Érima de Andrade
“Toda
criança precisa de disciplina, regras e rotina”,
diz a Supernanny da TV. Eu concordo com ela. É preciso ter limites
para conquistar a segurança; respeitar os limites é fundamental
para a segurança emocional, e disciplina, regras e rotina, ajudam a
nos dar esses limites.
“Educar
é permitir e proibir. Permitir é dar asas para ousar, criar,
experimentar. Proibir é dar raízes para ter o pé na realidade.
Educar é auxiliar o filho a reconhecer suas potências e seus
limites,” escreveu
Edileide Castro. Educar
também é ensinar o autocontrole, quer dizer, ajudar para que a
criança conheça e aprenda a dizer “este
é o meu limite. E eu sei quando devo parar.”
A disciplina ajuda a conquistar esse controle.
A
palavra disciplina indica disposição de seguir ensinamentos e
regras de comportamento. Disciplina vem de discípulo, “aquele
que segue”. Disciplina e
discípulo tem origem no termo latino “pupilo”,
que significa instruir, educar, treinar, ou seja, modelar o caráter.
“A
disciplina é um hábito interno que facilita a cada pessoa o
cumprimento de suas obrigações; é um autodomínio, é a capacidade
de utilizar a liberdade pessoal para superar os condicionamentos.”
Wikipédia
Com
disciplina a criança aprende a administrar sozinha suas tarefas e
melhora suas competências.
Aprendendo desde cedo a se organizar, ela conquista a autodisciplina
e também sua autonomia. E não é autonomia o que queremos para
nossas crianças?
“Ninguém
se disciplina sozinho”, diz
Paulo Freire, que
completa: “Os homens
se disciplinam em comunhão, mediados pela realidade".
Que
saibamos nos disciplinar e servir de exemplo.
Regras:
Viver em sociedade significa lidar com regras o tempo todo. Mas será
que desde pequeno é preciso conviver com normas e regras? Quando se
avaliam os benefícios, a resposta fica clara: sim.
“Os
jogos de regras, aqueles que se jogam em grupo segundo normas
preestabelecidas e visando um objetivo, são importantes na Educação
Infantil. Além de mostrar que as restrições podem representar
desafios divertidos, eles desenvolvem questões importantes, como a
adequação a limites, a cooperação e a competição,” explica
Thais Gurgel
que continua, “o
principal ponto, no início, é que as regras sejam compreendidas e
que todos se adaptem a elas. Esperar a vez é uma das determinações
mais difíceis de cumprir. Assim, não é aconselhável formar grupos
grandes. A primeira satisfação da criança é se sentir ativa e
participante. Isso determina seu interesse pela atividade.”
O
amor é coisa mais importante que se pode dar a um filho. A segunda é
a educação. Uma criança que conhece os seus próprios limites, é
uma criança segura de si. Sabe que consegue controlar-se e este fato
a deixa muito orgulhosa. De acordo com Selma
Fraiberg, a autora de The
Magic Years, uma criança a
quem não se ensina como se comportar sente que não a querem.
Quer
que seu filho tenha sensações como acolhimento, segurança e
pertencimento? Compreenda as regras e ensine-o a conviver bem com
elas.
Rotina:
Rotina é a estrutura básica, a espinha dorsal das atividades do
dia. A rotina diária é o desenvolvimento prático do planejamento.
Explicam
Viviane Santos e Karla Baptista, “a
rotina proporciona à criança um sentimento de segurança, e
organização. Quando ela sabe o que vai acontecer durante o dia, a
ansiedade é eliminada sendo possível trabalhar a confiança e
autonomia.”
A
rotina desestruturada pode causar estresse em crianças e adultos.
Mas isso não significa que a rotina precise ser rígida, sem espaços
para imprevistos, invenções e mudanças. Uma
rotina pré estabelecida, flexível, dinâmica e possível de ser
adaptada com as situações do dia a dia, é uma ferramenta
indispensável. E ela pode ser rica, alegre e prazerosa,
proporcionando sentimentos de estabilidade e segurança,
possibilitando que a criança se oriente na relação tempo-espaço e
se desenvolva, além de estimular a socialização.
“A
rotina é importante, ela é o alicerce da criança. Quanto menores
de idade, mais estável a rotina precisa ser. As crianças antecipam
o que farão e tem mais segurança em suas tentativas. Não saber o
que vai acontecer reduz a autonomia,” explica
Janaina Maudonnet. “Além
disso, a rotina não quer dizer necessariamente repetição. Com a
rotina as crianças tem oportunidade de testar suas habilidades,
tentar de novo o que havia iniciado antes, reorganizar e reviver
experiências.”
“Diversos
tipos de atividades envolverão a jornada diária das crianças e dos
adultos: o horário da chegada, a alimentação, a higiene, o
repouso, as brincadeiras – os jogos diversificados – como o
faz-de-conta, os jogos imitativos e motores, de exploração de
materiais gráficos e plásticos – os livros de histórias, as
atividades coordenadas pelo adulto e outras”, afirmam Maria Carmen
Barbosa e Maria da Graça Horn.
Numa rotina, a sequência de diferentes atividades levam em conta as necessidades biológicas, psicológicas e sociais: as necessidades biológicas, como as relacionadas ao repouso, à alimentação, à higiene e à faixa etária; as necessidades psicológicas, que se referem às diferenças individuais como, o tempo e o ritmo de cada um; as necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida.
Se
com disciplina a criança aprende a administrar sozinha suas tarefas
e melhora suas competências; com as regras a criança conhece os
seus próprios limites, se tornando segura de si; com a rotina ela
estrutura a independência e autonomia, gerando um sentimento de
segurança, e organização.
Por
tudo isso, eu concordo com a Supernanny: toda
pessoa precisa de disciplina, regras e rotina.
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