dormir enquanto os ventos sopram.

A resposta enfureceu o empregador. Não estivesse tão desesperado com a tempestade que se aproximava, ele despediria naquela hora o mau funcionário.

Apressou-se a sair para preparar, ele mesmo, o terreno para a tormenta sempre mais próxima. Do empregado, trataria depois.

Para seu assombro, ele descobriu que todos os montes de feno tinham sido cobertos com lonas firmemente presas ao solo.

As vacas estavam bem protegidas no celeiro, os frangos estavam nos viveiros e todas as portas muito bem trancadas.

As janelas estavam bem fechadas e seguras. Tudo estava amarrado. Nada poderia ser arrastado.

Então, o fazendeiro entendeu o que seu empregado quis dizer. Retornou ele mesmo para sua cama para também dormir, enquanto o vento soprava.”

Aproveite hoje o sol que faz na sua vida, e prepare seu corpo, seu espírito, suas emoções e seu intelecto para que, se  por acaso ventar, você possa continuar a dormir tranquilamente.

Sucesso é quando o preparo encontra a oportunidade.

Você pode dormir enquanto os ventos sopram em sua vida? 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Bondade Amorosa

Érima de Andrade

Como explica Thich Nhat Hanh, “todos nós temos dentro de nós as sementes do amor. Podemos desenvolver essa fonte maravilhosa de energia, nutrindo o amor incondicional, aquele que não espera nada em troca. Quando chegamos a compreender alguém profundamente, inclusive alguém que nos prejudicou, não conseguimos deixar de amar essa pessoa.”

Não é preciso ser budista para entender que um mundo melhor depende de todos nós. Fim de ano chegando, começamos a buscar mensagens de feliz ano novo, paz e prosperidade. E como temos contribuído para que os dias sejam mesmo de paz, felicidade e prosperidade? Como temos nutrido nossa semente de amor?

Sem compreensão, o amor não é amor verdadeiro. O budismo tem uma longa tradição de práticas de entendimento. E entre elas está a de maitri, que pode ser traduzida como amor ou bondade amorosa. É a prática de irmandade. A palavra maitri tem o mesmo radical que a palavra mitra, que significa amigo. Para os budistas o sentido fundamental do amor é a amizade.

Maria Laura Garcia Packer, em seu livro A Senda do Yoga - Filosofia, Prática e Terapêutica, explica como fazer a meditação da bondade amorosa, inspirada na tradição budista e no desejo de que todos os seres encontrem a felicidade. É uma boa maneira de nutrir sua semente amorosa e fazer a diferença para dias mais felizes.

1. Sente-se em lugar tranquilo com a coluna ereta, a face serena e o coração banhado de amor e compaixão. Sinta que o solo sagrado do seu coração se expande para acolher você mesmo e todos os seres em uma intensa bondade amorosa.

2. Olhe para você mesmo, aceite-se assim como você é, traga você mesmo para dentro do seu coração e diga silenciosamente:

"Que eu possa ser feliz e sereno.
Que eu possa estar livre do medo e da dor.
Que eu possa viver no amor e na compaixão.
Que eu possa despertar a minha natureza divina e ser livre."

3. Pense agora naquela pessoa com quem você precisa se harmonizar. Traga-a para dentro do solo sagrado do seu coração e repita silenciosamente:

"Que você possa ser feliz e sereno.
Que você possa estar livre do medo e da dor.
Que você possa viver no amor e na compaixão.
Que você possa despertar a sua natureza divina e ser livre."

4. Pense em todas as pessoas que você ama e que fazem parte da sua vida, traga-as para dentro do solo sagrado do seu coração e repita silenciosamente:

"Que vocês possam ser felizes e serenos.
Que vocês possam estar livres do medo e da dor.
Que vocês possam viver no amor e na compaixão.
Que vocês possam despertar a sua natureza divina e serem livres."

5. Então, pense em todos os seres, em todos os cantos do mundo e em todos os tempos, traga-os para dentro do solo sagrado do seu coração e repita silenciosamente:

"Que todos os seres possam ser felizes e serenos.
Que todos os seres possam estar livres do medo e da dor.
Que todos os seres possam viver no amor e na compaixão.
Que todos os seres possam despertar a sua natureza divina e serem livres."

Pouco a pouco, vá levando a consciência de volta para a respiração, una as mão à frente do peito e irradie paz em todas as direções.

Om shanti, shanti, shanti!
Om paz, paz, paz!”

