domingo, 31 de maio de 2015

Comunicação virtual

Érima de Andrade

Sou do tempo que era preciso pedir ajuda de uma telefonista para ligar de Petrópolis para Niterói.
Pedir ajuda significa que: você liga para o número do interurbano, dá o seu número, o número e a cidade para onde você quer falar, e espera. Espera mesmo. Às vezes horas. Mas não esperava no telefone ocupando a linha, a telefonista ligava de volta para avisar que completou a ligação. E nesse meio tempo, claro, ninguém telefonava. Vai que ela completa a ligação e nosso telefone estava ocupado? Não dava para arriscar.

E para dar mais certo ainda, combinávamos com a pessoa a hora de ligar.
Combinávamos por carta. Com tudo funcionando bem, a carta chegava em menos de uma semana, saindo de Petrópolis e indo para Niterói. E se vovó, a destinatária da carta, respondesse rápido, não dava nem quinze dias entre escrever, mandar e receber a resposta dela...

Por isso acho tão mágico a facilidade que temos hoje de nos comunicar.
O telefone celular completa onde quer que você esteja. Você liga para sua vizinha e é surpreendida com a informação de que ela está fora do estado. E completou tão rápido! Nem parecia...

Email também é maravilhoso.
Você escreve e a pessoa, quando tiver tempo, lê e responde. Telefone não, telefone obriga você a atender na hora. Email é como um bilhetinho, você escreve e a pessoa quando pode, lê. Se der sorte, responde até na mesma hora.

Se bem que email está virando quase uma coisa ultrapassada. Hoje é mais rápido escrever via Facebook, ou whatsapp, ou mensagem (ainda chama torpedo?) ou qualquer outro aplicativo do celular.

Impessoal? Nenhum pouco.
Aliás, depende do usuário. Qualquer uma dessas formas de comunicação pode ser impessoal. Mas quando você quer mesmo se comunicar, são ferramentas maravilhosas.

Usando o Facebook encontrei colegas de colégio. Terminamos o que hoje chama segundo grau, há mais de quarenta anos.
A vida se encarregou de deixar umas próximas, outras sumidas, e o Facebook nos reconectou. Combinadíssimo um jantar por ano. E já fizemos dois! O primeiro no “nosso aniversário” de quarenta anos. Bom demais rever essa turma. Impressionante como a sensação de intimidade permaneceu, mesmo não sabendo mais nada, ou quase nada, da vida umas das outras. Maravilhas da comunicação.

Mas não é só pelo Facebook que mantemos contato com pessoas queridas. Por email também. Essa semana fui a um “aniversariantes do mês”. Era da turma de hidroginástica. Há quanto tempo não faço hidro? Uns cinco, seis anos. Mas o contato via email nos mantem próximas. E ir num evento desses é sempre revigorante, conversa boa, sem pressa, lugar agradável, tudo conspirando para um bom momento. Nem sempre dá para ir, a agenda nem sempre combina, mas encontra-las é bom demais. E o email me avisa quando será o próximo. Muito bom!

E grupo de whatsapp? Como o trequinho funciona bem!!!! Faço parte de um grupo “família”. Uma irmã na Espanha, sobrinhos na Bahia, outros em Resende, outros do outro lado da cidade, mas nunca fomos tão próximos! Claro que ninguém escreve testamento, são frases rápidas, conversas que teríamos em volta de uma mesa almoçando. Mas como é bom nos “falarmos” assim!

O marido de uma amiga querida sofreu um AVC, ficou dois meses internado. Rapidamente criou-se um grupo de amigas dela no whatsapp. Quem conseguisse notícias, passava para as outras em mensagens para o grupo. Foi bom para todo mundo. Ela não precisou repetir a história inúmeras vezes, quem não conseguia ligar tinha notícias mesmo assim, e rapidamente circulava qualquer pedido de ajuda ou informação. Uma agilidade inimaginável no tempo das telefonistas...

Ouço muitas reclamações sobre o mundo virtual, que as pessoas estão se isolando, que é tudo impessoal demais. Será mesmo? Depende única e exclusivamente de você.

Você dá atenção às pessoas que estão ao seu lado?

Você não vive sem internet, celular, Facebook?

Você tem encontros presenciais?

É uma escolha. Nada é bom ou mal por natureza, depende apenas do uso que você faz das ferramentas que tem a disposição.

E se você não está conseguindo equilibrar sua vida virtual com sua vida real, que tal se perguntar o que está acontecendo? Do que você quer fugir? O que você evita vivendo só virtualmente? O que você evita fugindo da internet?

E se precisar conversar a respeito, conte comigo. Começamos conversando por email, erimacba@gmail.com e, assim que possível, conversamos “ao vivo e a cores”, frente a frente. Combinado?

Boa semana!

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