Érima de Andrade
Meus
avós moravam no 6° andar do prédio mais alto da rua. Quando eu
tinha em torno de 5 anos, num fim de tarde, fiquei parada olhando
fixamente para o céu, pela janela da sala.
Como eu não era do tipo de criança que ficava parada, a cena chamou
atenção da minha avó, que quis saber o que eu tanto olhava. Eu
expliquei:
- Está vendo aquela nuvem cor de rosa no céu? É lá que eu morava. - E completei - Desci da nuvem naquele morro e fui andando até a casa dos meus pais para morar com eles.
Nunca
esqueci dessa cena. Primeiro porque até hoje nuvens cor de rosa, no
cair da tarde, me emocionam; segundo porque minha avó contou tantas
vezes essa história que ficou impossível esquecer.
Impressionante
como certas conversas marcam a nossa vida para sempre...
Com
meu avô, nessa mesma época, aconteceu também um fato interessante.
Enquanto chupava uma laranja, engasguei e engoli um caroço. Fiquei
muito aflita com a sensação. Para me acalmar, meu avô explicou que
eu não deveria me preocupar, “as sementes ajudam a crescer”,
disse ele. “Elas
formam um arvorezinha dentro de você, e assim você vai crescendo”
(sic).
Explicação
dada, explicação totalmente aceita! Fazia
o maior sentindo!
Dali
em diante, sempre que chegava uma visita na minha casa e comentava
com meus pais, “nossa como cresceu”, se
referindo a um dos meus irmãos, sem me colocar na história, eu
tratava de engolir mais caroço! Claro que isso era um sinal! Eu
precisava fortalecer a minha árvore! E eu passei a engolir todos os
caroços de todas as frutas.
Fico
pensando, quais conversas se tornaram inesquecíveis para os meus
filhos? E como será que meus futuros netos vão se lembrar de mim?
Você
tem alguma lembrança que quer dividir aqui no blog?
Nunca tinha escutado estas Histórias. Gostei de conhecê-las!!! Bjks
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