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Trabalho em equipe ou com equipe?

Érima de Andrade

Trabalhar com outras pessoas ativa a criatividade, possibilita a troca de conhecimentos e a agilidade no cumprimento de metas e objetivos compartilhados.

Uma equipe pode ser formada por profissionais de várias áreas de atuação. Cada membro sabe o que os outros estão fazendo e sabe da sua importância para os bons resultados. É o trabalho em equipe.

Nesse trabalho, a postura dos integrantes é decisiva para os resultados finais. Cada um representa o todo, e o resultado individual interfere na maneira como o todo é avaliado.

A imagem que fica para o público atendido é que equipe funcionou, ou não funcionou. E se não funcionou, só internamente é possível avaliar onde houve a falha. O cliente, mesmo conhecendo todos os profissionais que fazem parte desse grupo, dificilmente consegue localizar os pontos fracos.

Uma boa imagem para esse tipo de equipe pode ser encontrada nos esportes coletivos. O time ganhou ou não. Não tem como o levantador ganhar sozinho.

Um líder nessa equipe funciona como um agregador, e geralmente é o que consegue olhar ao mesmo tempo o todo e o potencial individual dos participantes. Mesmo assim, o líder nessa equipe é um entre outros.

A terapia ocupacional, enquanto profissão, também pode ser colocada nessa categoria de trabalho de equipe. Uma equipe que tem por objetivo o reconhecimento da profissão. Como somos ainda um grupo pequeno de profissionais, a avaliação que as pessoas fazem da nossa atuação, tende a generalizar para toda a categoria.

A imagem que o cliente forma da profissão está intimamente ligada a imagem que ele construiu do terapeuta que o atendeu. Já ouvi algumas vezes que “terapeutas ocupacionais são sempre muito criativos”.

Uma outra maneira de trabalhar com as pessoas é formando a sua equipe. E nesse caso será um trabalho com equipe, onde todos os membros trabalham para dar suporte ao trabalho do líder.

O líder não será mais um entre outros, e sim o foco e o destino das ações dos outros membros dessa equipe que será formada para servir-lo.

Essa equipe acontece sempre que um profissional busca outras pessoas que facilitem e agreguem valor ao seu trabalho. Ele define objetivos e metas, divide papéis e funções, determina os níveis de autonomia e de relações com o líder.

Esse líder pode inclusive não contar para toda a equipe quais são os objetivos finais do trabalho que está desenvolvendo.

Nessa maneira de trabalhar é o líder que atrai os clientes. É ele que determina quem vai participar e quando, e é o único responsável pelo resultado final. O cliente não percebe os vários profissionais envolvidos nas etapas do trabalho.

O trabalho de um estilista pode servir de exemplo. Ele cria a coleção e contrata para sua equipe um designer de estamparia, um de acessórios, modelistas, costureiros e pessoas para coordenar e gerenciar sua produção. A roupa quando for apresentada ao cliente terá apenas o nome do estilista. O seu trabalho será o único reconhecido pelo público.

Montar essa equipe requer conhecimento das várias etapas do trabalho, sob pena de ter o seu nome arruinado por uma etapa mal feita. É um trabalho hierarquizado e o líder não deve esquecer disso, o grupo depende do trabalho que ele fizer, e não o contrário.

Trabalhando com as pessoas, há momentos em que é preciso ser mais direto e tomar as rédeas da situação, enquanto em outros é necessário se deixar comandar. Especialistas apontam atitudes que devem ser estimuladas na hora que estiver atuando em grupo:

1. Tenha paciência - Procure sempre mostrar os seus pontos de vista com moderação e ouça o que os outros têm a dizer, mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.

2. Aceite sempre as idéias das outras pessoas - é importante saber reconhecer que a idéia do outro pode ser muito melhor do que a sua. Afinal de contas, mais importante do que o orgulho é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar.

3. Não critique os outros membros da equipe - Avalie as colocações do outro, com isenção total sobre suas impressões de caráter. Critique, de forma construtiva, as idéias, nunca a pessoa.

4. Saiba dividir - Não parta do princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Delegar, compartilhar responsabilidades e informação é fundamental.

5. Trabalhe - Lembre-se que dividir as tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente. Colabore.

6. Seja participativo e solidário - Procure dar o seu melhor e ajudar os outros sempre que seja necessário. Da mesma forma, não se sinta constrangido quando precisar pedir ajuda a alguém da equipe.

