domingo, 28 de janeiro de 2018

Mestres

Érima de Andrade

Márcia Alves, sempre inspirada, escreveu:Crescer custa, demora, esfola, mas compensa. É uma vitória secreta, sem testemunhas. O adversário é você mesmo. E a receita é uma só: fazer as pazes com você, diminuir a expectativa e entender que felicidade não é ter, é ser.”

Direta ao ponto: a felicidade não é ter. Para ser feliz, não importa seu patrimônio, não importam seus diplomas, não importa se você tem um guru, não importa o que você tem, conquistou, estudou. Como você é, tendo tudo isso, ou não tendo nada disso, é que realmente faz a diferença. Felicidade é ser. Estar em paz sendo você com suas vivências, experiências, crenças, sentimentos, pensamentos.

Crescer passa por saber que a perfeição não é uma qualidade do ser humano, mas que cada um de nós, é mais perfeito sendo o que é, do que tentando ser uma pessoa diferente.

Você já deve ter ouvido a frase que diz que quando o discípulo está pronto, o mestre aparece. Talvez essa frase tenha lhe levado a pensar que se você crescer, evoluir, se abrir para a transformação, um guru, um guia espiritual, um lama, um mestre encarnado, vai surgir na sua vida. Ou que você vai fazer contato com um mestre de intensa luz.

Nem todos encontraremos um mestre elevado nessa vida, mas todos nós encontraremos pessoas que serão mestres a nos ensinar no dia a dia. Por exemplo, conhecer alguém que realmente lhe magoa, é conhecer um mestre da compaixão. Por que? Porque essa pessoa está lhe dando a oportunidade de exercitar a compaixão. Se essa pessoa lhe magoa, e você ainda não pode sentir amor e compaixão por ela, é um sinal de que você ainda não foi totalmente transformado. Esse é o aprendizado que ela lhe trouxe, um lembrete de que você precisa continuar a se transformar.


Saiba que nem sempre você recebe o que deseja, mas com certeza, sempre recebe o que precisa. E se precisa de um mestre de compaixão, pode aparecer na sua vida alguém que verdadeiramente lhe magoe.

Nem todos encontrarão um mestre nessa vida, mas todos nós passaremos por situações mestras, porque quando o discípulo está pronto, o mestre aparece.

Acredite, se a situação surgiu na sua vida, seja ela qual for, você já está pronto para lidar com ela. Ela é o aprendizado que você precisa no momento. Ela é o mestre que vai lhe ensinar algo sobre você mesmo.

Nada do que você vive e aprende se perde. E uma vez vencida essa dificuldade que o universo colocou na sua vida, você se torna um mestre dessa situação. Mestre mostra o caminho, porque sabe o caminho, porque passou pelo caminho. E se você é alguém que descobriu uma solução para a dificuldade que se apresentou, você virou um mestre, tem algo a ensinar sobre essa vivência.

Gosto de contar meu aprendizado na faculdade de educação física. Por conta da asma, desde muito pequena, entrei para yoga e natação. Na faculdade não tive dificuldade com nenhum nado. Ao contrário, me sai tão bem nadando que virei monitora.

Um dia estava ajudando uma colega a treinar para a prova de nado de peito. Ela dançava maravilhosamente bem, mas ia perder na natação por notas muito baixas. Eu, na lateral da piscina, acompanhando o nado dela, e totalmente desesperada. Ela fazia corretamente os movimentos de braços, pernas e respiração, mas não saia do lugar. Eu não tinha ideia do que estava errado. Todos os parâmetros que eu conhecia estavam certos, mas ela não avançava.

Chamei meu professor, que bateu o olho e viu a dificuldade de imediato. Ela tinha o vício da dança, fazia o movimento com os pés em ponta. Quando acertou a posição dos pés, nadou super bem. Nada do que se aprende se perde, até essa dificuldade, pois é justamente por ter descoberto que é possível nadar sem sair do lugar, que acontecem shows de palhaços aquáticos. E eles são ótimos!

Eu nunca tive dificuldade para nadar, então nunca precisei prestar atenção em tantos detalhes. Mas mesmo que você não tenha dificuldades no seu caminho, você pode se tornar um mestre aprendendo pela observação e auto-observação.

