Érima de Andrade
Quem é responsável por suas escolhas? Essa é uma boa
história para pensar sobre as escolhas que fazemos e suas consequências. Boa leitura!
“1. Houve um
Mestre que veio à Terra, nascido na terra santa de Indiana, criado nos montes
místicos depois de Fort Wayne.
2. O Mestre
aprendeu sobre este mundo nas escolas públicas de Indiana e, ao crescer, em seu
ofício de mecânico de automóveis.
3. Mas o
Mestre conhecia outras terras e outras escolas, de outras vidas que tinha
vivido. Lembrava-se disso, e, lembrando-se, tornou-se sábio e forte, de modo
que outros viram a sua força e o procuraram, em busca de conselhos.
4. O Mestre
acreditava que tinha o poder de ajudar a si mesmo e a toda a humanidade, e,
acreditando, assim era para ele, de modo que viram seu poder e o procuraram
para se curar de seus problemas e doenças.
5. O Mestre
acreditava que todo homem deve considerar-se filho de Deus, e, acreditando,
assim era, e as oficinas e garagens em que trabalhava se apinhavam com aqueles
que procuravam a sua sabedoria e o contato com ele, e as ruas de fora ficavam
cheias daqueles que desejavam apenas que a sombra de sua passagem pudesse cair
sobre eles, modificando suas vidas.
6. Aconteceu
por causa da multidão, que os vários contramestres e chefes da oficina pediram
ao Mestre que largasse s ferramentas e seguisse o seu caminho, pois havia tanta
gente em volta dele que nem ele nem os outros mecânicos conseguiam trabalhar
nos automóveis.
7. E assim
foi que ele seguiu para os campos, e os que iam com ele começaram a chama-lo de
Messias, o que operava milagres, e, como eles acreditavam, assim era.
8. Se
sobreviesse uma tempestade, enquanto ele falava, nem uma gota tocava a cabeça
de seus ouvintes, o último da multidão ouvia suas palavras tão claramente
quanto o primeiro, mesmo que houvesse raios ou trovões no céu. E sempre lhes
falava em parábolas.
9. E lhes
disse: “Dentro de nós está o poder de nosso consentimento para a saúde e a
doença, a riqueza e a pobreza, a liberdade e a escravidão. Somos nós que
controlamos isso, e não os outros.”
10. Um
moleiro disse: ‘Essas palavras são fáceis em tua boca, Mestre, pois és guiado
como não somos nós, e não precisas trabalhar como trabalhamos. O homem tem de
trabalhar para ganhar a vida neste mundo.’
11. O Mestre
respondeu: “Uma vez havia uma aldeia de criaturas no fundo do leito de um
grande rio cristalino.
12. “A
corrente do rio passava silenciosamente por cima de todos eles, jovens e
velhos, ricos e pobres, bons e maus, a corrente seguindo seu caminho, só
conhecendo o seu próprio ser cristalino.
13. “Cada
criatura, a seu modo, se agarrava fortemente ás plantas e pedras do leito do
rio, pois agarrar-se era o seu modo de vida, e resistir à corrente era o que
cada um tinha aprendido desde que nascera.
14. “Mas uma
das criaturas disse, por fim: ‘Estou farto de me agarrar. Embora não possa ver
com meus próprios olhos, espero que a corrente saiba onde está indo. Vou
soltar-me e deixar que ela me leve para onde quiser. Se me agarrar, morrerei de
tédio.’
15. “As
outras criaturas riram-se e disseram: ‘Louco! Se você se soltar, essa corrente
que você adora o lançará despedaçado sobre as pedras e sua morte será mais
rápida do que a causada pelo tédio!’
16. Mas
aquele não lhes deu ouvidos e, respirando fundo, soltou-se, e imediatamente foi
lançado e despedaçado pela corrente sobre as pedras!
17. “Mas com
o tempo, como ele se recusasse a tornar a se agarrar, a corrente o levantou,
livrando-o do fundo, e ele não se machucou nem se magoou mais.
