quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dia da Terapia Ocupacional

Érima de Andrade

13 de outubro – dia do terapeuta ocupacional, e do fisioterapeuta, no Brasil.

Por que esse dia? Porque no Brasil, em 13 de outubro de 1969, foi assinado o decreto-lei 938/69 que reconhecia e assegurava o exercício dessas profissões, Terapia Ocupacional e Fisioterapia, em território nacional.

Mas a história da Terapia Ocupacional é muito anterior a esse decreto. Existem registros históricos reconhecendo a ocupação e a diversão como sendo benéficos a saúde dos indivíduos.

Por exemplo, no Egito, 2000 a. C., as seitas religiosas usavam o canto, a literatura, a dança, a diversão, o entretenimento e passeios pelos jardins, como tratamento do humor doentio. Hipócrates (460-377 a. C.), Platão (427-347 a. C.) e Aristóteles (384-322 a. C.) em seus estudos médicos sobre realidade psíquica, e sobre consciência, descrevem os efeitos benéficos de práticas e atividades terapêuticas para os que tinham perturbações espirituais ou cerebrais.

Em 293 a. C. existiam em Roma, 60 templos destinados à cura de doenças
mentais e físicas que incluíam a diversão como meio de cura. Em 123 a. C., Thenisom, discípulo de Asclepiades, criou em Roma, a Escola Metodista que pode ser vista como a primeira corrente médica a sistematizar o uso de atividades para doentes mentais. Galeno, médico grego, considerado um dos pais da medicina, afirmava em 172 que “a ocupação é o melhor médico da natureza sendo essencial à felicidade humana”.

Durante a Idade Média os tratamentos passaram por um período de inatividade, os preconceitos e a ignorância isolaram os doentes.

Em 1407, o Frei Joffé, na Espanha, começou a usar o trabalho como tratamento de doentes. Mas foi a Revolução Francesa, 1789, a grande responsável pela definição de idéias relativas à defesa do ser humano, que facilitou o ressurgimento das técnicas ocupacionais de terapia.

Ao longo do séc.XIX a ocupação terapêutica continuou a desenvolver-se, agregando novos elementos e compondo programas mais elaborados.

Em 1915, em Chicago, foi montado o primeiro curso de treinamento de Terapia Ocupacional. A partir desta data, surgiram várias outras escolas, em 1926, no Canadá, em 1930, na Inglaterra, espalhando-se por todo o mundo. Em 1936, foi fundada a “Associação dos Terapeutas Ocupacionais Ingleses”, e em 1948 a profissão foi reconhecida, ocorrendo em 1951 a criação da Federação Mundial de Terapia Ocupacional que realizou seu primeiro congresso em Edimburgo.

Após a guerra, quando apareceram as primeiras pessoas especializadas em ocupação terapêutica, foi possível fortalecer o tratamento através da atividade.

Desde 1919 é utilizada pela Terapia Ocupacional, para o estudo, ensino, aplicação clínica e adaptação, a análise de atividades. Ou seja, a identificação dos aspectos motores, sensoriais, cognitivos, afetivos e sociais, e a identificação dos instrumentos e etapas envolvidos nas atividades, que serão oferecidas.

Entre as duas grandes guerras, e até mais ou menos 1950, foram desenvolvidos métodos de Terapia Ocupacional, no contexto da reabilitação física e mental, baseados nas quatro abordagens do curso de Chicago: bondade, paciência, imaginação e maternagem; buscando a independência, treinamento de AVD’s e a ressocialização do paciente.

Pela necessidade de reinserir os traumatizados de guerra na sociedade, os profissionais da área de saúde, criaram em conjunto, métodos de reabilitação, dando início ao trabalho multiprofissional.

Pela necessidade de possibilitar as vítimas de pólio e as pessoas portadoras de sequelas motoras acesso a um tratamento especializado e reintegração à sociedade , nasceu em 1954 a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação, ABBR. Para que o Centro de Reabilitação da associação pudesse contar com uma equipe especializada, dois anos depois da sua fundação, a ABBR formou, pela Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro, sua primeira turma de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

Para a formação de terapeutas ocupacionais no Brasil, a ONU instalou em 1959, o primeiro curso, com duração de doze meses, funcionando no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo, sendo regulamentado em 1964, sendo reconhecido como nível superior em 1969.

Nascemos, oficialmente no Brasil, no mesmo dia, Terapia Ocupacional e Fisioterapia, e por uma necessidade política, no mesmo conselho. A formação dos profissionais tem caminhos distintos, sendo o curso de fisioterapia voltado para a estrutura do ser humano e o de terapia ocupacional para a funcionalidade das atividades humanas.

A Organização Mundial de Saúde, OMS, define assim a Terapia Ocupacional:

“É a arte e a ciência de orientar a participação do indivíduo em atividades selecionadas para restaurar, fortalecer e desenvolver a capacidade, facilitar a aprendizagem daquelas habilidades e funções essenciais para a adaptação e produtividade, diminuir ou corrigir patologias e promover e manter a saúde.”

Sempre gostei dessa definição, a arte e a ciência...

Hoje a Terapia Ocupacional tem um corpo próprio de profissionais, e muita coisa para comemorar. Caminhamos a passos largos para a independência dos conselhos, temos uma produção científica cada vez maior e reconhecimento da profissão no mundo inteiro. A World Federation of Occupational Therapists (WFOT) conta atualmente com 62 países-membros.

Tem muita coisa para melhorar? É claro que tem. E temos consciência que dos profissionais de hoje, dependem os progressos posteriores.

E isso é mais um motivo para comemorar.

Feliz dia T.O.’s!!!!

Um comentário:

  1. MTO, BOM TEXTO, ESSA É NOSSA PROFISSÃO!!!!!!!!!!!
    QUEM TEM ALMA, PODE SER TERAPEUTA OCUPACIONAL!!!
    BJOS, E PARABÉNS, PELO DIA E PELO POST.

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