Observar o que acontece ao seu redor, e auto-observar o que acontece com você ao observar o seu redor. Qualquer aprendizado é sempre a partir de você.

Olhe o que acontece ao seu redor e pergunte-se: Como eu reagiria naquela dificuldade que o outro está enfrentando? Como eu me sinto ao me colocar nessa dificuldade? Que sentimento essa dificuldade desperta em mim? Como eu lido com os sentimentos despertados?

Para aprender, você de fato, precisa examinar seus sentimentos. Fazer uma análise intelectual da situação ajuda a resolvê-la. Mas para aprender com a situação, você precisa tornar consciente seus sentimentos em cada momento.

O verdadeiro sucesso não é ser um grande solucionador de problemas. O verdadeiro sucesso é a plenitude interior. É quando nos sentimos completos por ser quem somos e consequentemente realizarmos o que viemos realizar. E só dá para ser plenamente quem somos, reconhecendo os sentimentos que surgem em cada passo do caminho.

Olhe sua vida, você tem clareza das lições que aprendeu com as muitas situações que viveu? Você já se deu conta que todas as pessoas que fazem parte da sua vida, são mestres que surgiram no seu caminho?

Somos todos mestres e aprendizes. Abra-se para os aprendizados.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Sobre Cigarras

Érima de Andrade

As cigarras estão tão animadas por aqui que viraram o assunto da semana. Resolvi falar sobre elas no melhor estilo Globo Repórter: quem são? Onde vivem? Do que se alimentam? Por que cantam? Elas anunciam mesmo o calor?

imagem da página: http://animais.culturamix.com/informacoes/insetos-e-aranhas/tudo-sobre-as-cigarras

Aliás, essa é a minha maior dúvida:
quando a cigarra canta significa que vai esquentar, como muitos dizem, ou ela canta por já estar quente?

Com o calorão que fez por aqui essa semana, ouvir cigarras e pensar que estão anunciando mais calor, desanima….

Quem são? As cigarras são insetos que passam a maior parte da vida sob a terra. Suas formas jovens são chamadas de ninfas, e assim que nascem, saindo de ovos postos em galhos de árvores, caem no solo e entram na terra.

No subsolo, buscam raízes de árvores, nas quais se fixam para sugar a seiva. Depois de passar cerca de um ano nestas condições, estes insetos amadurecem e deixam a terra para concluir seu ciclo vital, para entrar na fase adulta.

Uma das curiosidades do ciclo de vida da cigarra é que a sua fase adulta é bastante curta, durando poucas semanas, devido à dificuldade de maturação. No Brasil, o ciclo de vida desses insetos dura um ou dois anos, sendo apenas dois ou três meses fora do solo.

Onde vivem? As cigarras vivem no subsolo como ninfas a maior parte da sua vida, em profundidades que variam de cerca de 30 centímetros até 2,5 metros.

Cigarra vem do latim, que significa "grilo árvore", e estão presentes em quase todas as regiões do mundo, tanto em climas quentes como frios, e têm poucos predadores. Na fase adulta, são alimento para pássaros e, enquanto ninfas, são atacadas por besouros, por alguns mamíferos, como o tatu, e por formigas predadoras que vivem nos solos.

Como as cigarras se adaptam melhor ao clima quente, nessa época do ano, saem do solo para iniciar a vida adulta, o homem do campo explica que, quando a cigarra começa a cantar, é sinal que a chuvarada não demora a vir, no máximo em um mês. O canto da cigarra chama a chuva, eles têm certeza disso.

Mas li num site, que o canto da cigarra é um dos sinais da natureza de que o tempo ficará bom. No caso, bom significa que haverá sol. Os sinais de bom tempo além de cigarras cantado são: as andorinhas voando alto, as aranhas trabalhando nas suas teias, gatos se lavando e besouros zumbindo.

Também aprendi que se você notar que as cigarras pararam de cantar logo após um momento em que elas estavam fazendo uma algazarra, pode significar que a chuva está por perto. Então, vem chuva… mas ainda não dá para responder se o canto informa que vai esquentar mais...

