Tenho uma cliente que
está decidida a fazer mudanças na sua vida. Conforme ela vai
mudando seus padrões de comportamento, enfrentando seus medos,
cuidando das suas fragilidades, tratando das suas feridas, ela também
vai constatando que ficar na queixa é muito mais fácil.
É mesmo, ser feliz dá
trabalho. Não é ótimo colocar sua vida nas mãos do outro? Você
não é feliz porque o outro não fez, o outro não contribuiu, o
outro não participou. Ponto. E assim se queixando sempre, você
preenche a sua vida, e em vez de caminhar fica apenas marcando passo
no mesmo lugar.
Só não se deu conta
ainda que marcar o passo gasta tanta energia quanto caminhar...
Ouço com frequência
de uma conhecida, como uma justificativa para as situações de
desconforto que se repetem na sua vida, “é assim mesmo, porque
eu fui criada na roça.” E
respondo, é assim mesmo, uma escolha. Pode usar todo esse
aprendizado para se colocar no mundo, ou para fugir do mundo, é uma
escolha.
De
um outro conhecido, também justificando seus insucessos, “meu
pai foi muito ausente na minha infância”. Que
boa percepção, ótimo! Consciência é mesmo o primeiro passo!
Vamos para o segundo? Independente dos pais que você teve na sua
infância, uma coisa é certa: eles fizeram o melhor que puderam. E
pode apostar, se você está vivo hoje, adulto, com saúde, o amor
que eles lhe deram foi de muita qualidade.
Ou
também, muito comum entre as pessoas que eu conheço,
“minha mãe não me entende. Pelo menos uma vez ela podia....”
e segue uma lista de desejos. Ela podia fazer desse jeito, responder
daquele, agir de outra maneira, ou seja, pelo menos uma vez ela podia
ser outra pessoa. Hum... e com desejos assim em mente, que espaço
você tem para ver realmente quem é a sua mãe? Você conhece essa
mulher que é tão importante na sua vida?
Na
vida só é possível mudar a si mesmo. Não temos o poder, a
influência, a permissão de mudar mais ninguém além de nós
mesmos. Sua mãe vai ser sempre essa pessoa que ela é, e isso não
significa que a relação entre vocês não pode mudar. Pode sim. Mas
depende da sua mudança e não da dela. Sua atitude diferente vai
provocar uma resposta diferente, e assim vocês vão construindo uma
outra maneira de se relacionar.
Tudo
que vivemos na vida é um aprendizado. Ser criada na roça, crescer
com um pai que viajava muito a trabalho, ter uma mãe que com ideias
diferentes da sua, ter sido caçula, ou do meio, ou mais velho,
ajudar em casa, não ter regras para seguir, ter muitas regras pra
seguir, e todas aquelas outras coisas que passamos na infância. São
vivências diferentes de pessoas diferentes, em comum o fato de que
todas elas contribuíram para nos tornarmos quem somos.
Você
pode reverenciar esse aprendizado, ou ficar na queixa. É uma
escolha.
“Sempre
que possível, reverencie quem você já foi e também quem lhe
ajudou a chegar até aqui. Esse exercício trará a possibilidade de
caminhar com segurança, alegria, gratidão e amor. Lembre-se que sua
História é disciplina obrigatória na grade curricular da sua vida.
Consequentemente, sua graduação será a liberdade de escolha e o
poder de decisão sobre seus caminhos.” Centro Hoffman São Paulo
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