domingo, 22 de setembro de 2013

Inflexível

Érima de Andrade

Oito ou oitenta; nem tanto ao mar, nem tanto a terra; ou preto ou branco e tantas outras expressões que usamos para falar de pessoas, ou situações, que são de extremos.

Pessoas extremas são fixadas num comportamento. E se por uma lado isso nos dá a certeza de saber sempre como ela vai agir, por outro engessa as relações e o amadurecimento, a cumplicidade, o crescimento, o jogo de cintura, não aparecem.

Talvez você imagine que se relacionar com alguém assim pode ser até tranquilo, uma vez que a instabilidade, ou a insegurança, não vão lhe surpreender. Mas a que preço essa convivência se mantém? E o aprendizado, onde fica?

Lembre-se há uma enorme diferença entre ser uma pessoa equilibrada, que segue o caminho do meio, e ser uma pessoa tensa, inflexível, cheia de regras e pronta para criticar o que não se encaixa em sua suposta perfeição. Poucas situações são mais cansativas do que conviver com alguém assim.

Estou falando de pessoas inflexíveis, pessoas que tendem a ser, inclusive, pessimistas, pessoas que estão na maior parte do tempo, com cara feia, mau-humor e raiva. Elas também buscam a felicidade, mas o que encontram é a disputa de poder, insegurança, mentiras, ofensas, discussões intermináveis e repetitivas. Para essas pessoas, tudo é motivo de desconfiança, nada se encaixa no que chamam de perfeição.

Você se encaixa nessa descrição? Você é alguém inflexível? Quer sair disso?

O caminho é pelo autoconhecimento. Observe-se e procure perceber o que é que lhe desestabiliza. O que faz você ficar irritado? O que lhe tira dos eixos? O que lhe faz mal? Como você funciona?

Primeiro descubra como você é e depois crie alternativas. Aprenda a lidar com suas limitações criando opções, outros caminhos, outras formas de se relacionar.

Como anda o seu humor? Você consegue rir de você? Você pode rir de si mesmo, da sua impaciência e da sua chatice? Pode se olhar e falar: olha eu de novo querendo ser o dono do mundo... e rir da sua brabeza?

Observe sua raiva e seu mau-humor e dê um basta nessa situação. Dê um basta divertindo-se, usando o seu humor a seu favor. Ria de si mesmo, da sua impaciência e da sua chatice. O jeito é um só: divirta-se tanto quanto possível! Respeitando quem você é, busque formas mais eficientes de transformar a crise em oportunidades, formas mais eficientes de ser mais leve e mais alinhado com a sua felicidade.

Estamos todos num processo de aprendizado, nem você, nem eu, atingimos a perfeição. Então perdoe-se por não ser perfeito e crie novas maneiras de aprender e se relacionar com sua imperfeição, e com seu crescimento.

Foque no que tem de bom, foque na solução, foque no seu objetivo de vida e seja feliz. Porque, no final das contas, não há coração que aguente, literalmente, uma vida sem risos, sem diversão, sem emoção.


E sendo assim, está tudo certo! (…) que jamais -jamais!- nos conformemos com a crença de que a vida é dura, triste e difícil. ” Rosana Braga

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