domingo, 30 de abril de 2017

Assim não serve

Érima de Andrade

"Assim não serve" é o mantra mais comum na vida das pessoas que escolhem ter razão em vez de ser feliz.
Embora desejem a felicidade, na prática, entre ser feliz e ter razão, escolhem ter razão.

E ter razão aqui significa que: as coisas têm que acontecer da maneira que eu planejei. Provavelmente porque eu tenho certeza que esse é o melhor caminho. Inclusive tenho certeza que a minha opinião é o ponto final em qualquer conversa.

Pois é, tem muita gente assim.

Amo as piadinhas que as crianças contam. Uma delas serve para ilustrar o caminho que desejo no post de hoje.

Contam que houve uma enchente numa cidade pequena, e que o padre para sobreviver, subiu numa árvore. Como era uma pessoa de muita fé, rezou pedindo ajuda a Deus, e teve certeza que seria atendido.

Um grupo de moradores vendo o padre ali em cima, e a impossibilidade dele atravessar a correnteza que se formou, ofereceu uma corda para ajudá-lo a atravessar. O padre agradeceu e recusou, disse que Deus o salvaria.

Um bombeiro voluntário passou com um barquinho a motor e ofereceu carona ao padre, que, de novo, agradeceu e recusou. Deus o salvaria.

Um helicóptero jogou uma escada que o padre não quis pegar. De novo, agradeceu, recusou e informou que Deus o salvaria.


A noite chegou, o rio não baixou, o padre dormiu, se desequilibrou, caiu, morreu afogado. Chegou no céu reclamando com Deus: Trabalhei tanto em Seu nome, por que não me salvou?
- Filho, por três vezes mandei ajuda. Recusaste.

Então... escolheu ter razão. Escolheu esperar ser salvo da maneira que planejou. Quantas vezes fazemos o mesmo? Quantas vezes recusamos algo bom na vida apenas por não estar de acordo com a nossa fantasia?

Na terapia ocupacional temos o cuidado de observar bem como o paciente reage ao tratamento, e vamos mudando os caminhos de acordo com essa reação. Os objetivos do tratamento continuam os mesmos, mas as atividades planejadas para chegar lá, podem mudar muitas vezes. E isso é bom.

Quando dou palestras sempre cito o exemplo de um paciente que tive quando ainda fazia estágio. Ele tinha uma lesão alta na coluna, paralisado do pescoço para baixo, mas com alguma mobilidade no braço esquerdo. Era destro. Um empresário e fazendeiro com muitos negócios.

Chegou com uma acompanhante que explicou que ele precisava aprender logo a assinar com a mão esquerda, pois os negócios dele estavam parados. Para você que não viveu sem internet, e só conhece as facilidades de acesso com cartões, computadores e digitais, informo que, na época, era um pedido bastante razoável e coerente, pois para tudo, desde pagar conta a descontar dinheiro, ele precisava assinar.

Quando fiquei sozinha com o paciente, perguntei o que ele queria aprender primeiro? “Quero aprender a coçar o nariz. É muito constrangedor ter que pedir a alguém que coce meu nariz.” Pedido feito, pedido aceito.

No fim da sessão, a acompanhante ficou contrariada quando soube que nem chegamos perto da caneta. Mas precisou engolir a contrariedade quando percebeu o quanto ele estava feliz com o progresso que obteve.

Para quem tinha certeza que sabia o que era melhor, ela foi bastante flexível, é bom que se diga. E é esse mesmo o caminho, flexibilidade.

Fazer planos, criar metas, ter objetivos é maravilhoso. Mas é preciso sempre se manter flexível, pois mudanças podem acontecer.

É um desafio, eu sei, se manter flexível com imprevistos que aparecem. Não saiu como o planejado? Tudo bem, vou me permitir olhar os desdobramentos que se apresentaram. Isso é a flexibilidade atuando, e é a flexibilidade que vai lhe permitir ver mais de um caminho para a sua meta.

Aceitando os imprevistos que acontecem, você tem a possibilidade de um olhar amplo sobre os caminhos que se abriram no momento. Aceitando, você se permite trilhar mundos novos dentro das suas escolhas.

Com flexibilidade e consciência, você pode olhar sua frustração e constatar: “olha eu de novo querendo ser o dono do mundo...” E relaxar no que lhe acontece.

