domingo, 3 de dezembro de 2017

Escolhas

Érima de Andrade

É surpreendente o número de pessoas que abre mão de escolher a vida que quer viver.
E escolhem não escolher por medo da responsabilidade.

O que acontece com quem não escolhe? Vai sendo levado por caminhos que os outros escolheram. E um belo dia se dá conta que chegou num lugar que não queria, que está fazendo uma coisa que não gosta, vivendo uma vida que não é a que sonhou.

Mas precisa escolher? Precisa. Se for consciente melhor. Se não for consciente, você vai se enganar e dizer que não escolheu. Mas não escolher também é uma escolha. E foi a escolha que você fez ao não escolher. Então é melhor escolher com consciência.

E por que é tão difícil escolher? Porque toda escolha implica numa renúncia, e é justamente o medo de renunciar a alguma coisa que faz com que muitos escolham não escolher.

Escolhas cobram um preço emocional. Cada escolha implica em um ganho e uma perda. Mais do que escolher ir por esse lado, você também está escolhendo não ir por aquele lado. E isso têm um peso que assusta quem não se responsabiliza por seus sentimentos.

Quando você dá um passo a frente, alguma coisa fica para trás. Quando você conscientemente escolhe, você mergulha na opção e abre mão da outra alternativa. Quando você não escolhe, aquilo que você não abriu mão lhe mantém na superfície, você não é capaz de aprofundar nada. Isso vale para escolha profissional, para relacionamentos, para compras, para alimentos que decide colocar no prato, para todas as suas escolhas.

Se não abrir mão da outra alternativa, você não vai aproveitar, não vai saborear a opção que você fez. Vai ficar preso pensando na opção que deixou para trás, talvez arrependido, talvez nostálgico, talvez sonhando, mas com certeza, longe da experiência do momento presente, e um pouco triste.

Todas as escolhas têm dois lados, é preciso, para escolher com consciência, saber o que de positivo e o que de negativo tem em cada caminho. Pesar os dois, escolher o que é melhor para a sua vida. É pessoal, é totalmente pessoal. Pode ser que você escolha um caminho que você sabe que tem alguns pontos negativos. E tudo bem. Você escolheu porque considerou que o que traz de positivo é muito mais do que tem de negativo.

E para uma outra pessoa, talvez esse pouco negativo seja demais para suas habilidades, potenciais e conhecimento. E tudo bem também, ela fará outra escolha. Por isso ninguém pode escolher por você. O máximo que podem fazer é lhe mostrar um caminho. Caminhar por ele será sempre uma escolha sua.

Mesmo que você peça ajuda, e tudo bem pedir ajuda, no máximo o que você vai conseguir é que lhe mostrem o caminho. Reconheça essa realidade: você está onde se coloca. Escolhendo com consciência ou não, é você que faz o caminho.

Como não cair na armadilha de ir por um caminho que não escolheu? Conhecendo os seus sentimentos. São eles que devem orientar as suas escolhas. Ninguém, além do seu coração, poderá lhe dizer o que é mais conveniente para você mesmo em cada momento. Ninguém pode escolher por você, por que ninguém sabe o que seu coração deseja.

É preciso reconhecer a sua motivação, encontrar os seus motivos, suas razões para as escolhas que faz para sua vida.


Você pode ter mais de um sentimento de uma vez, e isso não é um problema. O problema é quando você reprime o que você sente, uma escolha que não lhe permite entrar em contato com sua motivação verdadeira.

Uma pessoa motivada é uma pessoa que tem a capacidade de comprometer-se mais, de fazer melhor tudo o que faz, sem se sentir obrigada ou sem valor. Ela conhece e reconhece os motivos das suas escolhas e das suas ações. E se responsabiliza por elas.

Faz parte do amadurecimento se responsabilizar pelas consequências das suas escolhas. Você vai sim colher o que plantar. Antes de agir temos escolhas, depois só consequências. Por isso escolher com consciência é o caminho das boas consequências, ou das consequências que você escolheu.

Dezembro é uma ótima época de repensar escolhas. É um bom momento para se planejar, traçar metas, objetivos, estratégias, e se organizar da melhor maneira possível para as mudanças que precisam ser feitas para a vida que você quer viver.

Comece colocando consciência no caminho que está fazendo agora. É esse o caminho que vai lhe fazer feliz? Você está escolhendo o que quer para a sua vida? Você está se respeitando ao fazer essa escolha? Se sim, siga em frente. Se não, pense de novo.

Quer mudar o caminho e não consegue? Peça ajuda. Ninguém pode fazer por você, mas muita gente pode estar com você nesse caminho.

Com ou sem ajuda, você pode alterar suas atitudes e reações. Sua maneira de ser é uma escolha e você pode escolher ser diferente. As circunstâncias e os ambientes têm influência sobre você, mas só você é responsável por si mesmo, por sua mudança, pelo seu crescimento. Não abra mão da sua liberdade de escolher o caminho que quer seguir, mude o que for necessário, acerte a rota e siga.

“Esteja pronto para tomar responsabilidade pela sua própria miséria, alegria, negatividade, positividade, inferno ou paraíso.


Quando essa responsabilidade é entendida e aceita, mudanças começam a acontecer. Esteja aberto a uma nova possibilidade.” Osho


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