7. Dialogue - Quando se sentir desconfortável com alguma situação ou função que tenha lhe sido atribuída, é importante explicar o problema para que seja possível achar uma solução que agrade a todos.

8. Planeje - Quando existem várias pessoas trabalhando em conjunto, a tendência natural é que se dispersem. O planejamento e a organização são primordiais para que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz.

9. Cuidado com o pensamento coletivo - Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mudanças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões externas e que aceite a idéia de que pode errar.

10. Aproveite o trabalho em equipe e divirta-se - Todos ganham com a experiência. Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver mais perto de seus colegas, e também de aprender com eles.


Você trabalha em equipe ou com equipe?
 

domingo, 27 de novembro de 2011

Lidando com a raiva

Érima de Andrade

Um estudo que será publicado na revista Psychological Science, mostra que imaginar que o outro teve um dia ruim torna mais fácil lidar com reações agressivas e raivosas.

Buscar dentro de si mesmo um novo modo de olhar para uma pessoa que está com raiva é uma estratégia bastante conhecida. Imaginar que ela está apenas tendo um mau dia e que essa brabeza não tem nada a ver com você ajuda a baixar os ânimos e a evitar conflitos. 

O que a pesquisa da Universidade de Stanford tenta examinar é a velocidade e a eficiência desse processo de reavaliação das emoções do outro.

Para essa pesquisa foram feitos dois experimentos. No primeiro um grupo de participantes foi exposto a uma imagem mostrando um rosto raivoso. A emoção que a foto despertava foi de aborrecimento.

Esse grupo foi posteriormente dividido em dois. Um dos grupos não recebeu nenhuma orientação, e ao ver a imagem pela segunda vez, não manifestou nenhuma mudança em relação à sua percepção original.

O segundo grupo foi convidado a considerar que a pessoa da foto tinha tido um dia ruim. Depois olhavam novamente a imagem e o impacto foi significativamente menor.


No segundo experimento, os pesquisadores monitoraram a atividade cerebral dos participantes. Eles descobriram que o esforço de reavaliar a emoção do outro eliminava os sinais elétricos relacionados às emoções negativas comumente associadas a expressões de aborrecimento.

Jens Blechert, um dos pesquisadores, explica que “pode-se encarar isso como uma espécie de corrida dentro do cérebro entre a informação da emoção inicial e a informação reavaliada. O processamento das emoções acontece de trás para frente no cérebro. A reavaliação é gerada na parte da frente do cérebro e se move até a parte de trás, modificando o processamento da emoção.”

E ele continua, “se você exercitar essa reavaliação, lidar com o seu chefe que está sempre de mau-humor será muito mais fácil e você pode até se preparar com antecedência para determinadas situações. Ele pode gritar e berrar e xingar mas nada disse terá efeito sobre você.”

A pesquisa comprovou que o esforço de reavaliar a emoção do outro é efetivo, e realmente torna mais fácil lidar com as reações agressivas.

E se o raivoso for você? Nesse caso, aprender a rir de si mesmo é essencial. É possível reinterpretar a realidade e nos reinventar.

Monica Portella explica que “geralmente, quando a pessoa consegue encarar com bom humor alguma característica ou condição que antes era encarada como um problema, mostra que ela aceitou e está de bem com o que já foi capaz de causar sofrimento em algum momento de sua vida.”

Uma visão positiva dos acontecimentos torna mais fácil focar nos talentos ao invés dos defeitos. Oswaldo Ferreira Leite Netto explica que “a vida oscila entre identificar capacidades e limites. Esse processo é ininterrupto porque nossas habilidades mudam conforme as fases que passamos. Eu insisto que o ser humano tem uma plasticidade enorme de personalidade. Algumas coisas não conseguimos alterar. Outras são passíveis de mudança, sim.”

A vida não é estática, “precisamos conhecer e lapidar nossos traços fortes no lugar de tentar ser quem não podemos ser”, afirma Monica Portella.

Essa conversa me fez lembrar o inicio da Oração da Serenidade:

“Concede-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que eu posso e sabedoria para distinguir uma da outra – vivendo um dia de cada vez, desfrutando um momento de cada vez, aceitando as dificuldades como um caminho para alcançar a paz.”

Que a sua raiva possa ser transformada.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Editando as lembranças

Érima de Andrade

As emoções determinam suas lembranças. Cada situação que gerou uma lembrança é uma história vivida por você. E ela será alterada sempre que a contar.

Independente de como você viveu a situação, das emoções que experimentou, você vai editar a história ao longo do tempo.