Do que se alimentam? As cigarras não se alimentam de moscas, vermes ou grãos. Enquanto jovens, se alimentam sugando a seiva das plantas pela raiz. Na fase adulta, elas também se alimentam da seiva, mas, desta vez, sugada pelo caule e folhas das plantas.

A alimentação das ninfas é o suco da raiz, e elas têm fortes patas dianteiras para cavar. Chegando a fase adulta, elas constroem um túnel de saída para a superfície, e emergem.

Para algumas culturas, as cigarras são pragas de grande importância. Devido ao fato da ninfa se alimentar dos nutrientes das espécies vegetais que ela se aproxima, ou se agarra, a cigarra pode se tornar um inseto prejudicial a determinadas plantações.

A ingazeira, os eucaliptos e os abacateiros são exemplos de plantas hospedeiras prejudicadas pelas cigarras. Mas é na cultura do café que as cigarras causam maiores danos.

Por que cantam? Cantam para encantar as fêmeas. As cigarras são animais que se destacam pela cantoria executada pelos animais machos, que é diferente em cada espécie, e é realizada nos períodos mais quentes do ano.

A cigarra macho é o inseto que produz o som mais alto na natureza.
Durante os períodos de acasalamento, as cigarras machos emitem seu canto estridente para atrair as fêmeas. Ele pode ser ouvido a 500 metros de distância. Este fenômeno pode durar até duas semanas.

O canto de algumas espécies de cigarras conseguem atingir a impressionante marca de 120 decibéis. Algumas espécies menores de cigarras realizam a proeza de alcançar uma sonoridade tão aguda, que seu canto simplesmente não é percebido pelo ouvido humano, embora cães e outros animais possam uivar de dor por causa dele.

Devido ao canto extremamente incomodo e estridente, as próprias cigarras possuem um par de membranas que servem como orelhas. Essas membranas funcionam como os tímpanos do seres humanos, que ficam conectados aos órgãos auditivos do inseto, e que reage ao canto, se dobrando, de maneira que o som não lhe cause nenhum tipo de dano.

Quando se reproduzem, os machos atraem as fêmeas emitindo um som característico por meio de um órgão localizado no abdômen. Depois da cópula e da postura, esses insetos morrem, deixando para trás os ovos que darão origem a novas ninfas.

Após o acasalamento, as fêmeas depositam os ovos em rachaduras nos caules de plantas hospedeiras. Depois que os ovos eclodem, as ninfas, fase jovem da cigarra, descem por fios de seda até o solo, onde elas ficam a maior parte da vida. Uma cigarra fêmea põe de 400 a 600 ovos em sua curta vida.

O canto das cigarras é resultado do movimento das suas asas, e as cigarras não podem mover suas asas quando a umidade está muito alta. Alta umidade é sinal de que está prestes a chover. Acertaram os que afirmam que se a cigarra parar de cantar depois de um período de algazarra, é sinal de chuva chegando.

Elas anunciam mesmo o calor? Não descobri. Mas como cantam no período mais quente do ano, elas, ao menos, anunciam que sim, está quente à beça!

Por aqui elas estão cantando em qualquer hora do dia. Gravei esses vídeos com a sinfonia diária para ilustrar esse post.



 Mas gravei da janela, então dá para ouvir, mas talvez você precise aumentar o seu som. 


Elas estão cantando muito, estão bem felizes, sinal que estamos mesmo na época mais quente do ano.


Então, aproveite, da melhor maneira possível, o seu verão.


domingo, 14 de janeiro de 2018

Vivendo na Matéria

Érima de Andrade

Somos todos um, e os mosquitos, o trânsito, as águas confirmam isso.
Não somos todos a mesma personalidade, somos todos o mesmo ambiente, as mesmas condições de tempo e trânsito, os mesmos problemas ambientais.

Mas também somos todos parte da solução. Se não cuidarmos dos focos dos mosquitos pensando em ser um com todos, não resolveremos problema algum. O mosquito não está interessado em saber se você está no seu quintal limpo, e ele nasceu no quintal ao lado cheio de depósitos interessantes para as larvas. Ele vai atrás de qualquer um, e de todos, inclusive de você.

