domingo, 26 de julho de 2015

Apreciação e objetivos

Érima de Andrade

A querida Bárbara Petri propôs, novamente, um
ciclo de apreciação. A proposta é durante 21 dias focar a atenção, e a energia, naquilo que nos desperta amor. Não é uma linda ideia?

Se você quer conhecer a Bárbara, sugiro que visite o site 
Casa das Mulheres Sábias. Vale muito a visita.

Isso me fez lembrar que para incorporarmos um novo conhecimento, ou um novo comportamento, é preciso repetir por 21 vezes, pois repetir algo 21 vezes, faz o cérebro inconsciente incorporar o novo.

Isso vale tanto para colocarmos na nossa vida o olhar para o que desperta o amor em nós, quanto para atingirmos qualquer objetivo.

Nossos objetivos nem sempre são nossos desejos. Fazemos escolhas num nível consciente, mas elas só aconteceram, efetivamente, se ativarmos o inconsciente, que funciona de forma diferente do consciente.

Ao traçarmos nossos objetivos, estamos listando o que se passa no nosso coração e o que é importante para nós naquele momento. Mas nem sempre estamos conscientes dos nossos desejos, por que segundo a neurociência, a parte consciente do nosso cérebro representa 5% e a inconsciente, equivale a 95%...

Não adianta, por exemplo, ter por objetivo uma promoção no seu trabalho, se o seu desejo inconsciente é trabalhar cada vez menos... É bem possível, que sendo assim, você vá, inconscientemente, sabotar o seu progresso.

Para não cair nessa armadilha, o primeiro grande passo, e o mais importante, é conhecer o nosso cérebro e torna-lo um aliado para a concretização das nossas metas e objetivos, adequando o comportamento a um formato que ele entenda.

"Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade." Charles Chaplin

A ciência já comprovou que o nosso inconsciente é basicamente feito de imagens, e não de palavras. E também já listou algumas características do inconsciente:

- O inconsciente aprende por repetição.
- O inconsciente entende emoções fortes (positivas e negativas).
- O inconsciente capta melhor imagens visuais.
- O inconsciente aprende pela forma lúdica.


Dito isso, também é importante saber que o nosso cérebro inconsciente tem dois números determinantes nesse processo de realizar os seus objetivos:

- 7 vezes é o número necessário para que ele aprenda o novo, que pode ser um hábito, uma atitude, uma mudança, etc.
- 21 vezes, o cérebro inconsciente incorpora o novo.

Então, se quisermos começar uma atividade física, é necessário fazer 21 vezes, ou por 21 dias seguidos, para que se torne hábito. Se quisermos tornar um hábito focar a atenção, e a energia, naquilo que nos desperta amor, é preciso repetir por 21 dias o exercício de apreciação. E o mesmo procedimento se aplica a tudo, que ainda não faz parte da nossa vida, mas queremos incluir.

Por isso, quem tem disciplina, consegue realizar seus objetivos, mesmo sem entender esse ensinamento.

Diz a Bárbara: “quando pousamos a nossa atenção em algo, nós convidamos aquilo para dentro de nossas vidas. Então que tal passarmos os próximos 21 dias convidando para nosso caminho aquilo que nos faz bem?”

A verdade é que há sempre algo a ser apreciado. Vamos tentar?

domingo, 19 de julho de 2015

Cinco grandes arrependimentos

Érima de Andrade

No livro escrito por Bronnie Ware, uma especialista em cuidados paliativos e doentes terminais,
The Top Five Regrets of the Dying -Top Cinco dos Arrependimentos Daqueles que Estão Para Morrer, ela lista e comenta os arrependimentos mais comuns que ouviu dos pacientes ao longo de sua carreira como enfermeira. No livro estão suas memórias e experiências durante anos de trabalho com doentes terminais, e a forma como a sua vida foi transformada com essa convivência.

