domingo, 29 de maio de 2016

Lembranças e curiosidades de uma viagem de férias

Érima de Andrade

Viajar é muito bom. Viajar com a família então é melhor ainda.
No meu caso foi viajar com a família para encontrar a família. E foi maravilhoso!

Fomos direto para
Recife, eu, meus pais e minhas irmãs. Grupo íntimo, animado e espontâneo. Tudo de melhor numa viagem.

Já no primeiro dia passeamos pela
praia da Boa Viagem e fomos a uma pracinha com feira de artesanato, igreja e restaurante a peso. Amei! Nada como um restaurante a peso de comida tradicional para poder experimentar um pouquinho de cada coisa. Confesso que precisei da ajuda dos universitários para traduzir o nome de alguns pratos... Sabe aqueles nomes que você um dia decorou, mas que de fato não conhece? Pois é... Quando vi todos eles esqueci como são chamados aqui no estado do Rio...


Destaco nessa primeira aventura a
paçoca de carne seca. Experimentei outras coisas, mas o que mais gostei foi ela. Indo para o nordeste, vale muito experimentar.

Dia seguinte
Olinda! Meu pai cresceu em Olinda, então era uma viagem aos lugares importantes da infância dele. Quantas coisas bacanas e divertidas descobrimos! Meu pai, e um amigo que morava na mesma rua, criaram o “Labortorilio Andrade” para suas experiências. Na maioria das vezes com lagartixas, mas cabinhos de fruta-pão também rendiam boas brincadeiras. Brinquei dizendo que eles pretendiam descobrir como fazer bolsa de jacaré usando lagartixas. Laboratório é sempre uma diversão com muitas descobertas. Ouvir as histórias mais divertido ainda.



Fomos para ver a casa que ele cresceu, mas hoje ela é uma pousada, então mais que ver, foi possível conhecer a casa.
Emocionante para todos, inclusive para a dona. Muita coisa como na infância dele, as divisões dos cômodos, o piso, o telhado, o quintal. Uma verdadeira viagem emocionante ao passado.



Sábado foi dia de almoço com a família paterna, em Recife. A grande constatação, para mim, foi o poder da internet e redes sociais. Pessoas que eu conhecia de história e fotos, gente que não lembro de ter encontrado antes, completamente a vontade, como se todos tivéssemos crescidos juntos.
E não é que dá para ficar próximo morando tão distante?

Domingo, Limoeiro, cidade natal do meu pai, onde fomos encontrar com a prima por parte de mãe. E as histórias vieram aos borbotões, temperadas com bolo e suco de mangaba. Mais caseiro, intimo e maravilhoso impossível!




Vi, ao vivo, o que só via nas novelas, o famoso “me dá um cheiro”. Quanto carinho nesse gesto tão incomum por aqui.

Em Recife como os recifenses. Todos os dias fomos a praia, bem em frente ao hotel. A tão famosa praia dos tubarões. Sim, tem placas avisando. E sim, tem os arrecifes.



Aqui vale uma explicação: ar-recife é uma palavra de origem árabe, quer dizer "muralha de pedras" ou "caminho de pedra". Vem daí o nome da cidade. A praia toda da Boa Viagem é contornada por recifes ou arrecifes.



Tive muita dificuldade de entender como ainda existem pessoas atacadas por tubarões por lá... Os avisos estão em todos os lugares, a muralha é uma proteção natural. É muita vontade de se aventurar, querer, justo ali, nadar além da proteção... A cada um conforme as suas escolhas.

Por lá conhecemos a Casa da Cultura, um centro de artesanato criado onde antes era uma prisão. Cada cela uma loja. Primeiro lugar que vimos um painel fotográfico de Lampião e Maria Bonita.


E fizemos as fotos, claro! Mas em muitos outros lugares também tem esses painéis. Uns mais bonitos que outros, mas todos divertidos. O que destaco como o
“melhor” é o do restaurante Mangai, que eles descrevem como sendo de “comida brasileira fina com rusticidade”. Descrição perfeita! Decoração ótima e o mais bonito painel para foto típica.


Fomos também na Oficina Brennand, que tem um bristozinho maravilhoso, o Café Brennand, onde tudo é servido em peças assinadas. Puro charme.


De lá para o Instituto Ricardo Brennand. Tudo ali vale a pena ser visto. Mas o que mais me impactou foi “o Julgamento de Fouquet”, todo recriado com bonecos de cera. Entendi perfeitamente por que tantos programas fazem pegadinhas em salas com bonecos de cera. Eu levaria um enorme susto se alguns deles se mexesse. Mas não seria de todo surpreendente, por que parecem muito reais.



