Érima de Andrade
“Homens, mulheres e crianças sempre gostaram de música. Muito antes de terem aprendido a ler e escrever, costumavam bater palmas e bater com os pés no chão, enquanto davam voltas ao círculo. Ao dançarem, marcavam o compasso com o choque de dois pedaços de pau.
“Homens, mulheres e crianças sempre gostaram de música. Muito antes de terem aprendido a ler e escrever, costumavam bater palmas e bater com os pés no chão, enquanto davam voltas ao círculo. Ao dançarem, marcavam o compasso com o choque de dois pedaços de pau.
Um dia descobriram como fazer um tambor rústico.
Fizeram apitos de hastes de salgueiro, bambu ou de osso.
Cortaram os bambus de diferentes tamanhos e a seguir os juntaram amarrando-os.
Também esticaram cordas sobre pedaços de madeira, e dessas cordas extraíram sons musicais.”
Assim começa a apresentação de instrumentos musicais a crianças no Mundo da Criança, enciclopédia de 1949, que eu consulto até hoje.
E segue: “O homem e os animais emitem sons. O mesmo fazem máquinas, trens aeroplanos e automóveis. Até a água corrente, o vento e a chuva tem seus próprios sons.”
“De certos sons gostamos muito. Contra outros, tapamos os ouvidos.”
Mais do que gostar ou não de um ou outro som, a música, segundo as pesquisas, nos influencia em várias situações, e pode ser, inclusive, o diferencial na aprendizagem.
Por exemplo, num artigo escrito por Kenneth Beare, Usando a Música na Sala de Aula, ele conta que “pesquisadores relataram que as pessoas se saíam melhor em um teste de QI padrão depois de ouvir Mozart.”
Ele destaca no artigo que o ponto mais importante a se considerar quando se usa a música para acompanhar a aprendizagem, é que seja uma ajuda para aprender, e não uma distração.
“Deixe-me dar um exemplo,” diz ele, “se sua classe está fazendo um exercício de gramática e quiser usar alguma música em segundo plano para ajudar os alunos a concentrar-se, você deve escolher a música que emprega períodos regulares (frases repetidas e padrões) - algo como Hayden ou Mozart, talvez Bach. Se escolher uma música com sons desarmônicos, você irá distrair os alunos, pois seus cérebros tentaram dar algum sentido a desarmonia que estão ouvindo. Escolhendo um som melódico que emprega padrões musicais, eles não vão se distrair. Não só este tipo de música não distrai como os padrões regulares da música também ajudam a sublinhar o caráter repetitivo da gramática.”
“Use sua imaginação,” ele completa “e você vai descobrir rapidamente que os seus alunos estarão usando a sua imaginação para melhorar o seu aprendizado da gramática - geralmente sem estar ciente disso.”
Não só no estudo da gramática a música pode ser efetiva. Outras áreas de estudo também podem ter músicas como diferencial na aprendizagem. A seguir, algumas sugestões dos pesquisadores para a música apropriada a cada atividade. É uma relação muito interessante, vale à pena dar uma olhada:
“Gramática - Mozart, Haydn, Bach, Handel, Vivaldi
Exercícios de imaginação (descritivo e escrita da língua) - Ravel, Debussy, Satie
Situação Atual, Notícias do Mundo - Rap (para cidades do interior e dos seus problemas), e Música Étnica dos países discutidos (você ficaria surpreso com quantas pessoas rapidamente associam o tipo de música com uma parte do mundo)
Fazer Planos para o Futuro - Jazz otimista Fun ("Take Five" de Dave Brubeck)
Discutindo questões "graves" - os "graves" alemães: Beethoven, Brahms - mesmo Mahler se você é aventureiro!”
Vamos ouvir músicas?
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