quinta-feira, 28 de junho de 2012

Saudações dos Quatros Cantos

Érima de Andrade

Recebi de uma amiga esse texto Saudações dos Quatros Cantos.
Achei que fecha com chave de ouro nossa conversa sobre a Rio+20.

Boa leitura!

"Eu saúdo os meus ancestrais.
Que eles possam me abençoar, e ligar sua sabedoria e riqueza ao meu presente.

Eu saúdo os encantados do Norte, a Força do elemento Terra. Que todos os seres da Terra, me circundem e protejam, trazendo com eles todas as virtudes contidas na Terra.

Eu saúdo os encantados do Sul, a Força do Elemento Fogo. Que todos os Seres do Fogo, me circundem e queimem todas as coisas ruins de minha vida, e que tragam o calor e a força da vida para meu espírito.

Eu saúdo os encantados do Leste, a Força do Elemento Ar. Que todos os Seres do Ar, me tragam a sua sabedoria e seu frescor, acalmando minha alma, e soprando para bem longe, todas as minhas fraquezas, e que sobre só a leveza.

Eu saúdo os encantados do Oeste, a Força do Elemento Água. Que todos os espíritos da água, as ondinas, yaras, as Grandes Mães das Águas, me tragam suavidade e amor. Que todas as coisas ruins do meu espírito sejam lavadas. Que a leveza e sabedoria das Grandes Mães estejam sempre comigo.

Eu saúdo todos os encantados da natureza!"

domingo, 24 de junho de 2012

Horta comunitária

Érima de Andrade

Aqui no condomínio temos uma horta comunitária. Ela fica num pedaço de terreno bem ao lado da quadra de esportes. Um funcionário cuida dela nas manhãs das 2°, 4° e 6° feiras. No local, mantemos um mural atualizado com todas as informações para uma colheita consciente e qualquer outra noticia referente à horta, inclusive a maneira de usar as ervas medicinais disponíveis.  

Periodicamente nos encontramos na horta numa manhã chamada de “Voluntário do Vale – Trabalho, Convívio e Divertimento”. São encontros que duram em torno de três horas, com o objetivo de trabalharmos juntos, nos divertimos e gerarmos benefícios para todos nós.

Nessas ocasiões, o convite que chega para todos os moradores, vem trazendo a programação do dia. São atividades para todas as idades, onde nos conhecemos melhor, compartilhamos um lanche, tiramos dúvidas e aprendemos.

Hoje nossa agenda de tarefas foi:

- pintar plaquinhas
- fixar novas mensagens no mural
- retirar os matinhos dos canteiros
- adubar as árvores frutíferas
- trocar de pote as mudas de árvores
- procurar possíveis focos de dengue e retirar
- mutirão de arrumação do minhocário
- plantio de mudas de orquídeas nas árvores
- colheita do aipim

E depois de tudo, ainda colhi os ingredientes da salada para o almoço.






Tudo de bom!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Horta e Pomar em Vasos

Érima de Andrade

Inspirada na Rio+20, resolvi escrever um post que contribua para a sustentabilidade. Na minha opinião, duas mudanças podem ser implementadas na vida de qualquer pessoa: separar o lixo e produzir seu alimento.

Se você ainda não dispõe de coleta seletiva, mesmo assim, você pode participar levando seu lixo a um centro de triagem. Comece com o papel, por exemplo. Muitas empresas recolhem o papel para reciclagem. Quando separar papel se tornar um hábito, acrescente o plástico, vidro, depois metal, e assim por diante, até você se perceber produzindo menos lixo. Colocar depois disso os 3 Rs, Reduzir, Reutilizar e Reciclar, em todas as áreas da sua vida, vai ser moleza.

Produzir seu alimento: eu não enlouqueci e nem estou sugerindo que você produza em casa tudo o que você consome. Mas ter ao alcance das mãos ervas medicinais, temperos, frutas, legumes é possível até para quem mora em apartamento. No consultório temos jardineiras nas janelas, e o chá produzido com nossas ervas, faz um grande sucesso. É rápido, fácil e, o melhor, completamente saudável e sem agrotóxico.

A falta de espaço não é um problema para quem quer começar uma plantação em casa. Um pequeno vaso já é o suficiente para dar início a esse processo. Em vasos, as plantas se desenvolvem muito bem e, de quebra, compõem cantinhos ornamentais, um jardim das delícias com cores, formas, texturas e aromas variados.

