Érima de Andrade
Li
um artigo da revista Personare sobre gente chata. Nele, a
autora Celia Lima, afirma que: “Você se torna uma pessoa
chata quando: quer ser sempre o centro das atenções; elege um
assunto e fala nele o tempo todo; fala o tempo todo, sem dar chance
para o diálogo; faz críticas a tudo, só reclama da vida e das
pessoas.”
Eu
concordo com ela. Alguém que quer ser sempre o centro das atenções
é muito cansativo... Pense em alguém que quer estar sempre no
centro da foto, no centro da conversa, no centro do trabalho. É
claro que existem momentos que somos o assunto e com isso o centro
das atenções. Mas a pessoas chatas querem ser o centro sempre, seja
numa reunião de amigos, seja no trabalho, seja em família. Cansa...
Tem
mais chato do que alguém que elege um assunto e fala dele o tempo
todo? Tenta, de todas as formas, e em todas as ocasiões,
convencer você do seu ponto de vista a respeito de um tema, seja ele
futebol, religião, amizades, casamento, filhos, netos, política,
etc.
É
só lembrar como você se sente quando alguém quer fazer você
gostar do ídolo dele. Haja... Eu tenho um amigo que insiste em me
fazer gostar de cerveja. E sempre dá um jeito de tocar no assunto,
como se não gostar de cerveja fosse um defeito. Agora imagina isso
em relação a um time de futebol? Ou a um esporte? Ou alguém que
acha que tem por missão converter você a alguma religião... tenho
que concordar com a Celia Lima, é muito chato.
Mas
também é muito chata aquela pessoa que fala o tempo todo sem dar
chance para o diálogo. Você tenta concordar, discordar,
acrescentar, e nada. Ela nem ouve o que você fala e nem percebe o
que você faz. As vezes, você tenta cortar a conversa, se mexendo,
se afastando, mas ela vai atrás. Normalmente as pessoas que são, ou
estão chatas, não olham para seu comportamento, não se percebem.
Estão tão absorvidas no seu universo que são incapazes de notar
como os outros reagem à sua presença. E quem fala o tempo todo sem
dar chance para o diálogo, está vivendo esse momento.
Por
fim, é muito chato quem faz críticas a tudo, só reclama da vida e
das pessoas. Coisas ruins acontecem com todo mundo. O que difere uma
pessoa da outra é o que ela faz com o que lhe acontece. E os chatos,
escolhem tornar tudo que é ruim um assunto. Tem alguma coisa que não
vai bem? Ele comenta. Tem alguma situação delicada? Ele torna o
assunto central. Alguma coisa não deu certo? Ele já sabia e faz
questão de desqualificar quem tentou.
Podem
se tornar chatos desagradáveis, inconvenientes ou agressivos. Celia
Lima explica:
“Chato
desagradável - faz comentários antipáticos, do tipo reparar na
pele ressecada, no cabelo sem brilho, nos quilos a mais, etc. Sempre
fala alto e sem senso de discrição.
Chato
inconveniente - pergunta sobre questões de saúde ou sobre um
problema particular, porque quer se sentir íntimo, quer mostrar que
tem determinada informação sobre o outro.
Chato
agressivo - chega desqualificando (na "brincadeira") suas
roupas, suas opiniões ou qualquer outra característica alheia.
Diferente do chato desagradável, este tipo faz comentários mais
ofensivos, como por exemplo: "e então, já abandonou aquela sua
ideia idiota de abrir uma loja?".”
Mas
para Celia Lima também existem os chatos simpáticos, insistentes e
sabe-tudo:
“Chato
simpático - está sempre sorrindo e concorda com tudo, repetindo o
que já foi dito, pois pensa que assim será aceito por determinado
grupo.
Chato
insistente - faz sempre as mesmas perguntas, sugere sempre as mesmas
coisas e faz questão de reavivar um determinado assunto. Este tipo
gosta de continuar insistindo na mesma opinião, que normalmente é
contrária à sua.
Chato
sabe-tudo - costuma dizer o que você "tem que" fazer. Usa
frases do tipo: "você tem que mudar de emprego", "você
tem que namorar", "você tem que ir ao meu dentista",
"você tem que mudar seu jeito de se vestir". Este tipo
acha que é ótimo para administrar sua vida.”
A
boa notícia de tudo isso, é que é possível deixar de ser chato.
Por trás de um chato existe uma pessoa que tem dificuldade de olhar
para si mesma e ser autocrítica. Saiba que a ansiedade, a
dificuldade de aceitar as diferenças entre as pessoas e seus pontos
de vista, uma leve depressão, o inconformismo e a baixa autoestima,
podem estar por trás de uma falação sem fim e de comportamentos
inadequados.
Também
pode ser gente que está passando por um período difícil ou foi aos
poucos cristalizando seu jeito de ser como forma de defesa.
Como
sair disso? Com autoconhecimento. Com consciência você descobre o
fio da meada, a razão pela qual passou a ter um comportamento que o
tornou uma pessoa chata e resolve essa questão na causa. De acordo
com a neurociência, o cérebro humano tem capacidade ilimitada de
absorver novos aprendizados. Por isso, não existe idade ou tempo
para iniciar as transformações pessoais a que você se propõe. A
partir do autoconhecimento, você poderá reciclar os comportamentos
que deseja e desenvolver novas formas, mais positivas, de se
relacionar consigo mesmo e com o mundo ao redor.
Aos
poucos, você consegue reconstruir suas relações em bases mais
equilibradas.
Quer
conversar sobre isso? Estou a disposição.
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