Érima de Andrade
Eu
sempre digo, brincando, que moro debaixo da mangueira. Com esse site,
o Google Earth, que usa fotos de satélite para localizar países,
cidades e até ruas, descobri, é verdade! Eu moro mesmo debaixo da
mangueira! Aparece uma merrequinha de telhado da minha casa na
foto...
Eu
e todo mundo por aqui, segundo o site, mora dentro da floresta. Quase
não se vê telhados. Pela foto, a casa de uma amiga minha não
existe, não aparece nenhum pedaço do telhado, só as árvores. Se eu
não soubesse que ela mora ali, pensaria se tratar de um terreno
vazio.
Ah,
as alegrias e vantagens da vida em contato com a natureza...
Uma
das vantagens de morar num lugar assim, tão cheio de árvores e
perto da reserva, é a convivência com os animais, esquilos, gambás,
morcegos, micos...
Minha
casa era passagem obrigatória de um bando de micos. Eles passavam no
início da manhã e de novo, no fim da tarde. Gostavam especialmente
das mangas e das amoras que colhiam no meu quintal. Passavam, por que
com o fumacê se acumulando nas cascas das frutas, eles foram atrás
de alimentos um pouco menos envenenados... espertos eles....
Um
dia nosso gato caçador Willy, batizado assim, por minha filha, em homenagem
a baleia, teve a infeliz ideia de caçar um mico. Conseguiu, e correu
com ele para a área de serviço. A reação do bando foi
assustadora! Os micos enlouqueceram! Gritavam, berravam, pulavam de
cima dos galhos e dos telhados ao redor da casa. A impressão que
dava, era que iam invadir!
Por
via das dúvidas, fechei a casa toda...
O
“protesto” durou bem uns dez minutos, e deu resultado. Willy
agora se limita a caçar pássaros, baratas, lagartos, desistiu dos
micos...
Pássaros
aliás, também são refeição para os micos. Minha filha comprou um
casal de canários, e colocou a gaiola pendurada numa árvore do
quintal. Pouco tempo depois ouvimos os pássaros fazendo um
escândalo, seguido por outro escândalo feito pelos micos.
Injustamente achamos que era Willy atacando de novo... Não era. Eram
os micos tentando abrir a gaiola dos canários!
Minha
filha fez um escândalo maior que todos eles juntos e acabou com
aquela bagunça.
E
desistiu dos pássaros.
Agora
limita-se a cuidar do aquário.
Ela
tem uma estranha atração por peixes com intolerância a luz, peixes
com hábitos noturnos. Não
sei qual a graça de comprar peixes que passam o dia escondidos
dentro dos troncos e dos outros enfeites do aquário, mas ela se
diverte explicando aos visitantes como eles são. Ninguém vê, mas
eles acreditam... Vai entender... ela fica feliz com essa história.
A
mais recente aquisição foi uma lagosta azul. O rapaz na loja
explicou que um dia ela ia olhar para o aquário e achar que a
lagosta tinha morrido. Mas na verdade, o que ela ia ver, não seria a
lagosta e sim a casca dela. Ela cresce e troca de casca. É verdade,
acontece assim mesmo, a casca fica inteirinha!
O
que ele não explicou, é que ela “escala” o vidro do aquário. E
um dia, após esquecer a tampa aberta, demos de cara, com aquele
bicho, parecido com uma aranha azul, passeando pela casa. Não
exatamente pela casa, ainda perto do aquário, na sala... mas é
nojento do mesmo jeito...
Sorte
dela que Willy não viu, ia acabar rapidinho com essa novidade...
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