Você sabe perfeitamente onde quer chegar. Mas desenvolva flexibilidade suficiente para adaptar seus planos quando isso for necessário. Mudar a partir do que lhe acontece, significa seguir o fluxo. Nem sempre é fácil, pois seguir o fluxo significa abrir mão do controle de tudo e todos.

Seguir o fluxo significa que estamos agindo sem esforço, com tranquilidade, aceitando suavemente tudo o que nos acontece. Seguir o fluxo confirma a sabedoria, e a percepção, de que não temos controle sobre a vida.

Não seguir o fluxo, ou navegar contracorrente, significa ter uma vida cheia de apreensões, tensões, expectativas e frustrações. Significa não reconhecer que existe um momento certo para cada coisa acontecer, e que isto está além da nossa possibilidade de determinação e controle.

Seguir o fluxo é basicamente não lutar contra a realidade. Fazemos planos, criamos expectativas e metas para tudo na vida. Mas as coisas podem acontecer diferente do que planejávamos. É ruim, eu sei. Mas ficar preso nisso, se lamentando, repetindo “assim não serve”, não vai levar a lugar nenhum.

Respire, fortaleça seus talentos, pacifique seu coração, restaure seu equilíbrio perdido com os imprevistos, e permita os inusitados desdobramentos que se apresentarem na sua vida. Vá tranquilo seguindo o fluxo a caminho da sua meta.

"Encontrar o equilíbrio significa: dê o seu melhor para ajudar a si mesmo, para melhorar a sua vida, para melhorar a vida dos outros, para ajudar a sociedade, para ajudar o mundo. Porém, ao mesmo tempo, não deixe sua mente muito fixada no resultado. Em alguns dias você consegue, em outros dias não." Mingyur Rinpoche

domingo, 23 de abril de 2017

Vale Refletir a Respeito

Érima de Andrade

Quem é responsável por suas escolhas? Essa é uma boa história para pensar sobre as escolhas que fazemos e suas consequências. Boa leitura!

“1. Houve um Mestre que veio à Terra, nascido na terra santa de Indiana, criado nos montes místicos depois de Fort Wayne.

2. O Mestre aprendeu sobre este mundo nas escolas públicas de Indiana e, ao crescer, em seu ofício de mecânico de automóveis.

3. Mas o Mestre conhecia outras terras e outras escolas, de outras vidas que tinha vivido. Lembrava-se disso, e, lembrando-se, tornou-se sábio e forte, de modo que outros viram a sua força e o procuraram, em busca de conselhos.

4. O Mestre acreditava que tinha o poder de ajudar a si mesmo e a toda a humanidade, e, acreditando, assim era para ele, de modo que viram seu poder e o procuraram para se curar de seus problemas e doenças.

5. O Mestre acreditava que todo homem deve considerar-se filho de Deus, e, acreditando, assim era, e as oficinas e garagens em que trabalhava se apinhavam com aqueles que procuravam a sua sabedoria e o contato com ele, e as ruas de fora ficavam cheias daqueles que desejavam apenas que a sombra de sua passagem pudesse cair sobre eles, modificando suas vidas.

6. Aconteceu por causa da multidão, que os vários contramestres e chefes da oficina pediram ao Mestre que largasse s ferramentas e seguisse o seu caminho, pois havia tanta gente em volta dele que nem ele nem os outros mecânicos conseguiam trabalhar nos automóveis.

7. E assim foi que ele seguiu para os campos, e os que iam com ele começaram a chama-lo de Messias, o que operava milagres, e, como eles acreditavam, assim era.

8. Se sobreviesse uma tempestade, enquanto ele falava, nem uma gota tocava a cabeça de seus ouvintes, o último da multidão ouvia suas palavras tão claramente quanto o primeiro, mesmo que houvesse raios ou trovões no céu. E sempre lhes falava em parábolas.

9. E lhes disse: “Dentro de nós está o poder de nosso consentimento para a saúde e a doença, a riqueza e a pobreza, a liberdade e a escravidão. Somos nós que controlamos isso, e não os outros.”

10. Um moleiro disse: ‘Essas palavras são fáceis em tua boca, Mestre, pois és guiado como não somos nós, e não precisas trabalhar como trabalhamos. O homem tem de trabalhar para ganhar a vida neste mundo.’

