domingo, 30 de junho de 2013

Mudei!

Querido amigo, querida amiga,

meu consultório agora é na Estrada Francisco da Cruz Nunes, 6.501 , no Itaipu Multicenter, 3° piso, sala 308, Itaipu, Niterói – RJ, cep 24350-310 .

Continuo atendendo com hora marcada, agora pelo email erimadeandrade@ig.com.br, ou pelos telefones 21 26099092 e 21 79533133.

Querido amigo, querida amiga, como você está? Existe satisfação no seu atual momento de vida? Você sabe, tudo o que você já viveu, ajudou a moldar quem você é hoje.

Compreenda meu amigo, minha amiga, que tudo pode mudar, e que qualquer fase da sua vida, é interessante para toda e qualquer reciclagem.

O que você está vivendo agora? Você tem virtudes que não estão sendo praticadas? Quais são as suas qualidades? O que lhe falta para ser uma pessoa ainda melhor? Você precisa de ajuda para repensar os erros que se repetem na sua vida?

Em qualquer fase da vida você pode superar seus desafios e desenvolver as suas qualidades. Então, observe com amorosidade o caminho que percorreu para chegar até aqui, e responda: onde você deseja ir daqui em diante? Você não tem como corrigir o passado, mas, com consciência e amor-próprio, encontrará maneiras de tomar iniciativas que modifiquem o seu presente e o seu futuro.

Permita-se à mudança, busque os novos caminhos e conte comigo. Em qualquer processo terapêutico você tem a possibilidade de pensar sobre a sua própria vida, de compreender seus processos internos, de conquistar independência emocional e ser mais feliz.

Se quiser ajuda neste processo de autodescoberta, eu estou aqui. Vamos juntos por esse caminho aplaudindo suas vitórias e perdoando-se por suas derrotas. O sucesso e a plenitude estão ao seu alcance e só dependem de você.

Seja muito bem vindo.

Érima




quinta-feira, 27 de junho de 2013

Despedida

"Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas,
que já têm a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e,
se não ousarmos fazê-la, teremos ficado,
para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa

Queridos,
esse é um email de despedida. A maioria de vocês eu não encontro durante a semana, então seguem notícias por aqui mesmo.
Por sugestão da Vania, procurei uma sala mais adequada para meus atendimentos. Custou mas eu achei. A partir de julho vou atender na sala 308, aqui mesmo no corredor. Ou seja, a partir de julho não serei mais do Espaço Corporal, serei vizinha do Espaço Corporal.
É uma mudança e tanto. Vou para uma sala adequada, pequena, confortável, sem telefone e sem secretária. Isso significa que não encontrarei mais ninguém, “por acaso”, na sala de espera. E acredito que será dessas conversas não programadas, desses encontros nos corredores que sentirei mais falta.
Não sei quanto tempo fiquei no Espaço, mas valeu cada momento. Obrigada pelas trocas, obrigada pela companhia, obrigada pela amizade. A todos e a cada um de vocês, a minha gratidão.
Nos vemos por aí, ou quando combinarmos um chá, um café, lá na sala, aí no Espaço, no meio do corredor.
Continuo atendendo com hora marcada, agora pelo email erimadeandrade@ig.com.br, ou pelos telefones 21 26099092 e 21 79533133. Por favor anotem para que não percamos o contato.
Um beijo grande,
Érima

Que as mudanças possam acontecer!

sábado, 22 de junho de 2013

Pecados

Érima de Andrade

Os budistas tem um conceito chamado caminho do meio que é uma abordagem equilibrada da vida e do comportamento das pessoas.

Em relação aos sete pecados capitais, segundo a matéria escrita por Joe Kita, O lado luminoso do pecado, na revista Seleções, os pesquisadores do comportamento concordam com os budistas: o melhor é mesmo o caminho do meio.

Vejamos, por exemplo, a ira. A ira, quando é construtiva, pode ter um impacto positivo na carreira de uma pessoa. Um estudo da Universidade de Michigam mostra que enquanto quem engole a frustração têm o triplo da probabilidade de admitir que se desapontou e que não tem mais chance de progredir; quem reconhece sua raiva, pode alimentar a ambição, influenciar negociações, inspirar sensação de controle e ter um status mais alto.