A curiosidade foi a exposição de armas, entre elas os crucifixos usados em viagens pelos padres para se proteger. Só segura na mão de Deus e vai, não é suficiente, e nunca foi. Cautela nunca é demais.

Primeira parte da viagem encerrada, seguimos, de van, para João Pessoa, onde nasceu minha mãe, que também queria nos mostrar seus lugares especiais. De van pudemos parar no caminho, e paramos num restaurante próximo a praia de nudismo. O dono tem muitos amigos artistas, então nada ali é comum, tudo tem um toque de arte. É tão rústico que os micos ficam a vontade para se aproximar.


Se em Recife ficamos em frente a praia, em João Pessoa ficamos hospedados “na” praia. O hotel é na areia da praia de Tambaú, e dormir ouvindo o mar, de qualquer parte do Brasil, é tudo de bom.

João Pessoa impressiona pela limpeza, organização e preservação dos lugares. A rua que minha mãe nasceu está toda modificada e a casa não existe mais. Mas o colégio que ela estudou está de pé, preservado e funcionado. Inclusive o relógio que nos recebeu com as onze badaladas das onze horas.


Na Igreja de São Francisco, que agora faz parte do Centro Cultural São Francisco, uma das obras mais representativas do barroco brasileiro do século XVIII, nos admiramos com os cuidados de preservação. As pinturas impressionam, os armários da sacristia, as cadeiras do coro, tudo preservado e lindo de ver. A curiosidade ficou por conta do piso da sacristia. Um piso de cerâmica, tijolo e pedra calcária contendo essência de mirra. Com isso, o atrito das sandálias dos frades no piso, perfumava todo o recinto. Não é genial?

Mesmo achando genial acabei não fazendo nenhuma foto, então peguei essa no site http://paraibanos.com/joaopessoa/galeria/centro-cultural-sao-francisco.htm


Um taxista fez a melhor descrição da cidade: boa para se viver, mas não para ganhar dinheiro. Tudo realmente muito barato. E perto do hotel, claro, muitos lojas de artesanato. Não teve jeito, cada uma de nós voltou com pelo menos mais uma sacola de presentes, comidas, roupas...



Fomos conhecer o mais famoso marco geográfico da Paraíba, a Ponta do Seixas. que fica no extremo leste do Brasil, e onde o sol nasce primeiro nas Américas. Significa que, se você quer ir a nado para a África, esse é o melhor lugar para sua partida, o mais perto também.


Por aqui temos coqueiros e amendoeiras nas praias, por lá encontramos o jamelão, frutinha com o divertido efeito colateral de deixar sua língua roxa.


Do farol de Cabo Branco para a Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Arte, prédio desenhado por Oscar Niemeyer. A passarela que leva ao salão de exposição é protegida por vidros. Venta tanto nesse lugar, que alguns vidros estão completamente em pedaços. Não se soltam por terem uma proteção que os mantem juntos. A natureza fazendo arte num centro cultural.

O programa especial em João Pessoa não é em João Pessoa, é o pôr do sol na praia fluvial do Jacaré; que de fato fica em Cabedelo, uns vinte quilômetros da praia de Tambaú, essa sim, em João Pessoa.

 O pôr do sol ganhou trilha sonora diária de Jurady do Sax, que toca o Bolero de Ravel no pôr do sol, e às seis horas a Ave Maria. Antes dele, e entre suas apresentações, músicas tocadas no violino por outros instrumentistas, ao vivo. 



Se o espetáculo, muito simples, mas bem emocionante, não lhe interessar, pode ir às compras de artesanato, comidas e bebidas típicas. Fazer compras ao som do violino é bem bom, e vale lembrar que lá é tudo muito barato. No meu caso, também foi onde comi a melhor tapioca. Fica a dica.



Curiosidade da televisão paraibana: muitos comerciais tem variações do “não se aperreie não!”.

Curiosidades do hotel: uma sala de redes e um quadro de procura-se parceiro.





Curiosidades do aeroporto: tem o banheiro para mulheres, o banheiro para homens e o banheiro para família; uma máquina para comprar flores e outra para água mineral Itacoatiara, para sentir Niterói mais perto.



O melhor de viajar é voltar para casa. Fotos, histórias, experiências mil para serem compartilhadas. Foi muito bom. Podendo, separe alguns dias por ano para uma viagem, longe ou perto, tanto faz, desde que você vá aberto para novas experiências.

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