"Encontrei uma lista grande de arrependimentos, mas no livro me concentrei nos cinco mais comuns", disse a Bronnie Ware à BBC. "E o principal arrependimento de muitas pessoas é o de não ter tido coragem de fazer o que realmente queriam e não o que outros esperavam que fizesse", acrescenta.

Bronnie contou que a idéia para o livro surgiu depois que o post Arrependimentos dos Moribundos, foi publicado no seu blog e se transformou em um texto viral.

No livro ela conta mais a respeito destas confissões. Bronnie Ware afirma que com esses pacientes viveu "momentos incrivelmente especiais. Porque passei com eles as últimas três a doze semanas de suas vidas".

Os pacientes geralmente eram pessoas que já não tinham chances de recuperação e podiam morrer a qualquer momento. "As pessoas amadurecem muito quando precisam enfrentar a própria mortalidade", afirmou Bronnie Ware. "Cada pessoa experimenta uma série de emoções, como é esperado, que inclui negação, medo, arrependimento, mais negação e, em algum momento, aceitação," explicou ela.

Ela chamou atenção para o fato de que as pessoas se arrependem do que não fizeram. Na maioria dos casos observados por ela, as pessoas não pareciam se arrepender de algo que tinham feito.

Ela percebeu também que muitos se arrependiam de não terem tido "coragem para expressar seus sentimentos. E isso se aplica tanto aos sentimentos positivos como aos negativos", explicaBronnie. "Muitos diziam: ‘queria ter tido coragem de falar que não gostava de uma coisa’, ou então que queriam ter tido coragem de falar às pessoas o que realmente sentiam por elas", afirma Bronnie Ware.

A autora espera que seu livro "ajude as pessoas a agir hoje e não deixar as coisas para amanhã, para não se arrepender depois. Minha mensagem principal, diz Bronnie Ware, “é que todos vamos morrer e que se, neste momento, nos arrependermos de algo, vamos então solucionar o problema agora."

"Quando questionados sobre desejos e arrependimentos, alguns temas comuns surgiam repetidamente", disse Bronnie. Eis um resumo dos cinco mais comuns:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse - “A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a têm mais," diz Bronnie Ware.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto - "Eu ouvi isso de todo paciente masculino que eu trabalhei. As mulheres também falaram desse arrependimento, mas como a maioria era de uma geração mais antiga, muitas não tiveram uma carreira. Todos os homens com quem eu conversei se arrependeram de passar tanto tempo de suas vidas no ambiente de trabalho,"afirma Bronnie Ware.

3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos - "Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. Como resultado, eles se acomodaram em uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eles realmente eram capazes de ser,”diz Bronnie Ware. “Muitos desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que eles carregavam," completa.

4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos - "Frequentemente eles não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até eles chegarem em suas últimas semanas de vida, quando não era mais possível rastrear essas pessoas. Muitos ficaram tão envolvidos em suas próprias vidas que eles deixaram amizades de ouro se perderem ao longo dos anos. Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo," afirma Bronnie Ware.

5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz - "Esse é um arrependimento surpreendentemente comum,” diz Bronnie Ware. “Muitos só percebem no fim da vida que a felicidade é uma escolha”, explica ela. “As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões. O famoso 'conforto' com as coisas que são familiares. O medo da mudança fez com que eles fingissem para os outros e para si mesmos que eles estavam contentes quando, no fundo, eles ansiavam por rir de verdade e aproveitar as coisas bobas em suas vidas de novo," conclui Bronnie Ware.

Já que você está vivo, e lendo esse texto, vale a pena pensar no assunto. Que você possa viver sem arrependimentos, sabendo que fez tudo ao seu alcance para ser uma pessoa melhor e mais feliz.

Que você escolha ser feliz.

domingo, 12 de julho de 2015

Mandalas e mudanças

Érima de Andrade

O assunto “mandalas” voltou à moda com os livrinhos de colorir. Mas o que são mandalas?