Estudos também mostram que a supressão crônica da raiva pode provocar pressão alta, doença cardíaca, depressão e transtornos do sono. Quando a raiva sai, solta-se o vapor emocional da panela de pressão da vida. Isso não significa, de maneira alguma, que você está autorizado a ser agressivo com quem quer que seja. A raiva construtiva é aquela que dá limites e não a que agride. E se você vive respondendo as situações quando elas acontecem, os limites vão sendo dados sem que haja um depósito de raiva prestes a explodir. Esse é o caminho do meio.

E a avareza? Segundo J. Keith Murnigham, professor da Escola Kellogg de Administração, a avareza tem algumas qualidades redentoras: “quando estimula as pessoas, como nos sistemas capitalistas, tem valor positivo,” diz ele.

As pesquisas mostram que, quando buscamos e adquirimos o que desejamos, nos sentimos ótimos. Isso tem potencial de fazer bem à saúde e à felicidade não só da própria pessoa, mas também à dos que a rodeiam, como família, amigos e, dependendo da empresa, acionistas e sociedade.

A avareza a ser evitada não é essa que estimula o crescimento, e sim a do desejo insaciável de acumular riqueza que resulta em esquemas de pirâmide, bolhas no mercado de imóveis e crises bancárias. A avareza no caminho do meio contribui para o progresso das pessoas.

Inveja. Pesquisadores holandeses verificaram que a inveja benigna nos motiva a melhorar. E um estudo da Universidade Cristã do Texas mostrou que quando ficam com inveja, os indivíduos têm mais concentração mental.

O livro O caminho do Artista, de Julia Cameron, ensina a fazer o mapa da inveja que converte a inveja maldosa, o pecado clássico, numa inveja benigna, uma vitória em potencial.

Eis o mapa: numa folha de papel faça três colunas intituladas Quem? Por quê? E daí? Depois responda as perguntas escrevendo o nome da pessoa, o porquê e o que pretende fazer a respeito. A inveja passará a ser um chamado a ação, uma ferramenta que motiva, em vez de ser um ódio venenoso. Ou seja, esse exercício é um convite para levar a inveja para o caminho do meio. A escolha é sua.

Preguiça. Pesquisas mostram que a velocidade dos pedestres, do mundo inteiro, aumentou 10% desde o início da década de 1990. Mas aonde toda essa pressa está nos levando?

Ir com calma faz bem em vários setores da vida. Uma pesquisa revela que a falta de sono desorganiza hormônios que atuam na regulação do apetite. Adultos que dormem cinco horas ou menos por noite têm probabilidade 55% maior de serem obesos.

Devanear também tem seu lado bom. Algumas das maiores descobertas aconteceram quando não se fazia nada, como Newton sentado debaixo da macieira. Pesquisadores da Universidade da Califórnia constataram que quem deixou a mente divagar durante 12 minutos teve, numa tarefa criativa subsequente, desempenho 41% melhor do que quem não divagou.

E a meditação, que tem seus benefícios reais comprovados em várias pesquisas, entre elas uma da Universidade de Washington que mostrou que quem treinou meditação por oito semanas conseguiu se concentrar durante mais tempo e sem ansiedade do que os que não meditaram, é um belo programa de bem-estar.

Chrissie Wellington, tetracampeã do Ironmam, maior prova de triatlo do mundo, percorre milhares de quilômetros por ano para se manter em forma, e afirma que fazer nada é tão importante quanto todo o treinamento.“Normalmente, tiro dois dias de descanso total por mês”, diz ela. “Assumo a posição bumbum-no-sofá. Não é tempo jogado fora. O corpo precisa de uma pausa para consolidar o que ganhou com o treinamento. Descansar me deixa melhor, mais rápida, mais forte e mais resistente.”

E você, como coloca na sua vida, a preguiça no caminho do meio?

Soberba. Para Jon Katzenbach, assessor empresarial, numa empresa, o motivador mais poderoso que o dinheiro é o orgulho. Diz ele, “basta olhar os funcionários de organizações extraordinárias com a Apple. O comprometimento emocional, e não a obediência lógica, é o que determina o serviço excepcional, a inovação, a dedicação dos funcionários e, em última análise, o sucesso.” Ele acrescenta que “ter orgulho do próprio trabalho é o segredo que motiva funcionários a obter o máximo desempenho.”

