quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Perda/Luto

Érima de Andrade

Willy07/09/1995 – 28/08/2012

Ontem, Willy, meu gato de 16 anos, saiu feliz para o quintal e não voltou mais. Hoje o vizinho achou um gato morto na piscina dele, que pela descrição, era o Willy... Estranha despedida... Me deixa tranquila saber que ele estava feliz e que foi muito amado enquanto esteve conosco. Mas a perda, independente do tamanho dela, é sempre dolorida.

Estou considerando perda a separação de algo, ou alguém, que consideramos parte da nossa vida. E ao longo da vida teremos várias delas.

As perdas poderão ser por separações ou por privações. Nos separamos com o fim de um relacionamento, com a mudança de emprego ou de endereço, com o sumiço de um objeto ou de um animal de estimação, e também pela morte, a separação definitiva.

Também perdemos por privação, da liberdade, da saúde, e de todos os limites que a vida nos impõe, seja pelo envelhecimento, seja pela escolha de estilo de vida. Por exemplo, a perda/privação da privacidade quando se faz a escolha de ter uma vida publica.

Perder faz parte do ciclo normal da vida. Em cada conquista nossa há sempre uma perda e um ganho. Perdemos todas as vezes que progredimos, pois perdemos a situação conhecida e ganhamos a liberdade para enfrentar e conquistar novos relacionamentos, espaços e coisas. Aceitar as perdas, e dar continuidade à nossa vida, é o primeiro passo para conquistar a autonomia e nos tornarmos independentes.

Mas perder não é fácil. Apesar da natureza impermanente da vida, nos esforçamos para manter as coisas sempre como estão. Resistimos as mudanças por mais que sejam sinalizadas como mudanças para melhor. O apego faz parte do ser humano, um vínculo que se cria, um elo que nos prende a determinadas situações, coisas ou pessoas.

Explica Lucia de Belo Horizonte: “Os elos se formam pelo amor que temos às pessoas, aos animais, aos objetos e situações que consideramos parte de nós mesmos. Quando se rompem os elos reagimos e entramos no processo de enlutamento que tem 8 fases

1 - A primeira reação é o choque, o abalo que causa desespero, apatia ou agitação. 
2 - Em seguida, a reação é querer negar o fato, uma defesa psicológica que visa fortalecimento para dar continuidade à vida. 
3 - Aos poucos se adquire a noção da perda mas fica a dúvida se aceita ou não o fato.  
4 - E quando se aceita o fato, surge a revolta pelo acontecimento podendo até culpar outras pessoas e Deus.  
5 - Superada a revolta vem a tentativa da barganha, de ter de volta o que foi perdido.  
6 - E quando constata que não haverá retorno, vem a depressão, a tristeza cuja intensidade irá variar de acordo com o apego que se tem. 
7 - A penúltima fase é a aceitação, quando se percebe que não há mais nada a fazer. 
8 - A última fase do processo é quando percebe que, apesar da perda, a vida tem que continuar.

Quando passamos pela experiência de cada perda é natural passarmos por essas fases, permitindo senti-la profundamente. Se não o fizermos, esse sentimento ficará guardado podendo se manifestar em outras ocasiões do futuro ou na forma de uma doença. O sofrimento que advém das perdas precisa ser vivido, podendo variar segundo as crenças e valores de cada pessoa. Perder dói, mas é uma dor que tem cura. É preciso dar tempo ao tempo, pois o tempo é seu melhor remédio...”

Que o melhor, de cada situação,  sempre se manifeste.

domingo, 26 de agosto de 2012

Intimidade

Érima de Andrade

Achei linda essa definição de intimidade dada pela Ana Jácomo:

"Intimidade é quando a vida da gente relaxa diante de outra vida e respira macio. Não há porque se defender de coisa alguma nem porque se esforçar para o que quer que seja. O coração pode espalhar os seus brinquedos. Cantar a música que cada instante compõe. Bordar cada encontro com as linhas do seu próprio novelo. Contar as paisagens que vê enquanto cria o caminho. Andar descalço, sem medo de ferir os pés."