As mandalas, de modo geral, são um ponto focal da energia condensada.
Elas estabelecem um espaço sagrado para sua atenção, como uma ajuda para a meditação. Mandala é a palavra em sânscrito que significa círculo, porém uma mandala é muito mais do que isso, significa literalmente “aquilo que circunda um centro”. Elas são a expressão da passagem da confusão à ordem, do caos ao cosmos, são o símbolo do ser profundo.

As mandalas representam sua energia no momento de produzi-la, seja desenhando, seja pintando, seja fazendo recortes, seja compondo uma bandeja de frutas.

O que tem feito muito sucesso aqui no blog são as mandalas de desejos. Uma mandala de desejos pode ser uma boa ferramenta para alcançar seus objetivos e metas, já que vão representar sua intenção de mudar.

Nós somos influenciados por imagens.
Nossa mente é eficaz na criação de fantasias e na projeção dessas fantasias na realidade. Essa é uma boa maneira de explorar as possibilidades, fantasiando, sonhando. 

Depois é uma questão de transformar este sonho em realidade. Ter uma imagem que lembre dos seus desejos, e que você pode olhar todos os dias, ajuda a colocar energia para concretiza-los. Não gosta de mandalas? Tudo bem, pode fazer um cartaz.

Essa é a ideia, imagens como lembretes dos seus objetivos.
Mas para eles funcionarem é preciso que sejam objetivos reais, possíveis de serem realizados. Colocar sua foto acima do peso ao lado da foto de uma modelo com a desculpa de se inspirar, vai apenas provocar frustração, a menos que você tenha uma silhueta longilínea.

Faça sua lista de desejos e ao lado cole imagens,
que podem ser recortadas de revistas, que reforcem a sua intenção de alcançar esse desejo. Se escolher fazer uma mandala coloque a sua foto no centro dos seus desejos e metas. Coloque num lugar onde você possa ver diariamente.

Pretende tirar férias ao longo do ano? Coloque uma foto do local que deseja conhecer, ou um similar. Por exemplo, quer ir para uma praia do nordeste? Qualquer imagem de areia, mar azul, coqueiros podem reforçar esse desejo.

Mas faça sua lista com metas possíveis!!!! Seu desejo é ganhar na loteria? Ter isso na sua lista vai ajudar a lembrar de jogar toda semana. Quer ficar rico? Ter isso na lista vai ajuda-lo a se empenhar mais no seu trabalho e a ficar alerta a novas possibilidades. Quer ficar em forma? Sua lista vai motivar a treinar com regularidade. 

Lembre-se, desejar não é o suficiente, você precisa fazer a sua parte para que esse desejo se torne realidade.

Não esqueça que qualquer mudança é um caminho. O 1° passo é a consciência de onde você está e aonde quer chegar. O 2° é a intenção de fazer esse caminho. O 3° é a ação, e ela precisa de paciência, persistência e prática. 

Faça sua mudança de maneira gradual e persistente. Você não vai ficar em forma na 1° vez que sair para caminhar, é preciso persistir e a mandala, ou o cartaz, com seus desejos são uma boa maneira para lembrar nisso.

Coloque-se metas possíveis, deixando espaços para descansos. Quer entrar em forma? Proponha-se atividades físicas de 3 a 5 vezes por semana, e cumpra. Se colocar diariamente, saiba que você não vai cumprir... Se dê o espaço para recuperação e adaptação do corpo, ou da energia, a esse novo patamar que você está atingindo com suas novas atitudes.

A mudança é um passo de cada vez persistentemente. E a auto sabotagem também é um passo de cada vez, que de repente, você percebe que ficou persistente e você desistiu...

Funciona assim a desistência: só por hoje eu não vou fazer e amanhã eu compenso; hoje preciso dormir mais, amanhã faço o triplo; hoje não vai dar, então é melhor deixar e recomeçar direito semana que vem; muitos compromissos no fim de semana, hoje não é um bom dia para recomeçar o treino... e assim vai, até que nem pensa mais no assunto.

