domingo, 30 de setembro de 2012

Reunião de amigas

Érima de Andrade

Essa semana fui almoçar com amigas que há tempos eu não via. Nosso contato se manteve graças a internet, e re-encontra-las, “ao vivo”, foi maravilhoso.

Muito bom constatar que o tempo passa, mas algumas coisas ficam para sempre.

Foi um momento de “vida que continua com tudo que tem direito”: conflitos, encontros, descobertas, histórias novas, histórias velhas, mudanças no corpo, nos cabelos, sonhos que continuaram, sonhos que se modificaram, boas e más notícias, etc, etc, etc....

Ao chegar em casa, por uma dessas coincidências, recebi de uma outra amiga, que não faz parte desse grupo do almoço, esse texto, de autor desconhecido, que fala justamente das amigas que temos ao longo da vida. Descreve perfeitamente o que eu vivo.

Quando era pequena, acreditava no conceito de que só havia uma melhor amiga.
Logo cresci e descobri que se você permitir que teu coração se abra, encontrarás o melhor em muitas amigas.

Necessitas de uma amiga quando tens problemas com teu parceiro.
De outra quando tens problemas com tua mãe.
Outra te escutará enquanto te derretes falando de teus filhos e suas atividades.
Mais uma, quando quiseres fazer compras, compartilhar, curar, falar bobagens, brincar ou só estar ali.

Uma amiga te dirá: "Choraremos juntas."
Outra: "Brigaremos juntas."
Mais outra: "Vamos juntas para outro lugar."

Uma amiga saberá tua necessidade espiritual,
outra à tua loucura pelos sapatos,
outra à tua paixão por filmes,
outra estará contigo quando estiveres confusa,
outra será quem te ajudará a esclarecer as tuas dúvidas.

Mas onde quer que ela se encaixe em tua vida,
independente da ocasião, em qualquer dia,
ou quando você precisar,
seja com teu tênis e teu cabelo pra cima,
ou para impedir que faças uma loucura...

Todas essas são tuas melhores amigas.

Talvez estejam todas numa só mulher, ou em muitas diferentes mulheres:
uma do colégio,
uma do vestibular,
outra da faculdade,
algumas de trabalhos anteriores,
algumas vezes, tua mãe,
outras vezes, tua vizinha,
outra ainda, tuas irmãs,
e talvez tuas filhas.

Então, não importa que tenha sido tua amiga por 20 minutos ou por mais de 30 anos,
só importa o teu amor por ela. 
Por essa mulher que tem um lugar especial no teu coração, que passou e fez a diferença na tua sua vida.”(autoria desconhecida)

Brindemos as nossas amigas!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Reflexões

Érima de Andrade

Em vez de tentar escapar de certas lembranças, o melhor é mergulhar nelas e voltar à tona com menos desespero e mais sabedoria.” Martha Medeiros

Eu carrego comigo uma caixa mágica onde eu guardo meus tesouros mais bonitos.
Tudo aquilo que eu aprendi com a vida, tudo o que eu ganhei com o tempo e que vento nenhum leva.
Guardo as memórias que me trazem riso, as pessoas que tocaram minha alma e que, de alguma forma, me mudaram pra melhor.
Guardo também a infância toda tingida de giz.
Tinha jeito de arco-íris a minha.
O pouco é muito pra mim.
O simples é tudo que cabe nos meus dias.
Eu vivo de muitas saudades.
E quem se arrebenta de tanto existir, vive pra esbanjar sorrisos e flashes de eternidade.” Caio Fernando Abreu

"Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice.
E digo prá você: não pense.
Nunca diga estou envelhecendo ou estou ficando velha.
Eu não digo.
Eu não digo que estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida.
O melhor roteiro é ler e praticar o que lê.
O bom é produzir sempre e não dormir de dia.
Também não diga prá você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.
Eu não digo nunca que estou cansada.
Nada de palavra negativa.
Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
Você vai se convencendo daquilo e convence os outros.
Então silêncio!
Sei que tenho muitos anos.
Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não.
Você acha que eu sou?
Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço com fé.
Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende." Cora Coralina

domingo, 23 de setembro de 2012

Carteirada

Érima de Andrade

Explica o dicionário que carteirada é a exibição de documento profissional ou de identidade, com o propósito de obter vantagem de alguma espécie; ou a tentativa de obter vantagem pessoal através da alegação de que se é uma pessoa importante, ou que se possui vínculos com pessoas importantes.