Acredite, é muito simples montar uma horta ou um pomar! Para começar, escolha um local iluminado por pelo menos três horas de sol diariamente. Pode ser numa varanda, num cantinho da cozinha, nas janelas desde que cuide para evitar o vento e a luz excessiva. Pouca luz deixa as mudas vulneráveis ao ataque de pragas, então o primeiro passo é mesmo escolher o melhor lugar para sua plantação.

As árvores frutíferas crescerão um pouco menos do que se estivessem na terra, mas vale à pena, porque enfeitam, dão frutos e ainda vão trazer passarinhos para perto de você. 

Para que as suas frutíferas cresçam fortes e frutifiquem, procure deixá-las sempre no mesmo local. Elas necessitam de sol, mas não precisa ser o dia inteiro. Basta que o recebam algumas horas por dia, preferencialmente pela manhã. Evite colocar os vasos em locais com grandes correntes de ar, pois, além de ressecar a planta, o vento derruba as flores e dificulta a ação de insetos polinizadores.

Feito isso, é hora de escolher os vasos que podem ser de cimento, terracota, cerâmica, plástico ou até mesmo madeira. Escolha vasos proporcionais ao tamanho da planta para garantir um desenvolvimento satisfatório. Mesmo que não cresçam muito, as frutíferas só costumam produzir em vasos médios ou grandes, de 30x30cm a 80x80cm, onde as raízes se expandem adequadamente.

Para a horta, compre vasos ou jardineiras com pelo menos 15cm de profundidade e com drenos para eliminar o excesso de água. Pouca profundidade é ideal para a plantação de plantas rasteiras como salsinha, coentro, cebolinha, orégano, alface, rúcula, agrião, chicória, almeirão, tomilho, manjerona, capuchinha, erva-doce, hortelã.

Use os de 30cm de altura para plantas que precisam de maior profundidade como capim limão, manjericão, alecrim, sálvia, pimenta, tomate, espinafre, abobrinha, cebola, rabanete, louro, couve, alho poró. Serve como referência escolher um vaso com a profundidade semelhante à altura da planta em idade adulta.

Você também vai precisar de pedrinhas ou argila expandida, manta de drenagem ou areia, uma boa terra adubada e mudas das suas hortaliças e frutas preferidas. Escolha as ervas que são mais usadas em casa. Compre já num saquinho ou bandeja que facilita o plantio e cresce mais rápido. 

Tudo comprado, mãos a obra:

“Para começar, jogue uma camada fina de argila expandida dentro da jardineira, que ajuda a deixar a horta com a umidade na dose certa, evitando que a terra se encharque e prejudique o sucesso da sua empreitada", explica o engenheiro agrônomo Marcelo Noronha.

“A segunda camada é a manta de bidim. Sua função é filtrar a água, preservando os nutrientes que irão alimentar as plantas. Em seguida faça uma camada de terra adubada nos 2/3 restantes do vaso. Regularize a superfície, sem compactá-la demais, de forma a permitir que a água escoe facilmente.” diz Marcelo.

Se sua muda estiver num saquinho, corte-o com cuidado para não desmanchar o torrão nem machucar as raízes. Quanto mais cuidado você tiver nesta etapa, mais facilmente a muda se adaptará ao vaso. Então vem o plantio propriamente dito:

Pegue a muda e tire o torrão do plástico, enterre os torrões na terra com cuidado na hora de enterrar para não compactar demais a terra", diz Marcelo Noronha. “Esse procedimento evita o encharcamento da terra, que pode resultar na perda da horta.  Conforme você for enterrando os torrões complete a jardineira com mais terra. É possível cultivar uma horta mista com as plantas rasteiras. Lembre de deixar um espaço entre as mudas”, diz Marcelo.

“Depois da horta pronta, o vaso deve ficar em local que receba luz e ser regado diariamente. Antes de jogar a água, porém, toque a terra com as mãos e sinta se precisa mesmo ser molhada. Ela tem que ficar úmida, nunca encharcada” , explica Marcelo Noronha.

“No caso do vaso cerâmico, para evitar que o seu furo entupa e a terra fique encharcada, coloque uma pedra sobre ele. A irregularidade da pedra deixará espaço para que a água escoe. Vasos mais profundos são usados para plantas que têm raízes maiores."

"Encha parte do vaso com a terra deixando faltar o equivalente à altura do torrão. Coloque-o sobre a terra e tenha certeza de que o colo da planta, a parte onde o caule começa a sair da terra, está pouca coisa abaixo da borda do vaso.”

