quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Vivendo com as pessoas

Érima de Andrade

Para viver bem com as pessoas, afora amá-las, é preciso que elas tenham privacidade, espaço para serem criativas, permissão para errar, aceitação pelo que são e pelo que não são.” Bob Hoffman

A primeira vez que li essa frase eu pensei em mim.

Pensei, como seria bom se eu tivesse tido ao longo de toda a minha vida a minha privacidade preservada!

Que delícia teria sido ter permissão para errar quando eu estava aprendendo. Que bom seria ter tido espaço para ser criativa com todas as pessoas com quem convivi.

Que maravilha ser sempre aceita, em especial quando, sendo eu mesma, eu não correspondia a imagem que tinham de mim.

Como tudo isso teria sido útil na construção do meu amor próprio... mas não foi assim. E se não posso mudar meu passado, posso mudar meu presente e fazer um futuro melhor.

E aí reli essa frase e pensei, e eu? Eu estou oferecendo isso tudo as pessoas que convivem comigo?

Eu permito a elas privacidade? Eu espero a perfeição? Eu dou espaço para as novidades? Eu quero que se encaixem na imagem que eu construí de cada uma delas? As vezes sim... eu também não dei a elas incondicionalmente tudo o que eu considero importante para vivenciar a felicidade...

Aí pensei nos meus filhos. Eu os estou educando lembrando que são únicos e especiais?

Claro que não.

Como podem se expor ao mundo com coragem e confiança seu eu não deixava espaço para tentarem fazer de uma outra maneira? Como descobrir defeitos e qualidades se eu esperava que acertassem sempre? Como saber quem são se eu esperava que os dois reagissem iguais, ignorando qualidades e talentos, focada unicamente na “boa educação”?

Um homem que ama a si mesmo respeita a si mesmo e um homem que ama e respeita a si próprio respeita os outros também, porque ele sabe, ‘Assim como eu sou, os outros também são. Assim como gosto do amor, respeito, dignidade, os outros também gostam'”. Osho

Me amar fez toda a diferença na minha vida: amar a si mesmo é um requisito fundamental para que o ser humano possa vivenciar a felicidade. E por isso, sou muito grata ao Bob Hoffman, o criador do método que fez com que eu descobrisse o meu amor por mim.

Passei a me observar, a pensar antes de agir, a me perguntar antes de qualquer coisa, está errado mesmo ou é apenas uma nova maneira de fazer, diferente do que eu faria?

Descobri que sim, eu e meus filhos somos muito parecidos, mas não somos iguais. E tem coisas que eu gosto e eles não. Tem coisas que um deles gosta e o outro detesta, e não tem nada a ver comigo.

Inventam coisas que jamais passaria pela minha cabeça, e é maravilhoso.

Privacidade é um espaço sagrado. Deixar que tenham o espaço deles não significa abandona-los a própria sorte, virar as costas e não se importar. Ao contrário, é por amor e respeito que o espaço deles está preservado.

E assim, amando, dando privacidade, espaço para serem criativos, permissão para errar, aceitação pelo que são e pelo que não são, que vamos construindo uma linda história de amor, auto-estima, respeito e convivência.

Que todos nós possamos ser felizes.

Que o melhor sempre se manifeste em nossas vidas.


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