De modo geral associamos a carteirada a autoridades, ou famosos, ou amigos do rei, ou para o você sabe com quem está falando?

Mas tenho atendido usuários da carteirada, que de tão identificados com o personagem que criaram, já não sabem mais quem eles são. Pessoas que se consideram sem nenhum valor além de ser filho de Fulano, mulher de Sicrano, amigo de Beltrano.

Sofrem por não saberem quem são, e o principal obstáculo a essa descoberta é a identificação exagerada com esses papéis, hábitos, traços e características do personagem que incorporaram, sem ao menos perceber.

Consciência é sempre o primeiro passo para a transformação. Consciência da sua própria humanidade, da sua imperfeição, dos seus pontos negativos. Não é fácil reconhecer nossas negatividades, mas saber que elas fazem parte de você mas não são você, ajuda, e muito, nessa caminhada.

Você é a sua essência perfeita e amorosa, que na condição de humano, tem habilidades que precisam ser desenvolvidas. Aceite com respeito a sua própria humanidade, e faça a escolha consciente de direcionar seu olhar para as suas atitudes, palavras, sentimentos, pensamentos e crenças.

Como você se relaciona com o mundo, com as pessoas e com o seu trabalho, é um reflexo de quem você acredita que é. Se as situações negativas se repetem em sua vida, este é o momento certo de você observar que sementes está plantando, mesmo que não intencionalmente.

No inicio talvez você não consiga perceber que sementes são essas, mas ao perseverar na observação, sua percepção vai se desenvolver até que você tenha a habilidade de plantar o que realmente deseja.

O resultado desse exercício, é uma grande clareza de propósito, passos firmes, ágeis, um caminho que se abre com nitidez a sua frente, e que você pode conscientemente escolher trilhar.

E, assim, siga em frente. Com a coragem e persistência de avançar todos os dias, um pouco mais. Ser feliz é um direito seu!

Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz." Caio Fernando Abreu


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ficar na queixa é muito mais fácil.

Érima de Andrade

Tenho uma cliente que está decidida a fazer mudanças na sua vida. Conforme ela vai mudando seus padrões de comportamento, enfrentando seus medos, cuidando das suas fragilidades, tratando das suas feridas, ela também vai constatando que ficar na queixa é muito mais fácil.

É mesmo, ser feliz dá trabalho. Não é ótimo colocar sua vida nas mãos do outro? Você não é feliz porque o outro não fez, o outro não contribuiu, o outro não participou. Ponto. E assim se queixando sempre, você preenche a sua vida, e em vez de caminhar fica apenas marcando passo no mesmo lugar.

Só não se deu conta ainda que marcar o passo gasta tanta energia quanto caminhar...

Ouço com frequência de uma conhecida, como uma justificativa para as situações de desconforto que se repetem na sua vida, é assim mesmo, porque eu fui criada na roça.” E respondo, é assim mesmo, uma escolha. Pode usar todo esse aprendizado para se colocar no mundo, ou para fugir do mundo, é uma escolha.

De um outro conhecido, também justificando seus insucessos, “meu pai foi muito ausente na minha infância”. Que boa percepção, ótimo! Consciência é mesmo o primeiro passo! Vamos para o segundo? Independente dos pais que você teve na sua infância, uma coisa é certa: eles fizeram o melhor que puderam. E pode apostar, se você está vivo hoje, adulto, com saúde, o amor que eles lhe deram foi de muita qualidade.

Ou também, muito comum entre as pessoas que eu conheço, “minha mãe não me entende. Pelo menos uma vez ela podia....” e segue uma lista de desejos. Ela podia fazer desse jeito, responder daquele, agir de outra maneira, ou seja, pelo menos uma vez ela podia ser outra pessoa. Hum... e com desejos assim em mente, que espaço você tem para ver realmente quem é a sua mãe? Você conhece essa mulher que é tão importante na sua vida?

