segunda-feira, 4 de junho de 2018

60 ANOS!

6.0? De jeito nenhum!
60 anos!!! E muito bem vividos!!!

Tudo que já vivi me tornou quem sou hoje. Tenho muito orgulho da pessoa que me tornei ao longo desses anos! A vida vale mesmo muito a pena. Bora comemorar!!!

E agradecer. Gradidão a vida, ao amor, a luz por me colocar nesse planeta; aos meus pais que me permitiram essa vida, convivendo com pessoas maravilhosas, irmãos, filhos, parentes, minha família preciosa, meus amigos, e tantos outros que encontrei pelo caminho. Gratíssima por ter sido capaz de apreciar o meu caminho, vendo lindezas nos detalhes, vendo o amor se manifestando em tantas pessoas, lugares e situações. Por tantas bençãos, gratidão.🙏

Estou bem feliz com essa encarnação.

Bora ser feliz comigo por mais 60 anos?

💫VIVA EU!!!!!💝

fui ali cuidar da saúde. Vou ficar um tempo sem regularidade aqui no blog. Mas assim que der, estou de volta.

Beijinhos😘😘

domingo, 20 de maio de 2018

Um dia você aprende

Érima de Andrade

Essa semana esse texto apareceu em várias sessões. Achei que era hora de republicá-lo.


Como a Verônica Shoffstall   ainda não é conhecida mundialmente, esse texto tem circulado por  ai  com vários sautores diferentes. Então, com vocês, Você Aprende, texto da Verônica Shoffstall :  

"Você aprende

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.


Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.

Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, com tudo que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.

E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar." Verônica Shoffstall


sábado, 12 de maio de 2018

Para todo tipo de mãe

Érima de Andrade

Hoje vou repostar um texto que fiz para homenagear todos os tipos de mães. Gosto muito dele, por isso sempre acho que vale reler. Boa leitura!

Segundo domingo do mês de maio. Tradicionalmente, no Brasil, comemoramos o dia das mães. De todas as mães. A mãe que gerou e pariu seu filho, e a mãe que escolheu e recebeu seu filho de braços e coração abertos. De barriga, ou de coração, não importa, mãe é aquela que cria, que cuida, que dá amor, orienta, educa e prepara para o mundo. 

A todas as mães, parabéns pelo dia de hoje! Que seja um dia especialmente feliz para cada uma de vocês! Com ou sem os seus filhos por perto.

Mas existem outros tipos de mães além da barriga e coração. São as mães que não tiveram filhos humanos, adotados ou não, mas se dedicam aos seus animais como se fossem seus filhos. Feliz do animalzinho que teve sua vida compartilhada com uma “mãe” humana. 

Claro que existem exageros. Mas também entre os humanos, existem exageros. Mas não dá para negar que as mães de gatos, cachorros, aves, peixes, e outros animais escolhidos, amam de verdade essas criaturinhas que escolheram para criar. Então a essas mães, eu também desejo felicidades pelo dia de hoje! 

Feliz dia das “mães” gateiras, cachorreiras e a você que doa afeto e cuidado ao animalzinho que vive na sua casa. Ou não... Porque também tem aquelas que são “mães” de animais de rua, de clínica, etc. Feliz dia das mães a você que adotou um animal e o trata com amor e respeito! Que todos possam viver com dignidade e alegria.

Mas essa categoria “mães” não estará completa se eu não falar das mães artistas. Quem já viu de perto o processo de gestação de uma obra, sabe que é similar a gestação humana. O “filho” vai sendo gestado, preparado, criado aos poucos. Um misto de emoções envolve a mãe de uma obra, assim como a mãe de um ser humano, durante a gestação. Tem expectativa, dúvida, medo, ansiedade, até o dia que considera que sim, nasceu! Está pronto! Uma satisfação imensa! É como ver pela primeira vez a carinha do bebê. E como as mães de humanos, vai para o mundo, cheia de orgulho, exibir sua cria. E inspirar outros seres.