Estudos mostram que o orgulho voltado para realizações cria sentimentos de otimismo e valor. É motivador e resulta em maior perseverança e desenvolvimento pessoal. Pesquisadores especulam que a dignidade e o respeito próprios que vêm com o orgulho voltado para realizações promovem o bem-estar, uma potente vacina da vida.

Entre várias minorias populacionais, o orgulho étnico foi relacionado a mais saúde mental, notas mais altas, menor uso de drogas, redução da violência e risco mais baixo de doença cardíaca. O orgulho aqui promove liderança e admiração, diferente da soberba que é a pretensão de superioridade sobre as demais pessoas.

Esse é o caminho do meio da soberba, quando as pessoas diferentes se juntam e se aprimoram.

Gula. Quase metade da população brasileira está acima do peso, segundo pesquisa do Ministério da Saúde em 2012, e pode parecer que a gula não tem nenhum lado bom. Mas tudo tem um lado bom. Cientistas da Universidade de Tel-Aviv constataram que acrescentar uma pequena sobremesa a um desjejum balanceado facilita o emagrecimento.

Como? Simples. Imagine um painel que tenha um marcador que mede a força de vontade. Quando a agulha mostra o tanque cheio, é sinal que você ignora todos os alimentos gordurosos. Mas cada vez que você se sente tentado por alguma coisa e usa a força de vontade para evitá-la, a agulha caí um pouquinho. Depois de um dia inteiro se controlando, o tanque da força de vontade se esvazia, e é por isso que você mergulha de cabeça num pacote de biscoitos. O que os pesquisadores descobriram é que uma pequena gratificação, mantém aquela agulha no ponto máximo e, ao longo prazo, fortalece a força de vontade.

Por outro lado, para atletas de resistência que queimam 9 mil calorias ou mais por dia nos treinos, ser guloso é a única maneira de manter o nível de energia.

Então se você não se movimenta o suficiente para queimar as calorias ingeridas ao longo do dia, o caminho do meio para você será a pequena gratificação, que pode ser um biscoito doce no café da manhã, ou uma ou outra refeição mais gordurosa de vez em quando. O importante é se observar, reconhecer onde estão seus excessos e aprender a lidar com eles.

Luxúria. Segundo uma pesquisa da Universidade de Amsterdã a luxúria provoca no cérebro mecanismos de pensamento analítico, o que faz as pessoas se concentrarem melhor no presente e nos seus detalhes, pois para a luxúria o que funciona é o “quero agora!” O amor, em comparação, provoca pensamentos de longo prazo e criatividade.

Isso significa que a luxúria é capaz de mostrar com mais clareza as falhas nas suas relações e ajuda a buscar as soluções, enquanto o amor pode ficar esperando que tudo mude.

Também segundo pesquisadores holandeses a luxúria amortece a resposta natural de nojo das mulheres. As mulheres sexualmente excitadas demonstram menos nojo do que as que não estavam. Portanto, segundo eles, se a mulher estiver mais amorosa, o homem não precisa se esforçar demais para ser glamouroso.

Em termos gerais, não há dúvidas de que a luxúria sexual pode ser destrutiva, mas a luxúria vital é virtuosa. Como ressalta o filósofo Simon Blackburn no livro Luxúria, ela é uma afirmação da vida. É revigorante, divertida e poucos estaríamos aqui sem ela. Joe Kita escreveu “como acontece com todos os Pecados Capitais, ser mortal ou não depende de uma questão: se nós a controlamos ou ela nos controla”.

E na sua vida, quem está no controle, você ou os seus pecados?


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Felicidade

Érima de Andrade

A felicidade é a soma das pequenas felicidades.” Recebi um email com essa frase. A essa altura da vida eu sei que é uma frase absolutamente verdadeira. Mas já fui alguém que esperava a felicidade eterna, a felicidade “quando tal coisa acontecer”...

Vantagens da maturidade e da auto-observação: eu percebo a felicidade no momento que ela acontece. E sei que estou sendo feliz até por uma coisinha bem pequena, que junta com outra, e mais outra, e percebo que tive um dia especialmente feliz.

A felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro. Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir... São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte, e até grandes (ainda que fugazes) alegrias,” escreveu Leila Ferreira.