E, nesse caso, sugiro que faça uma nova mandala, ou cartaz, agora sabendo suas limitações de tempo e disposição, e coloque-se objetivos reais. Você vai adorar a sensação de sucesso que acompanha quem cumpre suas metas autoimpostas.

Boa sorte!!!!

domingo, 5 de julho de 2015

Pertencer

Érima de Andrade

Pertencer, no dicionário, tem vários significados, mas me interessa, para esse texto, o que leva a palavra pertencimento: Pertencimento, ou o sentimento de pertencimento é a crença subjetiva numa origem comum que une distintos indivíduos. Os indivíduos pensam em si mesmos como membros de uma coletividade na qual símbolos expressam valores, medos e aspirações. Esse sentimento pode fazer destacar características culturais e raciais.”


“A sensação de pertencimento significa que precisamos nos sentir como pertencentes a tal lugar e ao mesmo tempo sentir que esse tal lugar nos pertence, e que assim acreditamos que podemos interferir e, mais do que tudo, que vale a pena interferir na rotina e nos rumos desse tal lugar.”

Quero falar dos grupos onde pertencimento significa que as pessoas pensam em si mesmos como membros de uma coletividade, com símbolos, valores, histórias e aspirações em comum. O ser humano, precisa se sentir ‘em casa’, ou seja, pertencendo a algo, ser reconhecido e reconhecer, ser identificado e identificar seus pares, e ter a sensação de ser parte de um todo maior, que o acolhe e o protege, como nas amizades.

Esse sentimento de pertencimento surge enquanto o grupo desenvolve sua relação que pode ser a partir de uma atividade, como por exemplo, o grupo da meditação, o da academia, o do teatro, o da casa espírita, o do lugar que você frequenta para rezar. O grupo pode ser formado por familiares. O grupo pode ser formado por colegas de trabalho, ou por 
amigas do tempo de escola, ou por tantas outras formas de participar, onde você se reconhece e se identifica.

O que caracteriza cada grupo é a maneira como ele foi construído, como se relaciona com as diferenças entre os membros, como recebe novos participantes, e como é visto por cada um nas suas próprias relações sociais.

De qualquer maneira, quando a característica desse grupo é sentida subjetivamente como comum, surge o sentimento de pertinência, de pertencimento.

Construir relações de amizade que levem ao sentimento de pertencimento não tem preço. Se sentir pertencendo pode acontecer tanto num convívio temporário, quanto num permanente. E mesmo assim aquele grupo, aquele espaço, aquela lembrança, será sempre uma referência, será sempre um lugar para voltar e se sentir acolhido. E amigos assim, continuam amigos mesmo que deixem de conviver.

Mas para pertencer a um grupo é preciso participar. É preciso deixar a crença de ser diferente dos outros, de ser incapaz de se relacionar, de não fazer parte de grupo nenhum.

Vem da infância a crença que faz a pessoa desenvolver essa sensação tão horrível de não pertencimento. É a crença, ou o fato, de que na sua família foi diferente, de ter uma família que de alguma forma foi muito diferente das demais por questões sociais, ou financeiras, ou pela raça, ou pela origem, ou por problemas em casa, ou por alguma característica específica, qualquer coisa, que faça essa família se destacar e ser diferente, gera a crença de não pertencer.

Com essa consciência é possível agir contra essa crença e se responsabilizar pelas consequências. Pertencer também é uma escolha. Clarice Linspector descreveu muito bem a necessidade de pertencimento:

“Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.

Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.

Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.

(...)


Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.

(...)

A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho!” Clarice Linspector


Que dores impedem você de pertencer?

O que você tem feito para estar num grupo?

Lembre que o sentimento de pertencimento tem a ver com a noção de participação, e responda, como você participa?

Que você encontre o seu lugar de pertinência.