18. “E as
criaturas mais abaixo no rio, para quem ele era um estranho, exclamaram;
‘Vejam, um milagre! Uma criatura como nós, e no entanto voa! Vejam, é o Messias
que chegou para nos salvar!’
19. “E
aquele que foi carregado pela corrente disse: ‘Não sou mais Messias do que
vocês. O rio tem prazer em nos erguer à liberdade, se ousamos nos soltar. O
nosso verdadeiro trabalho e essa viagem, essa aventura.’
20. “No
entanto, cada vez exclamavam mais ‘Salvador!’, enquanto se agarravam às pedras;
quando tornaram a olhar, ele se fora, e eles ficaram sozinhos, inventando
lendas sobre um Salvador.”
21. E quando
viu que a multidão cada vez o seguia mais de perto, mais terrível do que nunca,
quando viu que insistiam para que ele os curasse sem descanso, e sempre os
alimentasse com seus milagres, e aprendesse por eles e vivesse suas vidas, foi
sozinho para o topo de um morro e rezou.
22. E disse
em seu íntimo, Ser Infinito Radioso, se for a tua vontade, deixa que essa taça
passe de minhas mãos, deixa-me pôr de lado esta tarefa impossível. Não posso
viver a vida de uma outra alma, no entanto dez mil me imploram a vida. Sinto ter permitido que tudo isso acontecesse.
Se for a tua vontade, deixa-me voltar aos motores e às ferramentas e viver como
os outros homens.
23. E uma voz
lhe falou no topo do morro, uma voz que não era de homem nem de mulher, nem
forte nem fraca, uma voz infinitamente bondosa, que lhe disse:
“Não a minha
vontade, mas a tua seja feita. Pois o que for a tua vontade será a minha
vontade para ti. Segue o teu caminho como os outros homens e sê feliz na Terra.”
24. E ao
ouvir aquilo o Mestre alegrou-se, deu graças e desceu de cima do morro
cantarolando uma cançãozinha de mecânico. E quando a turba o atormentava com
seus males, implorando que os currasse, aprendesse por eles, os alimentasse
constantemente com sua compreensão e os divertisse sempre com suas maravilhas,
ele sorriu para a multidão e disse amavelmente: “Eu desisto.”
25. Por um
momento a multidão ficou muda de espanto.
26. E ele
lhes falou: ‘Se um homem dissesse a Deus que o que queria mais que tudo era
auxiliar o mundo sofredor, fosse qual fosse o preço para si, e Deus lhe
respondesse o que devia fazer, o homem deveria fazer o que lhe era ordenado?”
27. “Pois
claro, Mestre!” exclamaram. “Devia ser para ele um prazer sofrer as torturas do
próprio inferno se Deus lhe pedisse!”
28. “Não
importa quais fossem essas torturas, nem a dificuldade da tarefa?”
29. “Seria
uma honra ser enforcado, uma glória ser pregado a uma árvore e queimado, se
fosse isso que Deus pedisse,” disseram eles.
30. “E o que
fariam vocês”, perguntando o Mestre à multidão, “se Deus lhes falasse
diretamente, em pessoa, e dissesse: ‘ORDENO QUE SEJAS FELIZ NO MUNDO, ENQUANTO
VIVERES.’ O que fariam então?”
31. E a
multidão calou-se e nem uma voz ou som foi ouvido sobre morros e pelos vales.
32. E o
Mestre disse: “No caminho de nossa felicidade encontramos o conhecimento para o
qual escolhemos esta vida. É assim que aprendi hoje e prefiro deixá-los agora
para seguirem o seu caminho, como desejarem.”
33. E seguiu
o seu caminho no meio da multidão e voltou ao mundo dos homens e dos motores.”
Richard Bach
Repetindo a
parte que mais gosto: “Não a minha vontade, mas a tua seja feita. Pois o que
for a tua vontade será a minha vontade para ti.”
Bora assumir
o que de fato desejamos, e caprichar nas escolhas que levem a realização da sua
felicidade.
Como escreve lindo , querida ! Parabéns e nossa gratidão sempre .
ResponderExcluirCoração quentinho com seu comentário. Beijos
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