E assim nascem textos, livros, peças, músicas, quadros, esculturas, e uma infinidade de obras que passaram pela gestação, nascimento, apresentação ao público, e seguem pelo mundo a fora com vida própria. As artistas que inspiram nossa vida, eu também desejo um feliz dia das mães! 

Desejo que seja um dia especialmente feliz para minha mãe, a Dirma, mãe maravilhosa da Edma, Érima, Érida, Ediemir e Édira. Tenho orgulho de dizer que nossa relação tem muito amor envolvido. Muito amor espontâneo envolvido. Mãe lhe amo para sempre! Que Deus sempre lhe cubra de bênçãos, saúde, felicidade, lucidez, flexibilidade, alegrias, amor, paz e tudo de bom que o universo possa lhe oferecer. Que você possa ser sempre muito, muito feliz.

E a minha artista preferida, a Érida“mãe” do Arresolvido, da Tetéia, do Vitalino, da Dona Vovi, e de tantos outros textos que esperam apenas o momento de se tornarem públicos com sua ajuda e inspiração. Você sabe que o universo conta com você para dar vida a tantas histórias que “vivem” por aí, não sabe? Que elas venham! Lhe amo muito minha irmã! Feliz dia das mães para você também!

E a minha filha Paula, mãe de qualquer animalzinho que passe por perto por mais de três segundos. São Francisco de Assis se enche de orgulho dessa menina! Eu também!

E a minha amiga Heloisa, que transborda amor pelos filhos, sem nenhuma distinção entre filhos da barriga e do coração.Um exemplo de como estar perto e deixar ser livre.

Que hoje todas as mães sejam felizes. Que todas as mães estejam em paz. Que todas as mães vivam com dignidade e respeito. Feliz dia!

Parabéns as mães em todas as manifestações! Feliz dia do amor de mãe a todos!

domingo, 6 de maio de 2018

Emenda de feriado

Érima de Andrade

Talvez eu viva num mundo á parte, mas
fui pega de surpresa com a emenda de feriado feita pelos grupos de segunda-feira.

O que de fato me surpreendeu é que todos os grupos acharam que a emenda era automática, e nem se deram ao trabalho de me avisar, com alguma antecedência, que faltariam...

Aqui vale uma informação: desde 1994, quando comecei a atender, só fiz atendimentos particular e individual. Ainda não tem dois anos que montei os grupos caminhos internos, então, tem menos de dois anos que atendo grupos, e parece que estou descobrindo um mundo novo de suposições e atitudes.

Paciente individual raramente "enforca" a sessão. Tentam organizar passeios, visitas, viagens , mantendo o horário de atendimento. Eles se empenham mesmo para descobrir as causas da sua infelicidade, têm pressa.

Claro que pacientes individuais, às vezes emendam o feriado, é pouco comum, mas acontece. A vida é dinâmica, coisas acontecem fora do nosso controle. Pode ser que uma emenda de feriado seja a melhor data para uma saída com a família. Mas, ao menos que seja uma viagem de emergência, eles se organizam com alguma antecedência e me avisam. Até conseguimos marcar uma reposição.

Os grupos não tem reposição. Simplesmente não tem como encaixar nos horários da semana um extra para o grupo.

Apesar de parecer que a falta me afetou, o que de fato me afetou muito, foi não ter sido avisada. Avisar a mudança de planos, consequentemente de horário, é sinal de respeito comigo e com o outro. Respeito ao meu trabalho, ao meu tempo usado para montar a sessão, ao tempo que fiquei esperando até que começassem a surgir os avisos.

Se vai viajar na sexta, me avisa na sexta, e não no horário do grupo na segunda.
Se percebeu que era o melhor dia para ficar com a família, me avisa antes da hora do grupo, me permita também ficar com minha familia.
Se descobriu que era o melhor dia para resolver burocracias na rua, me avisa antes de sair de casa.