11. O Mestre respondeu: “Uma vez havia uma aldeia de criaturas no fundo do leito de um grande rio cristalino.

12. “A corrente do rio passava silenciosamente por cima de todos eles, jovens e velhos, ricos e pobres, bons e maus, a corrente seguindo seu caminho, só conhecendo o seu próprio ser cristalino.

13. “Cada criatura, a seu modo, se agarrava fortemente ás plantas e pedras do leito do rio, pois agarrar-se era o seu modo de vida, e resistir à corrente era o que cada um tinha aprendido desde que nascera.

14. “Mas uma das criaturas disse, por fim: ‘Estou farto de me agarrar. Embora não possa ver com meus próprios olhos, espero que a corrente saiba onde está indo. Vou soltar-me e deixar que ela me leve para onde quiser. Se me agarrar, morrerei de tédio.’

15. “As outras criaturas riram-se e disseram: ‘Louco! Se você se soltar, essa corrente que você adora o lançará despedaçado sobre as pedras e sua morte será mais rápida do que a causada pelo tédio!’

16. Mas aquele não lhes deu ouvidos e, respirando fundo, soltou-se, e imediatamente foi lançado e despedaçado pela corrente sobre as pedras!

17. “Mas com o tempo, como ele se recusasse a tornar a se agarrar, a corrente o levantou, livrando-o do fundo, e ele não se machucou nem se magoou mais.

18. “E as criaturas mais abaixo no rio, para quem ele era um estranho, exclamaram; ‘Vejam, um milagre! Uma criatura como nós, e no entanto voa! Vejam, é o Messias que chegou para nos salvar!’

19. “E aquele que foi carregado pela corrente disse: ‘Não sou mais Messias do que vocês. O rio tem prazer em nos erguer à liberdade, se ousamos nos soltar. O nosso verdadeiro trabalho e essa viagem, essa aventura.’

20. “No entanto, cada vez exclamavam mais ‘Salvador!’, enquanto se agarravam às pedras; quando tornaram a olhar, ele se fora, e eles ficaram sozinhos, inventando lendas sobre um Salvador.”

21. E quando viu que a multidão cada vez o seguia mais de perto, mais terrível do que nunca, quando viu que insistiam para que ele os curasse sem descanso, e sempre os alimentasse com seus milagres, e aprendesse por eles e vivesse suas vidas, foi sozinho para o topo de um morro e rezou.

22. E disse em seu íntimo, Ser Infinito Radioso, se for a tua vontade, deixa que essa taça passe de minhas mãos, deixa-me pôr de lado esta tarefa impossível. Não posso viver a vida de uma outra alma, no entanto dez mil me imploram a vida. Sinto ter permitido que tudo isso acontecesse. Se for a tua vontade, deixa-me voltar aos motores e às ferramentas e viver como os outros homens.

23. E uma voz lhe falou no topo do morro, uma voz que não era de homem nem de mulher, nem forte nem fraca, uma voz infinitamente bondosa, que lhe disse:
Não a minha vontade, mas a tua seja feita. Pois o que for a tua vontade será a minha vontade para ti. Segue o teu caminho como os outros homens e sê feliz na Terra.”

24. E ao ouvir aquilo o Mestre alegrou-se, deu graças e desceu de cima do morro cantarolando uma cançãozinha de mecânico. E quando a turba o atormentava com seus males, implorando que os currasse, aprendesse por eles, os alimentasse constantemente com sua compreensão e os divertisse sempre com suas maravilhas, ele sorriu para a multidão e disse amavelmente: “Eu desisto.”

25. Por um momento a multidão ficou muda de espanto.

26. E ele lhes falou: ‘Se um homem dissesse a Deus que o que queria mais que tudo era auxiliar o mundo sofredor, fosse qual fosse o preço para si, e Deus lhe respondesse o que devia fazer, o homem deveria fazer o que lhe era ordenado?”

27. “Pois claro, Mestre!” exclamaram. “Devia ser para ele um prazer sofrer as torturas do próprio inferno se Deus lhe pedisse!”

28. “Não importa quais fossem essas torturas, nem a dificuldade da tarefa?”

29. “Seria uma honra ser enforcado, uma glória ser pregado a uma árvore e queimado, se fosse isso que Deus pedisse,” disseram eles.

