Érima
de Andrade
Já repararam que quando alguém não quer tomar uma decisão, ou não quer mudar, responde alguma coisa parecida com “eu não tenho tempo”, ou “eu não consigo”, ou “eu cansei”?
“Eu
não tenho tempo”, “eu não consigo”, “eu cansei”, são
algumas das várias maneiras de se desresponsabilizar da própria
vida. Na verdade o que estão dizendo é “eu não quero tomar
decisões”.
Como
ajudar quem se paralisa dessa maneira?
As
pessoas que sempre respondem “eu não tenho tempo”, “eu não
consigo”, ou “eu cansei”, além de se paralisarem e não
alterarem a situação que estão vivendo, geram impotência em quem
está por perto e deseja ajudar.
O
que argumentar com quem sempre responde “eu não tenho tempo”?
Alguém que está infeliz com a situação de vida atual, mas “não
tem tempo” para nenhuma alternativa?
Pessoas
tão angustiadas com o que vivem que enchem a agenda, profissional e
pessoal, de tal maneira, que “não tem tempo” para tomar atitudes
que modifiquem a situação hostil que estão vivendo. Acreditam que
estão mesmo listando obstáculos reais e não apenas se
desresponsabilizando. Estão atribuindo as falhas, e até os acertos,
a uma série de fatores externos sem sequer avaliar a sua
participação nesses acontecimentos. Elas não tem tempo.
Tempo
é uma questão de escolha, de preferência, é uma opção. Se estou
infeliz, e com a agenda cheia, me cabe decidir escolher o que fazer:
reclamar ou rever minhas prioridades? “Eu não tenho tempo de olhar
para isso”.... Que pena... só olhando é possível modificar.
E
o “eu não consigo”? Quem responde sempre “eu não consigo”
está tão mergulhado na insegurança que, mesmo infeliz com a
própria vida, prefere não mudar. E, nesse caso, o “eu não
consigo” pode ser lido como “eu não quero”. E se responde
sempre “eu não quero”, como viver diferente?
“Eu
não consigo” vem muitas vezes acompanhado de uma total falta de
resistência a frustração. Se não sair do jeito “perfeito” que
imaginam, reforçam a crença de “não conseguir” que frustra,
perturba, paralisa e impede qualquer mudança. Escolhem não agir
sempre que a situação não corresponde exatamente à ideia
“perfeita” de como as coisas devem ser.
A
perfeição não existe. Como humanos somos perfeitamente
imperfeitos. Quem persegue a perfeição está perseguindo o
impossível. E quem quer o impossível será sempre impotente. “Eu
não consigo”, então não tento, não faço, não modifico, não
vou em frente... E
o “eu não consigo/eu não quero” vira a resposta automática,
vira o refúgio seguro que protege do medo de crescer e se
responsabilizar por sua própria existência.
É
preciso se dar permissão para errar, espaço para aprender com o
erro, e para crescer com as experiências resultantes das suas
escolhas. Como explica essa historinha:
“-
Mestre, como faço para me tornar sábio?
-
Boas escolhas.
-
Mas como fazer boas escolhas?
-
Experiência - diz o mestre.
-
E como adquirir experiência, mestre?
-
Más escolhas.”
Não
tem um caminho mágico. Nossas experiências são a base da nossa
história e da nossa segurança. É possível agir, errar, aprender
com o erro, e seguir em frente.
“Eu
cansei”... O “eu cansei” faz sempre as mesmas coisas, mas
espera resultados diferentes. Se perguntam “A”, responde “B”
e obtém a situação “C”. Mas insistem em esperar que a sua
resposta “B” leve para situação “G”, “H”, “F”
magicamente...
Não
entendem que cada um tem a sua parte numa situação, ignoram como as
suas escolhas determinaram a vida que vivem hoje. Cansou, na verdade,
de esperar que as pessoas mudem de atitude, por que, é claro, estão
sempre certos, a culpa é sempre do outro, “eu cansei”...
São
capazes de mudar de endereço para viver uma “vida nova”, mas não
mudam suas ações. Acreditam realmente que estão certos, e não
percebem que colocam no outro a responsabilidade sobre a sua
felicidade e independência. Conclusão? Em qualquer lugar que morem
vão construir relações onde a pergunta “A” leva a resposta “B”
que cria a situação “C”, esperando que a situação mude para
“G”, “H” ou “F”...
Não
tem saída. Quer viver uma vida diferente da que vive atualmente? É
preciso mudar e se responsabilizar por suas ações. É preciso
reconhecer e aceitar as suas escolhas. É preciso se comprometer com
a mudança.
Questione-se
sempre, "porque eu não tenho tempo"? "O que me impede
de conseguir"? "Do que eu me cansei"?
É
por meio do questionamento que vai ser possível evoluir e se
desenvolver. Para onde você deseja ir daqui em diante? Perceba que
você tem escrito o roteiro de sua vida e, portanto, é o único que
pode decidir para onde vai, e como chegar lá.
Decida,
escolha, siga em frente. Mude. Comece hoje mesmo a transformar seus
sonhos em realidade. A vida sempre responde as suas ações.
Não
esqueça que mudar não significa fazer tudo diferente de uma vez só.
Comece com um primeiro pequeno passo. Veja como se sente, sinta-se
confortável nessa nova posição, ganhe confiança em você, e dê
mais um passo.
Lembre-se
de se responsabilizar: quebrou, conserte; sujou, limpe; errou,
aprenda; magoou, peça perdão.
Aplauda
as suas vitórias e desculpe-se pelas derrotas. Saiba que a
sua melhor versão já existe e está dentro de você. Apodere-se
dela.
As
mudanças acontecem devagar, portanto seja perseverante em tudo que
se propuser a fazer.
Em
qualquer situação que você esteja vivendo, lembre-se, você tem ao
seu alcance tudo aquilo de que precisa para seguir adiante com
amorosidade e positividade.
Eu
lhe desejo: boas escolhas!
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