Uma história é composta por vários elementos, o lugar, os personagens, o tema, o enredo e o final.  Em cada história, um fato aconteceu primeiro, que gerou outros fatos e que levou a um determinado final. E mesmo preservando todos esses componentes na memória, durante a recordação, sua história será editada.

Sua experiência de vida vai transformar essa lembrança. A situação que você estiver vivendo no momento de contar a história, também vai influenciar. Para cada ouvinte você vai dar uma ênfase diferente dos momentos vividos nesse dia. E todas essas versões serão absolutamente verdadeiras.

Verdadeiras e diferentes das versões, também verdadeiras, das outras pessoas que estavam na situação. “Aconteceu sim, mas não do jeito que você está contando”... Será que não?

Por exemplo, nessa situação, um jantar surpresa.

Chega em casa depois de um dia exaustivo de trabalho, sente cheiro de comida. Estranha... Afinal não cozinham em casa... Louça, copos e talheres empilhados na mesa da sala. Na cozinha, comida pronta, cheirosa e uma bagunça semelhante à passagem de um furacão depois do incêndio. 

Como essa cena será lembrada?

Num momento amoroso, a cena talvez seja contada assim: Num dia de folga resolveu preparar um jantar surpresa. Surpresa mesmo, por que nunca cozinhou na vida. Nenhuma noção do tempo que levaria preparando tudo. Quando eu cheguei, a mesa não estava posta, a cozinha ainda estava um caos, mas o jantar estava pronto. Foi uma delícia.

Mas se for um momento estressado... Não tinha nada para fazer, estava de folga. Fez o quê? Inventou uma maneira de bagunçar a casa e me irritar. Nunca cozinhou na vida, fez tudo em cima da hora. Cheguei e a comida estava pronta, mas a cozinha estava imunda e a sala desarrumada. Se não podia ajudar, podia ao menos não ter atrapalhado.

Se aconteceu uma separação rancorosa entre essas pessoas, talvez a cena seja lembrada assim, cheia de detalhes: Um jantar surpresa... dá para imaginar uma idéia mais estúpida de alguém que nunca cozinhou na vida?

Sujou a cozinha toda, a comida respingou da panela, queimou o fogão, sobrou uma montanha de lixo. Usou tanta cebola que a casa ficou dias fedendo. A roupa que já estava quase seca no varal precisou ser lavada de novo. Aquele cheiro não dava... Nem a faxineira deu conta de arrumar tudo em um dia.

Leu na receita sal a gosto e resolveu que era uma colher cheia. O cheiro uma delícia. Mas ninguém se alimenta de cheiro. O sabor? Salgado. Um dinheirão jogado fora, uma comida que não dava para comer. Nunca bebi tanta água numa refeição. Levantei a noite inteira para fazer xixi.

Mas se deixar que a tragédia depois de um tempo vire comédia, provavelmente essa história vai ser contada entre gargalhadas: E aquele jantar?... Foi marcante. Mas no dia... Quando olhei a cozinha tive vontade de fugir.

Que coisa... Eu querendo chegar em casa, descansar, dou de cara com um amontoado de coisas na sala. Achei que tinha acontecido algum acidente com o armário... Você estava de folga, sei lá... resolveu pintar tudo... pensei um monte de coisas...

Mas aí, senti o cheirinho... Cheguei a me emocionar. Até que vi a cozinha, um caos! O que era aquilo!?!? Você experimentou todas as travessas da casa para ver em qual delas o prato ficaria mais bonito. E deixou tudo sujo. Não tinha espaço livre em cima de nada.

Tinha papel e mais papel colado na geladeira com o “cardápio” que você pesquisou na internet. O lixo parecia uma montanha. Não sei como ainda não tinham ratos e baratas andando por ali... Era o que faltava naquele cenário.

Uma comida salgada, mas a gente insistiu em comer. Terminamos o dia organizando a cozinha para garantir, ao menos, um lugar limpo e livre, para o café da manhã.

Com todo seu empenho, ainda assim, foi a noite menos romântica da minha vida. Mas foi muito engraçado.

Como são as suas lembranças? Independente de como as viveu, você pode escolher que lembrança alimentar, aquela que você vai repetir mais vezes. Qual a versão da história que você normalmente escolhe preservar?

“Leve na sua memória, para o resto da vida, as coisas boas que surgiram nas dificuldades. Elas serão uma prova de sua capacidade, e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo.” Chico Xavier