Faltar nunca é o problema, ninguém está livre de imprevistos. E, às vezes, essa falta tem até uma leitura terapêutica importante. Não avisar a tempo de liberar meu tempo também, isso sim é um problema. 


Entendo perfeitamente as clinicas que cobram por faltas não desmarcadas com antecedência suficiente para usar o horário com outro cliente. Estou aprendendo com quem tem experiências similares...

Como repito sempre, nós sofremos por falhas na comunicação. E houve uma falha grande aqui.

É claro que esse post vai virar uma conversa com os grupos de segunda.
O objetivo dos grupos é despertar a consciência dos atos, pensamentos, sentimentos e desejos, no dia a dia. Não posso deixar passar essa oportunidade para falarmos de comunicação clara, respeito ao tempo alheio, se responsabilizar por suas escolhas, arcar com as consequências das suas atitudes.

Mas se você que está lendo esse post, não está em nenhum grupo terapêutico, o texto vale para pensar se na sua vida você também esquece muito de desmarcar o combinado, se você têm o hábito de deixar o outro totalmente no vácuo.

Nem preciso lembrar, temos tecnologia suficiente para mandar notícias, de qualquer lugar, a qualquer hora. Não tem nem desculpas.


Bora ficar mais atento ao que acontece com os outros quando você não cumpre o combinado?

Estamos na época de pensar o Brasil que eu quero. Se você reclama que politico trabalha pouco, e você mesmo falta dia útil de trabalho, você não está muito diferente dos políticos que você critica. 
Pense a respeito. Se eu quero um Brasil diferente, no mínimo tenho que agir diferente. 

Hora de ser a mudança que você quer no mundo. Hora de pensar que se você não gosta do que faz (e por isso não perde nenhuma oportunidade, lícita ou não, de faltar), talvez, você, para ser feliz, deva começar a pensar onde realmente quer investir sua forca de trabalho. Onde vale a pena estar? Que serviço seu coração propõe para você?

É a única maneira de parar de gastar sua energia com o que não lhe faz bem. Pense, se vale a pena fazer, vale a pena ser bem feito. Senão vale a pena fazer, por que você está fazendo?

Gosto do que dizia Ayrton Senna:

"No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, e à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita, ou não faz." Ayrton Senna

domingo, 29 de abril de 2018

Indo para...

Érima de Andrade

(Ilustração Enrico Batalha)

Eu conheço muita gente assim, vê com clareza o caminho levando para o tombo, para o buraco, para o pé na jaca, e não se sente capaz de criar alternativa.

Tenho uma prima que está passando por isso,
se vê a caminho dos sintomas físicos e emocionais provocado por estresse, mas não consegue mudar a rota.

O motivo de não mudar o caminho, quase sempre são os outros: marido, filhos, mãe, trabalho, gatos, cachorro; que ocupam todo o tempo que poderia ser usado para sua qualidade de vida.

E não é só começar uma atividade física com dia e hora marcados. Ela também se sente incapaz de começar a ler um livro que a deixou curiosa, pois "não sobra tempo."

Não, não são crianças recém nascidas, e não, a mãe tem dificuldades físicas, mas tem autonomia e independência. Todos podem se virar sozinhos enquanto ela cuida de si.

Mas é ela, as escolhas dela, que a colocaram nesse caminho.

Sim, escolhas. Tempo é totalmente questão de preferência. Ela, e todo mundo, tem autonomia para escolher como preencher o seu tempo, como vai usá-lo, como vai desfrutá-lo melhor. Basta se empoderar dessa autonomia.

Minha prima é meditante há anos. Mas se embarreirou de tal maneira, que não atingiu, ainda, os benefícios da meditação.

Claro que separar um momento para sentar em silencio, observando sua respiração, estando presente para você, no aqui e agora, e ótimo. E sim, traz benefícios.

Mas a prática diária da meditação tem o objetivo de levar a meditação para todos os momentos da sua vida diária, em vez de ser restrita aquele momento determinado na sua vida diária.