E como é difícil a tal da intimidade! Como é difícil relaxar diante de outra vida. Para que a intimidade surja, é preciso confiar, conhecer, respeitar, aceitar e entender a si mesmo, e ao outro. Eis a grande dificuldade.

De modo geral, entramos nas relações com expectativas, esperamos que o outro seja a pessoa que imaginamos. Tão convictos estamos de ver no outro o que desejamos, que nem ao menos nos damos espaço para descobrir quem ele é. E de engano em engano, vamos nos distanciando.

Mundo a fora existe uma legião de fãs da série de televisão Friends, que retratava a amizade de 6 pessoas completamente diferentes umas das outras. E o mais legal da serie, ninguém tentava mudar ninguém. A intimidade entre eles, vinha do respeito e da aceitação das diferenças. Era gostoso de ver, e nem sempre fácil de seguir.

Para respeitar o outro, é preciso aceita-lo. Para aceita-lo, é preciso conhecê-lo. Para conhecê-lo, é preciso olhar para ele sem expectativas. Esse é o grande exercício para permitir a intimidade: descobrir quem é o outro em vez de tentar fazer que seja quem você quer.

E claro, só vai funcionar se você também se respeitar, se aceitar, se conhecer. Só assim você será verdadeiro. É impossível cultivar a intimidade se você não conseguir se olhar e ser verdadeiro consigo mesmo.

Ser verdadeiro é aceitar a responsabilidade pelo que você sente, é sair do papel de vitima, reconhecer que você está onde você se coloca. A intimidade está totalmente vinculada a verdade. E a verdade esta vinculada a responsabilidade por seus sentimentos, pensamentos e ações.

Sempre que tiver alguns minutos, se volte para você, para a sua consciência. Perceba o que está sentindo, o que está pensando, como está agindo. Assuma a responsabilidade por sua felicidade e por suas lembranças, torne-se íntimo de você.

Mantenha o que lhe faz bem, mude o que puder ser mudado, desapegue-se do que não serve mais. Siga o exemplo do Caio Fernando Abreu:

“Eu carrego comigo uma caixa mágica onde eu guardo meus tesouros mais bonitos. Tudo aquilo que eu aprendi com a vida, tudo o que eu ganhei com o tempo e que vento nenhum leva. Guardo as memórias que me trazem riso, as pessoas que tocaram minha alma e que, de alguma forma, me mudaram pra melhor.”

Tenha você também sua caixa mágica, com os brinquedos do seu coração, para serem compartilhados quando não precisar se defender de coisa alguma, nem se esforçar para o que quer que seja.

Que você possa ser íntimo.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo

Érima de Andrade

Tantas coisas acontecendo ao longo dessa semana que poderiam virar um post... Mas me rendi a essa música, Serra Do Luar, escrita por Walter Franco e cantada lindamente por Leila Pinheiro.

Ela tem me acompanhado “insistentemente”. Por isso resolvi dividir com você essa letra que faz pensar, que ajuda a meditar, que contribui para a auto observação, e que é uma delícia!

Vamos cantar?

Serra Do Luar

“Amor vim te buscar, em pensamento,
cheguei agora, no vento.
Amor não chora, de sofrimento,
cheguei agora, no vento.
Amor não chora, de sofrimento,
cheguei agora, no vento.

Eu só voltei pra te contar, viajei...
Fui pra Serra do Luar.
Eu mergulhei... Ah!!!Eu quis voar!
Agora vem, vem pra terra descansar.

Viver é afinar o instrumento,
de dentro pra fora, de fora pra dentro.
A toda hora, todo momento,
de dentro pra fora, de fora pra dentro.

A toda hora, todo momento,
de dentro pra fora, de fora pra dentro.
Tudo é uma questão de manter,
a mente quieta, a espinha ereta
e o coração tranquilo.

Tudo é uma questão de manter,
a mente quieta, a espinha ereta
e o coração tranquilo,
a toda hora, a todo momento,
de dentro pra fora, de fora pra dentro.

A toda hora, todo momento, de dentro pra fora
de fora pra dentro
, de fora pra dentro.”




domingo, 19 de agosto de 2012

Caminho do Apreciar

Érima de Andrade

Bárbara Petri do site Casa das Mulheres Sábias, recebe os visitantes dizendo:

“Que você possa ser a melhor versão de Si Mesma. O mundo está ávido por sua autenticidade, sua magia e criatividade. Os presentes que você pode oferecer ao mundo, ninguém mais pode. Você é única e seus dons são maravilhosos.”

