Érima de Andrade
Ontem lembrei de um jardineiro que trabalhou alguns anos aqui na minha casa. Era um bom rapaz, mas um dia surtou e veio me procurar em pleno delírio místico-religioso. Um delírio bem estruturado, havia conversado com Jesus e entre outras coisas, Jesus disse que podia confiar em mim.
Ontem lembrei de um jardineiro que trabalhou alguns anos aqui na minha casa. Era um bom rapaz, mas um dia surtou e veio me procurar em pleno delírio místico-religioso. Um delírio bem estruturado, havia conversado com Jesus e entre outras coisas, Jesus disse que podia confiar em mim.
Com enxada e facão na mão, estava disposto a me proteger de qualquer um que quisesse me fazer mal, e queria minha ajuda para orientá-lo na tarefa dada a ele por Jesus: transformar o mundo num lindo jardim.
Conversamos o tempo necessário para convencê-lo a ir buscar ajuda no hospital psiquiátrico onde, na época, eu fazia estágio. Eu disse que ele podia falar com qualquer um que o atendesse, que seria bem encaminhado, mas ele queria ouvir nomes, afinal, se fosse atendido por alguém indicado por mim, ele teria certeza de estar obedecendo a Jesus. Falei vários nomes, entre eles Maria, que óbvio, foi o nome que ele gravou.
Dia seguinte bem cedo, foi decidido para o hospital em busca da Maria, amiga da Érima, que foi abençoada por Jesus. Era esse o discurso dele ao chegar na recepção.
Mais tarde, quando eu cheguei, o atendimento dele era o assunto. Ele foi num horário que não encontrou comigo nem com a Maria, encontrou a Sandra. E depois de muita conversa, por ela falar “parecido” com tudo que eu falei, aceitou ser atendido.
Até aí foi tudo muito bem, ele estava calmo, cooperava, dava todas as informações pedidas e não recusou o tratamento. Na hora de sair do hospital foi uma novela, já que entre as instruções dadas por Jesus estava a ordem de ir sempre em frente. E nada no mundo o faria dar a volta para retornar a recepção e poder sair. Andar para trás de jeito nenhum!
Hospital antigo, prédio enorme, e lá foi Sandra, sempre em frente com ele, andando pelos corredores que circundavam os pátios, para, sempre em frente, chegar de novo na recepção.
Meu carro me trouxe essa lembrança, a ré parou de funcionar. E por um dia inteiro eu também tive que ir sempre em frente, mesmo quando queria voltar, dando o tempo necessário para o mecânico comprar a peça que o deixou novo de novo.
Sempre em frente é um bom conselho. Não desanime, adeque suas atitudes e continue sempre em frente, em nome de Jesus, ou por causa de um carro enguiçado, ou ainda seguindo o conselho da Dory, aquela peixinha que estava ajudando a procurar Nemo:
“Você sabe o que você tem que fazer quando a vida te decepciona?
Continue a nadar.
Continue a nadar.
Continue a nadar, nadar, nadar.”
mto bom, adorei!!!!!!!!!!!!!parabéns!!!!!!amiga TO.
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