domingo, 15 de janeiro de 2012

Quando me amei de verdade

Érima de Andrade

Eu gosto muito desse texto. Eu o recebi por email há alguns anos, e passei a usá-lo nos meus grupos. Como eu não gosto de compartilhar texto, impresso ou por email, sem confirmar a autoria, pesquisei e descobri que, como o email que eu havia recebido, esse texto está em vários sites e blogs com autoria atribuída a Charles Chaplin.

Uma vez recebi uma crônica, absolutamente contemporânea, citava inclusive o telefone celular, e veio assinada por Claude Monet. No fim da página, entre parênteses, a explicação: “texto original de Claude Monet, tradução de Fulano de Tal”, um nome brasileiro que não me lembro quem era.

Com certeza... Entre 1840 e 1926, na França, os pintores, e artistas em geral, se comunicavam por telefones celulares... Uma confraria secreta, por isso não sabíamos disso até que a crônica fosse “descoberta”... Preciso voltar para as aulas de história da arte para me atualizar... Já até recebi um poema de Toulouse-Lautrec... quanta coisa eu fiquei sem saber nas minhas aulas na faculdade de Belas Artes... 

A crônica do Monet, numa pesquisa rápida via Google, descobri ser de Martha Medeiros. Aliás, como existem textos de Martha Medeiros circulando na internet com autoria atribuída ao Pedro Bial, Dráuzio Varella, Luiz Fernando Veríssimo, Jean Jacques Rousseau... Que coisa... Tenho muita dificuldade de compreender quem gosta tanto de um texto, a ponto de copiá-lo, ilustrá-lo num PPS, às vezes com música de fundo, mas ao enviá-lo aos seus contatos troca o nome do autor... Por quê????????????

Quando resolvi postar aqui Quando me amei de verdade, pesquisei novamente a autoria, e surpresa, não, não é do Charles Chaplin...

Tem um site que eu gosto muito, e recomendo, o Wikiquote, http://pt.wikiquote.org
Na página inicial a frase: “Revisão geral: Ajude a localizar e inserir as fontes das citações do Wikiquote.”

Foi lá que obtive essa informação:

“O texto "Quando me amei de verdade" não é de Chaplin, é uma tradução de trechos presentes no livro "When I love myself enough"  de Kim & Alison McMillen. A versão brasileira foi feita por Iva Sofia G. Lima e foi publicada pela Editora Sextante. Obs:"Quando me amei de verdade" (When I loved myself enough, dos McMillen), foi traduzida em sites BR/PT com o título "As I began to love myself", por motivos óbvios não é de Chaplin.”

Então com vocês, Quando me amei de verdade, de Kim e Alison McMillen:

“Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome: Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável: pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas vezes menos. Hoje descobri a Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é Saber viver!!!” Kim e Alison McMillen

 

12 comentários:

  1. Lindo demais! E tudo muito verdadeiro. Amei.
    E concordo totalmente contigo, eu também me preocupo muito com a veracidade da autoria. Eu fico pensando: "Se quando eu faço algo, quero que as pessoas reconheçam o meu trabalho, como posso atribuir uma obra a outra pessoa que não seu autor?" Como me disse uma amiga, às vezes as pessoas trocam os autores porque acham que, quanto mais famoso, maior a "credibilidade" de um autor, infelizmente.

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  2. E aí Ana, fica sem credibilidade quem divulgou o texto... é uma escolha... prefito dar o crédito sempre. Que bom que gostou. Érima

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  3. Já vi esse texto citando Drummond como autor!
    Realmente as pessoas deveriam pesquisar mais antes de afirmar ...
    Como essas informações se proliferam, as pessoas continuam achando e afirmando ser do Chaplin ou do Drummond

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  4. Agradeço ter estacionado aqui, para saber que este poema (que eu não conhecia e é maravilhoso) não é do Chaplin, como me foi dado a conhecer num prospecto. É horrível, imperdoável e ilegal, as pessoas adulterarem a autoria duma obra - é como roubarem um filho e mudarem-lhe a identidade. Assim nascem também os boatos. Comportamentos assim, são o joio da sociedade

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  5. Parabéns Érima de Andrade!!
    Parabéns pelo belo trabalho com informação exata sobre esse texto que eu já havia visto, de fato, atribuído a Charles Chaplin. Fiquei super feliz quando encontrei tua page e muito mais por confirmar a veracidade de autoria desse texto que considero tão belo.
    Nada mais posso sentir que não seja gratidão a você.
    Um abraço.
    Lourdes Ferreira

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    1. Obrigada Lourdes, tenho o cuidado de confirmar autoria. Que bom que gostou! Bem vinda!

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  6. Parabéns pelo post! Postei esse texto no meu blog, e estava creditando a autoria dele ao Chaplin, mas estava incomodada pois não parecia "combinar" com ele (sexto sentido feminino talvez, rs). Pesquisei um pouco e vi em alguns sites sendo atribuído aos McMillen, e fiquei confusa. Obrigada por esclarecer tão bem. Já corrigi no meu blog.

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