quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ficar na queixa é muito mais fácil.

Érima de Andrade

Tenho uma cliente que está decidida a fazer mudanças na sua vida. Conforme ela vai mudando seus padrões de comportamento, enfrentando seus medos, cuidando das suas fragilidades, tratando das suas feridas, ela também vai constatando que ficar na queixa é muito mais fácil.

É mesmo, ser feliz dá trabalho. Não é ótimo colocar sua vida nas mãos do outro? Você não é feliz porque o outro não fez, o outro não contribuiu, o outro não participou. Ponto. E assim se queixando sempre, você preenche a sua vida, e em vez de caminhar fica apenas marcando passo no mesmo lugar.

Só não se deu conta ainda que marcar o passo gasta tanta energia quanto caminhar...

Ouço com frequência de uma conhecida, como uma justificativa para as situações de desconforto que se repetem na sua vida, é assim mesmo, porque eu fui criada na roça.” E respondo, é assim mesmo, uma escolha. Pode usar todo esse aprendizado para se colocar no mundo, ou para fugir do mundo, é uma escolha.

De um outro conhecido, também justificando seus insucessos, “meu pai foi muito ausente na minha infância”. Que boa percepção, ótimo! Consciência é mesmo o primeiro passo! Vamos para o segundo? Independente dos pais que você teve na sua infância, uma coisa é certa: eles fizeram o melhor que puderam. E pode apostar, se você está vivo hoje, adulto, com saúde, o amor que eles lhe deram foi de muita qualidade.

Ou também, muito comum entre as pessoas que eu conheço, “minha mãe não me entende. Pelo menos uma vez ela podia....” e segue uma lista de desejos. Ela podia fazer desse jeito, responder daquele, agir de outra maneira, ou seja, pelo menos uma vez ela podia ser outra pessoa. Hum... e com desejos assim em mente, que espaço você tem para ver realmente quem é a sua mãe? Você conhece essa mulher que é tão importante na sua vida?

Na vida só é possível mudar a si mesmo. Não temos o poder, a influência, a permissão de mudar mais ninguém além de nós mesmos. Sua mãe vai ser sempre essa pessoa que ela é, e isso não significa que a relação entre vocês não pode mudar. Pode sim. Mas depende da sua mudança e não da dela. Sua atitude diferente vai provocar uma resposta diferente, e assim vocês vão construindo uma outra maneira de se relacionar.

Tudo que vivemos na vida é um aprendizado. Ser criada na roça, crescer com um pai que viajava muito a trabalho, ter uma mãe que com ideias diferentes da sua, ter sido caçula, ou do meio, ou mais velho, ajudar em casa, não ter regras para seguir, ter muitas regras pra seguir, e todas aquelas outras coisas que passamos na infância. São vivências diferentes de pessoas diferentes, em comum o fato de que todas elas contribuíram para nos tornarmos quem somos.

Você pode reverenciar esse aprendizado, ou ficar na queixa. É uma escolha.

Sempre que possível, reverencie quem você já foi e também quem lhe ajudou a chegar até aqui. Esse exercício trará a possibilidade de caminhar com segurança, alegria, gratidão e amor. Lembre-se que sua História é disciplina obrigatória na grade curricular da sua vida. Consequentemente, sua graduação será a liberdade de escolha e o poder de decisão sobre seus caminhos.” Centro Hoffman São Paulo

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