Érima de Andrade
Talvez você me responda: “Normal”.
Talvez você me responda: “Normal”.
Mas o que é exatamente uma caminhada normal?
Ando sempre aqui perto da minha casa e vou encontrando as mesmas pessoas, vizinhos que como eu, resolveram caminhar. E como somos todos diferentes!
Eu caminho com minha garrafinha d’água a tiracolo, mas o acessório campeão na caminhada é o fone de ouvido.
E tem para todos os gostos.
Alguns cantam junto com a música, outros acompanham com a cabeça e outros devem estar perto da surdez; quem está fora do fone, ouve a música perfeitamente.
A filha de uma amiga minha também anda com o fone de ouvido, mas vai treinando o alemão. Repete as frases, treina a fluência, canta junto, sempre em alemão.
Um dos meus vizinhos, o que encontro com maior freqüência, sempre caminha lendo.
Isso mesmo, ele anda num passo acelerado, com um livro na mão, olhos fixos no livro. Algumas vezes o vi escrevendo no pé da página, mas de modo geral, está apenas lendo.
Ler ou caminhar de olhos fechados?
Essa é a prática de um outro vizinho. Ele prefere caminhar cedinho na areia da praia, se posiciona, fecha os olhos e vai. Algumas vezes corre, outras caminha, mas sempre de olhos fechados. Diz ele que é quando tem a maior sensação de liberdade.
Passo por várias duplas que caminham falando, conversam durante todo o trajeto, e nem por isso diminuem o ritmo, caminham rápido mesmo quando falam devagar.
No quesito “caminhada acompanhada”, tem os que levam o cachorro junto. Ou por que está na hora do cão se exercitar, ou por que quer companhia, e a postura nos dois casos é totalmente diferente.
Tenho uma vizinha que caminha com a enfermeira. Ela tem uma grave lesão neurológica. É jovem e está sempre acompanhada. Sai de casa arrumada, perfumada, como quem acabou de tomar banho. Diferente de todos nós que caminhamos como exercício, ela caminha como lazer. Caminha com dificuldade, fala com dificuldade, mas nem por isso desiste de cumprimentar todo mundo que passa por ela.
Tem as mães, e as avós, que caminham com filhos/netos. Os menores no carrinho, os maiores ao lado, sempre puxando/empurrando alguma coisa. Esses também vão cumprimentando tudo e todos, vizinhos, gatos, cachorros, passarinhos, o que se mexer perto deles recebem um cumprimento.
Por aqui também se mantém o hábito de caminhar depois da refeição, para fazer a digestão, e nesse quesito, a caminhada é sempre em volta do quarteirão.
Cada um por um motivo, todos caminhando.
E então, como é a sua caminhada?
Tenho caminhado com meu filho de 16 anos e tem sido muito interessante. Vamos conversamos sobre assuntos que normalmente não são falados, pensamentos..., sentimentos...De vez em quando ele dispara e eu respiro, vejo as árvores, sinto as árvores, os sons, os cheiros...Depois nos reencontramos. Prefiro caminhar sem som portátil, apenas os do ambiente. Volto pra casa me sentindo mais viva, mais alegre e em paz.
ResponderExcluirQue bacana Sol!Que momento especial a caminhada pra vocês! Beijos
ResponderExcluirUm beijo Ely!
ResponderExcluirMinha querida amiga, tenho procurado, com alguns tropeços, confesso, caminhar com
meus pés no chão juntamente com as asas dos meus pensamentos. Qdo caminho
c/ os pés, ou c/ as rodas do meu carro quem verdadeiramente, me conduz são os
meus pensamentos e atitudes sempre aproveitando as situações e as pessoas que
por mim passam como aprendizagem constante. Peço ao REINO MAIOR sabedoria p/
não desperdiçar energia em caminhos desnecessários. Não é fácil, mas o desejo e
a vontade em acertar sempre orientam a boa caminhada. Um caminhar respirando
bem, apreciando a MÃE NATUREZA, enviando bons pensamentos a todos só pode me
levar a obter mais segurança, equilírio e ALEGRIA de viver !!!
Obrigada por me dar o espaço de externar minhas convicções !!!
BJS mtos BJS pelo seu carinho !!! ELY