Também não adianta dizer que na sua casa o lixo é bem descartado. Quando chove, a água ignora de onde veio o lixo. Ela vai se acumulando onde tem espaço. Pode ser na sua rua, no seu quintal, as vezes até dentro da sua casa. A água não quer saber se você fez a sua parte. Ela simplesmente ocupa os espaços necessários ao seu volume.

A solução é sempre coletiva, porque o problema é coletivo. Cada parte contém o todo, somos mesmo um com a vida ao nosso redor. Não tem como fugir disso.

Nós, aqui em Itaipu, somos todos da mesma comunidade, vivendo os mesmos transtornos. Atualmente somos uma comunidade que sofre com o caos do trânsito por conta de uma obra na estrada.

Não tem alternativas paralelas, não tem diferença entre tipos e modelos de carros, não tem nenhuma vantagem estar a pé, de bicicleta, de ônibus, de carro, de caminhão, nem de ambulância. Nada consegue ir mais rápido.

Uma e outra queixa direto na prefeitura, uma e outra conversa entre moradores, um e outro post na internet sobre a obra, e de eficiente, que consiga explicações, prazos, alternativas, não temos nada. Possivelmente porque não nos tornamos um com todos em busca de soluções e esclarecimentos, não agimos como um único indivíduo em busca de uma solução boa para todos.

Não tenho dúvidas que uma das nossas principais missões nesse planeta é aprender a lidar com o material, o físico, o meio ambiente. E temos muito que aprender.

Se no mundo espiritual conservamos pensamentos, sentimentos e crenças, é possível afirmar que, entender nosso corpo físico, cuidar dele, faz parte da nossa missão nesse planeta.

Entender o nosso corpo não é o mesmo que estudar anatomia, ou fisiologia. Entender é aprender os limites, possibilidades, reações, habilidades, necessidades.

De modo geral cuidamos muito mal do nosso corpo. Esse que é o nosso aspecto mais palpável e concreto. Quase todos somos inconsequentes nos cuidados com o corpo. Quase todos desconhecemos as consequências dos nossos cuidados, ou da nossa falta de cuidados.

Quantas pessoas você conhece que, um belo dia, se surpreendeu por estar acima do peso? Quantas só se deram conta quando se perceberam sem folego, fazendo esforço para se movimentar, se sentindo desconfortável nas próprias roupas?

E ninguém ganha peso de repente. Ganha gradativamente, através das pequenas escolhas de todo dia. Vai ganhando peso por deixar de pensar nas consequências dos pequenos excessos quase que diários.

Também é por não se perceber que muitos desidratam. Nem ao menos se dão conta das consequências de deixar de beber água. E, de repente, uma dor de cabeça mais persistente no fim do dia, um cansaço “inexplicado”, um ressecamento que não sabe de onde vem. Faltou água, faltou perceber que faltava água.

Também conheço pessoas que depois de um dia particularmente cansativo, não sabem o que fazer para relaxar, e garantir um sono de qualidade. E não sabem por nunca ter observado o que lhes faz bem, nem o que lhes relaxa na hora de dormir. Não se conhecem.

E atividade física? Você sabe que movimentos lhe dão prazer? Você já descobriu que atividades lhe dão prazer e satisfação, e de quebra, mantém seus músculos e articulações saudáveis?

Da maneira que eu vejo, somos mesmo muito inconsequentes com os cuidados com o corpo. E se não cuidamos bem dessa casa do nosso espírito, muito provavelmente também somos inconsequentes com nossa casa comum, o planeta.

É por pura inconsequência que não cuidamos do que descartamos. É por inconsequência que matamos nascentes, destruímos florestas, permitimos que os rios sejam assoreados, que sujamos matas, trilhas, praias, mares, oceanos.

Se viemos a esse planeta para aprender a lidar com a matéria, ainda temos um bom caminho pela frente até nos tornarmos uma humanidade melhor.

Como não dá para viver tudo numa vida só, aprender com a experiência do outro se torna fundamental. Estamos vivendo mesmo numa boa época de compartilhamentos de vivências e experiências.

Nunca tivemos tanta informação sobre alimentação, hidratação, higiene do sono, atividades físicas e soluções criativas para problemas comuns as pessoas e as cidades. Temos acesso ao que funciona e o que não funciona, para cada um, e em cada lugar. Podemos aprender com esses relatos.