A maioria de nós cresceu esperando viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes. Mas esses são prazeres fantasiosos, de alegrias fantasiosas. A festa de réveillon é linda, grande, maravilhosa, mas a festinha no consultório também é muito boa. É preciso aprender a apreciar esses prazeres mais simples, que nos ensinam que podemos viver momentos ótimos, sem precisar esperar até que um fato mágico nos faça felizes.

Esperar para ser feliz ... Aquela história de quando eu ganhar na loteria, quando eu me casar, quando tiver filhos, quando meus filhos crescerem, quando eu me formar, quando eu tiver um emprego fabuloso ou quando encontrar alguém que me mereça. E hoje, como ser feliz hoje?

Aproveitando o momento! Olhe ao seu redor e perceba quanta coisa você vive, tem, sabe que lhe traz felicidade.

Que tal pensar em ter uma vida positiva em vez de viver eternamente em compasso de espera por essa tal felicidade?

O que é uma vida positiva? É viver o que o momento lhe oferece, viver no momento que está acontecendo, viver no presente sem “quandos” e sem “ses”. Viver sem pensar em “quando isso acontecer” ou “se aquilo tivesse acontecido”...

A vida é muito boa para deixar passar de qualquer jeito. Então viva com luz, amor, saúde, prosperidade, paz e tudo de bom que a vida pode lhe oferecer a cada momento!

Faça um compromisso consigo mesmo: seja feliz com o que a vida lhe oferece. 

É o que desejo para cada dia de sua vida. Que você descubra as alegrias, os sorrisos, os amigos, os amores, a paz, as conquistas e todo apoio que Universo lhe oferece quando as coisas não caminham como você gostaria.

Que você seja pleno de momentos felizes.



domingo, 16 de junho de 2013

Imprevistos

Érima de Andrade

Essa semana foi a semana dos imprevistos.

E com três pessoas diferentes.

A primeira: uma professora de escola pública, que programou uma ida ao cinema com os alunos.

Quem é mãe de aluno, ou professora, sabe que essas coisas demandam tempo e organização. Os alunos precisam da autorização dos pais, a escola precisa reorganizar o calendário para que o conteúdo não seja prejudicado, os alunos precisam, mais que nunca, colaborar.

Todas as etapas cumpridas, chegam ao cinema e descobrem que não está mais passando o filme que haviam programado....

A segunda história é de uma senhorinha que acordou sentindo um calo na sola do pé. Tão incomodada estava que precisou ser atendida numa emergência.

A terceira aconteceu comigo: estava lavando a louça em casa e a pia caiu. Como aprendi depois, não foi a pia que caiu, foi a cuba da pia.

O que temos em comum além de nos vermos diante de fatos totalmente inesperados? Fomos em frente.

Como escreveu Martha Medeiros:“Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.”

Aceitamos o improvável na nossa realidade e fomos em frente.

Os alunos aproveitaram o passeio, fizeram um lanche e voltaram para escola para conversar sobre o que aconteceu.

A senhorinha, medicada, marcou uma consulta com o dermato e tratou de colocar em dia todos os compromissos.

Minha pia descolou mas não se soltou. Coloquei um balde para mante-la estável e liguei para o bombeiro hidráulico, que no dia seguinte passou aqui em casa para recoloca-la.

É um transtorno? É. Mas também é uma escolha: reclamar ou seguir em frente?

De um modo geral, nós gostamos de planejar. É tranquilizador fazer planos, organizar a agenda, perceber que vai dar tempo de fazer tudo. A vida organizada é uma tranquilidade.

Mas a vida não acontece sempre como nós queremos. O que fazer? Como lidar com imprevistos? E se os imprevistos não puderem ser contornados? Como lidar com uma mudança definitiva que você não escolheu?

Nós podemos escolher como agir quando os imprevistos acontecem. Podemos escolher fingir que nada aconteceu, negar a existência do problema. Podemos ignorar o que estamos sentindo, ignorar a nova realidade, alimentar uma louca esperança de que tudo vai se realizar conforme o planejado, como se nada tivesse mudado e tudo dependesse exclusivamente da nossa atuação.

Essa escolha faz com que soframos ainda mais, nos mantém agarrados a uma visão distorcida dos fatos, presos numa teia de sofrimentos e mentiras.

Também podemos escolher viver as emoções associadas ao acontecimento e contornar o obstáculo, mesmo que isso implique algum tempo e muita energia. Essa é uma escolha que nos mantém do controle da situação, e só é possível quando estamos bem com nosso interior.

