Érima
de Andrade
Essa semana foi a semana dos imprevistos.
E
com três pessoas diferentes.
A
primeira: uma professora de escola pública, que programou uma ida
ao cinema com os alunos.
Quem
é mãe de aluno, ou professora, sabe que essas coisas demandam
tempo e organização. Os alunos precisam da autorização dos pais,
a escola precisa reorganizar o calendário para que o conteúdo não
seja prejudicado, os alunos precisam, mais que nunca, colaborar.
Todas
as etapas cumpridas, chegam ao cinema e descobrem que não está mais
passando o filme que haviam programado....
A
segunda história é de uma senhorinha que acordou sentindo um calo
na sola do pé. Tão incomodada estava que precisou ser atendida numa
emergência.
A
terceira aconteceu comigo: estava lavando a louça em casa e a pia
caiu. Como aprendi depois, não foi a pia que caiu, foi a cuba da
pia.
O
que temos em comum além de nos vermos diante de fatos totalmente
inesperados? Fomos em frente.
Como
escreveu Martha Medeiros:“Ser feliz de uma forma realista é fazer
o possível e aceitar o improvável.”
Aceitamos
o improvável na nossa realidade e fomos em frente.
Os
alunos aproveitaram o passeio, fizeram um lanche e voltaram para
escola para conversar sobre o que aconteceu.
A
senhorinha, medicada, marcou uma consulta com o dermato e tratou de
colocar em dia todos os compromissos.
Minha
pia descolou mas não se soltou. Coloquei um balde para mante-la
estável e liguei para o bombeiro hidráulico, que no dia seguinte
passou aqui em casa para recoloca-la.
É
um transtorno? É. Mas também é uma escolha: reclamar ou seguir em
frente?
De
um modo geral, nós gostamos de planejar. É tranquilizador fazer
planos, organizar a agenda, perceber que vai dar tempo de fazer tudo.
A vida organizada é uma tranquilidade.
Mas
a vida não acontece sempre como nós queremos. O que fazer? Como
lidar com imprevistos? E se os imprevistos não puderem ser
contornados? Como lidar com uma mudança definitiva que você não
escolheu?
Nós
podemos escolher como agir quando os imprevistos acontecem. Podemos
escolher fingir que nada aconteceu, negar a existência do problema.
Podemos ignorar o que estamos sentindo, ignorar a nova realidade,
alimentar uma louca esperança de que tudo vai se realizar conforme o
planejado, como se nada tivesse mudado e tudo dependesse
exclusivamente da nossa atuação.
Essa
escolha faz com que soframos ainda mais, nos mantém agarrados a uma
visão distorcida dos fatos, presos numa teia de sofrimentos e
mentiras.
Também
podemos escolher viver as emoções associadas ao acontecimento e
contornar o obstáculo, mesmo que isso implique algum tempo e muita
energia. Essa é uma escolha que nos mantém do controle da situação,
e só é possível quando estamos bem com nosso interior.
Autoconfiança
e autoestima podem dizer muito sobre como as pessoas são capazes de
enfrentar desafios e lidar com frustrações. As pessoas com
autoestima elevada tendem a ser mais seguras, têm mais energia,
motivação e iniciativa. Enxergam situações novas como desafios e
não ameaças.
“Estudos
indicam que pessoas que se sentem bem em relação a si mesmas têm
menos insônia, são mais persistentes e, em geral, mais felizes. Já
aquelas que se sentem aquém de suas esperanças são mais
vulneráveis à depressão e ansiedade”, explica Lilian Pisani
Leite.
Mas,
de onde vem e como fortalecer a autoconfiança e a autoestima?
Se
observando, se conhecendo, se respeitando. Se conhecendo e
respeitando quem você é menos conflitos internos você tem, e
melhor você irá se relacionar com os imprevistos e as mudanças.
Esse é um exercício contínuo para alimentar sua autoestima, sua
autoconfiança, e depende apenas de você e da sua atenção.
A viagem ao autoconhecimento é feita aos poucos de maneira ilimitada, com persistência, assiduidade e paciência.
E
ela é uma escolha.
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