Sou otimista. Acredito que muitos já despertaram para essa necessidade de pensar nas consequências de todas as escolhas, ações e atitudes. Muitos já perceberam que somos mesmo todos um.
 E que sendo um, seremos todos afetados pela falta d’água, pela poluição, pelos mosquitos, pelo trânsito...

Bora melhorar esse mundo!

domingo, 7 de janeiro de 2018

Vamos meditar?

Érima de Andrade

Quer um momento mais inspirador que o início do ano para criar hábitos novos para o ano todo? Vamos colocar meditação no dia a dia?
Se você ainda não medita diariamente, começar agora pode ser o hábito novo aprendido em 2018. Nunca é tarde para começar, e sempre é o momento ideal de adquirir novos hábitos. Mas a proposta de ano novo, vida nova, é particularmente inspiradora para muita gente.

E não precisa sentar no alto de uma montanha, antes do nascer do sol, e meditar até o sol estar em cima de você.
Para obter benefícios como clareza e tranquilidade para fazer boas escolhas, meditar 1 minuto por dia já será suficiente. Ou se propor a 1 minuto de silêncio por dia, que é uma maneira de introduzir qualquer pessoa a prática da meditação.

Pode ser que você esteja se perguntando: “mas meditar para quê? Como essa prática pode me ajudar?” Eu respondo: m
editar ajuda a desenvolver a percepção e a consciência sobre si mesmo. O silêncio é a base do autoconhecimento, essa é a ajuda que a meditação pode lhe dar, se conhecer melhor.

Os momentos de silêncio ajudam a lhe colocar presente no que você estiver fazendo.
E estando presente, isso é, não pensando em algo que já passou, nem ansioso por algo que ainda não aconteceu, você adquire clareza, e pode organizar, e escolher, os pensamentos que lhe interessam para o dia que está vivendo.

Ao mesmo tempo, com clareza, pode eliminar aqueles pensamentos que não servem mais aos seus propósitos.
Simples e poderoso exercício para ampliar sua percepção, lhe acalmar quando for necessário, e lhe preparar para suas atividades. Às vezes, somente alguns segundos em silêncio podem transformar positivamente o seu dia.

Essa é a minha proposta para você nesse ano: aprender a cultivar 1 minuto de silêncio.

Você pode se programar para fazer 1 minuto de silêncio antes de inciar suas atividades diárias. Ou depois de retornar de uma atividade. Ou antes das refeições. Ou depois de uma reunião. Ou antes de ligar o carro, antes de dormir, qualquer hora, ou qualquer momento. Tanto faz mesmo.
O importante é se lembrar e fazer 1 minuto de silêncio, todos os dias, nesses momentos que você escolher.

Assim, aos poucos, você começa a se conectar consigo mesmo, para permanecer conectado ao longo de todo o dia. Com somente um instante de silêncio é possível iluminar a escuridão. Fazer 1 minuto de silêncio, antes de uma atividade importante no seu trabalho, vai lhe dar mais segurança e mais qualidade para realizar suas tarefas. Mas para que isso aconteça, é importante que você se afine com essa prática, cultivando o silêncio no seu dia a dia.

A prática constante é muito poderosa e é somente se entregando a ela que você poderá conhecer o poder que o silêncio pode ter na sua vida.

“Para chegar nessa experiência é preciso praticar e se abrir para a experiência do silenciar, que pode ser muito reveladora e trazer chaves de compreensão para questões muito profundas da sua alma. O silêncio pode ainda, tomar a forma de uma palavra, de uma música, uma poesia, um gesto, uma pintura… Lembre-se que ele é a expressão real do seu Ser, é como a ponte para o eterno.

Aos poucos, conforme você for se afinando com os códigos divinos do silêncio, vai perceber na prática que ele é preenchido de bem-aventurança, é preenchido pelo Espírito Santo. As respostas para suas perguntas e a compreensão para o jogo da vida surgirão espontaneamente, mesmo que você não tenha feito as perguntas, acordando valores em você como a calma, a aceitação e a paciência.