Autoconfiança e autoestima podem dizer muito sobre como as pessoas são capazes de enfrentar desafios e lidar com frustrações. As pessoas com autoestima elevada tendem a ser mais seguras, têm mais energia, motivação e iniciativa. Enxergam situações novas como desafios e não ameaças.

Estudos indicam que pessoas que se sentem bem em relação a si mesmas têm menos insônia, são mais persistentes e, em geral, mais felizes. Já aquelas que se sentem aquém de suas esperanças são mais vulneráveis à depressão e ansiedade”, explica Lilian Pisani Leite.

Mas, de onde vem e como fortalecer a autoconfiança e a autoestima?

Se observando, se conhecendo, se respeitando. Se conhecendo e respeitando quem você é menos conflitos internos você tem, e melhor você irá se relacionar com os imprevistos e as mudanças. Esse é um exercício contínuo para alimentar sua autoestima, sua autoconfiança, e depende apenas de você e da sua atenção.

A viagem ao autoconhecimento é feita aos poucos de maneira ilimitada, com persistência, assiduidade e paciência.

E ela é uma escolha.



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Festas caipiras

Érima de Andrade

O melhor de junho são as festas juninas, momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: Santo Antônio, dia 13, São João, dia 24 e São Pedro, dia 29. São festas tão boas que em alguns lugares continuam por todo mês de julho.

Festas juninas são celebrações católicas que acontecem em vários países e que são historicamente relacionadas com a festa pagã do solstício de verão, no hemisfério norte, e de inverno, no hemisfério sul, que era celebrada no dia 24 de junho. Tal festa foi cristianizada na Idade Média, se tornando a Festa de São João, e depois passou a celebrar também os outros santos católicos desta mesma época São Pedro e São Paulo, e Santo Antônio.

A nossa festa têm origem em países católicos da Europa, e foram trazidas para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial. E desde lá, já havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses.

Da França veio a dança marcada que influenciou as quadrilhas. Da China veio a tradição de soltar fogos de artifício. E da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas, e é ainda hoje, o traço comum que une todas as festas de São João europeias, da Estônia à Portugal, da Finlândia à França.

As tradições fazem parte das comemorações e hoje em dia, entre os instrumentos musicais que normalmente podem acompanhar a quadrilha, encontram-se o acordeão ou sanfona, pandeiro, zabumba, violão, triângulo ou ferrinhos, cavaquinho, reco-reco etc. Não existe uma música específica que seja própria a todas as regiões. A música é aquela comum aos bailes de roça, em compasso binário ou de marchinha, que favorece o cadenciamento das marcações.

Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.

Na região Nordeste, é comum a formação dos grupos festeiros, grandes ou pequenos, reunidos no arraial, que é um largo espaço ao ar livre cercado ou não, usado nas festas caipiras. Essa festa reúne a comunidade com fartura de comida, quadrilhas, casamento matuto e muito forró. Geralmente, o arraial é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro ou bambu. Nos arraiais, acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos matutos.

Nas festas do Brasil caipira, ou seja, os estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás e em toda região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.

Se animou para participar de alguma festa? Então vista o seu traje “matuto completo” e vá se aquecendo ao som de “Isto é Lá Com Santo Antônio” de Lamartine Babo:

Eu pedi numa oração
Ao querido São João
Que me desse um matrimônio
São João disse que não!
São João disse que não!
Isso é lá com Santo Antônio!
Eu pedi numa oração
Ao querido São João
Que me desse um matrimônio
Matrimônio! Matrimônio!
Isto é lá com Santo Antônio!
Implorei a São João
Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio
São João ficou zangado
São João só dá cartão
Com direito a batizado
Implorei a São João
Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo Antônio
Matrimônio! Matrimônio!
Isso é lá com Santo Antônio!
São João não me atendendo
A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso
Disse o velho num sorriso:
Minha gente, eu sou chaveiro!
Nunca fui casamenteiro!
São João não me atendendo
A São Pedro fui correndo
Nos portões do paraíso
Matrimônio! Matrimônio!
Isso é lá com Santo Antônio”







domingo, 9 de junho de 2013

Escolhas e decisões

Érima de Andrade

Já repararam que quando alguém não quer tomar uma decisão, ou não quer mudar, responde alguma coisa parecida com
“eu não tenho tempo”, ou “eu não consigo”, ou “eu cansei”?