Na vida só é possível mudar a si mesmo. Não temos o poder, a influência, a permissão de mudar mais ninguém além de nós mesmos. Sua mãe vai ser sempre essa pessoa que ela é, e isso não significa que a relação entre vocês não pode mudar. Pode sim. Mas depende da sua mudança e não da dela. Sua atitude diferente vai provocar uma resposta diferente, e assim vocês vão construindo uma outra maneira de se relacionar.

Tudo que vivemos na vida é um aprendizado. Ser criada na roça, crescer com um pai que viajava muito a trabalho, ter uma mãe que com ideias diferentes da sua, ter sido caçula, ou do meio, ou mais velho, ajudar em casa, não ter regras para seguir, ter muitas regras pra seguir, e todas aquelas outras coisas que passamos na infância. São vivências diferentes de pessoas diferentes, em comum o fato de que todas elas contribuíram para nos tornarmos quem somos.

Você pode reverenciar esse aprendizado, ou ficar na queixa. É uma escolha.

Sempre que possível, reverencie quem você já foi e também quem lhe ajudou a chegar até aqui. Esse exercício trará a possibilidade de caminhar com segurança, alegria, gratidão e amor. Lembre-se que sua História é disciplina obrigatória na grade curricular da sua vida. Consequentemente, sua graduação será a liberdade de escolha e o poder de decisão sobre seus caminhos.” Centro Hoffman São Paulo

domingo, 16 de setembro de 2012

Calçadas

Érima de Andrade

Sempre caminho aqui perto de casa. Por ter um trânsito próximo de zero, vou tranquila pelo meio da rua.

Ontem foi diferente.

Já que ia mesmo caminhar, aproveitei para pegar o carro que meu filho deixou aqui por perto.
Horário de trânsito, então, comportadamente fui pela calçada.

Que susto!

Impressionante a má conservação das calçadas aqui na minha cidade!

Moro num lugar sem trânsito, tenho carro, posso escolher onde caminhar, então essa realidade tinha me passado despercebida. Claro que idosos, mães conduzindo crianças, cadeirantes ou deficientes visuais, sabem disso há séculos. Mas eu, tomei consciência de verdade ontem.

Alguns conhecidos meus, dizem sem nem pensar, que a culpa disso é das árvores e suas raízes.

Injustiça; pelo menos por aqui.

No trajeto que fiz, as árvores além de não ter nada a ver com isso, são bem cuidadas, estão em calçadas planas e com espaço suficiente para seu desenvolvimento, uma beleza.

Mas as outras calçadas... meu Deus! Vão de variações de entradas de garagem com todo tipo de obstáculo, a mato alto, entulho, lixo, passando por buracos que se multiplicam.

Senti uma gratidão imensa pelas calçadas bem cuidadas do caminho.

Não aconteceu nesse meu trajeto a pé, a ocupação indevida. Mas como fiquei mais atenta ao assunto, fui vendo calçadas usadas como estacionamento, depósito de materiais de construção, vitrines para mercadorias, local de vendedores de todo tipo, caçambas, pisos inadequados, desníveis, e a lista segue com vasos, propagandas, etc.

Acessibilidade também tem a ver com a circulação com segurança nos espaços que a priori, são dos pedestres.

Calçadas, porta de entrada de nossa residência, comércio, indústria e serviços, são públicas, fazem parte do nosso patrimônio, e se integram ao conjunto de equipamentos urbanos da cidade. Mas cabe a cada proprietário, inquilino, comerciante, enfim cidadão, cuidar da calçada em frente ao seu imóvel, eliminando todo e qualquer tipo de barreira urbanística, evitando problemas de falta de mobilidade.

Passeios públicos integram os canteiros centrais, praças, parques e são de responsabilidade da prefeitura, e devemos cobrar a sua boa conservação.

Conservar significa manter, e manter bem cuidada depende de cada um de nós, moradores do lugar.

Por educação, por respeito, por segurança, por cidadania, pelo direito constitucional de ir e vir, pelo desejo de morar num lugar bem cuidado, ou por qualquer outro motivo, vamos cuidar das nossas calçadas?

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Generosidade?

Érima de Andrade

Conheci uma senhora super católica. Ia a missa todos os domingos, e sempre que possível, também nos fins de tarde durante a semana. Como tem muitos filhos, ela adquiriu o hábito de separar roupas usadas para levar a igreja, onde seriam distribuídas aos pobres.