Ela tem razão, cada um de nós é único e maravilhoso, e com o poder de ser a melhor versão de nós mesmos. É uma questão de treinar o olhar, de fazer escolhas que colaborem com nosso desenvolvimento, com nosso crescimento pessoal.

A sugestão dessa semana no site foi de acompanhá-la no Caminho do Apreciar.

“Convido você a olhar com amor para si e para o mundo ao teu redor, apreciando cada cantinho mágico que existe em você, em suas experiências, em todo o aprendizado que você teve ao longo da sua jornada até aqui. Olhar com amor para os pequenos detalhes e apreciar a grandeza cósmica: o Sol, as galáxias, nossa Mama Terra...” (Bárbara Petri)

E completa: “Há tanto para ser visto e amado em nossas vidas!” (Bárbara Petri)

Nossa vida é mesmo repleta de coisas para serem apreciadas. Para que nos organizemos nessa caminhada, Barbara propõe 21 dias pelo universo da apreciação, fazendo uma lista diária com 10 itens para os quais você olhou com muito amor.

10 itens é bem pouco, mas será que é fácil? Estamos com o olhar tão acostumado a tudo que temos ao nosso redor, que esquecemos quantas maravilhas se manifestam diariamente nas nossas vidas.

Treinar o olhar para o que deu certo, marcar o que deu certo, o que de bom aconteceu em cada dia, provoca uma mudança na nossa energia, e vamos cada vez mais perceber as graças se multiplicando.

Num dia de trânsito impossível, uma grande amiga minha escreveu no facebook:

“Obrigada Senhor, por eu saber dirigir, ter um carro, ter um trabalho no Rio, ter uma filha que vai e volta comigo de carro... Porque se eu não tivesse nada disso não teria enfrentado às 4h de congestionamento num percurso que faço em 35 minutos... Tudo tem um lado bom.”

Obrigada Senhor por eu ter uma amiga que me faz rir num dia que tinha tudo para dar errado.

Somos cercados por bênçãos e, muitas vezes, só nos damos conta disso, quando as perdemos. Que bom ter água no chuveiro, luz em casa, internet funcionando, fogão a gás, telefone e todas as outras facilidades da minha vida.

Você tem apreciado essas maravilhas? Experimente olhar com amor para si e para o universo ao seu redor. No mínimo seu dia vai ficar mais interessante.

Hoje eu tive um dia repleto de coisas para apreciar: acordei com o sol sem o barulho da obra do vizinho, colhi nêsperas no meu quintal, ri conversando com minha mãe, estou curtindo ver o meu gato recuperando a saúde, adorei sentir o cheirinho de café sendo feito e conversar com meus filhos, gostei de chegar em casa e ver quantas árvores tem ao meu redor, agradeço o silêncio dessa noite, os comentários inspiradores que tenho lido e Willy dormindo tranquilo no meu colo enquanto escrevo esse texto.

São tantas coisas boas que me cercam que me sinto plena e preenchida de amor.

Eu aceito com reverência cada um dos presentes que o Universo traz para minha vida.”
(Bárbara Petri)

Eu também!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Deduções

Érima de Andrade

Quando ainda estudava no São Vicente de Paula, aqui em Niterói, ouvi uma piadinha, dessas que a gente contava uns para os outros na hora do recreio, que uso até hoje como ilustração de uma dedução errada.

Era uma experiência de um cientista com uma aranha:

O cientista querendo estudar a aranha, a colocou numa caixa de vidro
e observou como ela caminhava. 
Satisfeito com o que viu, começou sua experiência:
retirou uma perna da aranha e ordenou:

- Anda aranha.

A aranha com uma perna a menos, caminhou quase em linha reta,
puxando ligeiramente para o lado das três pernas intactas.
O cientista então retirou uma segunda perna e ordenou:

- Anda aranha.

E ela foi, com duas pernas de cada lado, caminhando devagar,
mas em linha reta.
Continuando a experiência,
o cientista retirou a terceira perna e ordenou:

- Anda aranha.