“Eu não tenho tempo”, “eu não consigo”, “eu cansei”, são algumas das várias maneiras de se desresponsabilizar da própria vida. Na verdade o que estão dizendo é “eu não quero tomar decisões”.

Como ajudar quem se paralisa dessa maneira?

As pessoas que sempre respondem “eu não tenho tempo”, “eu não consigo”, ou “eu cansei”, além de se paralisarem e não alterarem a situação que estão vivendo, geram impotência em quem está por perto e deseja ajudar.

O que argumentar com quem sempre responde “eu não tenho tempo”? Alguém que está infeliz com a situação de vida atual, mas “não tem tempo” para nenhuma alternativa?

Pessoas tão angustiadas com o que vivem que enchem a agenda, profissional e pessoal, de tal maneira, que “não tem tempo” para tomar atitudes que modifiquem a situação hostil que estão vivendo. Acreditam que estão mesmo listando obstáculos reais e não apenas se desresponsabilizando. Estão atribuindo as falhas, e até os acertos, a uma série de fatores externos sem sequer avaliar a sua participação nesses acontecimentos. Elas não tem tempo.

Tempo é uma questão de escolha, de preferência, é uma opção. Se estou infeliz, e com a agenda cheia, me cabe decidir escolher o que fazer: reclamar ou rever minhas prioridades? “Eu não tenho tempo de olhar para isso”.... Que pena... só olhando é possível modificar.

E o “eu não consigo”? Quem responde sempre “eu não consigo” está tão mergulhado na insegurança que, mesmo infeliz com a própria vida, prefere não mudar. E, nesse caso, o “eu não consigo” pode ser lido como “eu não quero”. E se responde sempre “eu não quero”, como viver diferente?

“Eu não consigo” vem muitas vezes acompanhado de uma total falta de resistência a frustração. Se não sair do jeito “perfeito” que imaginam, reforçam a crença de “não conseguir” que frustra, perturba, paralisa e impede qualquer mudança. Escolhem não agir sempre que a situação não corresponde exatamente à ideia “perfeita” de como as coisas devem ser.

A perfeição não existe. Como humanos somos perfeitamente imperfeitos. Quem persegue a perfeição está perseguindo o impossível. E quem quer o impossível será sempre impotente. “Eu não consigo”, então não tento, não faço, não modifico, não vou em frente... E o “eu não consigo/eu não quero” vira a resposta automática, vira o refúgio seguro que protege do medo de crescer e se responsabilizar por sua própria existência.

É preciso se dar permissão para errar, espaço para aprender com o erro, e para crescer com as experiências resultantes das suas escolhas. Como explica essa historinha:

- Mestre, como faço para me tornar sábio?
- Boas escolhas.
- Mas como fazer boas escolhas?
- Experiência - diz o mestre.
- E como adquirir experiência, mestre?
- Más escolhas.”

Não tem um caminho mágico. Nossas experiências são a base da nossa história e da nossa segurança. É possível agir, errar, aprender com o erro, e seguir em frente.

“Eu cansei”... O “eu cansei” faz sempre as mesmas coisas, mas espera resultados diferentes. Se perguntam “A”, responde “B” e obtém a situação “C”. Mas insistem em esperar que a sua resposta “B” leve para situação “G”, “H”, “F” magicamente...

Não entendem que cada um tem a sua parte numa situação, ignoram como as suas escolhas determinaram a vida que vivem hoje. Cansou, na verdade, de esperar que as pessoas mudem de atitude, por que, é claro, estão sempre certos, a culpa é sempre do outro, “eu cansei”...

São capazes de mudar de endereço para viver uma “vida nova”, mas não mudam suas ações. Acreditam realmente que estão certos, e não percebem que colocam no outro a responsabilidade sobre a sua felicidade e independência. Conclusão? Em qualquer lugar que morem vão construir relações onde a pergunta “A” leva a resposta “B” que cria a situação “C”, esperando que a situação mude para “G”, “H” ou “F”...

Não tem saída. Quer viver uma vida diferente da que vive atualmente? É preciso mudar e se responsabilizar por suas ações. É preciso reconhecer e aceitar as suas escolhas. É preciso se comprometer com a mudança.

