Isso significa que um de nós dois está errado?
Não.
Significa apenas que somos diferentes.
Se
é só isso, por que na maioria das vezes optamos por considerar que
o outro que pensa, age e sente diferente de nós, está errado?
E
se antes de considerar o outro errado, você partisse da premissa de
que ele também está
certo, o que mudaria na sua
vida?
Outro
dia, numa novela da Globo, vi o personagem do Edney
Giovenazzi explicar para um
outro personagem que o grande paradoxo da humanidade, é que não
vivemos sem segurança e liberdade. E que, no entanto, essas duas
condições se excluem: quanto mais liberdade, menos segurança,
quanto mais segurança, menos liberdade.
Ter
a liberdade de ser diferente e singular tem seu preço. Você pode
não ser compreendido, e se sentir perdido e abandonado. Por outro
lado, agir sempre de maneira a garantir a segurança da aceitação,
a sensação boa de ter com quem contar, sem espaço para reflexão,
crítica ou experimentação, limita a sua liberdade individual.
Segurança
sem liberdade equivale à escravidão, que mais cedo ou mais tarde,
despertará em você a sede de liberdade, numa tentativa eterna de
conseguir o equilíbrio entre essas duas condições.
Lembro
que quando ainda era aluna da Escola
de Belas Artes, UFRJ, um
professor um dia, reuniu alunos e funcionários da oficina de
marcenaria da escola, para prestar uma homenagem. Ele queria
agradecer aos profissionais por acreditarem no sonho de todo e
qualquer aluno, e fazer o que fosse possível para que o projeto
tomasse forma. Qualquer coisa que inventássemos, eles estavam
dispostos a nos ajudar a buscar soluções, para que aquilo saísse
do papel. Tinha até uma prateleira com projetos AINDA sem solução,
por que acreditavam que uma ideia que surgisse num trabalho, poderia
servir de solução para um daqueles inacabados. Nada era considerado
impossível, apenas a solução ainda não tinha sido encontrada.
Confesso
que gostei do discurso, me emocionei com a emoção dos profissionais
pegos de surpresa, e com a gratidão do professor. Mas só anos
depois entendi realmente como eles eram especiais e diferentes.
Ao
longo da vida fui encontrando mais quem dissesse
“isso não pode ser feito”; “desse jeito não serve”; “nunca
foi tentado antes é melhor não fazer”,
e outras variações de recusas a uma nova ideia, do que alguém
disposto a tentar o novo. São pessoas optando pela segurança,
talvez assustadas com a liberdade, que consideraram errado o que era
diferente.
E
por ter gente que arrisca a segurança em nome da liberdade, é que
vamos aprendendo, progredindo e evoluindo.
E
se você decidir ver tudo a partir
de agora de uma nova maneira? Como seria?
Já
dizia Einstein: “A
mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho
original.”
Vamos
tentar?
O personagem da novela leu Bauman?? A questão segurança/liberdade é um tema bem desenvolvido por ele. Bjs
ResponderExcluirNão sei Caroline... Ele foi tão direto e esclarecedor, que não sai atras da fonte. Bjs
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