Ela então caminhou traçando uma diagonal,
indo para o lado onde ainda restavam duas pernas.
Continuando, o cientista retirou mais uma perna e ordenou:

- Anda aranha.

Ela passou a pular.
Apoiava as duas pernas no chão e se jogava para frente,
traçando uma linha reta.
O cientista então retirou a última perna de um dos lados e ordenou:

- Anda aranha.

A aranha tentando andar,
apoiava a última perna no chão e se mexia.
Mas o que conseguiu foi apenas rodar em círculos.
O cientista resolveu continuar,
e retirou a última perna que restava na aranha, e ordenou:

- Anda aranha.

A aranha não se mexeu. Ele tentou de novo:

- Anda aranha.

Como ela continuou parada,
ele deu por encerrada a experiência
e concluiu:

“Aranha sem pernas é surda.”

Não entendo absolutamente nada de insetos, então estou considerando que a audição das aranhas não tem nada a ver com as pernas. Dito isso, continuemos.

Quantas vezes na vida você fez como esse cientista, viu tudo e concluiu errado? É muito comum em pessoas “perdidamente” apaixonadas. Onde todo mundo vê grosserias, ela vê uma prova de amor...

Também muito comum com os preconceituosos. Onde todo mundo vê uma pessoa loura, ou feliz, ou judia, ou complete com qualquer outro chavão, eles vêem uma pessoa burra, ou gay, ou ladrão, ou complete com qualquer outra afirmação preconceituosa.

Quantas vezes deixamos de conhecer a pessoa que está na nossa frente, porque decidimos que já sabemos como ela pensa, age ou é, apenas por um único dado que analisamos?

Será que andamos pela vida como esse cientista, que provoca as transformações, acompanha os fatos e conclui errado, apenas porque o outro agiu de uma maneira diferente da que eu esperava?

Será que nos permitimos aceitar que o outro, mesmo diferente de nós, também está certo? Sou capaz de respeitar as opções do outro?

E em relação ao espelho, será que eu estou vendo a pessoa que eu sou? Eu estou me respeitando?

Para respeitar é preciso aceitar. Para aceitar é preciso conhecer. Eu estou me dando espaço para conhecer a mim e ao outro?

Que suas experiências se transformem em aprendizado. 

domingo, 12 de agosto de 2012

Bicicleta

Érima de Andrade

Estava lendo uma matéria, na revista Seleções, sobre uma ONG que doa bicicletas aos habitantes de aldeias isoladas na África. Num determinado trecho, Steve Madden, autor da matéria, escreveu:

“Penso na tarde quente de um domingo de setembro alguns anos antes, quando meu filho Luke insistiu que eu tirasse as rodinhas traseiras da bicicleta. Então, prontamente, ele se equilibrou nas duas rodas e desceu a rua correndo, afastando-se de mim. Num dos grandes paradoxos da paternidade, eu acabara de lhe ensinar como sair de perto. Era como se eu tivesse dito: amo tanto você que vou lhe ensinar a ir mais longe. Porque, se fiz o serviço direito, você sempre pedalará de volta.”

Achei linda essa imagem! Ensinar os filhos a andar de bicicleta, é de alguma maneira, ensiná-los a sair de perto.

E quando existe amor, sair de perto não é uma ameaça. O amor construído cria laços tão fortes que permanecemos juntos mesmo que estejamos distantes fisicamente. (E em tempos de internet, fica ainda mais claro que a distância física não impede nem a proximidade emocional, nem a participação na vida das pessoas que amamos).

Nossos pais nos deram o melhor que eles tinham, e esperam que sigamos em frente, confiantes em tudo que nos ensinaram. “Vai meu filho, vai ser feliz na vida”, é o que desejam em todas as nossas escolhas.

Eles são sem dúvida, a raiz forte que sustenta a nossa árvore; uma raiz forte que segura esse movimento e o incentiva. E a melhor maneira de alimentar essa raiz, é agradecendo.

A gratidão é uma emoção maravilhosa! Ela abre um espaço para a liberdade, para a compaixão, abre espaço para o amor.