Questione-se sempre, "porque eu não tenho tempo"? "O que me impede de conseguir"? "Do que eu me cansei"?

É por meio do questionamento que vai ser possível evoluir e se desenvolver. Para onde você deseja ir daqui em diante? Perceba que você tem escrito o roteiro de sua vida e, portanto, é o único que pode decidir para onde vai, e como chegar lá.

Decida, escolha, siga em frente. Mude. Comece hoje mesmo a transformar seus sonhos em realidade. A vida sempre responde as suas ações.

Não esqueça que mudar não significa fazer tudo diferente de uma vez só. Comece com um primeiro pequeno passo. Veja como se sente, sinta-se confortável nessa nova posição, ganhe confiança em você, e dê mais um passo.

Lembre-se de se responsabilizar: quebrou, conserte; sujou, limpe; errou, aprenda; magoou, peça perdão.

Aplauda as suas vitórias e desculpe-se pelas derrotas. Saiba que a sua melhor versão já existe e está dentro de você. Apodere-se dela.

As mudanças acontecem devagar, portanto seja perseverante em tudo que se propuser a fazer.

Em qualquer situação que você esteja vivendo, lembre-se, você tem ao seu alcance tudo aquilo de que precisa para seguir adiante com amorosidade e positividade.


Eu lhe desejo: boas escolhas!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Natureza

Érima de Andrade

Eu sempre digo, brincando, que moro debaixo da mangueira. Com esse site, o Google Earth, que usa fotos de satélite para localizar países, cidades e até ruas, descobri, é verdade! Eu moro mesmo debaixo da mangueira! Aparece uma merrequinha de telhado da minha casa na foto...

Eu e todo mundo por aqui, segundo o site, mora dentro da floresta. Quase não se vê telhados. Pela foto, a casa de uma amiga minha não existe, não aparece nenhum pedaço do telhado, só as árvores. Se eu não soubesse que ela mora ali, pensaria se tratar de um terreno vazio.

Ah, as alegrias e vantagens da vida em contato com a natureza...

Uma das vantagens de morar num lugar assim, tão cheio de árvores e perto da reserva, é a convivência com os animais, esquilos, gambás, morcegos, micos...

Minha casa era passagem obrigatória de um bando de micos. Eles passavam no início da manhã e de novo, no fim da tarde. Gostavam especialmente das mangas e das amoras que colhiam no meu quintal. Passavam, por que com o fumacê se acumulando nas cascas das frutas, eles foram atrás de alimentos um pouco menos envenenados... espertos eles....

Um dia nosso gato caçador Willy, batizado assim, por minha filha, em homenagem a baleia, teve a infeliz ideia de caçar um mico. Conseguiu, e correu com ele para a área de serviço. A reação do bando foi assustadora! Os micos enlouqueceram! Gritavam, berravam, pulavam de cima dos galhos e dos telhados ao redor da casa. A impressão que dava, era que iam invadir!
Por via das dúvidas, fechei a casa toda...

O “protesto” durou bem uns dez minutos, e deu resultado. Willy agora se limita a caçar pássaros, baratas, lagartos, desistiu dos micos...

Pássaros aliás, também são refeição para os micos. Minha filha comprou um casal de canários, e colocou a gaiola pendurada numa árvore do quintal. Pouco tempo depois ouvimos os pássaros fazendo um escândalo, seguido por outro escândalo feito pelos micos. Injustamente achamos que era Willy atacando de novo... Não era. Eram os micos tentando abrir a gaiola dos canários!

Minha filha fez um escândalo maior que todos eles juntos e acabou com aquela bagunça.
E desistiu dos pássaros.

Agora limita-se a cuidar do aquário.

Ela tem uma estranha atração por peixes com intolerância a luz, peixes com hábitos noturnos. Não sei qual a graça de comprar peixes que passam o dia escondidos dentro dos troncos e dos outros enfeites do aquário, mas ela se diverte explicando aos visitantes como eles são. Ninguém vê, mas eles acreditam... Vai entender... ela fica feliz com essa história.

A mais recente aquisição foi uma lagosta azul. O rapaz na loja explicou que um dia ela ia olhar para o aquário e achar que a lagosta tinha morrido. Mas na verdade, o que ela ia ver, não seria a lagosta e sim a casca dela. Ela cresce e troca de casca. É verdade, acontece assim mesmo, a casca fica inteirinha!

