domingo, 14 de abril de 2013

Como a Cléo chegou aqui em casa.

Érima de Andrade

Cléo é nossa gata preta.
Totalmente preta.
Já que eu ia ganhar de natal um gatinho, fiz questão que fosse preto.
Acho lindo.

Ela teve sorte, muitos outros não tiveram. Então, se você ama seus animais, castre-os.

Eis a história:
Amanda, amiga da minha filha, é a pessoa que nós conhecemos mais engajada em conseguir lares para filhotinhos. Ela topou arranjar um gatinho, de até um mês, preto, antes da virada do ano.

Uma amiga dela, vizinha da prima, tinha filhotes e um deles preto. Parecia fácil. Mas entre achar quem tivesse, e combinar, esse filhotinho arranjou um lar... e não era o meu.

Nessa busca, descobriram uma gatinha grávida por perto. Mas aí, corria o risco de não ter um gato preto na ninhada... E queríamos um gato novo no natal... não dava...

Solução: sites que ofereçam animais.
Pesquisa daqui, pesquisa dali, e acharam alguns sites como o Oito Vidas, o Canil Municipal entre outros sugeridos por várias amigas.

Quase escolheram um no site Oito Vidas que tem fotos. Era lindinho, o máximo, se chamava Hit (Hitcock) mas ainda estava amamentando... não poderia ser levado antes da virada do ano.

Nesse meio tempo Amanda teve uma intuição, um sentimento forte e explicou o quase óbvio: todos esses filhotinhos, principalmente o Hit, tem chances muito boas de serem adotados. Já estão cuidados e de alguma forma tem boas chances de sobreviver. Mas no Campo de Santana, pessoas abandonam gatinhos e filhotes em geral. Esses sim estão em risco.

Ela tinha razão, era preciso mudar o foco. Se eu queria um gato, por que não pegar um dos que estão em risco?

A missão passou a ser resgatar um filhote abandonado. De onde? Do Campo de Santana, no Rio. A equipe? Minha filha, Amanda com o marido, a mãe e duas amigas.

Num sábado de manhã vão todos num carro rumo ao Campo de Santana atrás do meu presente de natal.

Chegando lá, ao conversarem com o guarda do local, ele explicou que o parque é grande, e que ele sabia que tinha filhotes pretos, porque são os campeões de abandono. Contou que passa alimentando e procurando gatinhos de dois em dois dias. E que, pertinho do parque, fizeram um super gatil que tem associação com uma faculdade de veterinária, e é para lá que os gatos são levados.

Os mais abandonados?!? Eu acho lindo e as pessoas desprezam? Que coisa... pelo menos as chances de sair dali com um filhote preto aumentaram e muito. Bora procurar.

Começa a caçada aos filhotes, e eis que essa criaturinha, a Cléo, passa pela minha filha e mia se apresentando! Uma coisa! Todos se aproximaram para ver.

O guarda calculou que ela provavelmente havia chegado após a chuva, porque no dia anterior da chuvarada ele tinha feito uma coleta dos bichinhos abandonados. Ou seja, Cléo não ficou muito tempo por lá, senão teria sido levada para o gatil.

Estava com um irmãozinho barrigudinho que não deu a menor bola para o grupo. Por perto um filhote um pouco maior todo branco. E entre eles um pouco de jornal.

Cléo escolheu o grupo, e foi a escolhida. Aceitou toda a comidinha oferecida, comeu até na mão. Missão cumprida, gata adotada. Os outros dois gatinhos foram levados para o gatil.

Do Campo de Santana para uma veterinária para uma revisão geral. Exame feito, gata perfeitinha, saudável e segundo a avaliação, com quase um mês de vida. Banho, vermifugo, anti-pulgas e pronta para a casa nova.

Já era essa figurinha que é agora.

Por tudo o que descobrimos, ela não sabe a sorte que teve ao ser adotada. Então, se você é como eu, e ama esses animais, castre o seu gato. Evite ninhadas não desejadas. A natureza agradece.








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