Agradeça, agradeça sempre.
Eu agradeço aos meus pais pela vida que eles me deram.
Agradeço a sabedoria, a alegria, e a riqueza do meu momento presente.
Eu agradeço por quem eu sou.
Eu agradeço por quem eles são.
Eu agradeço por nessa vida ter encontrado essas pessoas que me acolheram de maneira tão maravilhosa.
Eu agradeço as bênçãos que recebi.
Eu agradeço as vivências, as experiências, as histórias que vivemos juntos, que soubemos juntos, que nos mantiveram juntos.
Eu agradeço por me ensinarem a ir mais longe.

Eu os saúdo e os agradeço. Que suas bênçãos me protejam sempre.

Érima de Andrade –publicado originalmente no site do Centro Hoffman

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Promoção Dia dos Pais

Érima de Andrade

Essa semana, no Espaço Corporal Vania Maciel, estamos totalmente voltadas para a comemoração do Dia dos Pais. Colocamos no Facebook, diariamente, sugestões de vale-presentes que substituíssem os presentes mais comuns que os pais recebem:

2° feira - Você está pensando em comprar uma camisa de presente para seu pai? É bacana... mas... você já não deu isso ano passado? Que tal esse ano substituir a camisa por uma massagem relaxante? É só agendar.

3° feira - Eu sei, seu pai usa gravatas, mas você precisa dar uma de presente para ele esse ano também? E se você substituísse a gravata por uma massagem holística? Imagina, em vez de alguma coisa presa no pescoço, você dá um relaxamento especial! Gostou da idéia?

4° feira - Meias... é um bom presente... mas é tão comum... Quer agradar seu pai com um carinho nos pés? Dê a ele uma sessão de massagem nos pés! Rápido, gostoso e muito mais original!

5° feira - Está pensando em levar seu pai para jantar fora esse ano de novo? Lembra no ano passado como foi difícil achar vaga? Que tal em vez do jantar dar a ele uma sessão desintoxicante de drenagem linfática? Ligue pra gente e se informe sobre as opções de vale presente.

6° feira - Seu pai merece um Dia de Rei! Como fazer isso? Fácil, é só dar a ele um conjunto de cuidados! Você pode dar uma massagem termodinâmica + massagem relaxante; ou qualquer outra combinação entre massagens termodinâmica, relaxante, holística, nos pés ou drenagem linfática. Duas ou três horas de cuidados especiais, vão fazer seu pai se sentir um Rei!

E você, gostou das sugestões? Já escolheu o que dar para o seu pai? Visite-nos!!!



Itaipu Multicenter, 3° piso, sala 328 - Niterói – RJ

Tel: 21 26081088 e 21 88926195 - contato@espacovaniamaciel.com.br

www.espacocorporalvaniamaciel.blogspot.com

domingo, 5 de agosto de 2012

Quintais que Produzem

Érima de Andrade

Os Quintais que Produzem surgiram da Mesa de Troca da Rede Ecológica do Núcleo Itaipu.

Tudo isso é grego para você? Então eu explico: existe um grupo de consumidores, e um movimento social, chamado Rede Ecológica Rio - www.redeecologicario.org – que tem por objetivo promover compras coletivas de produtos orgânicos e agroecológicos, produzidos pela agricultura familiar, encurtando a distância entre o consumidor e o produtor. 

Todos ganham com isso, o consumidor que se beneficia de produtos de boa qualidade, frescos e preços bons; e os produtores que recebem o preço cobrado sem intermediários, estabelecendo o que a Rede chama de comércio justo entre as partes. A relação da Rede com os produtores é baseada na confiança, numa visão ampla da busca de condições sociais e econômicas justas.

São 11 anos da Rede Ecológica,  e atualmente contam 170 associados em 9 núcleos:

Núcleo Botafogo – redeecologica.botafogo@gmail.com
Núcleo Humaitá -
redeecologica.humaita@gmail.com
Núcleo Vila Isabel - redeecologicatijuca397@gmail.com

Minha relação é com o núcleo Itaipu, aqui perto de casa. Este núcleo faz entregas mensais de produtos secos e frescosTalvez os outros núcleos também tenham o setor Quintais que Produzem, mas falo só da experiência daqui.

