Érima de Andrade
Não parece, mas essa pergunta é muito parecida com “ter razão, ou ser feliz?”. Porque é disso que estamos falando, você quer seguir a qualquer custo um plano pré-concebido, ou quer ser feliz com o que lhe acontece?
A judoca Rafaela Silva viveu um momento limite pós olimpíada de Londres. Ela pensou, de fato, em desistir de tudo. Mas foi em frente, voltou aos treinos, se dedicou, e com a vitória na Rio 2016, ganhou também a tão sonhada medalha de ouro. Para ela, valeu a pena persistir.
E aí fica a pergunta: quais são os sinais que avisam que é hora de desistir?
Fazer planos, criar metas, ter objetivos é maravilhoso. Mas é preciso se manter flexível, aberto as mudanças, pois elas podem acontecer.
A vida nos mostra, de muitas maneiras, que existe uma enorme distância entre a nossa meta sonhada e a possibilidade, efetiva, de executá-la.
Ninguém gosta de mudar planos. É mesmo ruim planejar alguma coisa, criar estratégias de como agir e viver, começar a executar o passo a passo, e os imprevistos nos obrigarem a parar, replanejar e alterar a rota. Mas acontece, e muito.
Para dar certo, seja o que for, é preciso além de metas, ter flexibilidade. É a flexibilidade que lhe permitirá ver mais de um ponto de vista. Tem uma lição aí quando as coisas não dão certo. No mínimo você precisa olhar o outro lado, a flexibilidade ajuda nesse momento. Não deu certo, ao menos aproveite a lição que a vida lhe oferece.
As dificuldades são perguntas do universo. Ele quer saber: você quer mesmo ir por esse caminho?
Se sim, por que você quer persistir? É a resposta a essa pergunta que vai determinar se vale ou não a pena continuar.
Qualquer coisa similar a: eu disse que conseguiria e não vou pagar esse mico de voltar atrás; é um alerta vermelhíssimo de que você está indo no caminho errado.
E para você, é sim, melhor desistir. Só desistindo da vida que você planejou, você vai poder viver a vida que lhe espera. Mas se você prefere ter razão do que ser feliz, faça a sua escolha e vá em frente.
Mas se a sua resposta quando o universo lhe pergunta se você quer mesmo ir por esse caminho, for algo como: isso dá significado a minha vida, mesmo que eu não seja o melhor, é o que me faz feliz, é o que quero manter comigo de alguma maneira; então siga em frente.
E pode ser que você não vire um judoca campeão, ou que talvez nem treine mais. Aceite isso, é a mudança de rota necessária para seguir no caminho que lhe dá significado.
Só aceitando o que acontece, você terá a possibilidade de um olhar amplo sobre os caminhos que vão lhe permitir trilhar mundos novos dentro das suas escolhas.
Cada um só oferece o que tem. Então restaure seu equilíbrio, fortaleça seus talentos, pacifique seu coração, e permita os inusitados desdobramentos que se apresentam no seu caminho.
E, de repente, vai que você descobre que seu talento é conseguir motivar pessoas a conhecerem o judô? Quem sabe, mais do que lutar, o que você realmente faz bem é explicar esse esporte ao público? É também um caminho maravilhoso.
O que você, de fato, deseja viver?
Que energia você leva aos lugares que vai?
Você atrai aquilo que você transmite. O que chega até você lhe faz bem?
Você está em paz com suas escolhas?
Se você já pode responder sim a todas as essas perguntas, então siga em frente, use o seu tempo com o que lhe faz bem, você está sim no caminho certo.
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