Érima de Andrade
“No tecido da história familiar, as mãos de minha mãe reforçaram as costuras para nos protegerem de qualquer empurrão da vida.
As mãos de minha mãe uniram com um alinhavo as partes do molde sem esquecer que cada uma é diferente da outra e que juntas fazem um todo como a família.
As mãos de minha mãe fizeram bainhas para que pudéssemos crescer, para que não nos ficassem curtos os ideais.
As mãos de minha mãe remendaram os estragos para voltarmos a usar o coração sem fiapos de ressentimentos.
As mãos de minha mãe juntaram retalhos para que tivéssemos uma manta única que nos cobrisse.
As mãos de minha mãe seguraram presilhas e botões para que estivéssemos unidos e não perdêssemos a esperança.
As mãos de minha mãe aplicaram elásticos para podermos nos adaptar folgadamente às mudanças exigidas pelos anos.
As mãos de minha mãe bordaram maravilhas para que a vida nos surpreendesse com as suas contínuas dádivas de beleza.
As mãos de minha mãe coseram bolsos para guardar neles as moedas valiosas das melhores recordações e da minha identidade.
As mãos de minha mãe, quando estavam quietas, zelavam os meus sonhos para que alimentassem os meus ideais com o pó das suas estrelas.
As mãos de minha mãe seguraram-me com linhas mágicas quando entrava na vida... para começar a vesti-la!
As mãos de minha mãe nunca abandonaram o seu trabalho.
E sei muito bem que hoje, elas ainda fazem orações por mim.
E eu, eu beijo-as como se recebesse bênçãos!”
Autor desconhecido
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