Se você está presente no seu trabalho, você faz escolhas melhores. Se você está presente o dia todo para você, você está em meditação na sua vida diária. Se está presente para você nos seus relacionamentos, consegue, com clareza,  combinar, conversar, ouvir a fala do outro.  E uma comunicação clara é a melhor fonte de entendimentos.

Acredite, nós sofremos basicamente por falhas na comunicação. A gente acha que sabe o que o outro vai fazer, deduz a escolha que ele fará, sabe qual é a opinião dele em todos os assuntos, e nem precisa conversar a respeito. E de pergunta em pergunta não feita, a barreira entre vocês se torna maior e mais larga. Se você está vivendo isso, é hora de construir pontes e derrubar essas barreiras. 


Ou, quando se der conta, não conseguirá mais fazer contato, estarão os dois presos nas certezas das suas suposições.

Tem saída? É claro que tem! Comece fazendo uma agenda deixando espaço, por escrito, para você.

E vá anotando ao longo da semana, todas as desculpas que inventou para não cumprir esse compromisso pessoal. 


Algumas pessoas leem as desculpas da semana e percebem, sem nenhuma dúvida, o que é preciso mudar. Outras precisam de ajuda para sair dessa auto-sabotagem.  E tudo bem.

Se for o seu caso, eu conto que muitos caminhos levam ao autoconhecimento. São caminhos de todos os tipos, para todos os gostos, em todos os lugares, com custos variáveis. Procure aquele que você sentir que é o melhor para você. 


Ou então, converse comigo. Quem sabe eu posso lhe ajudar?

Bora sair dessas rotas de colisão inspirado em Fernando Sabino?

“Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro."Fernando Sabino


domingo, 22 de abril de 2018

Catador de Lindezas

Érima de Andrade

Li essa poesia da Rita Maidana, Catador de Lindezas, e gostei tanto, e provocou em mim tantas reflexões, que resolvi compartilhar aqui no blog. Quem sabe faz você pensar onde tem escolhido deitar o seu olhar? Boa leitura!

"Eu venho de lá,
onde o bem é maior.
De onde a maldade seca, não brota.
De onde é sol, mesmo em dia de chuva e a chuva chega como bênção.
Lá sempre tem uma asa, um abrigo para proteger do vento e das tempestades.

Eu venho de um lugar que tem cheiro de mato,
água de rio logo ali e passarinho em todas as estações.

Eu venho de um lugar em que se divide o pão,
se divide a dor e se multiplica o amor.


Eu venho de um lugar onde quem parte fica para sempre, porque só deixou boas lembranças.

Eu venho de um lugar onde criança é anjo, jovem é esperança
e os mais velhos são confiança e sabedoria.

Eu venho de um lugar onde irmão é laço de amor e amigo é sempre abraço.
Onde o lar acolhe para sempre, como o coração de mãe.

Eu venho de um lugar que é luz mesmo em noite escura.
Que é paz, fé e carinho.

Eu venho de lá e não estou sozinho, "SOU CATADOR DE LINDEZAS",
sobrevivo de encantamento, me alimento do que é bom, do bem.

Procuro bonitezas e bem-querer,
sobrevivo do que tem clareza e só busco o que aprendi a gostar.

Não esqueço de onde venho e vou sempre querer voltar.

Meu lugar se sustenta do bem que encontro pelo caminho, junto a maços de alfazema e alecrim. Assim, sou como passarinho carregando a bagagem de bondade, catando gravetos de cheiro, para esquentar e sustentar o ninho...

Talvez a vida tenha feito você acreditar que este lugar não existe.
Te digo: tem sim, é fácil encontrar. Silencie, respire, desarme-se, perceba, é pertinho.
Este lugar que pulsa amor é dentro da gente, é essência, está em cada um de nós. Basta a gente buscar." Rita Maidana


domingo, 15 de abril de 2018

Pena ou Compaixão?

