domingo, 1 de fevereiro de 2015

Pracinha do Facebook

Érima de Andrade

Uma amiga querida usa essa expressão, “pracinha do Facebook”, para contar as conversas, e os encontros, que anda tendo nessa rede social.

Achei o nome genial porque me sinto assim mesmo quando me conecto, indo para a pracinha do Facebook encontrar os amigos.

Uma pracinha como tantas Brasil a fora, ponto de encontro informal da população, onde não é preciso marcar hora para chegar, tem sempre alguém por ali, é só entrar.

A qualquer hora que você resolva passar na pracinha, você encontra um amigo, um conhecido, alguém que você admira, ou quem sabe, notícias dos amigos, ou ainda mensagens de quem já foi para casa, mas deixou registrado que passou por ali. De uma maneira ou outra, você se conecta as suas pessoas queridas.

Chova ou faça sol, a praça esta sempre lá nos esperando, e os encontros prontos para acontecer.

Facebook é mesmo como uma dessas pracinhas do interior, onde todo mundo se conhece, mas nem por isso para para conversar a toda hora que se vê. Você vai lendo as postagens, reconhecendo pessoas, encontrando amigos. Com alguns você puxa papo, com outros você cumprimenta, com outros você só sinaliza que esteve por ali dando um curtir. E a vida segue sem mágoas ou traumas, são só momentos e maneiras diferentes de se comunicar.

Como numa praça você chega e vai logo procurando o seu grupo. Se não tem nenhum amigo on line, tudo bem, vai passeando, dando uma olhada nas postagens recentes, pesquisando assuntos do seu interesse, compartilhando o que você viu, leu, soube, e achou legal, e já já começa uma conversa, um papo furado, e quem sabe até uma nova amizade?

Vez por outra é na praça que ficamos sabendo dos novos casais. Eles aparecem por lá, dividindo seu status, fotografando os encontros, namorando, nos atualizando sobre sua vida, casando.

Também é na praça que temos notícias dos novos integrantes das famílias, filhos de amigos, netos, afilhados, sobrinhos, crianças que vamos vendo crescer ali na pracinha, na frente de todos.

Todos os dias, quando entro no computador, dou um pulo na pracinha. Não precisa de oi, nem de vou já, é só chegar. Praça é um lugar de ir e não dizer tchau, nem até logo, nem até breve. É um lugar de passar de vez em quando e puxar uma conversa com quem está por ali. Ninguém vai à praça se não quiser conversar, encontrar, conhecer o amigo do amigo, o filho do conhecido, o moço da feira, do curso, do evento, a dona do bar, da loja, da empresa.

Praça é lugar de ir para conviver. Lugar que conecta quem nem tinha como se conectar. Lugar de encontros, reencontros, descobertas. Lugar de procurar pessoas do passado e marcar um encontro para botar o papo em dia. Lugar de descobrir que aquela pessoa que você admira tanto, que curte as postagens, que compartilha o que escreve, mora aqui pertinho. Lugar de surpresas, descobertas e boas conversas com quem está perto e com quem está muito longe. A praça não faz distinção, recebe a todos da mesma maneira e os conecta.

Praça é onde encontramos os amigos. Na minha infância era na rua ou no pátio do Itatiaia, depois no Campo de São Bento, depois na Praia, assim mesmo, com maiúscula, porque era óbvio para todo mundo, que Praia, era a Praia de Icaraí; mais tarde em Itacoatiara. Hoje é no Facebook.

E viva a tecnologia!

3 comentários:

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