domingo, 23 de abril de 2017

Vale Refletir a Respeito

Érima de Andrade

Quem é responsável por suas escolhas? Essa é uma boa história para pensar sobre as escolhas que fazemos e suas consequências. Boa leitura!

“1. Houve um Mestre que veio à Terra, nascido na terra santa de Indiana, criado nos montes místicos depois de Fort Wayne.

2. O Mestre aprendeu sobre este mundo nas escolas públicas de Indiana e, ao crescer, em seu ofício de mecânico de automóveis.

3. Mas o Mestre conhecia outras terras e outras escolas, de outras vidas que tinha vivido. Lembrava-se disso, e, lembrando-se, tornou-se sábio e forte, de modo que outros viram a sua força e o procuraram, em busca de conselhos.

4. O Mestre acreditava que tinha o poder de ajudar a si mesmo e a toda a humanidade, e, acreditando, assim era para ele, de modo que viram seu poder e o procuraram para se curar de seus problemas e doenças.

5. O Mestre acreditava que todo homem deve considerar-se filho de Deus, e, acreditando, assim era, e as oficinas e garagens em que trabalhava se apinhavam com aqueles que procuravam a sua sabedoria e o contato com ele, e as ruas de fora ficavam cheias daqueles que desejavam apenas que a sombra de sua passagem pudesse cair sobre eles, modificando suas vidas.

6. Aconteceu por causa da multidão, que os vários contramestres e chefes da oficina pediram ao Mestre que largasse s ferramentas e seguisse o seu caminho, pois havia tanta gente em volta dele que nem ele nem os outros mecânicos conseguiam trabalhar nos automóveis.

7. E assim foi que ele seguiu para os campos, e os que iam com ele começaram a chama-lo de Messias, o que operava milagres, e, como eles acreditavam, assim era.

8. Se sobreviesse uma tempestade, enquanto ele falava, nem uma gota tocava a cabeça de seus ouvintes, o último da multidão ouvia suas palavras tão claramente quanto o primeiro, mesmo que houvesse raios ou trovões no céu. E sempre lhes falava em parábolas.

9. E lhes disse: “Dentro de nós está o poder de nosso consentimento para a saúde e a doença, a riqueza e a pobreza, a liberdade e a escravidão. Somos nós que controlamos isso, e não os outros.”

10. Um moleiro disse: ‘Essas palavras são fáceis em tua boca, Mestre, pois és guiado como não somos nós, e não precisas trabalhar como trabalhamos. O homem tem de trabalhar para ganhar a vida neste mundo.’

11. O Mestre respondeu: “Uma vez havia uma aldeia de criaturas no fundo do leito de um grande rio cristalino.

12. “A corrente do rio passava silenciosamente por cima de todos eles, jovens e velhos, ricos e pobres, bons e maus, a corrente seguindo seu caminho, só conhecendo o seu próprio ser cristalino.

13. “Cada criatura, a seu modo, se agarrava fortemente ás plantas e pedras do leito do rio, pois agarrar-se era o seu modo de vida, e resistir à corrente era o que cada um tinha aprendido desde que nascera.

14. “Mas uma das criaturas disse, por fim: ‘Estou farto de me agarrar. Embora não possa ver com meus próprios olhos, espero que a corrente saiba onde está indo. Vou soltar-me e deixar que ela me leve para onde quiser. Se me agarrar, morrerei de tédio.’

15. “As outras criaturas riram-se e disseram: ‘Louco! Se você se soltar, essa corrente que você adora o lançará despedaçado sobre as pedras e sua morte será mais rápida do que a causada pelo tédio!’

16. Mas aquele não lhes deu ouvidos e, respirando fundo, soltou-se, e imediatamente foi lançado e despedaçado pela corrente sobre as pedras!

17. “Mas com o tempo, como ele se recusasse a tornar a se agarrar, a corrente o levantou, livrando-o do fundo, e ele não se machucou nem se magoou mais.

