quinta-feira, 16 de junho de 2011

Conversando

Érima de Andrade

“O homem só se realiza como pessoa na relação com os outros. (...) Somos seres sociais não apenas porque dependemos de outros para viver, mas porque os outros influenciam na maneira como convivemos conosco mesmo e com aquilo que fazemos. (...) É na capacidade de o ser humano se adaptar ao meio e de transmitir ás gerações seguintes as suas conquistas, é na sua capacidade de aprender que reside a linha que distingue o ser humano do animal.” Eugenio Mussak

Somos seres sociais, isso explica por que conversar é tão importante.
Essa história de jogar conversa fora, bater papo, trocar idéias, ouvir, falar é bom demais!

E pode ser um diálogo, um grupo, uma palestra, um debate, uma mesa redonda, de qualquer maneira vale a pena.

Mais do que trocar, nessas conversas estamos nos dando à oportunidade de admirar os fatos e as verdades provenientes da boca do outro, ainda que não concordemos com ele.

Para concordar, ou discordar, ouvir o outro é condição fundamental. Ouvir o outro não significa ignorar nossas próprias idéias, valores e sentimentos. Significa apenas que estamos abertos a ver os vários lados de uma mesma questão. Concordar ou não, vem depois.

Cada pessoa é única na sua forma de sentir e perceber a realidade e deve ser respeitada por isso. Nossas palavras, silêncios, atitudes, posturas, presenças ou ausências afetam poderosamente o outro. Viver em grupo é afetar e ser afetado por todos; numa conversa, afetamos e somos afetados.

“Comunicar é afetar o outro e ser afetado pelo outro em feedback, onde o emissor/receptor e o receptor/emissor deixam de ser os mesmos, diferenciando-se de antes de serem afetados pela comunicação entre ambos, numa relação dialética de afetação.”

“Não existe não comunicação, não existe não afeto, quando somos comunicados, passamos a saber, a sentir, a querer a partir da nova informação, porque somos afetados, sendo afetados respondemos a esta comunicação, comunicando e novamente afetando. Assim vivemos e assim crescemos dialeticamente na comunicação e no afeto.” Jerdeson Soares da Silva

Vivemos em tempos, em que a comunicação toma novos rumos, ocupa novos espaços e afeta de novas maneiras homens e mulheres. Somos seres sociais e seres afetivos. Necessitamos de afeto, dar e receber carinho, amor, reconhecimento, presença, gratuidade, incentivo.

Atividades que permitam compartilhar, acolher, trocar informações, objetivos, idéias, conselhos, conversas, promovem o crescimento de todos que delas participam, desde que se respeite o espaço de cada um. Somos diferentes uns dos outros, é importante reconhecer essa diferença e cultivar o respeito pela voz alheia, se colocando no lugar do outro, vendo o mundo através da sua história particular. É dessa maneira que poderemos contribuir para um mundo melhor.

A língua Zulu tem uma palavra-conceito que foca nas alianças e relacionamentos das pessoas umas com as outras, Ubuntu, que significa :


"Sou quem sou por aquilo que todos somos."

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