“Para viver bem com as pessoas, afora amá-las, é preciso que elas tenham privacidade, espaço para serem criativas, permissão para errar, aceitação pelo que são e pelo que não são.” Bob Hoffman
A
primeira vez que li essa frase eu pensei em mim.
Pensei,
como seria bom se eu tivesse tido ao longo de toda a minha vida a
minha privacidade preservada!
Que
delícia teria sido ter permissão para errar quando eu estava
aprendendo. Que bom seria ter tido espaço para ser criativa com
todas as pessoas com quem convivi.
Que
maravilha ser sempre aceita, em especial quando, sendo eu mesma, eu
não correspondia a imagem que tinham de mim.
Como
tudo isso teria sido útil na construção do meu amor próprio...
mas não foi assim. E se não posso mudar meu passado, posso mudar
meu presente e fazer um futuro melhor.
E
aí reli essa frase e pensei, e eu? Eu estou oferecendo isso tudo as
pessoas que convivem comigo?
Eu
permito a elas privacidade? Eu espero a perfeição? Eu dou espaço
para as novidades? Eu quero que se encaixem na imagem que eu construí
de cada uma delas? As vezes sim... eu também não dei a elas incondicionalmente tudo o
que eu considero importante para vivenciar a felicidade...
Aí
pensei nos meus filhos. Eu os estou educando lembrando que são
únicos e especiais?
Claro
que não.
Como
podem se expor ao mundo com coragem e confiança seu eu não deixava
espaço para tentarem fazer de uma outra maneira? Como descobrir
defeitos e qualidades se eu esperava que acertassem sempre? Como
saber quem são se eu esperava que os dois reagissem iguais,
ignorando qualidades e talentos, focada unicamente na “boa
educação”?
“Um
homem que ama a si mesmo respeita a si mesmo e um homem que ama e
respeita a si próprio respeita os outros também, porque ele sabe,
‘Assim como eu sou, os outros também são. Assim como gosto do
amor, respeito, dignidade, os outros também gostam'”. Osho
Me
amar fez toda a diferença na minha vida: amar a si mesmo é um
requisito fundamental para que o ser humano possa vivenciar a
felicidade. E por isso, sou muito grata ao Bob Hoffman, o criador do
método que fez com que eu descobrisse o meu amor por mim.
Passei
a me observar, a pensar antes de agir, a me perguntar antes de
qualquer coisa, está errado mesmo ou é apenas uma nova maneira de
fazer, diferente do que eu faria?
Descobri
que sim, eu e meus filhos somos muito parecidos, mas não somos
iguais. E tem coisas que eu gosto e eles não. Tem coisas que um
deles gosta e o outro detesta, e não tem nada a ver comigo.
Inventam
coisas que jamais passaria pela minha cabeça, e é maravilhoso.
Privacidade
é um espaço sagrado. Deixar que tenham o espaço deles não
significa abandona-los a própria sorte, virar as costas e não se
importar. Ao contrário, é por amor e respeito que o espaço deles
está preservado.
E
assim, amando, dando privacidade, espaço para serem criativos,
permissão para errar, aceitação pelo que são e pelo que não são,
que vamos construindo uma linda história de amor, auto-estima,
respeito e convivência.
Que
todos nós possamos ser felizes.
Que o melhor sempre se manifeste em nossas vidas.
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