Tudo começou com uma mesa de trocas. Alguém com um minhocário levou algumas minhocas para serem trocadas por outros produtos. Outro levou bandejas com grama de trigo. Mais um levou toda a poda da sua árvore de louro. E outro ainda compotas de doces caseiros, com frutas colhidas diretamente do quintal.

Não são produtores, não vivem disso, mas tem um quintal produtivo e levaram para a mesa o excesso da sua produção familiar. Do sucesso dessa iniciativa surgiu o setor Quintais que Produzem.

Explica Ana Lemos: “O objetivo deste trabalho é estimular o cultivo nos quintais da Região Oceânica gerando recursos e encurtando o caminho entre o produtor e o consumidor. Os produtos são de cultivo natural sem uso de agrotóxicos e os valores cobrados pelos produtos são repassados integralmente aos produtores.”

No email que recebemos com a planilha de pedidos para a rede ecológica, também recebemos um anexo com os produtos disponíveis dos quintais a cada mês. Como o forte dessa prática é a valorização da comunidade, os emails também seguem com pedidos de material de reuso, para quem desenvolve alguma atividade que precisa desse material, como por exemplo, potes de vidro de qualquer tipo e vasinhos de jardim usados que serão reaproveitados na produção de novas mudas.

Ontem na entrega dos produtos da Rede e dos Quintais, tivemos degustação dos Pães Artesanais, uma delícia!, produzidos por um morador de Itacoatiara, Ricardo Mendez, e também a degustação do ingá, que eu nem imaginava que existia, e gostei tanto que trouxe para casa, junto com aipim colhido na hora e laranjas.

Não é preciso ser associado da Rede Ecológica para enviar pedidos para o Quintais que Produzem, mas se você quiser se associar à Rede Ecológica Núcleo Itaipu, você precisa saber que, como associado, você assumirá alguns compromissos

- o pagamento de mensalidade (R$32,00);
- a participação na organização da entrega dos produtos no Núcleo;
- a participação uma vez  por ano do Mutirão da Rede.

Ou seja, é uma proposta na qual todos participam e todos se beneficiam. A Rede Ecológica tem muitas comissões que vão viabilizando tanto o funcionamento das compras coletivas, quanto a presença em espaços que trabalham em cima de segurança alimentar, agroecologia, qualidade de vida. Você também pode participar de uma dessas iniciativas, novos associados contribuem para novos desdobramentos.

Se inscrevendo na Rede Ecológica Núcleo Itaipu, você receberá por email, mensalmente, a planilha de produtos frescos a ser preenchida e mandada para redeecologica.itaipu@gmail.com      

Além de produtos frescos, de boa qualidade, a preço justo, também estamos colaborando para atingir os Objetivos do Milênio. A saber:

1 – Acabar com a fome e a miséria;
2 – Educação básica de qualidade para todos;
3 – Igualdade entre sexos e valorização da mulher;
4 – Reduzir a mortalidade infantil;
5 – Melhorar a saúde das gestantes;
6 – Combater a aids, a malária e outras doenças;
7 – Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente;
8 – Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento.

Eu super recomendo!

Quintais que Produzem:


                        
Meu aipim no fogo:


Uma das mesas com produtos da Rede Ecológica:

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A Prece da Solução

Érima de Andrade

A pedidos, eis o texto completo da Prece da Solução, por Calunga (Gasparetto):

“Neste instante nós vamos fazer a prece da solução. A
prece da solução é crer que tudo já está resolvido, tudo está perfeito na vida e no universo. Aquilo que faz eu viver, aquilo que põe vontades em mim, a fonte da vida, quando aparece em mim, porque ela tem no universo todo, soluções para mim.

Eu acredito em todas as soluções. Acredito em todas as saídas. Acredito em toda modificação. Acredito de coração, que tudo se renova, tudo recomeça, tudo avança, tudo progride, tudo renasce, tudo reforma. Acredito na imensa generosidade do universo para comigo e para com todos.

Eu abro, neste instante, as portas da confiança do meu coração à generosidade da vida. Ao abrir às portas a luz me aquece e a confiança brota; o resto é ilusão.

