quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Estudantes

Érima de Andrade

O período escolar, na vida de qualquer pessoa, é uma fase muito especial, marcante mesmo.
Vários artigos, palestras e seminários, discutem a importância desse período na formação do indivíduo.

Independente do saber científico sobre o assunto, as nossas lembranças dessa época da vida, por mais insignificantes que tenham se tornado para nossa vida atual, são inesquecíveis.

Uma amiga minha, lembra até hoje de como era o início do trabalho de ciências que decorou para apresentar na turma.

Estudávamos na mesma sala, mas não lembro desse trabalho. Como já ouvi essa história várias vezes, eu mesma já decorei que: “bactérias são seres vivos unicelulares que se reproduzem...” etc, etc e segue cinco minutos de texto.

Uma outra amiga, sempre que pensa na divisão do corpo humano, pensa em “cabeça, tronco, membros, utilidades.”

No livro que ela estudou, o tema era apresentado num texto que terminava em: o corpo humano pode ser dividido em, dois pontos, pula uma linha, cabeça, pula uma linha, tronco, pula uma linha, membros, pula uma linha, utilidades, pula uma linha e começa outro texto.

Num colégio que meus filhos estudaram, tinha uma banda e uma orquestra formada pelos alunos. Eles se apresentavam em várias ocasiões, inclusive no dia das mães.

Então, eu como mãe na platéia, e meus filhos como alunos participando das homenagens as mães, ouvimos o diretor, acompanhado pela banda, cantar Índia.”

Foi inesquecível! Um show de sotaques e desafinações.

E era um sucesso tão grande entre os alunos aquela performance, que o irmão lassalista a repetia em várias ocasiões. Talvez hoje ele cante outras músicas nesses eventos, já que continua na escola, mas “Índia” foi marcante pra toda uma geração de alunos.

Como aluna também tenho minhas lembranças.

Trabalho em equipe era sempre um sucesso, e eu achava o máximo uma amigo, orgulhoso de seu black power, esconder o lápis no cabelo. Podia dançar com ele que não caia. Não tinha reunião de equipe sem essa demonstração.

Outra lembrança marcante, as aulas que aconteciam logo após o almoço. Difícil prestar atenção, principalmente por ser nosso segundo turno de aulas no dia.

Talvez por isso, uma de nossas professoras, falava tanto a palavra “atenção”.

Um dia, com o intuito de tornar a aula mais interessante, fizemos uma aposta para ver quem acertava quantas vezes ela repetiria “atenção” durante a aula. Apostamos em duas, três e o mais ousado, oito vezes.

Ninguém ganhou, ela falou vinte e três vezes a palavra atenção em 50 minutos de aula!

A partir daí, sem que ela soubesse por que, a atitude da turma mudou completamente.
A dez centavos por palpite, assistíamos a aula totalmente “atentos”, e como a história se espalhou, a turma inteira participava, com vários alunos contando e conferindo o placar.

Foi melhor que cafeína. Ninguém nunca mais nem bocejou na aula dela. Recurso didático nenhum conseguiria esse resultado. Ela nunca soube, mas pra mim, é totalmente inesquecível.

Que lembranças você tem do seu período escolar?


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