30. “E o que fariam vocês”, perguntando o Mestre à multidão, “se Deus lhes falasse diretamente, em pessoa, e dissesse: ‘ORDENO QUE SEJAS FELIZ NO MUNDO, ENQUANTO VIVERES.’ O que fariam então?”

31. E a multidão calou-se e nem uma voz ou som foi ouvido sobre morros e pelos vales.

32. E o Mestre disse: “No caminho de nossa felicidade encontramos o conhecimento para o qual escolhemos esta vida. É assim que aprendi hoje e prefiro deixá-los agora para seguirem o seu caminho, como desejarem.”

33. E seguiu o seu caminho no meio da multidão e voltou ao mundo dos homens e dos motores.” Richard Bach

Repetindo a parte que mais gosto: “Não a minha vontade, mas a tua seja feita. Pois o que for a tua vontade será a minha vontade para ti.”

Bora assumir o que de fato desejamos, e caprichar nas escolhas que levem a realização da sua felicidade. 

domingo, 16 de abril de 2017

Rede de Apoio e Proteção

Érima de Andrade

Desculpe se você entrou neste post esperando saber mais sobre a rede/tela que é usada em janelas altas, ou piscinas, para prevenir acidentes. Não é sobre isso o post de hoje.

Vamos conversar sobre a rede social, afetiva e amorosa que temos, e alimentamos, ao longo da nossa vida.
Uma rede de proteção que acolhe, inclusive naqueles momentos que você parece estar só.

Amigos, mesmo os que a vida no momento só permite contato virtual, formam a sua rede de proteção.
A tecnologia só vem confirmar o que os sábios dizem há séculos: as distâncias não existem. Longe é um lugar que não existe. Para estar perto, basta querer.

E claro, não estou colocando essa rede invisível no mesmo nível de vibração que o toque, o abraço, o olho no olho.
São importantes, mas se sentir parte de uma rede é essencial.

Se você de repente, do nada, sentiu uma sensação boa, pode apostar, foi um pensamento positivo enviado para você da sua rede de proteção. Ou uma oração, ou uma prece. Pode ter começado até por uma música, que despertou uma lembrança, que produziu uma vibração boa e você recebeu.

A física quântica explica isso. Mas não lembro mais a explicação, porque para mim, não faz diferença saber tecnicamente. “É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti”, canta Ana Vilela. É isso!

Sua rede de proteção é aquela que você liga através dos sentidos, das sensações, emoções, vibrações, pensamentos, sentimentos. Tudo isso é energia. Você transmite e recebe.

Um perfume pode ligar sua rede, o som do ar num espaço amplo pode ligar sua rede, um momento de cor especial do céu pode ligar sua rede. E aqui falo de mim. O céu no fim de tarde, no pôr do sol, em cores entre rosa e laranja, me liga a um sentimento especial, desde a minha infância.

Minha avó nunca me deixou esquecer uma conversa que tivemos quando eu tinha entre 4 e 5 anos. Ela me viu parada perto da janela olhando o céu. Ficou observando um pouco, estranhou tanta concentração. Vale explicar que, na época, meu avô me chamava de mosquito elétrico, então eu estar parada, concentrada, olhando o céu, era diferente do habitual. Me perguntou o que eu tanto olhava? Expliquei: “Está vendo aquela nuvem rosa ali, vovó? Era lá que eu morava. Quando ela chegou perto daquele morro, eu desci, vim andando e fui morar com meus pais.” (sic)

E até hoje, é nesse momento de conexão com o céu rosa, que faço minhas preces mais silenciosas, e mais profundas. Na minha rede de proteção tem o céu.

Meu pai está internado. A vezes nas visitas ele está dormindo, outras vezes não, mas repito sempre o mesmo ritual. Rezo com ele o Santo Anjo. Mas antes explico que vamos rezar para que ele não esqueça nunca, que o seu Anjo da Guarda está sempre ali:

"Santo Anjo do Senhor,
Meu zeloso guardador,
Se a ti me confiou a piedade divina,
Sempre me zele, me guarde,
Me governe e me ilumine.
Amém." 


Não foi uma ideia minha, sigo o que a mãe dele fazia para ele dormir tranquilo. O Anjo da Guarda com certeza faz parte da rede do meu pai.