O silêncio iluminado é um florescimento da presença, mas o cultivo consciente do silêncio é uma forma de evocar a presença. Portanto, mais uma vez eu lhe convido: experimente colocar em prática esse exercício tão simples de parar algumas vezes no seu dia, se desligar do mundo lá fora e colocar o foco no fluxo da sua respiração. A cada expiração permita se esvaziar de toda expectativa e de toda preocupação, relaxando e estando total no momento presente, onde você simplesmente testemunha de forma silenciosa o fluxo da respiração, evitando julgamento, crítica, comparação e diálogo interno.” Prem Baba, idealizador do movimento Apenas 1 minuto.

Um minuto por dia é um belíssimo começo, e se você escolher, poderá ser para sempre apenas 1 minuto por dia. Mas não de qualquer maneira, é preciso disciplina, é preciso escolher se tornar discípulo da sua melhor versão. E no caso da meditação de 1 minuto por dia, significa se disciplinar para meditar todos os dias no mesmo horário, ou na mesma atividade.

Simples, fácil, poderoso, e realmente funciona. Mas isso não significa que você vai conseguir se desligar de todos os estímulos na primeira vez que tentar. Mesmo que você escolha meditar apenas 1 minuto por dia, nesse 1 minuto muita coisa pode tirar a atenção da sua respiração.

Num primeiro momento, o silêncio não lhe parecerá natural e será preciso exercitá-lo. Possivelmente, quando você se dispuser a se aquietar e silenciar, perceberá um grande barulho interno, uma grande agitação, uma ansiedade e um turbilhão de sensações, sentimentos e pensamentos. E está tudo bem, significa que seus quatro aspectos desejam despertar sua atenção ao mesmo tempo.

A meditação e o silêncio, favorecem o contato com seu aspecto espiritual. Quando escolher meditar, seus aspectos intelectual, emocional, físico, continuaram com suas habilidades específicas, e é isso que você precisa educar, se educar para não se prender, nem conversar com nada disso.

Relembrando: a habilidade do corpo físico é perceber o mundo a partir dos 5 sentidos, captar todos os estímulos sensoriais. Não é por estar meditando que seu corpo vai parar de usar essa habilidade. Ele vai usar e muito. Ele pode, por exemplo, provocar uma coceirinha na ponta do nariz, ou fazer com que você tenha uma súbita vontade de se espreguiçar, bocejar, deitar, dançar. Pode focar sua atenção nos cheiros e perfumes ao seu redor, nos sons, nos deslocamentos do ar, e tudo ao mesmo tempo agora. Ok, não brigue com isso. Tome consciência do que está sentindo e volte sua atenção para sua respiração.

A habilidade do intelecto é pensar, julgar, calcular, e ele vai continuar a fazer isso durante esse 1 minuto. E pode julgar sua opção de meditar, criticar que esteja parado com tanta coisa para fazer, censurar por não ter começado a fazer todas as coisas que programou para seu dia. E tudo bem. De novo, apenas tome consciência e volte para sua meditação.

A habilidade das emoções é ter sentimentos e sensações, e durante sua meditação, você pode ser assaltado por emoções diversas. Não brigue com elas, observe e deixe sua atenção ir voltando para sua respiração. Com disciplina, todos essas distrações param. Apenas 1 muito, você consegue.

Se você ainda não tem meditação como uma prática diária, sugiro que não acredite em mim. Tire a prova. Como? Medite 1 minuto por dia durante 21 dias e perceba se essa prática fez alguma diferença no seu dia a dia.

Eu, quando medito, busco treinar a minha mente para a tranquilidade. Se estou tranquila no momento de fazer qualquer escolha, faço escolhas melhores. E de escolha em escolha, vou me tornando a minha melhor versão.

Meditar 1 minuto por dia, significa escolher parar por 1 minuto, fechar seus olhos, mantendo uma postura que permita que sua cabeça, pescoço e tronco fiquem numa linha reta, e se concentrar na sua respiração. Uma respiração consciente é uma meditação poderosa.

Pois é, a meditação é só isso: ter disciplina para separar um momento para sentar, e em silêncio, respirar consciente, trazendo seus quatro aspectos para o momento presente. Bora praticar?

“Eu os convido a se recolherem em silêncio por um instante. Mesmo que seja um único instante, esteja inteiro nele.” Prem Baba