“De seu bolso direito pendia uma grande corrente de prata, com uma maravilhosa espécie de mecanismo na ponta. Pedíamos a ele que tirasse o que quer que estivesse no final daquela corrente; parecia ser um globo, metade de prata e metade de um metal transparente; no lado transparente enxergávamos estranhas figuras desenhadas no círculo, e pensávamos poder tocá-las, até que nossos dedos eram detidos por aquela substância transparente. Ele colocou junto ao nosso ouvido aquele mecanismo, que fazia um barulho incessante, como de um moinho de água. E presumimos que fosse algum tipo de animal desconhecido, ou o deus que ele adora; mas estamos mais inclinados a acreditar na última hipótese, pois ele nos assegurou (se é que compreendemos bem, pois ele se expressava de forma muito imperfeita) que raramente fazia alguma coisa sem consultá-lo. Ele o chamava de seu oráculo e disse que mostrava o tempo para cada ato de sua vida.”
“Relato
dos liliputianos para Sua Majestade sobre o relógio de Gulliver.”
Jonathan
Swift, As Viagens de Gulliver
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