Tenho uma paciente que criou um ritual para quando o marido precisa passar uma ou duas noites fora de casa: ela borrifa o perfume dele no lençol, no lado que ele dorme na cama. E, invariavelmente, acorda e se pega deitada daquele lado. Sempre me explica que nunca “invadiu” o lado com ele em casa, mas quando ele não está, é lá que ela acorda. E não, já respondeu ao marido, não quer trocar de lado na cama.

Conversamos a respeito e ficou claro que se sentia perto dele mesmo ele não estando, e isso lhe dava tranquilidade. No caso dela, a rede de proteção é ativada por memórias olfativas. É dessa rede de proteção que todos temos, que estou falando hoje.

Quem já frequentou uma reunião de estudos budistas, já ouviu falar de sanga. Se você pesquisar vai saber que sanga é aproximadamente como uma associação, assembleia ou comunidade com um objetivo comum. Mas na prática, sanga é mais que isso, é uma palavra usada por eles, não sei de que idioma, que significa que você pertence aquele grupo. E essa sensação de fazer parte, continua mesmo que você não frequente mais os encontros e reuniões.

Rede de proteção é isso, fazer parte de uma sanga. Não conheço palavra em português com esse significado. A mesma dificuldade que estrangeiros têm de explicar saudades, já que compreendem o significado, mas não tem no vocabulário deles. No meu, só sanga explica esse sentimento de rede de proteção.

E saiba, você tem uma sanga mesmo que você não seja budista. Você pertence a um grupo de amores, amigos, afetos, família, que se cultivado, lhe dão a sensação de pertencimento, e graças a isso, você se sente protegido e amparado mesmo que esteja sozinho.

O que é importante lembrar, é que se você não quiser, não acontece. Você tem que alimentar essa energia, essa fonte de boas vibrações. E se escolher alimentá-la, abra-se para colheita do que plantar. Sim, porque a vibração que vem para você, é a mesma que você mandar.

É sempre uma escolha a plantação. Só vai nascer o que você plantar e cultivar. Não tem milagre, magia, feitiço, física quântica que faça o pé de jaca que você plantou, virar uma roseira. Quer rosa, plante rosas. Quer vibrações positivas, cultive-as em você primeiro. Uma vez que suas vibrações transbordem, seus queridos vão receber. E você também vai começar a sentir quando as deles transbordarem.

Escolha seus pensamentos e cuide de vibrar na frequência do que você deseja experimentar. A vida está acontecendo exatamente nesse momento, e esse momento é o momento perfeito para você alimentar a sua rede de boas vibrações.

Bárbara Petri sempre me inspira. Talvez essas reflexões dela lhe ajude a alimentar hoje sua rede de proteção e amor.

“Que energia eu quero convidar para fazer parte da minha vida hoje?
​Que intenções, crenças e ideias eu irei descartar e quais eu irei nutrir? O que pode e pede para ser deixado para trás e o que eu quero que floresça?" Bárbara Petri

"E da mesma forma que as primeiras respostas fluíram do meu Ser, eu percebo que agora também elas chegam até mim de forma clara: eu quero nutrir o amor infinito que Sou, eu quero permitir que a consciência preencha cada aspecto da minha experiência, e eu descarto toda crença que tenta me dizer que há algo em mim que não seja plena luz.” Bárbara Petri 




Que você sempre se sinta pertencendo, conectado e amparado.

domingo, 9 de abril de 2017

Adiemus: vamos aproximar

Érima de Andrade

Essa música, Adiemus, me envolveu ao longo dessa semana de várias maneiras.
E ao longo da semana, ela me ajudou a ter uma compreensão profunda: somos, de fato, um só.

Desejo que todos vocês, tenham a oportunidade de se sentir um com o todo. De sentir que estamos ligados por uma rede de amor, que envolve, conforta e aconchega. Desejo que tenham confiança na vida, sabendo que o melhor sempre se manifesta. Sempre. Mesmo que no momento não consigamos ver assim.

Tudo o que você viveu serviu para lhe transformar na pessoa que você é hoje. E ser essa pessoa tão legal que hoje você é, é a confirmação concreta que o amor guia as nossas vidas. O amor nos faz um. Um com todos.