“Depois, espalhe uma camada fina de argila expandida, para garantir a drenagem da água. Cubra a argila expandida com a manta de bidim, assegurando que a água escoe e os nutrientes fiquem armazenados na terra. Comece então a incluir a terra orgânica no vaso. Encha parte do vaso com a terra deixando faltar o equivalente à altura do torrão, lembrando de não compactar demais", diz Marcelo Noronha. “Enterre o torrão. Neste caso deve ser de apenas uma espécie. Depois de enterrar os torrões complete com a terra.”

“Certifique-se de que a proporção de terra está adequada ao tamanho da raiz da muda, que deve ficar mais ou menos a três centímetros da borda do vaso. A primeira rega é muito importante. Molhe o vaso até saturar a terra, para retirar todo o ar e assentar bem o torrão.” explica Marcelo Noronha. “A quantidade de água daí em diante dependerá da temperatura ambiente e do quanto de sol incidir na planta, além do tamanho dela em relação ao vaso.”

“Outra opção mais prática é o Bacsac, uma jardineira que não exige nem manta bidim, nem argila expandida, pois é confeccionada com duas camadas de geotêxtil, permitindo a drenagem da horta. Ela traz compartimentos separados, permitindo que você plante espécies diferentes. Com o Bacsac, basta você adicionar a terra. Compacte levemente a terra para garantir o escoamento da água. Plante o torrão da espécie desejada Complete com mais terra. Enterre os outros torrões, sempre completando com terra. No outro compartimento, repita o mesmo procedimento. Com a horta pronta, basta regar diariamente e tirar as folhas secas”, completa Marcelo Noronha.

Para evitar insetos e fungos use óleo de nim num borrifador ou algum outro inseticida natural.

Sugestões de frutíferas: acerola, pitanga, laranjas, tangerinas, limões, jabuticaba e mais uma infinidade a sua disposição.

Boa colheita!

domingo, 17 de junho de 2012

Mães, bebês e cultura

Érima de Andrade

A internet realmente aproxima as pessoas e possibilita o surgimento de grandes ideias capazes de transformar, para melhor, a qualidade de vida delas.

Por exemplo: de um grupo de discussão sobre parto humanizado e maternidade ativa surgiu à ideia de voltar a frequentar sessões de cinema após o nascimento do bebê, mesmo que ainda esteja amamentando.

Essa é a história da ONG CineMaterna; uma mãe cinéfila que declarou sentir muita falta de ir ao cinema foi à inspiração para que 10 mães e seus bebês - entre 20 dias e 4 meses de idade - invadissem um cinema em fevereiro de 2008.

E foi um sucesso! Com o apoio das salas de cinema, que acolhem os bebês com todo o conforto, reduzindo o som, oferecendo um trocador na sala, deixando o ar condicionado mais suave e o ambiente levemente iluminado, entre amamentação e fraldas, as mães conseguiram retomar sua vida cultural.

As sessões de cinema são para mães com bebês de até 18 meses, e os filmes escolhidos para a diversão dos adultos através de enquetes semanais. Provavelmente foi através dessa enquete que o grupo foi parar no ensaio aberto da Orquestra Petrobras Sinfônica. O vídeo abaixo mostra o sucesso dessa iniciativa:


Para mães preocupadas com os efeitos dessa programação nos seus filhos, eis as entrevistas com Honorina de Almeida, pediatra, doutora em pediatria do desenvolvimento e especialista em aleitamento materno, e Roberto Mario Silveira Issler, pediatra, professor de pediatria e consultor em amamentação:

Com quanto tempo o bebê pode sair de casa?

Honorina:A resposta à pergunta é: não tenha pressa, mas também não espere o bebê fazer um ano. Lembre-se que o bem-estar do bebê caminha junto com o bem-estar da família. Respondendo à pergunta, podemos dizer que um bebê está pronto para sair de casa, quando seus pais estiverem prontos.”

Roberto Mario:O bebê pode sair de casa tão logo sua mãe se sinta segura e em condições de poder atender a criança em outros ambientes.”

Não é perigoso para a saúde do bebê um ambiente fechado como o cinema?