O que ele não explicou, é que ela “escala” o vidro do aquário. E um dia, após esquecer a tampa aberta, demos de cara, com aquele bicho, parecido com uma aranha azul, passeando pela casa. Não exatamente pela casa, ainda perto do aquário, na sala... mas é nojento do mesmo jeito...


Sorte dela que Willy não viu, ia acabar rapidinho com essa novidade...

domingo, 2 de junho de 2013

Do facebook

Érima de Andrade

Resolvi “colecionar” textos do facebook que no momento em que eu li, me fizeram pensar. São textos escritos por amigas, pensadores e até de páginas, que provocaram em mim uma reflexão, e por conta disso, alguns me transformaram.

Espero que se tornem especiais para você também.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que se coloca a postos para ouvir suas dúvidas, e que dá uma sacudida em você quando for preciso.(...)
Sente-se amado aquele que não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão.
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro. Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.” Arnaldo Jabor

A oportunidade escondida dentro de cada crise não se manifesta, até que sejam conhecidos e aceitos todos os fatos, de qualquer tipo, relacionados a uma situação. Enquanto você negá-los, tentar fugir deles ou desejar que as coisas sejam diferentes, a janela da oportunidade não se abre, e você permanece preso àquela situação, que vai continuar a mesma ou vai se deteriorar mais adiante.” Eckhart Tolle

"No início, focando o conteúdo das oscilações, ficamos aborrecidos e descrentes de qualquer mudança. Parece que somos aquele ser envolvido em pirraça e lamentações. E quando o brilho retorna, parece que somos aquele ser capaz de ajudar... e momentos depois parece que nunca fomos nem seremos isso, somos apenas uma criança birrenta reclamando da vida... Afinal, quem somos?
Os ensinamentos, e a própria vida, vão nos apontando, com ou sem gentileza, que somos essa mobilidade. Somos essa capacidade de ser de muitos modos. Somos essa vastidão de possibilidades. Descobrimos encantados que não somos os personagens. Somos a central de produção dos personagens. Somos a liberdade de viver e manifestar tantos seres." Teresa Bessil

Ao criticar, fale sobre alguma situação ou atitude, não sobre a pessoa. Estimule os familiares a falarem da raiva que sentem, mesmo que seja de você. Quando as pessoas são sinceras, permitem que você as ajude a superar e entender melhor o que está acontecendo.” Personare

Dizer sim quando quero dizer não é dar mais valor aos outros do que a mim, é não colocar meus limites, e isso é não me respeitar. É o mesmo que dizer que o que eu sinto não vale nada, que os outros podem passar por cima de mim à vontade. E eles passam, sem dó nem piedade.
Hoje estou aprendendo a dizer não. Quando não quero alguma coisa, simplesmente digo não. Sem raiva nem emoção. Um não é só uma negativa. É nosso limite. Um direito que temos de decidir o que desejamos ou não fazer. A isso se dá o nome de dignidade. Quando nos colocamos com sinceridade, dizendo o que sentimos, somos respeitados.” Zíbia Gasparetto

O movimento de pedir desculpas para alguém só tem valor se for verdadeiro, o que significa que existe um sincero arrependimento. As lágrimas de arrependimento têm um poder imensurável, pois elas iluminam o perdão e te libertam do passado. A compreensão é a semente, o arrependimento é a flor, e o perdão é o perfume da flor." Sri Prem Baba

‎‎"É fácil amar o outro na mesa de bar, quado o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. Paralisa. Se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja. Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro. Difícil é amar quem não está se amando. Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente."Ana Jácomo

Você sabia que a gratidão é o passo anterior ao amor? Quando sentimos gratidão, nosso coração fica pronto e aberto para receber e, principalmente, para espalhar o amor. Dessa forma, a amorosidade flui num ciclo sem fim.
Por isso, agradeça sempre que possível. Seja grato a quem está ao seu redor, aos fatos cotidianos, às possibilidades infinitas de escolha, às chances de mudança e aos aspectos sobre si mesmo que você tem trabalhado para transformar. Ao colocar a gratidão em prática, estará pronto para participar desse círculo de amor ininterrupto. Experimente.” Heloisa Capelas

Se eu tomo alguma coisa para ser feliz? Sim... decisões!” Márcia Alves