Tudo vem à mim na medida certa das minhas atitudes; e minha atitude, agora, é de fartura.

Abro minhas mãos como quem solta o que prende. Solto o passado que não me serve e o futuro ausente. Abro minhas mãos para receber, mas abro minhas mãos para deixar ser. Abro minha mente para ouvir, meu coração para sentir, meu colo para receber.

Liberto minhas pernas para caminhar, minha garganta para expressar, meus olhos para ver, meus ouvidos para escutar. Liberto minhas costas para não precisar carregar, me liberto do mundo para não me escravizar. Largo este mundo para dominá-lo. Não pergunto para entendê-lo, não chamo para alcançá-lo.

Meu silêncio é a confiança que tudo é solução. Meus planos? Eu não penso. No amanhã? Eu não penso. O universo é o grande pastor de toda ovelha, porque Deus aos homens se assemelha e cria neles a chance, o recomeço e a renovação. Nada falta para nenhum filho, o eterno pai concede tudo na medida de cada um. E a minha medida agora é a generosidade com que perdôo o inimigo, o indivíduo que passou por mim e mostrou as minhas intolerâncias, as minhas limitações.

Liberto aos outros do julgamento, os críticos do meu lamento, os agressores do meu sofrimento. Me liberto dos olhos dos outros, da boca alheia, do palco das mentiras, para ficar na minha verdade interior.

Não sou como todos e não preciso ser. A vida que é para os outros não tem que necessariamente ser a minha. Eu não tenho medo. Quero dizer bem claro ao universo, que não tenho medo de ser o único a ser muito feliz na Terra, a ser muito rico na Terra, a viver na chuva de bençãos constantes. 

Não tenho medo de ser aquele que não tem medo. Não tenho problema de ser aquele que não tem problemas. Não tenho vergonha de ser aquele que não tem vergonha. Não tenho pudor de ser aquele que não tem pudor. Assim, me permito viver na eterna benção do fluxo constante das portas que eu mesmo abro, sabendo que Deus só faz por mim quando em mim eu planto Deus – a consciência do bem, a consciência do melhor.

Todos os canais para a solução estão abertos, porque, na verdade, nunca se fecharam.
Não há problemas. Tudo está certo. Está certo este momento, esta prece; está certo o que eu como, o que eu falo, o que eu vivo – tudo é benção na minha vida.

Eu aceito essa benção como o filho pródigo escolhido recebendo sua recompensa. Aceito a vida no que há de dor e no que há de sabor. Aceito a vida com ou sem amor. Aceito a vida pelo dom que ela é; no que é simpático e antipático, no que é prazer e no que não é. Aceito a vida inteira porque vejo nela a benção em todos os sentidos.

O que me falta me ensina daquilo que não tenho, e o que eu tenho me ensina o que é ter as coisas. Tudo me eleva, tudo se mostra, tudo me reconhece; tudo me mostra a mim mesmo e tudo me eleva.

Eu estou em paz. Só o bem é real, só o bem é verdade. Estou em paz, nesse gesto em que abro meus braços da fraternidade e comungo com o universo de benção e de bem. Neste momento é o que mais me convém. 

Tudo é assim porque assim está, porque esse é o ponto onde eu moro, o universo onde me encontro, na atitude que tomo. Na sua bondade imensa a vida me concedeu a liberdade de criar o mundo que eu quiser, e de me colocar aonde eu bem entender.

Neste instante, eu me coloco no terreno da paz, da confiança plena, da certeza que tudo que eu quero, que tudo eu tenho, que todo querer, é já poder, é já ter. E que na calma desta confiança, reforço todo bem daquilo que está, porque tudo já está e tudo está aparecendo na consciência pouco a pouco.

Nessa paz que eu fico eu vou transformar esta prece em solução, num gesto contínuo na minha vida. Eu vou viver só no aqui e no agora, sem pensar que existe hora, porque o universo não tem tempo, porque a vida é sempre o que eu só posso sentir. A vida toda é só esta aqui, aquela que eu sinto agora.

Agora é eterno, pleno e real, por isso eu sou eterno, pleno e real. Porque sou aquele que está além do tempo, porque eu sou a consciência viva do próprio universo.”