domingo, 8 de novembro de 2015

Inclusão social

Érima de Andrade

Essa semana assisti uma palestra sobre inclusão social feita pela Tereza Cristina Vaz Coutinho. Ela começou nos contando, que aos 11, 12 anos, ela se ofereceu como voluntária para ajudar uma criança portadora de necessidades especiais.

 

Nessa experiência ela descobriu a missão da sua vida, e nunca mais deixou de trabalhar com esse público. Foi de voluntária, para aluna, para professora, para diretora e finalmente para dona de escola.

 

Contou as dificuldades de abrir e manter uma escola, e de como todo mundo tinha que fazer tudo. Numa ocasião, estava lavando a frente da escola e uma mãe, bastante desmotivada, parou na grade e perguntou se aquela escola aceitava crianças com down.

 

Teresa parou a limpeza, abriu o portão e se apresentou. A mãe explicou que já havia andado por toda Niterói e que não tinha conseguido vaga para seu filho com síndrome de down. A mãe tornou a perguntar:

 

- Você aceita down na sua escola?

- Eu não aceito, eu trabalho com ele – foi a resposta da Teresa.

 

Ela então fez questão de explicar a diferença entre aceitar e incluir alunos portadores de necessidades especiais. Aceitar significa apenas cumprir a lei e receber essa criança na escola. Incluir significa que o aluno vai participar de tudo, aulas, passeios, jogos. Mais que isso, o aluno será assistido em todas as suas necessidades.

 

E pode ser que ele nem ao menos consiga se alfabetizar. E tudo bem. Ele ganha com a convivência e os outros alunos ganham tolerância, aceitação e informação para lidar com qualquer diferença. Não é essa a verdadeira vocação da educação? Aprender a lidar com as diferenças sejam elas de forma, capacidade, cor, ideologia, ou qualquer outra maneira de estar no mundo?

 

Teresa nos contou que sente orgulho de ter contribuído com a formação de pessoas mais sensíveis as dificuldades dos outros. É mesmo um lindo trabalho.


Confesso que nunca parei para pensar na diferença entre aceitar e incluir. Até achava maravilhoso qualquer lugar que aceitasse. Mas fiquei sabendo na palestra, que existem lugares que essas pessoas são aceitas, e não se faz nada com elas. E como, os muito comprometidos não tem como contar como foi o dia na escola, os pais só percebem que alguma coisa não vai bem quando a criança perde a motivação, fica triste indo para a escola, não quer nem mesmo se arrumar para sair.


Mais do que aceitar é preciso incluir. Será que incluímos nos trabalhos em equipe? Será que incluímos quando estamos em família? Será que incluímos todos que convidamos para nossa casa?

Fim de ano chegando, encontros sendo programados, festas, comemorações. Acho que é um bom momento para você ter claro se nessas situações você aceita ou inclui.

Que possamos todos ser mais tolerantes.

Um comentário:

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