domingo, 10 de abril de 2016

Adélia e Allan

Érima de Andrade

Como é bom uma história bem contada!
Boas histórias são aquelas que não terminam quando você fecha o livro, desliga o rádio, sai do cinema, ou quando fecha a cortina do teatro.

Boas histórias nos acompanham e provocam reflexões, conversas, e com bastante frequência, mudanças internas.

Boas histórias encantam, inspiram e são lembradas para sempre.

O mundo está repleto de boas histórias, e entrar em contato com algumas delas é maravilhoso.
Então não perca nenhuma oportunidade de se envolver com uma boa história, lendo, ouvindo, assistindo, sentindo, tanto faz, desde que você se entregue ao que está sendo contado.

Aliás, tudo que é feito com amor é bom de ver. Mas a arte, a arte feita com amor é excepcional. Mexe com os nossos sentidos e emoções. E bem feita, é de uma vivência tão profunda a ponto de transformar informação em sabedoria.

Essa semana fui a duas peças, em tudo diferente, local, tema, linguagem, interpretação, cenário, iluminação, hora, dia, enfim, tudo. Em comum o amor pela profissão de ator, e a total entrega ao espetáculo.

Adélia, assisti no Teatro Intimo, na Lapa, Rio de Janeiro. (http://www.teatrointimo.com.br/)

Allan Kardec, no Teatro Eduardo Kraichete - AMF, em Icaraí, Niterói.
(http://www.teatroeduardokraichete.com.br/)

As duas valem muito a pena. Em comum a satisfação de ver um bom espetáculo.

Adélia, Poesias de Adélia Prado - Um espetáculo arrebatador, para dizer o mínimo. Não existem barreiras entre o palco e a plateia. Entramos, literalmente, no quintal de Adélia. Adélia, aquela poetisa que retrata o cotidiano com encanto e perplexidade, nos recebe em seu quintal, batendo um bolo. E quase sem sentir, vamos todos ficando íntimos, acompanhando o descascar das laranjas, saboreando o cheirinho do café, ouvindo suas lembranças, nos encantando com o trivial visto tão poeticamente.

E como boa anfitriã mineira, nos oferece o bolo, o café e a cachaça, e um papo gostoso que vai um tantinho além do texto da peça. E nem parece que acabou de tão bom que é... 
Tendo oportunidade, não deixe de assistir.






















Allan Kardec, um olhar para a eternidade – sim, com esse nome é possível que você pense que é uma peça sobre a doutrina espírita. Não é. Não tem tendências doutrinárias, nem religiosas. A peça relata a vida de Hippólite Léon Denizard Rivail, do seu nascimento em Lyon, até a morte em Paris. 

Entre as muitas curiosidades sobre a vida do codificador da doutrina espírita, está o porquê dele assinar como Allan Kardec

O texto de Paulo Afonso de Lima, a
biografia teatralizada de Allan Kardec, é para um público simpatizante de assuntos espirituais, que queira conhecer a história do homem que foi professor e cientista, e embora extremamente cético, teve seu comportamento modificado por seus estudos e pesquisas do fascinante mundo dos espíritos.

É um texto rico de curiosidades, encontros e fatos marcantes, e muitas vezes divertidos. Vale muito dar uma passadinha por lá.




Não se interessa por nenhum dos dois temas? Tudo bem, apenas não perca nenhuma oportunidade de conhecer uma boa história.

Boa semana!

2 comentários:

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