domingo, 9 de março de 2014

Hábito

Érima de Andrade

O hábito é um comportamento aprendido. De tão repetido se torna inconsciente. Mas o hábito não é um vício. O hábito pode até ser ruim, mas o vício é maléfico. O vício envolve comportamentos repetitivos que interferem na qualidade de vida; no vício, além do gesto repetitivo há uma relação de dependência do indivíduo, seja física, fisiológica ou psíquica.

Mesmo não existindo uma relação de dependência, por que é tão difícil eliminar um hábito?

Hábitos são comportamentos instalados que de modo geral facilitam a nossa vida. São construídos a partir da recompensa que temos com a sua execução. O cérebro economiza energia quando não precisa pensar o tempo todo no que fazer, como por exemplo, quando você está dirigindo. Os movimentos são automáticos, sem pensar, e isso é bom. Ou seja, uma vez acostumado, o organismo passa a gastar menos energia para executar a ação repetitiva e a guarda para outras situações.

Mas o hábito é ruim quando toda a sua vida é vivida por hábitos, sem mais pensar em nada do que está fazendo. E nesse caso é preciso mudar.

Um hábito se caracteriza pela falta de emoção. Um bom exemplo é quando você está tentando criar o hábito de acordar cedo. Nos primeiros dias é um drama, sono ao longo do dia, dificuldades pra levantar. Após algum tempo, acordar cedo torna-se automático e você não sofre mais com a mudança. As emoções que acompanhavam a ação deixaram de existir, e você conquista a automatização da ação.

O tempo para que um hábito entre na rotina varia de acordo com o tipo de ação e, claro, de quem a executa. Mas um estudo feito pela University College London, com 96 pessoas que foram convidadas a escolher uma ação para se tornar hábito, mostrou que, em média, os participantes levaram 66 dias para atestar que a ação virou um hábito. 

Criar um novo hábito exige comprometimento, motivação e, claro, repetição. Para mudar um hábito você precisa de planejamento, disciplina e força de vontade.

Para se livrar de um hábito é preciso consciência, você primeiro precisa reconhecer que tem o hábito. Hábitos são ações que envolvem o inconsciente, então quanto mais consciência você tiver dessa ação, mais fácil será se livrar dela, ou modifica-la. Vale até criar um novo hábito para substituir o antigo.

Uma vez que o hábito ruim foi identificado, que se criou o comprometimento de se livrar dele e você sabe qual é o novo hábito que substituirá o antigo, é só colocar em prática seu plano de ações. É bom também ficar alerta: mesmo após um novo hábito ter sido estabelecido, o antigo estará lá, quietinho, esperando a hora de ser reativado.


O desafio é ficar vigilante e praticar o autocontrole. Consciência é a saída. Coloque luz nas suas ações e seja feliz com seus hábitos.

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