Por um período ficamos mais próximas, e um dia ajudei-a a separar a roupa para dar. Quando acabamos de escolher, tínhamos feito uma pequena montanha de roupas em cima de uma cama. Quando comecei a dobrar a roupa, ela disse que ainda não era o momento e foi buscar sua caixa de costura. Para minha surpresa, ela retirou todos os botões e fechos ecler, explicando que um dia poderiam ser uteis, e aí sim, me autorizou a colocar as roupas nas sacolas que iriam para a igreja...

Será essa uma doação efetiva?

Penso nessa história com frequência, especialmente quando vejo pessoas sem entender o serviço voluntário. A palavra voluntário vem da vontade, ativa e afetiva de estar junto, vivenciar e contribuir em troca de aprendizado. O trabalho voluntário é feito por interesse pessoal e pela pura vontade de contribuir, sendo feito sem remuneração ou lucro financeiro.

Explica a Wikipédia: “O voluntariado é o conjunto de ações de interesse social e comunitário em que toda a atividade desempenhada reverte a favor do serviço e do trabalho. ”

São pessoas que doam tempo, mão de obra e talento para causas de interesse social e para o bem da comunidade.” Wikipédia

Doam tempo, mão de obra e talento … ou seja, é uma doação. Eu dou alguma coisa, e isso é da minha responsabilidade, o que o outro vai fazer com isso já não me cabe mais.

No entanto, conheço um médico, voluntário quinzenal numa instituição, que constantemente se queixa que seus pacientes pagam muito caro às suas consultas, e que aquelas pessoas recebem sem fazer nada em troca...

Também conheço uma terapeuta, voluntária semanal em outra instituição, que se queixa de estar ali há quase um ano e ainda não ter recebido indicações para atendimentos no seu consultório...

Mas não é voluntário? Nenhum problema com pessoas que não queiram ser voluntárias. Mas uma vez escolhido esse caminho, porque ainda esperam uma recompensa diferente de aprendizado?

Os budistas explicam que “a prática de Dana(generosidade) é maravilhosa, mas deve ser feita no espírito de Prajña, entendimento.”

Entender inclusive que não é barganha, não é conquista ou troca, é doação. Você quer fazer um trabalho voluntário?

É uma profunda alquimia. Cada pequena ação desinteressada leva embora todo o sofrimento, toda a ansiedade, todo o desgosto, todo o medo e desesperança." Sri Prem Baba

Vale a pena!

sábado, 8 de setembro de 2012

Liberdade e Responsabilidade

Primeiro eu descobri que não estava feliz.

Depois eu percebi que as situações se repetiam na minha vida, com personagens diferentes.

Aí me enchi de coragem, e fui me conhecer.

Descobri que minha raiva me protegia da dor, e que a dor era fruto de um amor que eu não entendia. Um amor diferente do amor que eu esperava.

Quis me vingar, e fiz o que pude para sabotar conquistas.

Até que aprendi que seres humanos erram, que são culpados, mas não tem culpa, apenas repetem o que aprenderam.

Senti compaixão, perdoei, agradeci e me vi sendo preenchida de amor.

Um amor tão abundante que transbordou e irrigou todas as áreas da minha vida.

Então eu senti paz.

E em paz descobri a felicidade, a generosidade, a gratidão aos meus pais e a todas as pessoas que entraram na minha vida.

Sou quem eu sou porque tenho vocês.

E me aceitei.

Me tornei livre e responsável.

Faço parte, faço a diferença, acerto e erro, caminho e paro, sem cobranças, sem culpas, sem medo do que ainda não vivi.

Agora sim, sou feliz pra sempre.

Érima de Andrade – ex aluna do Processo Hoffman

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Mini entrevista

Mini entrevistas - essa foi a maneira que o Espaço Corporal Vania Maciel escolheu para apresentar seus profissionais aos clientes e amigos. Todos os profissionais que trabalham na casa, deram mini entrevistas que foram publicadas em seu site. Eis a minha:


Como foi sua escolha pela Terapia Ocupacional?

Dei uma volta grande antes de escolher... Quando ainda estava no colégio, procurei o serviço de orientação vocacional, pois eu considerava atraente muitas opções profissionais. Não foi muito efetivo... Saí com a informação que me daria bem em 12 carreiras. Cheguei com dúvidas entre umas 5 e saí com 12...

