domingo, 4 de março de 2012

Constelação Familiar

Érima de Andrade

Constelação familiar é um método psicoterapêutico, com abordagem sistêmica fenomenológica, de fundo filosófico, desenvolvido pelo filósofo e psicoterapeuta alemão Bert Hellinger. Seu método foi criado a partir de observações empíricas, fundamentadas em diversas formas de psicoterapia familiar.

Explica a Wikipédia: “Esse filósofo deparou-se com um fenômeno descortinado pela psicoterapeuta americana Virginia Satir nos anos 70, quando esta trabalhava com o seu método das “esculturas familiares”: que uma pessoa estranha, convocada a representar um membro da família, passa a se sentir exatamente como a pessoa a qual representa, às vezes reproduzindo, de forma exata, sintomas físicos da pessoa a qual representa, mesmo sem saber nada a respeito dela.”

E continua: “A “constelação familiar” consiste em um método no qual um cliente apresenta um tema de trabalho e, em seguida, o terapeuta solicita informações factuais sobre a vida de membros de sua família.”

“Com base nessas informações, solicita-se ao cliente que escolha entre outros membros do grupo, de preferência estranhos a sua história, alguns para representar membros do grupo familiar ou ele mesmo. Esses representantes são dispostos no espaço de trabalho de forma a representar como o cliente sente que se apresentam as relações entre tais membros. Em seguida, guiado pelas reações desses representantes, e pela sua conexão com o sistema familiar do cliente, o terapeuta conduz, quando possível, os representantes até uma imagem de solução onde todos os representantes tenham um lugar e se sintam bem dentro do sistema familiar.”

Ver, de fora, a dinâmica emocional da família é muito esclarecedor. Nessas ocasiões eu sempre me lembro de uma professora que eu tive na faculdade de educação física. Ela dava aulas de psicologia da educação, e nos pedia para acompanhar a novela que a Globo passava na época, nem lembro mais qual era... Ela considerava muito importante que pudéssemos ver toda a dinâmica emocional da família para compreender melhor o “aluno” fictício que acompanhávamos. E como isso fazia diferença!

Não sou consteladora, mas sempre que posso, participo das constelações que acontecem lá na clinica. É sempre um aprendizado. Repito com alguma frequência que só é possível estudar comportamento por que somos todos muito iguais. Apesar das milhares de nuances diferentes que existem entre nós, e que nos torna esse individuo único que somos, somos todos muito parecidos.

Então, em alguma medida, aquela cena que acompanho na constelação, me afeta e contribui para minha compreensão do outro. É muito impressionante como, por alguns momentos, eu sei exatamente como aquela pessoa que estou representando se sente, pensa, age.

“A empatia nada mais é do que a capacidade, muitas vezes que nasce da simples boa vontade, de se colocar no lugar do outro e compreender as coisas a partir do ponto de vista alheio.” Personare.

E a constelação vai muito além da empatia. O constelado tem a possibilidade de uma visão que permita uma avaliação mais fiel, justa e sensível da realidade das pessoas que estão ao seu redor, e essa visão contribui para a solução do problema que ele levou para a sessão.

Como explica Prem Baba “o amor real nasce da visão objetiva da realidade.” E a realidade é que somos humanos, falíveis e dignos de perdão. A Síndrome de Walt Disney, que é essa esperança mágica de que o relacionamento e a família vão trazer a felicidade duradoura,” (Prem Baba), atinge de tal maneira a nossa sociedade que deixamos de considerar o outro humano e cobramos/esperamos a “perfeição” nos relacionamentos.

“Enquanto você estiver se julgando e se condenando, não será possível amar ao outro com as suas imperfeições. Se existe uma idealização de perfeição muito severa em relação a si mesmo, você será cruel consigo e com o outro.” Prem Baba

Poder ver de fora como essas relações acontecem, é um dos caminhos para a construção de relacionamentos saudáveis, preenchedores e gratificantes.

Eu super recomendo.

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