Honorina:Se pensarmos no ambiente de uma sessão de cinema comum, que está preparada para receber pessoas adultas e crianças maiores, sim, ele pode realmente ser inadequado para o bebê e também para seus pais que podem ficar constrangidos, por exemplo, se o bebê chora.
Mas isso muda se pensarmos em uma situação especial de um cinema que se propõe a realizar uma sessão para pais acompanhados de seus bebês. O ambiente deve ser adequado para esse público. O ar condicionado deve ser colocado em uma temperatura adequada, o volume do som deve ser reduzido e deve-se dar preferência para as primeiras sessões do dia.”

Não há muitas bactérias no ar condicionado?

Roberto Mario:Os cinemas selecionados pelo CineMaterna possuem certificado de revisão do seu sistema de ar condicionado. Além disso, a sala é preparada para que especialmente os bebês se sintam confortáveis, como aumento da temperatura ambiente e manutenção de luzes de baixa intensidade para ajudar as mães a dar atenção aos bebês durante a sessão, se necessário.”

O som não afeta a audição de um bebê?

Honorina:O som no cinema pode ser muito elevado e deixar o bebê um pouco irritado. Numa sessão onde bebês estão presentes, o volume do som deve ser diminuído.”

Roberto Mario: O som dos cinemas é diminuído de intensidade justamente para não causar desconforto para os bebês e suas mães.”

O que muda no relacionamento mãe e bebê?

Honorina:Esse é o ponto de maior impacto na iniciativa da CineMaterna. Principalmente em cidades muito grandes, a rede sociofamiliar de mulheres que estão com bebês pequenos, fica muito reduzida. Muitas mulheres passam a sofrer de um isolamento social que não faz nada bem, nem para as mulheres e muito menos para os bebês.
Um bebê dá muito trabalho, é certo, mas se uma mãe, que cuida do seu bebê sabe que num determinado dia ela vai encontrar outras mães, conversar um pouco e ver um bom filme, esses meses iniciais ficam muito mais fáceis e gostosos. O bebê deixa de ser o motivo do isolamento e passa a ser o facilitador da construção de relações sociais. E isso é muito bom.”

Roberto Mario:Acho muito importante essa oportunidade para a mãe retomar sua vida social junto com seu bebê. Além disso, o encontro que o CineMaterna proporciona após a sessão, dá oportunidade para que as mães conversem, troquem experiências, conhecimentos, dúvidas, sucessos e receitas de boa convivência com seus filhos que só uma mãe para outra mãe é capaz de fazer! Existe cumplicidade, confiança e talvez até novas amizades, entre as mães e mesmo entre os bebês, futuramente, possam acontecer.”

Muito bom!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sempre em frente

Érima de Andrade

Ontem lembrei de um jardineiro que trabalhou alguns anos aqui na minha casa. Era um bom rapaz, mas um dia surtou e veio me procurar em pleno delírio místico-religioso. Um delírio bem estruturado, havia conversado com Jesus e entre outras coisas, Jesus disse que podia confiar em mim.

Com enxada e facão na mão, estava disposto a me proteger de qualquer um que quisesse me fazer mal, e queria minha ajuda para orientá-lo na tarefa dada a ele por Jesus: transformar o mundo num lindo jardim.

Conversamos o tempo necessário para convencê-lo a ir buscar ajuda no hospital psiquiátrico onde, na época, eu fazia estágio. Eu disse que ele podia falar com qualquer um que o atendesse, que seria bem encaminhado, mas ele queria ouvir nomes, afinal, se fosse atendido por alguém indicado por mim, ele teria certeza de estar obedecendo a Jesus. Falei vários nomes, entre eles Maria, que óbvio, foi o nome que ele gravou.

Dia seguinte bem cedo, foi decidido para o hospital em busca da Maria, amiga da Érima, que foi abençoada por Jesus. Era esse o discurso dele ao chegar na recepção.

Mais tarde, quando eu cheguei, o atendimento dele era o assunto. Ele foi num horário que não encontrou comigo nem com a Maria, encontrou a Sandra. E depois de muita conversa, por ela falar “parecido” com tudo que eu falei, aceitou ser atendido.

Até aí foi tudo muito bem, ele estava calmo, cooperava, dava todas as informações pedidas e não recusou o tratamento. Na hora de sair do hospital foi uma novela, já que entre as instruções dadas por Jesus estava a ordem de ir sempre em frente. E nada no mundo o faria dar a volta para retornar a recepção e poder sair. Andar para trás de jeito nenhum!

Hospital antigo, prédio enorme, e lá foi Sandra, sempre em frente com ele, andando pelos corredores que circundavam os pátios, para, sempre em frente, chegar de novo na recepção.