Fiz então vestibular para a EBA/UFRJ, Comunicação Visual, que na época chamava Projetos Gráficos. Fiz todo o curso básico e percebi que não seria feliz usando minha sensibilidade para vender produtos. Pedi então transferência para o curso de Cenografia e Indumentária. Com um ano e meio de curso, pedi novamente transferência, e desta vez fui para Composição Paisagística, onde me formei. Ao mesmo tempo prestava vestibular para Educação Física lá mesmo na EEFD/UFRJ. Em todas essas formações fiz estágios e trabalhei na área, mas foi como professora de natação que entendi que o que me motivava era trabalhar com gente. Adorava ver os alunos que chegavam com muito medo da água, se superarem e se transformarem em ótimos nadadores. Se eu posso ajudá-los a superar esse medo, pensei, talvez eu possa ajudá-los a superar outras dificuldades... E foi aí que a Terapia Ocupacional entrou na minha vida.

A T.O. trabalha com atividades nos aspectos bio, psíquico e social. Você fez especialização em alguma dessas áreas?

Desde que entrei na ESHEA/Pestalozzi, onde fiz meu curso de Terapia Ocupacional, meu foco foi para saúde mental. O mundo interno e a subjetividade das pessoas me fascinavam. Como eu tenho a formação na Belas Artes, o trabalho com atividade expressiva foi quase uma escolha natural, pois é uma linguagem que eu compreendo bem.

Fiz especializações em Saúde Mental, Hipnose, Terapias Regressivas, mas foi no Processo Hoffman da Quadrinidade que eu realmente aprendi a entender o ser humano. Então, na minha prática, uso as ferramentas da Terapia Ocupacional com um olhar do Processo, que é, sem dúvidas, o que norteia meus atendimentos.

Terapia Ocupacional e Psicoterapia Ocupacional são a mesma coisa?

A Psicoterapia Ocupacional é uma das possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional, é a minha área de escolha dentro da profissão. Passei a usar o nome depois de receber via email, e facebook, uma divulgação com as áreas de atuação da T. O., e entre elas estava a Psicoterapia Ocupacional, que é o que eu faço desde que em formei em 1994. Então, sou terapeuta ocupacional trabalhando como psicoterapeuta ocupacional.

Érima de Andrade
Terapeuta Ocupacional
CREFITO2 4284TO

domingo, 2 de setembro de 2012

O que é um amigo

Érima de Andrade

Recebi esse texto, de presente, em 1987. Veio impresso, mas sem o autor. Mesmo pesquisando para poder dar o crédito quando o colocasse aqui no blog, não consegui descobrir. É um texto que gosto muito, por isso resolvi publicá-lo.

O que é um amigo

O que é um amigo?
Eu lhe direi.
É uma pessoa com a qual você ousa ser você mesmo.
A sua alma pode se despir diante dele.
Ele parece lhe pedir que não se vista com nada, que somente seja o que você é.
Ele quer que você cresça.
Quando você está com ele, tem o sentimento de um prisioneiro que foi declarado inocente.
Você não tem que estar em guarda.
Você pode dizer o que pensa, conquanto isto seja genuinamente você.
Ele compreende aquelas contradições em sua natureza que fazem com que os outros o mal interpretem.
Com ele você pode respirar livremente.
Você pode reconhecer sua pequenas vaidades e invejas e ódios e chispas de maldade, suas mesquinharias e absurdos, e, ao abri-los para ele, é como se eles se perdessem, dissolvidos no oceano branco de sua lealdade.
Ele compreende.
Você não tem que tomar cuidado.
Você pode abusar dele, ignorá-lo, tolerá-lo.
Melhor ainda, você pode até não fazer nada.
Isso tudo não importa.
Ele gosta de você.
Ele é como o fogo que limpa até a medula.
Ele compreende.
Ele compreende.
Você pode chorar com ele, pecar com ele, rir com ele, orar com ele.
Através de tudo isso – e por debaixo – ele o vê, conhece e ama.
O que é uma amigo?
É somente, repito, alguém com quem você ousa ser você mesmo.” Autor desconhecido