Érima de Andrade
Mais
um texto que vale muito a leitura! Esse é do Deepak
Chopra:
“Uma
vez que pode sentir o que realmente está ali, você tem uma escolha.
Na verdade, várias escolhas. Pode empurrar o sentimento de volta
para dentro. Pode se culpar por não ser uma boa pessoa. Pode atacar
o sentimento, lamentar ou se desculpar por ele.
Nenhuma
dessas alternativas é produtiva, pois conduzem às mãos da sombra,
reforçando o sentimento indesejado e tornando-o ainda mais
indesejável. Parece estranho, mas os sentimentos têm sentimentos.
Sendo parte de você, eles sabem quando são indesejados.
O
medo coopera ao se esconder; a raiva coopera fingindo não existir.
Isso já é metade do problema. Como você pode curar um sentimento
indesejado, quando ele está agindo contra? Não pode. Até que você
faça as pazes com seus sentimentos negativos, eles persistirão.
A
maneira de lidar com a negatividade é reconhecê-la. Não é
necessário nada mais. Nada de confrontos dramáticos, nada de
catarse. Sinta o sentimento, seja ele raiva, medo, inveja,
agressividade ou qualquer outra coisa, e diga: “Eu o vejo. Você me
pertence”.
Você
não precisa se sentir bem quanto ao sentimento indesejado. Isso é
um processo. A raiva e o medo retornarão, assim como qualquer emoção
profundamente oculta. Quando uma delas voltar, reconheça. A medida
que o tempo for passando, a mensagem será compreendida.
Seus
sentimentos indesejados começarão a se sentir indesejados. Quando
isso acontecer, você começará a ouvir a história deles. Dentro de
todo sentimento há uma história: “Sou assim por essa razão”.
Seja aberto para a história que surgir, independentemente de qual
seja.
Todo
trauma do passado, de um acidente automobilístico a uma rejeição
amorosa, desde perder o emprego até fracassar na escola, tudo isso
depositou resquícios na sombra. Você vem acumulando o que alguns
psicólogos chamam de “débito emocional com o passado”.
Para
pagar esse débito, ouça a história que há por trás dele. Digamos
que a história seja: “Jamais superei o fato de não ter conseguido
entrar para o time de futebol” ou “Sinto-me culpado por ter
roubado dinheiro da bolsa de minha mãe”.
A
maioria das histórias está enraizada na infância, porque essa é
uma época do aprendizado da culpa, da vergonha, do ressentimento, da
inferioridade e de toda a negatividade básica que trazemos conosco.
Tendo ouvido a história, seja receptivo.
Diga
a si mesmo que você teve uma razão válida para se ater à
negatividade. Você não tinha escolha, porque o sentimento foi
secretamente guardado, depois permaneceu escondido. Dessa forma, você
não fez nada de errado. Os sentimentos antigos ficaram por perto
para protegê-lo de se ferir do mesmo modo.
Agora,
faça as pazes com isso, e você terá transformado algo negativo em
positivo. O medo não permaneceu para feri-lo; ele achou que você
precisasse estar atento no caso de outra mágoa — caso outra garota
o rejeitasse, outro parente debochasse de você, outro patrão o
despedisse.
Mas
essas coisas não vão mais acontecer, pelo menos não exatamente da
mesma maneira. A última coisa que você quer é reciclar essas
antigas emoções. E claro que isso é bem tentador. Presos a uma
situação frustrante, todos somos tentados a recorrer ao nosso
estoque de emoções, de onde tiramos a raiva.
Em
momentos de tensão, recorremos à ansiedade. No entanto, se
continuar reciclando antigas emoções, vai acabar apenas reforçando
o passado. Nenhum de nós precisa se proteger de uma infância que já
passou há muito tempo.
Mesmo
que situações semelhantes aconteçam — não que alguém possa
prevê-las —, todos nós já somos excessivamente protegidos.
Não
guardamos uma única razão para sermos temerosos, mas dúzias e
dúzias, e para não esquecê-las participamos do medo coletivo dos
inimigos, do crime, dos desastres naturais e outros mais.
Não
há mal algum em fazer as pazes com o medo e a agressividade se você
puder. A psique ainda lembrará o que for necessário.
Depois
de ter aprendido a lidar com a projeção, você pode fazer a
pergunta seguinte. Por que precisa se defender? Essa se torna uma
questão-chave, pois leva ao questionamento do principal motivo da
existência da sombra.” Deepak Chopra
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