quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Eu não tenho tempo; eu não consigo; eu cansei

Érima de Andrade

Algumas vezes tomamos uma posição tão paralisante na vida, que além de não alterar a situação que estamos vivendo, gera impotência em quem está por perto e deseja ajudar.

É o caso das atitudes “eu não tenho tempo”, “eu não consigo” e “eu cansei”. Elas na verdade significam eu não quero tomar uma decisão".

O que argumentar com quem sempre responde “eu não tenho tempo”? Alguém que está infeliz com a situação de vida atual, mas “não tem tempo” para nenhuma alternativa?

Está tão angustiado com o que vive que enche a agenda, profissional e pessoal, de tal maneira, que “não tem tempo” para tomar atitudes que modifiquem a situação hostil que está vivendo. Acredita que está mesmo listando obstáculos reais e não apenas se desresponsabilisando.

Ou “eu não consigo”? Quem responde sempre “eu não consigo” está tão mergulhado na insegurança que, mesmo infeliz com a própria vida, prefere não mudar. E, nesse caso, o “eu não consigo” pode ser lido como “eu não quero”. E se responde sempre “eu não quero”, como viver diferente?

“Eu não consigo” vem muitas vezes acompanhado de uma total falta de resistência a frustração. Se não sai do jeito “perfeito” que imagina, reforça a crença de “não conseguir” que frustra, perturba, paralisa e impede qualquer mudança.

Epicteto escreveu: "O que perturba os homens não são as coisas em si, mas as idéias que os homens têm a respeito delas". E se não corresponde exatamente à idéia de como as coisas devem ser, é melhor não agir... E o “eu não consigo/eu não quero” vira a resposta automática, o refúgio seguro que protege do medo de crescer e se responsabilizar por sua própria existência.

“Eu cansei”... O “eu cansei” faz sempre as mesmas coisas “certas” em cada situação, mas espera respostas diferentes. Se perguntam “A”, responde “B” e obtém a situação “C”. Mas insiste em esperar que a resposta “B” leve para situação “G”, “H”, “F”...

Não entende que cada um tem a sua parte numa situação, ignora como as suas escolhas determinaram a vida que vive hoje. Cansou, na verdade, de esperar que as pessoas mudem de atitude, por que, é claro, a culpa é sempre do outro, “eu cansei”...

É capaz de mudar de endereço para viver uma “vida nova”, mas não muda suas ações. Acredita realmente que tem sempre a resposta "certa", e não percebe que coloca no outro a responsabilidade sobre a sua felicidade e independência. Conclusão? Em qualquer lugar que vá morar vai construir relações onde a pergunta “A” leva a resposta “B” que cria a situação “C”...

Mudar de endereço sem mudar de atitude, só muda o cenário da situação. A vida vai continuar sendo a mesma vivendo numa casa no campo, ou num apartamento na cidade.

Não tem saída. Quer viver uma vida diferente da que vive atualmente? É preciso mudar e se responsabilizar pela mudança.

Questione-se sempre, "porque eu não tenho tempo"? "O que me impede de conseguir"? "Do que eu me cansei"? É por meio do questionamento que vai ser possivel evoluir e se desenvolver.

Mude de atitude. A vida sempre responde as suas ações. Albert Einstein criou uma imagem que ilustra com perfeição essa relação vida/atitude:

“A vida é como jogar uma bola na parede: se for jogada uma bola azul, ela voltará azul; se for jogada uma bola verde, ela voltará verde; se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca; se a bola for jogada com força, ela voltará com força.

Por isso, nunca "jogue uma bola na vida" de forma que você não esteja pronto a recebê-la. A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.”

Que bola você está escolhendo jogar para vida respondendo “eu não tenho tempo”, “eu não consigo”, “eu cansei”?

Mudar não significa fazer tudo diferente de uma vez só. Comece com um primeiro pequeno passo. Veja como se sente, sinta-se confortável nessa nova posição, ganhe confiança em você, e dê mais um passo.

Eu tive uma professora, a Dalva Campos Srch, que sempre me lembrava que “uma pedrinha bem posicionada pode tampar o sol”. Dá esse pequeno passo, tire essa pedrinha da frente, que o sol vai iluminar o caminho que vem a seguir.

E vendo o caminho à frente, fica muito mais fácil caminhar.

3 comentários:

  1. Ótimo texto, Érima. E esta da Dalva então...
    A palavra chave é PRIORIDADE. E querer q a escolha faça bem para nós, ao invés de afastar-nos do alvo da felicidade. Bjs! Parabéns!

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  2. Obrigada Meninas! Márcia, Dalva era do grupo de professores do processo em Santa Tereza, mas eu nunca soube o sobrenome dela...Bjs

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