Érima de Andrade
Estou lendo o
livro Feliz por Nada, escrito pela Martha Medeiros. É uma coleção de crônicas
que ela escreveu para jornais, e bem gostoso de ler. O livro não é meu, peguei
emprestado com a minha mãe. Minha mãe tem o hábito de destacar no livro,
frases, parágrafos, palavras que chamem a atenção dela de alguma forma
especial. E aí, não dá para ler o livro, sem também destacar essas partes no
texto. São uma ótima reflexão. Eis alguns trechos destacados:
Falando de Deus:
“mãe é sempre um atestado da presença desse cara.” Martha Medeiros
“Se você tem
mais de nove anos de idade, já sabe reconhecer uma ironia e entendeu o meu
recado: seja gentil, mas não a ponto de perder o tino. Se tiver que ferir
suscetibilidades para salvar sua pele, paciência. Atravesse a rua. Desça pela
escada. Dê no pé. Sucesso é chegar em casa com vida.” Martha Medeiros
“Vive melhor quem lê a respeito das questões que lhe afligem.” Martha Medeiros
“...uma relação
não traz apenas privações, tédio e brigas, mas traz também muita realização,
estabilidade, parceria, intimidade, gratificações. Casar é muito bom.” Martha
Medeiros
“Independência
nada mais é do que ter poder de escolha. Conceder-se a liberdade de ir e vir,
atendendo suas necessidades e vontades próprias, mas sem dispensar a magia de
se viver um grande amor. Independência não é sinônimo de solidão. É sinônimo de
honestidade: estou onde quero, com quem quero, porque quero.” Martha Medeiros
“Sente-se
confortável em qualquer ambiente porque sabe que o dinheiro não torna ninguém
melhor do que os outros.” Martha Medeiros
“Mas também
sabemos que o poder e o dinheiro nos confinam numa espécie de prisão.” Martha
Medeiros
“Um dos sintomas
do amadurecimento é justamente o resgate da nossa jovialidade, só que não a
jovialidade do corpo, que isso só se consegue até certo ponto, mas a
jovialidade do espírito, tão mais prioritária.” Martha Medeiros
“Dores, cada um
tem as suas. Mas o que nos faz cultivá-las por décadas? Creio que nos apegamos
com desespero a elas por não ter o que colocar no lugar, caso a dor se vá. E
então se fica ruminando, alimentando a própria “má sorte”, num processo de
vitimização que chega ao nível do absurdo. Por que fazemos isso conosco?
Amadurecer
talvez seja descobrir que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não
precisamos nos agarrar à dor para justificar nossa existência.” Martha Medeiros
“...a
complexidade humana também é atributo dos que nasceram do nosso ventre...” Martha
Medeiros
“Nem sempre
temos conhecimento das carências mais profundas daquele que vive sob o nosso
teto, e não porque ele esteja sonegando alguns sentimentos, mas porque nem ele
consegue explicar para si mesmo o que lhe dói e o que ainda lhe falta.” Martha
Medeiros
“Cada vez mais o
dinheiro controla os desejos. É importante ganha-lo, pois sem independência não
somos donos de nós mesmos, mas para ganha-lo você não precisa perder nada: nem
escrúpulos e nem caráter, ou você estará se deixando comprar.” Martha Medeiros
“Não importa a
situação: saiu de casa, esforce-se. (...) Dentro da igreja, ajoelhe-se. No
estádio de futebol, grite pelo seu time. Numa festa, comemore. Durante um
beijo, apaixone-se. De frente para o mar, dispa-se. Reencontrou um amigo, escute-o.
Ou faça de outro
jeito, se preferir: dentro da igreja escute-O. Durante um beijo, dispa-se. No
estádio de futebol, apaixone-se. De frente para o mar, ajoelhe-se. Numa festa,
grite pelo seu time. Reencontrou um amigo, comemore.
Esteja!
Se não quiser
participar, tudo bem, então fique na sua: na sua casa, no seu canto, na sua
respeitável solidão. Melhor uma ausência honesta do que uma presença
desaforada.” Martha Medeiros
“Mas existe
verdadeiramente outro rumo? Na verdade, só existe a direção que tomamos. O que
poderia ter sido já não conta.” Mario Benedetti
“Aquela farofa
que sempre faz falta quando o mundo fica besta demais.” Martha Medeiros
“Mas creio que
esse projeto de vida que falta a tantas pessoas consiste justamente no que é
considerado pequeno e, por ser pequeno, novo para quem não está acostumado a se
deslumbrar com o que se convencionou chamar de “menor”.
Onde é que se
encontra o sublime? Perto. Ao regar as plantas do jardim. Ao escolher os
objetos da casa conforme a lembrança de um momento especial que cada um deles
traz consigo. Lendo um livro. Dando uma caminhada junto ao mar, numa praça, num
campo aberto, onde houver natureza. Selecionando uma foto para colocar no
porta-retrato. Escolhendo um vestido para sair e almoçar com uma amiga. Acendendo
uma vela ou um incenso. Saboreando um beijo. Encantando-se com o que é belo.
Reverenciando o sol da manhã depois de uma noite de chuva. Aceitando que a
valorização do banal é a única atitude que nos salva da frustração.” Martha Medeiros
“Perguntas-me
qual foi meu maior progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo.” Sêneca
“Não há prêmio
ou punição na vida, apenas consequências.” Autor desconhecido
“... lembre-se
do que sua bisavó dizia: regue as plantas, regue suas relações, regue seu
futuro, porque sem cuidar, nada floresce.
E, por via das
dúvidas, confie em Deus, que mal não faz.”
Martha Medeiros
“É comum
pensarmos que ao ficarmos parados no mesmo lugar, sem agir, sem mudar nada,
estamos assegurando um destino tranquilo. Engessados na mesma situação, é como
se estivéssemos protegidos de qualquer possível ebulição que nos inquiete.
Sssshh. Quietos. Ninguém se mexe para não acordar o demônio.” Martha Medeiros
“Seja qual for o
caminho que optarmos seguir, haverá altos e baixos.” Martha Medeiros
Tenham uma boa
semana!!!!!