Meu carro me trouxe essa lembrança, a ré parou de funcionar. E por um dia inteiro eu também tive que ir sempre em frente, mesmo quando queria voltar, dando o tempo necessário para o mecânico comprar a peça que o deixou novo de novo.

Sempre em frente é um bom conselho. Não desanime, adeque suas atitudes e continue sempre em frente, em nome de Jesus, ou por causa de um carro enguiçado, ou ainda seguindo o conselho da Dory, aquela peixinha que estava ajudando a procurar Nemo:

 “Você sabe o que você tem que fazer quando a vida te decepciona?
Continue a nadar.
Continue a nadar.
Continue a nadar, nadar, nadar.”

domingo, 10 de junho de 2012

Arejando

Érima de Andrade

"Existe uma crença hindu em que cada pessoa vive em uma casa de quatro cômodos: um físico, um mental, um emocional e um espiritual. A maioria de nós tende a viver em um dos cômodos a maior parte do tempo, mas a menos que entremos em todos os cômodos todos os dias, mesmo que somente para mantê-los arejados, nós não estaremos completos." Rumer Godden

E como manter esses cômodos arejados? Colocando consciência em cada um deles.

O físico é o nosso cômodo concreto, palpável, sólido, e nem por isso a visita diária está garantida.

Você presta atenção ao seu corpo enquanto toma banho? Você se permite algum tempo para uma automassagem? Quando você se olha? Quando você se toca? E como você se movimenta?

Deixando de lado esse cômodo, deixamos de aproveitar as sensações da pele, o potencial do movimento, o prazer do alongamento, a sensação do relaxamento e o poder da força.

Arejar o físico é tomar posse do seu corpo, exercitar, nutrir, proteger e cuidar de sua integridade e saúde. Alimentação saudável, ingestão de água, exercícios e automassagens contribuem para a manutenção desse cômodo.

No cômodo mental colocamos nossa visão do mundo. Nossos valores, regras, julgamentos, análises, o que e como pensamos.

Conversas, cursos, livros, filmes, teatros, palestras, debates, são maneiras de arejar esse aspecto.

No emocional expressamos sentimentos e emoções.  Todo mundo tem memórias e emoções que ficam escondidas nesse cômodo, esse é um mecanismo básico de defesa psicológica. Verdade seja dita, nem eu sou como eu penso que sou, ou você é como pensa que é. Mas as pessoas conscientes das suas emoções não têm grandes discrepâncias entre suas crenças e a realidade. Elas digerem seus sentimentos, aprendem com as emoções e seguem em frente.  

Autoconhecimento, cuidados, carinho, atenção amorosa com você, vão deixar esse cômodo bem arejado.

No cômodo espiritual está a sua essência, o seu verdadeiro eu. É daí que vem a sua sabedoria interna, a intuição e os insights.  É o mais fácil de acessar e o mais difícil. Fácil de ser identificado quando vivenciamos, e difícil explicar o que é esse conhecimento espontâneo e imediato de algo com que entramos em contato, envolvendo basicamente a percepção.

Meditações, relaxamentos, sonhos, nos ajudam a ouvir essa voz sábia, criativa, amorosa, compassiva que vem de dentro.

A cada momento estamos escolhendo qual o caminho a seguir. Com consciência, podemos escolher agir diferente e criar uma nova experiência, podemos escolher manter nossa casa arejada.

Vamos praticar?

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ano novo de novo

Érima de Andrade

O ano novo  é um evento que acontece quando uma cultura celebra o fim de um ano e o começo do próximo. Todas as culturas que têm calendários anuais celebram o "Ano Novo".

Culturalmente, aqui no ocidente, comemoramos o inicio do ano a cada dia 1° de janeiro.

“A comemoração ocidental tem origem num decreto do governador romano Julio César, que fixou o 1 de janeiro como o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro, deriva do nome de Jano, que tinha duas faces (bifronte) - uma voltada para frente (visualizando o futuro) e a outra para trás (visualizando o passado).” Wikipédia

Ano novo, vida nova, e com esse espírito de olhar o passado e o futuro, o dia 1° de janeiro virou o dia mundial de soltar o que não serve mais, e traçar metas e objetivos a serem alcançados até dezembro.

Mas ao longo do ano temos outras oportunidades de viver o ano novo, em datas totalmente pessoais, os aniversários.

