domingo, 1 de maio de 2016

Expectativa e Esperança

Érima de Andrade

A definição explica
expectativa como a situação de quem espera a ocorrência de algo. É mais que isso, vai além de esperar a simples probabilidade de ocorrência de algo em determinado momento. A expectativa é uma projeção do que achamos que vai acontecer no futuro. Nós projetamos, usamos nossa imaginação para criamos um cenário (expectativa) que é registrado por nosso cérebro, que serve como guia mental para os comportamentos ou as competências que vamos, ou não, manifestar para conseguir o que desejamos.

Expectativa é bastante racional.
Para que haja expectativa, tem de haver algo que a sustente, que crie uma possibilidade razoável de que algo venha a acontecer. Diferente de esperança, que, quase sempre, é de natureza abstrata ou devocional.

A esperança é uma virtude que se desdobra na aceitação da vida, na abundância ou na escassez, mesmo quando ela nos é adversa.
A esperança planta para um futuro indeterminado. Com esperança ampliamos horizontes, abrimos novos caminhos, cultivamos confiança, calma, paz, clareza e aceitação de que não podemos marcar uma hora para que tudo aconteça.

A esperança se respalda numa quase certeza quando nós a ancoramos nos nossos melhores propósitos de nos beneficiar ou beneficiar nossos semelhantes.
Não nos decepcionemos quando recebermos menos do que esperávamos, pela compreensão de que tudo tem a sua hora certa para acontecer.

A esperança e a expectativa surgem nos casos de incerteza, quando ainda não há confirmação da realização dos nossos desejos.
Mas elas têm caminhos e resultados diferentes. A expectativa está relacionada com predições e previsões. A expectativa é aquilo que se considera mais provável de vir acontecer, é uma suposição mais ou menos realista. Quanto mais certezas tivermos em relação ao futuro, maiores serão as probabilidades de que venham a ser concretizadas as nossas expectativas.

Na expectativa criamos um enredo, baseado em fatos, vivências, para a realização do nosso desejo. Mas dependendo da carga emocional imposta sobre nosso desejo, caímos na armadilha de criar expectativas irreais, de esperar que as outras pessoas, e o mundo, correspondam aquilo que criamos. E isso passa a ser uma exigência, um sofrimento, e leva a muita frustração.

É muito comum acontecer à frustração quando desconsideramos as mudanças do momento ao fazer nossas previsões. Por exemplo, você nunca viveu uma reabilitação, mas viveu a melhora no seu condicionamento físico quando passou a treinar. Baseado nessa vivência, você cria uma expectativa de melhora que não levou em conta as lesões do momento. É frustração na certa...

Não podemos evitar a ocorrência de certas expectativas frustrantes, mas podemos atenuar seus efeitos com os recursos que dispomos. Para não nos tornarmos vítimas de frustrações, que nos paralisa, fecha os nossos horizontes, gera angústia, mina nossas forças internas, é preciso ativar em nós a nossa capacidade de compreensão e aceitação dos fatos como eles se apresentam. Ou seja, é preciso lidar com a realidade como ela é, reconhecer que a realidade é o que é e não aquilo que nós gostaríamos que fosse.

Há muito de sabedoria nessa compreensão de que a vida é feita sempre de altos e baixos, de perdas e ganhos. 
Expectativas e esperanças em si mesmas, não são nem positivas nem negativas. Depende do peso e valor que você der para elas. 

As expectativas e os pensamentos são modificados com a compreensão de como eles surgiram. Identificar suas expectativas ajudará a modifica-las, a substituí-las por pensamentos e crenças que reduzem a sua ansiedade e contribuem para o seu progresso. A saída, como sempre, é o autoconhecimento.

Minha expetativa, e esperança, é que você pense a respeito e que não abra mão de nenhuma possibilidade de ser mais feliz com a sua realidade.

4 comentários:

Vou ficar feliz com seu comentário. É muito bem vindo!