domingo, 21 de outubro de 2012

Verão e academia

Érima de Andrade

Começou o horário de verão e com ele a busca por um cuidado mais efetivo com o corpo. Pelo menos aqui, numa cidade litorânea, onde o verão é marcado por roupas mais leves, soltas e muitas atividades ao ar livre.

Com a chegada do verão, não teremos mais os recursos dos casacos estruturados para esconder uma má postura; nem a desculpa do frio para justificar a falta de flexibilidade; nem a chuva+vento+frio para desculpar o sedentarismo. Então é hora de encarar de frente o que precisa ser melhor cuidado, para garantir uma boa qualidade de vida.

O ideal é cuidar diariamente dos quatro aspectos, corpo, intelecto, emoção e espirito. Mas sabemos que descuidos acontecem, e um deles vira e mexe fica negligenciado. Tudo bem, tudo está sempre bem, é só colocar consciência e voltar a se cuidar.

Num desses meus períodos, voltada para o trabalho, me peguei sedentária e fui atrás de uma academia. Frequentei por anos, mantenho contato até hoje com aquele grupo, mas, nesse momento, meu horário me levou para uma outra atividade.

Naquela época, íamos comemorar os 25 anos de carreira da Mariangela Andreolli como professora. Uma das sugestões foi que as alunas escrevessem sobre como chegaram à academia, para quem sabe, juntarmos 25 histórias para um livro comemorativo.

Eis o que escrevi:

De repente me dei conta que estava sedentária.

Entrava no meu carro na garagem de casa, saia na garagem do consultório, pegava o elevador, atendia sentada o dia inteiro, e a noite fazia o caminho de volta; completamente sedentária!

Para acabar com isso, me matriculei numa academia, na AMA, Academia Mariangela Andreolli.

Primeiro dia de academia, aula de hidroginástica.

De todas as atividades oferecidas numa academia, acho que a hidroginástica é a que melhor favorece a socialização. Fui recebida por uma colega dizendo para eu não me assustar com o numero de alunos, que só ficava cheia assim em dias de sol forte, que se o tempo fechasse um pouquinho a “turma que não tem chuveiro em casa, não vai a aula.”(sic)

Óbvio que não entendi... “É o pessoal que tem medo de água que cai de cima, se ameaça chover eles faltam.”(sic)

Outra tratou logo de se explicar dizendo que a chuva não era o problema, que ela tem medo é do vento depois da aula, por isso só vai se tem sol... E nesse clima descontraído, começou a aula.

Bem puxada, para mim principalmente. Mas é claro que fiz tudo, meu orgulho não me permitiu parar antes dos colegas com o dobro da minha idade. Aguentei firme, orgulhosamente até o fim.

Fim da aula, banho tomado, aula de alongamento.

Mariangela, a professora, conduz o exercício: “De pé, deixem a cabeça pesar para frente levando o tronco, braços soltos, enrolando suavemente até em baixo.”

E continua: “Relaxem as mãos no chão, não travem os dedos.”

No chão?!? A mão vai até o chão?!?

Não acredito que estou tão emperrada assim, minha mão, com muito esforço, fica abaixo do joelho, o chão fica a quilômetros dela.

Num outro exercício: “Sentada, pernas abertas, mão esquerda na perna direita, mão direita atrás do tronco, olhando por cima do ombro, respirando normalmente.”

Ela deve estar brincando! E dá para respirar normalmente torcida desse jeito? Respirar, cuidar para manter o tronco reto, sentar nos ísquios, manter os joelhos esticados, pés estendidos, barriga para dentro e respira normalmente?????

É muita coisa para prestar atenção. E ainda vai ter o outro lado. Ai meu Deus!

Gentil, ela avisa que não é para forçar, que devagar a gente vai conseguindo, que a dificuldade é só o início, etc, etc.

Tudo o que eu precisava ouvir para confirmar que não sou um caso perdido, que estava só enferrujada, ainda bem, e que afinal, nem sou a única dura da sala.

De pé, pé direito na barra, braços para cima, inspira e na expiração solta tudo.”

Mãos no pé, cabeça no joelho e relaxa.”

Relaxa? Dá mesmo para relaxar nessa posição sentindo que a parte de trás da coxa quer rasgar? Respirar já é difícil, relaxar então é impossível!

Vai ver é essa a dificuldade do início, respirar e relaxar...

No fim da aula a turma aplaude a professora. Eu também.

Estica puxa dói reclama relaxa respira e no final sai me sentindo super bem disposta. O corpo precisava muito disso. Obrigada professora!!!! Amanhã, eu consigo um pouco mais e aos poucos vou me transformando. 

Está decidido: de agora em diante, fim ao sedentarismo!

Érima de Andrade

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