domingo, 31 de janeiro de 2016

Arroz

Érima de Andrade

O arroz, como nos explica o dicionário dos símbolos, representa a riqueza, a abundância, a pureza primeira. É o símbolo da felicidade e fecundidade.

O médium Osmar Barbosa, da Fraternidade Espírita Amor e Caridade, com alguma frequência, dá a
receita do arroz que harmoniza a família. Diz ele que é para colocar na panela alho, cebola, óleo e arroz, e vai mexendo, refogando e colocando junto amor, compreensão, tranquilidade e tudo o mais que a família precisa no momento. Ele sabe que funciona e tem sempre alguém precisando ouvir essa receita, por isso ele repete.

Quem já teve um recém-nascido em casa sabe que é verdade. Você já viveu isso, ou ouviu de alguém, que
aquela banana amassada para o neném fica muito mais gostosa que a que você faz para você mesmo? Pois é, estamos cheios de amor ao preparar a comidinha do novo membro da família, e nem sempre estamos nessa energia ao preparar a nossa comida. Coloca amor, que você vai ver que funciona.

Essa história sempre me faz lembrar do livro “Arroz de Palma”, do escritor Francisco Azevedo. Pode ser que você não conheça o livro, mas já leu em algum lugar o texto que fala que “família é um prato difícil de preparar”? Pois é, esse texto é um trecho do primeiro capitulo do livro “Arroz de Palma”.

Palma é irmã de Antônio, o narrador da história. No casamento de Antônio, a chuva de arroz nos noivos foi tão abundante, que a Palma, maravilhada com a fartura, recolheu todo o arroz e deu de presente aos noivos com um cartão que dizia: “Este arroz – plantado na terra, caído do céu como o maná do deserto e colhido da pedra – é símbolo de fertilidade e eterno amor. Esta é a minha benção. Palma”

E o arroz vira o centro da história. Por quatro gerações, aquele arroz abençoado está presente em todas as disputas, conflitos, dramas e alegrias da família. Tem um problema? Coma um pouquinho do arroz de Palma que você descobre a solução. A história é bem legal, vale a leitura.

Arroz também me faz pensar em arroz-doce. Lembro que eu comia, na minha infância e adolescência, e gostava bastante. Depois não comi mais. Não deixei de gostar, apenas não era mais tão comum ter arroz-doce. Essas coisas de moda da época, em vez de arroz-doce, a novidade era fazer pavê para a sobremesa. Pavê de tudo quanto é jeito, e dos mais variados sabores. Não sei hoje em dia qual a moda da sobremesa, talvez o brownie, petit gateau, cupcake ... vai saber.

Até que um dia, num desses encontros com as amigas, um café da manhã compartilhado, onde cada um leva uma coisa para dividir, a querida Josete Cherene levou potinhos de arroz-doce. Como eu parei de comer isso? Por que nunca fiz? Afinal, como se faz arroz-doce?

Para ela era básico, coisa simples, sem erro. Mas eu cozinhando, posso errar até para ferver água. Não dá para me dizer, “é só pegar isso e misturar com aquilo, e pronto”. Vou chegar em casa e já esqueci, vou tentar fazer e ficar insegura. Eu preciso de uma receita escrita, preciso que esteja no papel e ao alcance das mãos.

E aprendi. E não paro mais de fazer. E faz sucesso. Já dei essa receita para um monte de gente. Não é minha, óbvio, é do site Panelinha. E se eu faço, pode apostar que você faz também. Aproveita e coloca junto amor, paciência, tolerância, alegria, tranquilidade e tudo que você deseja de melhor para quem vai comer essa sobremesa. Bom apetite!

Arroz-Doce

1 xícara de chá de arroz
1 xícara de chá de água
2 pedaços de canela em casca
2 cravos
1 litro de leite
1 lata de leite condensado
1 gema
2 colheres de sopa de açúcar

Com a gema e o açúcar bata uma gemada. Reserve.
Inicie o cozimento do arroz na água, com o cravo e a canela, em fogo baixo.
Vá acrescentando o leite e mexendo sempre.
Quando estiver pastoso, desligue e acrescente o leite condensado e a gemada. Mexa bem.
Sirva polvilhado de canela.

Obs: pode ser congelado. Degele na geladeira.

2 comentários:

  1. Adoro arroz doce e como vc disse, so o da minha avô era tão gostoso, devia conter muito amor e paciência. Obrigado por me fazer relembrar minha infancia. Texto lindo

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