18. “E as criaturas mais abaixo no rio, para quem ele era um estranho, exclamaram; ‘Vejam, um milagre! Uma criatura como nós, e no entanto voa! Vejam, é o Messias que chegou para nos salvar!’

19. “E aquele que foi carregado pela corrente disse: ‘Não sou mais Messias do que vocês. O rio tem prazer em nos erguer à liberdade, se ousamos nos soltar. O nosso verdadeiro trabalho e essa viagem, essa aventura.’

20. “No entanto, cada vez exclamavam mais ‘Salvador!’, enquanto se agarravam às pedras; quando tornaram a olhar, ele se fora, e eles ficaram sozinhos, inventando lendas sobre um Salvador.”

21. E quando viu que a multidão cada vez o seguia mais de perto, mais terrível do que nunca, quando viu que insistiam para que ele os curasse sem descanso, e sempre os alimentasse com seus milagres, e aprendesse por eles e vivesse suas vidas, foi sozinho para o topo de um morro e rezou.

22. E disse em seu íntimo, Ser Infinito Radioso, se for a tua vontade, deixa que essa taça passe de minhas mãos, deixa-me pôr de lado esta tarefa impossível. Não posso viver a vida de uma outra alma, no entanto dez mil me imploram a vida. Sinto ter permitido que tudo isso acontecesse. Se for a tua vontade, deixa-me voltar aos motores e às ferramentas e viver como os outros homens.

23. E uma voz lhe falou no topo do morro, uma voz que não era de homem nem de mulher, nem forte nem fraca, uma voz infinitamente bondosa, que lhe disse:
Não a minha vontade, mas a tua seja feita. Pois o que for a tua vontade será a minha vontade para ti. Segue o teu caminho como os outros homens e sê feliz na Terra.”

24. E ao ouvir aquilo o Mestre alegrou-se, deu graças e desceu de cima do morro cantarolando uma cançãozinha de mecânico. E quando a turba o atormentava com seus males, implorando que os currasse, aprendesse por eles, os alimentasse constantemente com sua compreensão e os divertisse sempre com suas maravilhas, ele sorriu para a multidão e disse amavelmente: “Eu desisto.”

25. Por um momento a multidão ficou muda de espanto.

26. E ele lhes falou: ‘Se um homem dissesse a Deus que o que queria mais que tudo era auxiliar o mundo sofredor, fosse qual fosse o preço para si, e Deus lhe respondesse o que devia fazer, o homem deveria fazer o que lhe era ordenado?”

27. “Pois claro, Mestre!” exclamaram. “Devia ser para ele um prazer sofrer as torturas do próprio inferno se Deus lhe pedisse!”

28. “Não importa quais fossem essas torturas, nem a dificuldade da tarefa?”

29. “Seria uma honra ser enforcado, uma glória ser pregado a uma árvore e queimado, se fosse isso que Deus pedisse,” disseram eles.

30. “E o que fariam vocês”, perguntando o Mestre à multidão, “se Deus lhes falasse diretamente, em pessoa, e dissesse: ‘ORDENO QUE SEJAS FELIZ NO MUNDO, ENQUANTO VIVERES.’ O que fariam então?”

31. E a multidão calou-se e nem uma voz ou som foi ouvido sobre morros e pelos vales.

32. E o Mestre disse: “No caminho de nossa felicidade encontramos o conhecimento para o qual escolhemos esta vida. É assim que aprendi hoje e prefiro deixá-los agora para seguirem o seu caminho, como desejarem.”

33. E seguiu o seu caminho no meio da multidão e voltou ao mundo dos homens e dos motores.” Richard Bach

Repetindo a parte que mais gosto: “Não a minha vontade, mas a tua seja feita. Pois o que for a tua vontade será a minha vontade para ti.”

Bora assumir o que de fato desejamos, e caprichar nas escolhas que levem a realização da sua felicidade. 

2 comentários:

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