Se ainda não se sente assim, podemos nos aproximar com essa música atemporal e universal, que é cantada com sons totalmente destituídos de significados. Não se traduz. Você apenas sente e compreende. Seu coração se encarregará de dar um significado para a melodia a partir do que você estiver vivendo hoje. E todos os dias, os significados poderão mudar.

Essa letra foi escrita de forma a permitir que a voz soe como um instrumento a mais no conjunto. Se quiser cantar junto, acompanhe a letra. Se quiser apenas descobrir que significado seu coração vai dar a essa canção hoje, feche os olhos e escute. Adiemus, vamos aproximar. Estamos juntos.

Lembre-se, a paz está na alma. Permita que ela se manifeste em você com ou sem música.

                                 

Adiemus: Songs of Sanctuary

"Ariadiamus late ariadiamus da
Ari a natus late adua

A-ra-va-re tu-e va-te
A-ra-va-re tu-e va-te
A-ra-va-re tu-e va-te la-te-a

Ariadiamus late ariadiamus da
Ari a natus late adua

A-ra-va-re tu-e va-te
A-ra-va-re tu-e va-te
A-ra-va-re tu-e va-te la-te-a

A-na-ma-na coo-le ra-we
A-na-ma-na coo-le ra

A-na-ma-na coo-le ra-we a-ka-la
A-na-ma-na coo-le ra-we a-ka-la

Ah-ya-doo-ah-eh
A-na-ma-na coo-le ra-we a-ka-la
A-ya-doo-ah-eh...
A-ya doo a-ye
A-ya doo a-ye

A-na-ma-na coo-le ra-we
A-na-ma-na coo-le ra

A-na-ma-na coo-le ra-we a-ka-la
A-na-ma-na coo-le ra-we a-ka-la

Ah-ya-doo-ah-eh
A-na-ma-na coo-le ra-we a-ka-la
A-ya doo a-ye
A-ya doo a-ye

A-ri-a-di-a-mus la-te
A-ri-a-di-a-mus da
A-I-a na-tus la-te a-du-a.

A-ra-va-re tu-e va-te
A-ra-va-re tu-e va-te
A-ra-va-re tu-e va-te la-te-a.
A-na-ma-na coo-le ra-we

A-na-ma-na coo-le ra
A-na-ma-na coo-le ra-we a-ka-la
A-na-ma-na coo-le ra-we a-ka-la

Ah-ya-doo-ah-eh
A-na-ma-na coo-le ra-we a-ka-la
A-ya-doo-ah-eh
A-ya doo a-ye
A-ya doo a-ye

Ya-ka-ma ya-ma-ya-ka-ya me-ma
A-ya-coo-ah-eh mena
Ya-ka-ma ya-ma-ya-ka-ya me-ma

A-ya-coo-ah-eh mena
Ya----ka--ma me--ah
A-ya-coo-ah-eh mena
Ya----ka--ma me--ah"


Já falei dessa música aqui no blog. Se quiser dar uma olhada, eis o link.

domingo, 2 de abril de 2017

O pobre coitado, coitadinho

Érima de Andrade

Como é cansativo conviver com o pobre coitado.
Coitadinho, tão incapaz para tudo. Incapaz de autonomia, independência, incapaz de felicidade. Como ser feliz se tudo o que eu quero da vida é que tenham pena de mim?

E se eu ficar feliz por sentirem pena de mim, tenho que manter a felicidade camuflada, senão a pena acaba e não tem mais como manipular a atenção das pessoas.
Como chamar atenção sem provocar pena? Ó céus, ó vida, ó azar, como sair dessa armadilha de perde e perde?

Pobres coitados, de modo geral,
sempre de modo geral porque cada caso é um caso mesmo, dão ao mundo externo poder sobre si e sobre sua vida. Muitos coitadinhos procuram fora de si as soluções das suas dores.

Se você tem certeza que é vítima das circunstâncias, que os outros estão com as rédeas da sua vida, e do seu equilíbrio, você precisa mesmo fazer de tudo para chamar a atenção do mundo. Você pode ter pena de si mesmo e se tornar um coitadinho, ganhando a atenção que necessita. Mas já fica sabendo que ter pena de si nunca foi uma solução.

Colocar o poder da sua vida no outro é se desresponsabilizar. E ao se desresponsabilizar, coitadinhos criam uma ausência de si mesmos que os impedem de ser protagonistas na própria vida. E consequentemente, de acreditar na possibilidade de estar em si a sua própria fonte de soluções para uma vida melhor.

