quinta-feira, 26 de julho de 2012

Kadish

E de repente, eis que estou lendo um livro e me deparo com esse trecho:

“- Louvado e santificado seja seu grande nome... – As vozes dos pranteadores se erguiam como uma única voz. O kadish sempre fora uma das orações favoritas de Aryeh – a oração pelos mortos que não mencionava a morte, ou a dor, ou a perda, mas somente a vida e glória e paz. Uma oração que fazia os olhos desviarem das sepulturas e dos restos mortais e os fixava no firmamento. – Que uma grande paz do céu – e da vida! – desça sobre nós e todo o Israel, e digam juntos, amém! Aquele que gera a paz nos lugares altos conceda a paz a nós e a todo o Israel, e digam juntos, amém!”
(As memórias do livro – Geraldine Brooks)

E na sequência, leio um outro livro que também tem um trecho que me faz pensar na morte:

“A realidade é que a ênfase da irmandade na morte representa, no fundo, uma intensa celebração a vida. (...) Somente por meio da morte o homem pode compreender totalmente sua experiência de vida. Apenas depois de entender que seus dias na Terra são finitos ele pode compreender a importância de vivê-los com honra, integridade e altruísmo.”
(O símbolo perdido – Dan Brown)

Quantas vezes adiamos a vida “que escolhemos ter”? Quando me aposentar, eu...; ou quando me formar eu...; quando quitar minha casa eu...; quando terminar isso eu...; quando começar aquilo eu... E a lista segue infinita.

E só adiamos porque esquecemos que nossa vida, aqui na Terra, é finita.

Depois de ler esses trechos, e ser tocada por eles, resolvi fazer as seguintes perguntas aos clientes lá do consultório: Se você soubesse que vai morrer em uma semana, você faria exatamente o que está fazendo hoje? E em relação às pessoas que convivem com você, você agiria diferente?

Foi surpreendente, e ao mesmo tempo não foi uma surpresa.

No livro escrito por Bronnie Ware, The Top Five Regrets of the Dying -Top Cinco dos Arrependimentos Daqueles que Estão Para Morrer, ela lista e comenta os arrependimentos mais comuns que ouviu dos pacientes ao longo de sua carreira como enfermeira. São arrependimentos universais, muito próximos das respostas que ouvi dos clientes:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse. 
2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto. 
3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos. 
4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos. 
5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz.

E já que estamos vivos, e cheios de graça, que tal mudarmos o que for necessário para que a vida não se transforme numa lista de arrependimentos?

Eu escolho viver com amor, gratidão e tranquilidade. Uso a rica essência divina com sabedoria, amor e equilíbrio em todas as áreas da minha vida e prospero em todos os sentidos. Assumo a responsabilidade por meus atos e respeito quem está fazendo escolhas diferentes das minhas.

E que sejamos todos felizes.  


Érima de Andrade - publicado originalmente no site do Centro Hoffman

2 comentários:

  1. Ótimo post! Se estou no caminho certo é uma coisa que eu penso todos os dias, mas é tão difícil começar a mudar o que é preciso para transformar a vida. Acho que no fim das contas, é um estado mental tb, né? :)

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    1. Mais que um estado mental Thaís, é uma escolha. Escolher viver todos os dias, cuidando de não cultivar arrependimentos!.bjs

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