Érima de Andrade

De vez em quando, alguém em atendimento, me pede para
explicar, de novo, a diferença entre pena e compaixão. Essa é uma conversa, que quando surge, provoca estranheza, pois a grande maioria das pessoas, acha que são dois sentimentos iguais. E mesmo achando que são a mesma coisa com nomes diferentes, quando eu pergunto o sentimento despertado pela história que está me contando, se é pena ou compaixão, invariavelmente a resposta é pena.

Quando me pedem para falar de novo sobre a diferença, eu explico que, na pena você sente a dor do outro, mas o olha de cima. Você se acha superior aquela pessoa que está passando por algum problema. Você é afetado pela dor do outro, mas não faz nada para mudar aquela situação. Apenas sente piedade.

Na compaixão você sente a dor do outro e tem certeza que são iguais. Olha de frente, no mesmo plano, olho no olho. Você sabe, poderia ser você passando por isso. Você é afetado pela dor dele, e, ao mesmo tempo, é tomado por um desejo intenso de acabar com ela. E essa sua compaixão ajuda a mudar aquela situação.

Como essa explicação básica não cria uma imagem que ajude a memorizar a diferença, eu dou um exemplo de alguém preso num buraco.

Você, com pena, vê uma pessoa no buraco, sente a dor dela, mas se sente superior por estar fora. Acredita que a pessoa não é capaz de sair dessa sozinha. Mais que isso, você tem certeza que você sim, se estivesse no buraco, saberia sair sem ajuda.

Amparado nessa certeza de ser capaz de sair, você entra no buraco, acolhe a pessoa, abraça, ouve o desabafo dela, a deixa confortável, serena, tranquila. A pessoa super agradece o que você fez por ela, feliz de você usar um pouco do seu tempo para entrar no buraco e fazer com que se sinta melhor.

Objetivo alcançado, você, que sabe sair do buraco, sai e vai cuidar da própria vida. A pessoa segue no buraco, mas agora agradecida e um pouco mais feliz. De concreto, a vida dela não mudou em nada.

Se você sente compaixão ao ver uma pessoa num buraco, você a olha sabendo que são iguais. Sabe que ela é tão capaz quanto você de sair dali. Além de sentir a dor dela, você deseja acabar com a origem da dor, deseja que ela saia do buraco e se propõe a ajudar.

A pessoa é capaz de sair sozinha, mas aceita a ajuda, porque, nesse momento, não dá conta, precisa de ajuda. E com essa certeza de que o outro é capaz, você avalia, com ele, a melhor maneira de ajudar. E pode ser trazendo uma corda para quem está dentro, escalar a parede. Ou uma escada. Ou uma escada e mais gente para alguém poder entrar no buraco e ajudar na subida.

Pode ser assim, colocam a escada, alguém desce, apoia a pessoa para que suba em segurança, enquanto do lado de fora mais gente mantém a escada segura e firme. Dessa maneira, respeitando os limites do que o outro está vivendo, você, por compaixão, ajuda a mudar aquela situação.

É uma historinha esclarecedora. Serve quando você vê uma planta seca no vaso, sente pena, dó, e segue a sua vida sem fazer a diferença na saúde da planta. Ou, por compaixão, rega a planta, afofa a terra, tira as folhas mortas, coloca uma cobertura na terra, lascas de madeira, por exemplo, para manter a umidade por mais tempo, posiciona o vaso onde ele possa receber quantidade adequada de luz. E você faz diferença na saúde da planta.

Na pena, o pesar do outro lhe afeta, mas não lhe move. Sua vida não muda, nem a dele. Na compaixão, o pesar do outro lhe afeta, e provoca em você o desejo de acabar com a causa da dor. A vida de vocês dois e afetada por esse sentimento.

A boa notícia é que, se você ainda não sente compaixão espontânea, você pode treinar seu olhar, seus pensamentos, suas crenças e cultivar a compaixão em você.

Agora que, imagino, você já entendeu a diferença, me conta: na sua vida, você sentiu mais pena ou compaixão?