domingo, 8 de outubro de 2017

Cura Gay

Érima de Andrade

Esse texto escrito pela Renata Cortez é tão perfeito, tão amoroso, tão simples e verdadeiro, que quero, demais, que muitos possam ler. Eu concordo com tudo que ela escreveu, assino embaixo. Penso exatamente assim. É muito simples ser feliz, aceitação é o caminho. Bora amar!

Sobre o amor, escreveu o poeta Emmet Fox: “ Não existe dificuldade que amor bastante não possa conquistar, nem enfermidade que bastante amor não possa curar. Não há porta que não se abra com bastante amor, nem brecha que com bastante amor não possa fechar, nem muro que com amor bastante não se possa destruir, nem pecado que com bastante amor não se logre redimir. Não importa quão profundas raízes tenha o problema, nem o desespero das perspectivas, nem o turvo do conflito, nem a monstruosidade do erro cometido. Com bastante amor tudo se dissolverá, pois você agora pode amar suficientemente, para tornar-se o Ser mais feliz e mais poderoso do mundo.”

Não é verdade? O amor cura de fato! E foi preenchida de amor que a Renata Cortez escreveu esse texto. Obrigada Renata por compartilhar sua inspiração e nos trazer uma belíssima reflexão. Eis o texto:

“Ontem uma pessoa me perguntou se eu não iria escrever sobre a cura gay. Eu não ia, mas mudei de ideia. Eu acredito na cura gay. Sabe quando ela ocorre? Quando, como vi hoje em um post, o pai pede que o filho dê um beijo no namorado para ele tirar uma foto. Também ocorre quando o neto pergunta para a avó: “O que a senhora faria se eu trouxesse meu namorado aqui na sua casa?” E a avó responde: “Café.” Ou quando alguém pergunta a uma criança: “O que você acha de um homem se casar com outro homem ou de uma mulher se casar com outra mulher?” e a menininha pergunta: “Vai ter bolo?”

A cura ocorre, quando a culpa desaparece, quando a pessoa deixa de se sentir errada, quando consegue ser feliz sem medo, sem pensar em doença, ou pecado. A cura vem quando se tira o peso das costas, quando não se percebe como o estranho no ninho, quando a pessoa se sente amada. Desse processo de cura precisamos todos nós. Precisamos nos assumir. Todos nós. Gordinhos, baixinhos, magrinhos. E o que é mais legal é que quando eu deixo o outro ser do jeito que que ele quer ser, o mundo fica mais fácil para eu ser do jeito que eu quero ser.

Este debate todo nasceu da decisão de um juiz do Distrito Federal, mas o tsunami que ele causou nas redes sociais é muito válido, pois, como disse o Rafael Corrêa, mostra quanta gente faz parte de um círculo de amor, de pessoas do bem! Aliás, psicólogos são as pessoas indicadas para ajudar a resolver questões mal resolvidas, uma delas é “Por que a felicidade dos outros incomoda tanto?” ou “Por que ver pessoas bem resolvidas tira tanto o sossego?” Aí sim, tem muita gente precisando de ajuda.”  Renata Cortez 

E ela também compartilhou as reações lindas que recebeu:

“Meu texto sobre a “cura gay” bombou. Mais do que já aconteceu comigo aqui por estas bandas do face. Muitos compartilhamentos, comentários, mensagens inbox, um redemoinho, uma remexida nas águas. Até no whatsapp, sem meu nome, o texto foi parar.

Consegui acompanhar a minha cria até um certo ponto. Fui lendo o modo como pessoas desconhecidas introduziam o compartilhamento. Eu me emocionei com o rumo que tudo tomou. Como já disse aqui, sempre penso no livro/filme “O Carteiro e o poeta”, em que o carteiro adverte Neruda de que o poema não é do poeta, mas de quem precisa dele. Penso então que as pessoas precisavam do meu texto e ele foi feito passarinho voando de Salvador a Porto Alegre, levando com ele uma ideia tão simples, mas tão simples, que talvez por isso mesmo tenha tocado tanta gente.

Em uma das mensagens que li junto ao meu texto, um rapaz havia marcado vários amigos e escrito: “Olha, manas, essa moça fazendo carinho na gente!”. Chorei pelas ondas que as minhas palavras geraram, pelo carinho que consegui fazer em rostos tão acostumados a tapas. Vamos agitando as nossas bandeiras, para que nos reconheçamos e possamos formar um círculo tão forte que nenhum ódio possa romper. Que meu texto seja colo, seja bolo com café, seja afago e que muita, muita gente se abrace na ideia simples da união de pessoas do bem, como se marcássemos as portas de nossas casas, para que tod@s saibam onde podem bater, balizando o caminho seguro por onde as “manas”, as nossas “manas” podem passar.Renata Cortez





Que todos possamos ser curados.

8 comentários:

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