Érima de Andrade
“E
por não saber que era impossível, foi lá e fez.” Não sei
quem é o autor dessa frase, eu a escutei como moral de uma história.
Tentei achar a história no google, mas ele apenas me diz que “Ele
não sabia que era impossível. Foi lá e fez.” foi escrita por
Jean Cocteau.
A
história era mais ou menos assim: havia um lugar, perto de uma
floresta, onde os habitantes cultivavam flores. Nos arredores desse
lugar havia uma montanha, e nela crescia a flor mais linda que se
tinha notícias.
Um
dia, o atleta mais ágil da região, tentou escalar a montanha para
colher a flor e não conseguiu. Como ele era o mais ágil, todos
tiveram certeza que, se ele não conseguiu, ninguém conseguiria.
Essa certeza virou uma crença entre os moradores, que em poucos anos
virou uma verdade absoluta naquele lugar, e ninguém mais tentou
colher a flor, que passou a ser chamada de “flor impossível”.
As
novas gerações nasceram, já sem saber por que a flor era
impossível, mas respeitavam o aprendizado recebido dos mais velhos.
E assim iam vivendo, admirando a flor de longe e sem tentar colhe-la.
Um
dia chegou ao lugar um botânico muito respeitado por suas pesquisas.
Ele trazia um espécime colhido nas redondezas e gostaria de se
reunir com os cultivadores do lugar para saber mais sobre essa
espécie, tão especial e tão difícil de ser colhida.
Foi
com muita surpresa que os habitantes do lugar viram a “flor
impossível” assim tão perto. Mais surpreso ainda ficou o botânico
com a surpresa da situação, que por não saber que era impossível,
foi lá e fez...
Eu
tenho pensado muito nessa frase, e nessa história. Quantas coisas
estamos deixando de fazer por acreditar que é impossível?
Sem
nenhum propósito específico, e meio sem querer, eu confesso,
ensinei minha gata Cléo a responder quando é chamada. Ela pode
estar em cima de uma árvore, ou no seu passeio diário pela
vizinhança, ou ainda escondida num dos seus lugares preferidos, que
é só chamar, que ela vem para junto de onde estou.
Amantes
de cães me dizem que tenho uma gata que pensa que é cachorro, por
isso responde. Que maldade... Explicam que gatos são independentes
impossível de serem ensinados... então tá... impossível...
O
que mais é impossível de ser feito? Será que suas crenças são
mesmo fundamentadas na realidade ou você aprendeu desde cedo que é
impossível?
Você
sabe, todos nós somos a reunião dos nossos sentimentos,
pensamentos, crenças e verdades, e expressamos isso com nosso corpo,
com nossa atitude. Aprender a se expressar é um aprendizado da
infância, o quê, com quem e quando expressar. Na vida adulta já
temos esse aprendizado interiorizado.
Mas
o que trazemos são as crenças dos nossos pais e cuidadores. São
outros tempos, outra vida, outras relações, mas continuamos a nos
expressar como nossos pais.
Tenho
uma amiga muito querida, que aprendeu com a mãe, que mulher deve
usar saia sempre com anágua. Fez sentido na vida da mãe, numa época
de tecidos finos, as vezes quase transparente, e a anágua dava uma
velada no corpo e volume ao vestido ou saia. Mas hoje é uma opção.
Não para essa amiga, que usa anágua até com saia jeans. Ela nunca
questionou seu aprendizado de infância, mas se tivesse se observado,
sem julgar, apenas vendo o que faz, perceberia que existem ocasiões
e ocasiões para usar a anágua.
Que
crenças impedem seus novos aprendizados? Você se expressa a partir
dos seus sentimentos ou das suas crenças? Harmonizar sua expressão
vai lhe dar segurança para expressar alegria, gratidão, amor e até
elogios. Quando me dou conta, posso fazer uma movimento para me
transformar. O que você precisa transformar?
Que
você esteja aberto a novos aprendizados.
Recebi de uma amiga por email: Parabéns amiga, lindo! Passo-lhe um historinha de minha juventude. Passou-se com o médico que atendia os pobres de Londres. Foi chamado para uma urgência numa mansarda gelada onde uma jovem estava em trabalho de parto que correu muito bem e nasceu um robusto bebê. O medico ficou impressionado com a serenidade da jovem durante o parto. Perguntou-lhe então, você não teve dores? ao que ela respondeu: era para ter?
ResponderExcluirEste homem escreveu um livro famoso naquele tempo adotado por milhões de grávidas, inclusive eu: Parto sem Dor. Recorri a seus métodos e tive os filhos com facilidade e quase sem dor. Talvez não convenha aos senhores médicos divulgar seus métodos... querem manter a cultura do parto castigo aludido em Gênese, é rentável!