No
livro O Poder do Hábito (The
Power of Habit), Charles
Duhigg reuniu as últimas
pesquisas sobre como são criados os hábitos bons e ruins, no mundo
dos negócios e também nas vidas pessoais, e as suas consequências.
A
boa notícia é que os hábitos podem ser modificados. A má notícia
é que não é um processo rápido.
“Se
você deseja se livrar de um hábito, antes de mais nada tire da
cabeça a ideia de que é possível eliminá-lo de imediato. É como
andar de bicicleta: ninguém esquece, está enraizado. Por isso,
estudos científicos comprovaram que a melhor estratégia é trocar
um hábito mau por um bom.” explica
Fernanda Tripolli.
"Os
hábitos são padrões estáveis de comportamento, resultantes de uma
história genética e ambiental. Tanto os bons quanto os ruins são
definidos com base em aspectos históricos e culturais”, acrescenta
Gabriel Tarragô. “Soma-se a isso o conjunto de experiências que
carregamos ao longo da vida e se tornam um referencial para nosso
cérebro e ações.”
Charles
Duhigg descreve no livro
quatro passos para identificar e superar um mau hábito. Ele começa
dizendo que o primeiro passo é entender, tanto as nossas
necessidades, quanto o que está em jogo.
Para
ajudar nisso, ele sugere que você escreva em um papel tudo o que faz
e considera ruim.
Identificados
os problemas, agora é a vez de criar caminhos alternativos, novas
rotinas.
Por
exemplo, depois de ver o ponteiro da balança disparar, Charles,
que
além de autor se tornou cobaia,
percebeu a existência de um “ritual”: todas as tardes, ia até a
cafeteria do jornal e comia uma biscoito. Seria fome? Não. De acordo
com as suas anotações, o que ele queria de fato era um momento para
fugir do tédio. Então, em vez de recorrer aos biscoitos e afins, o
autor passou o usar o tempo para conversar com colegas de outro andar
e socializar longe do computador. Estava criando uma nova rotina.
Lembrando
que não é simples assim, e que não será da primeira vez que
o hábito irá embora. Toda rotina precisa de repetições para se
instalar, e uma vez instalada, será fácil manter. Então não
desanime, você consegue.
Explica
Gabriel Tarragô “uma das
características do comportamento dos organismos - humanos ou não -
é sua plasticidade; ou seja, podemos o tempo todo aprender a fazer
coisas e ‘desaprendê-las'”.
Completa
Gilberto Xavier, “ao
longo do tempo, as ações repetidas de forma gradual se tornam
automáticas. Mesmo assim, conseguimos voluntariamente inibir essas
vontades e criar outras, construir outros circuitos”.
Este
é o trunfo contra os maus hábitos: da mesma maneira que adquirimos
costumes, podemos substitui-los por outros melhores, se houver tempo
e empenho. Trata-se, na verdade, de um treino que mistura boa vontade
e persistência. “Quanto mais
cedo esse processo for feito, melhor. Por isso, as crianças têm
mais facilidade de aprender algo novo, já que a carga de experiência
delas é menor”, afirma
Gilberto Xavier.
Não
existe nenhuma resposta rápida, mas todos nós podemos modificar
nossos hábitos, mudar esse ciclo vicioso a nosso favor. Para ajudar,
eis aqui
os quatro passos sugeridos por
Charles Duhigg em “O Poder do Hábito”, assim você pode começar
a mudar o que lhe faz mal:
Passo
1 - Identifique um hábito:
analise a rotina. Por exemplo, “todos
os dias, às 15 horas, eu como um doce”.
Para isso, vale manter um pequeno diário com anotações
corriqueiras. Muitas vezes, você nem percebe que o mau hábito está
ali escondido no dia a dia.
Passo
2 - Teste a recompensa: assim
que tiver vontade de partir
para o doce, se distraia com
alguma coisa. No dia seguinte, troque por uma fruta. A ideia é
descobrir o que de fato você procura. Será saciar a fome? Ou apenas
se distrair?
Passo
3 - Descubra o gatilho: anote
por três dias onde estava e o seu estado
emocional quando a vontade, de comer o doce,
por exemplo, surgiu. Talvez a dica seja o horário, talvez o lugar
onde você está.
Passo
4 - Elabore um plano: com
o problema e o motivo identificados (tenho
vontade de comer um doce sempre às 15 horas, uma hora depois do
almoço), crie alternativas.
Se for fome, substitua por uma fruta. Se for tédio, faça uma
atividade diferente. Depois de repetidas vezes, a mudança vira
hábito.
Que
hábito você precisa modificar?
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