“Aniversário é a repetição do dia e do mês em que se deu determinado acontecimento. Num sentido mais geral, refere-se à comemoração de periodicidade anual de qualquer evento importante, como o nascimento de alguém, a morte de uma personalidade, o fim de uma ditadura ou uma batalha.” Wikipédia

O dia do aniversário de nascimento marca o inicio do ano pessoal de cada um. É uma ótima oportunidade para se olhar, avaliar a vida que está tendo, e decidir como será dali em diante. Pode ser que no seu aniversário, você finalmente decida se inscrever naquele curso que você tanto sonha; ou quem sabe, é o dia de decidir começar a caminhar; ou ainda o dia de soltar aquilo tudo que não lhe serve mais e que você mantém por puro hábito.  É o seu ano pessoal que está começando, como você quer que ele seja?

Aniversário de relacionamentos também é uma boa oportunidade para avaliar de que maneira vocês estão construindo a relação. O outro ainda é uma pessoa importante na sua vida, ou se tornou um hábito? Separar um tempo na agenda para estar juntos ainda é uma prioridade? Depois desse tempo de convivência, ainda é essa pessoa que você quer sempre ao seu lado? Mais um ano juntos, e isso é um fardo ou um prazer?

Aniversário do seu local de trabalho é uma oportunidade para traçar metas coletivas, o que vocês esperam alcançar nesse ano que se inicia? O que fizeram ano passado deu bons resultados? Participar desse ou daquele evento foi bom para a equipe? Foi bom para o espaço? Promover essa ou aquela atividade trouxe os resultados desejados? E pessoalmente, como você contribui com a equipe? Um novo ano vai começar, você quer estar junto?

Qualquer que seja o seu ano novo, na meditação, na academia, no seu trabalho voluntário, etc, o ano só será realmente novo se você se permitir um momento de avaliação. Nós temos tendência a permitir processos de repetição, e só olhando para o que aconteceu, é possível mudar e estabelecer novas direções para que seja enfim um ano novo.

Pôr sua vida em movimento depende de você, e sempre é o momento de recomeçar.

“Soltar é o poder de colocar um fim a tudo que é destrutivo e inútil. Não segurar o passado no coração. Soltar o que "acho" que sei e quem eu "penso" que sou. Requer coragem, perdão, confiança e pureza. O que significa que minha vida pode começar todos os dias!” Márcia Alves

Feliz ano novo de novo!

domingo, 3 de junho de 2012

A Vida e o Rio da Vida

Érima de Andrade

Rio da Vida - texto de Mauricio de Souza, publicado na revista Chico Bento. Vale a leitura.

“É ingraçado a gente vê cumé qui um rio nasce!
Às veiz, eu venho aqui na nascente do rio, im riba do morro, só pra bisservá!

É um fiozinho d’água!
Tão piquinininho...
...qui inté parece qui carece di proteção !

Mais ele vai descendo...
... divagarinho...
...morro abaxo!

Inté parece qui um riozinho ansim num vai ganhá força!
Crecê...
... ficá forte!

Mais ele continua!
I começa a mudá!

I a percebê a vida im vorta!

Pruque o riozinho vai ficando maior i mais rápido!
Como si ele tivesse aprendendo a vivê!

I a dispertá pra tudo o qui acontece im vorta!
I dentro dele!

Ele ganha força por ele mermo!

I começa a i mais rápido!

Cum mais força!

Sempre im frente!
Aprendendo...

... o mior caminho!

A passá pelas dificuldade!

I a vencê quarqué obstáculo!

Às veiz si infrenta correnteza...

... pra chegá a carmaria...

... i incontrá...

... outro riozinho!

Qui corre lado a lado!
Si aprochegando!
Como si quisesse si conhecê!

Inté si juntá...

... i si transformá num riozão!

Oia só! Parece qui nascero um pro outro!

Inté criam umas nascente...
... como si fosse fiotinho!

I o rio sempre vai im frente!
Ligeiro i cheio di vida!

Só qui, às veiz, dispois di tanto corrê...
... parece qui ele fica cansado...
... i perde um tanto daquela rapidez qui tinha!

Mais mermo ansim...

... ele inda tem força!
Mermo qui incontre muita pedra no caminho!

Num desiste!

Mais sabe...
... qui o distino...
...é mais forte!

Mais um rio nunca termina!
Ele recomeça!
Num si sabe donde!
Numa nuvem, num outro rio, o inté no oceano!

Carmo, grande i tranquilo!
Tar quar é a vida!

Num é?” Mauricio de Souza

Numa nuvem, num outro rio, no mar... sempre se renovando, como na vida.