Ser o coitadinho, e estar entregue à negatividade, significa que o investimento do poder, da força e da energia, está direcionado, e focado, na vitimização e no drama. Esse prazer negativamente orientado, alimenta a necessidade do vazio interno, de ser sempre aquela pessoa de quem todos têm pena.

É uma forma bem triste de mendigar atenção, carinho, aconchego, e de esconder o medo de encarar a vida de cabeça erguida. Tem muito a ver com imaturidade. Coitadinhos sofrem por colocar o foco no sofrimento, em vez de focar nas soluções dos seus problemas.

Coitadinhos perderam seu senso de valor, buscam fora de si a comprovação que não acham dentro. E se o mundo não valida suas expectativas de valorização, confirmam a crença de que são pessoas que não têm valor próprio, que não têm nada de especial, que não valem a pena.

Crença confirmada, rótulo de coitadinho, de vítima, colocado sobre si mesmo, e está feita a barreira que deixa cada vez mais longe a necessidade de se responsabilizar por seu crescimento, e pelas circunstâncias da sua desejada vida feliz.

Comportamentos e hábitos destrutivos não levam a lugar algum que valha a pena. Entendeu bem, coitadinhos são autodestrutivos. Ou que nome você daria para alguém que se desvaloriza tanto que passa a acreditar que é incapaz?

É verdade que viver na negatividade é um estado de dor. Viver nessa escuridão dá desespero, pois fica sem ter perspectiva de resolução objetiva dos seus problemas. Mas essa perda de visão é o sinal de que algo tem de ser transformado.


Para sair desse estado sombrio tem que decidir primeiro, interna e profundamente, querer mudar. E mudar aqui significa se conhecer, descobrir ou redescobrir o seu valor. Sim, parece cruel, mas é verdade: primeiro tem que se responsabilizar pela sua mudança, só assim para deixar de ser o pobre coitado.

Não tem como mudar fora sem mudar dentro. Mudar fora, de emprego, parceiro, profissão, casa, e continuar a pensar da mesma maneira, agir da mesma maneira, responder aos acontecimentos da mesma maneira, não muda nada. A mudança pela mudança não muda absolutamente nada se você não se transformar internamente primeiro.

Se você não se transformar internamente primeiro, você vai continuar atraindo para sua vida os mesmos tipos de situações, de problemas e de pessoas.O caminho da cura é sempre interno, olhando para dentro, colocando luz, se conhecendo. Períodos de crises e de depressões, são uma forma da vida alertar que o caminho não é esse, que alguma coisa não está bem, que precisa uma mudança.

Ao olhar para dentro, ao reconhecer seu valor, é possível acabar com as crenças auto sabotadoras. É possível entender que a vida é muito mais que mendigar afeto, amor e compreensão. É possível conquistar autonomia e crescimento.

Olhar para dentro é importante porque, na maior parte das vezes, o coitadinho não tem consciência da profundidade e origem das suas convicções. E são essas convicções que o levam para o fundo do poço, à espera de um alguém, externo, que venha para lhe socorrer.

Autoconhecimento é o melhor caminho, porque coloca luz na sua história, permite que você ressignifique o seu passado, se perdoe e siga em frente.

Olhar para dentro pode ser começar com a pergunta: como eu posso me amar mais nesse momento e iniciar meu processo de transformação?

Talvez você descubra que tem que começar se perdoando. Perdoar não é fácil. Dá um trabalho imenso Mas, sem sombra de dúvida, vale cada milímetro do esforço de ressignificar o que você viveu. Perdoar é parte da cura de qualquer processo de dor.

E o próximo passo, claro, começar a agir diferente. O que, normalmente, chamamos de problemas, pode ser um poderoso estimulo para a sua mudança necessária. Acredite, tudo o que aconteceu na sua vida serviu para lhe trazer a este exato momento. E este momento é tudo que você precisa para caminhar na direção da sua felicidade.

Se conhecer é um exercício diário. A decisão de mudar tem que ser sua, mas não precisa mudar sozinho. Se precisar de companhia, não hesite em pedir ajuda.

Você tem o poder de deixar de ser o pobre coitado, use-o.