Começou
o horário de verão e com ele a busca por um cuidado mais efetivo
com o corpo. Pelo menos aqui, numa cidade litorânea, onde o verão é
marcado por roupas mais leves, soltas e muitas atividades ao ar
livre.
Com
a chegada do verão, não teremos mais os recursos dos casacos
estruturados para esconder uma má postura; nem a desculpa do frio
para justificar a falta de flexibilidade; nem a chuva+vento+frio para
desculpar o sedentarismo. Então é hora de encarar de frente o que
precisa ser melhor cuidado, para garantir uma boa qualidade de vida.
O
ideal é cuidar diariamente dos quatro aspectos, corpo, intelecto,
emoção e espirito. Mas sabemos que descuidos acontecem, e um deles
vira e mexe fica negligenciado. Tudo bem, tudo está sempre bem, é
só colocar consciência e voltar a se cuidar.
Num
desses meus períodos, voltada para o trabalho, me peguei sedentária
e fui atrás de uma academia. Frequentei por anos, mantenho contato
até hoje com aquele grupo, mas, nesse momento, meu horário me levou
para uma outra atividade.
Naquela
época, íamos comemorar os 25 anos de carreira da Mariangela
Andreolli como professora. Uma
das sugestões foi que as alunas escrevessem sobre como chegaram à
academia, para quem sabe, juntarmos 25 histórias para um livro
comemorativo.
Eis
o que escrevi:
De
repente me dei conta que estava sedentária.
Entrava
no meu carro na garagem de casa, saia na garagem do consultório,
pegava o elevador, atendia sentada o dia inteiro, e a noite fazia o
caminho de volta; completamente sedentária!
Para
acabar com isso, me matriculei numa academia, na AMA, Academia
Mariangela Andreolli.
Primeiro
dia de academia, aula de hidroginástica.
De
todas as atividades oferecidas numa academia, acho que a
hidroginástica é a que melhor favorece a socialização. Fui
recebida por uma colega dizendo para eu não me assustar com o numero
de alunos, que só ficava cheia assim em dias de sol forte, que se o
tempo fechasse um pouquinho a “turma
que não tem chuveiro em casa, não vai a aula.”(sic)
Óbvio
que não entendi... “É o
pessoal que tem medo de água que cai de cima, se ameaça chover eles
faltam.”(sic)
Outra
tratou logo de se explicar dizendo que a chuva não era o problema,
que ela tem medo é do vento depois da aula, por isso só vai se tem
sol... E nesse clima descontraído, começou a aula.
Bem
puxada, para mim principalmente. Mas é claro que fiz tudo, meu
orgulho não me permitiu parar antes dos colegas com o dobro da minha
idade. Aguentei firme, orgulhosamente até o fim.
Fim
da aula, banho tomado, aula de alongamento.
Mariangela,
a professora, conduz o exercício: “De
pé, deixem a cabeça pesar para frente levando o tronco, braços
soltos, enrolando suavemente até em baixo.”
E
continua: “Relaxem as mãos
no chão, não travem os dedos.”
No
chão?!? A mão vai até o chão?!?
Não
acredito que estou tão emperrada assim, minha mão, com muito
esforço, fica abaixo do joelho, o chão fica a quilômetros dela.
Num
outro exercício: “Sentada,
pernas abertas, mão esquerda na perna direita, mão direita atrás
do tronco, olhando por cima do ombro, respirando normalmente.”
Ela
deve estar brincando! E dá para respirar normalmente torcida desse
jeito? Respirar, cuidar para manter o tronco reto, sentar nos
ísquios, manter os joelhos esticados, pés estendidos, barriga para
dentro e respira normalmente?????
É
muita coisa para prestar atenção. E ainda vai ter o outro lado. Ai
meu Deus!
Gentil,
ela avisa que não é para forçar, que devagar a gente vai
conseguindo, que a dificuldade é só o início, etc, etc.
Tudo
o que eu precisava ouvir para confirmar que não sou um caso perdido,
que estava só enferrujada, ainda bem, e que afinal, nem sou a única
dura da sala.
“De
pé, pé direito na barra, braços para cima, inspira e na expiração
solta tudo.”
“Mãos
no pé, cabeça no joelho e relaxa.”
Relaxa?
Dá mesmo para relaxar nessa posição sentindo que a parte de trás
da coxa quer rasgar? Respirar já é difícil, relaxar então é
impossível!
Vai
ver é essa a dificuldade do início, respirar e relaxar...
No
fim da aula a turma aplaude a professora. Eu também.
Estica
puxa dói reclama relaxa respira e no final sai me sentindo super bem
disposta. O corpo precisava muito disso. Obrigada professora!!!! Amanhã,
eu consigo um pouco mais e aos poucos vou me transformando.
Está
decidido: de agora em diante, fim ao sedentarismo!
Érima
de Andrade
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